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INSTRUMENTOS DE RASTREIO COGNITIVO PARA DIAGNÓSTICO 
DA DOENÇA DE ALZHEIMER EM IDOSOS 
Gleison Alves Barbosa 1 
Drielle Barbosa Leal Serafim 2 
Emilly Priscila Silva Costa 3 
Alcimar Tamir Vieira da Silva 4 
 
 
RESUMO 
 
Devido à alta taxa de prevalência de idosos no Brasil, um dos desafios encontrados com o 
envelhecimento neurológico são os fatores que afetam a autonomia e independência do sujeito em 
realizar suas atividades cotidianas, as demências estão atreladas a este contexto e se configuram 
atualmente como um problema de saúde pública, as estatísticas apontam que no ano de 2015, no 
mundo, 47 milhões de pessoas idosas foram afetadas com a demência, e este número pode chegar aos 
75 milhões em 2030, sendo a Doença de Alzheimer (DA) a mais comum entre elas, seguida da 
Demência Vascular. Durante o envelhecimento é comum ocorrer perda de memória recente, porém 
este acontecimento também pode estar relacionada a um declínio associado à doença de Alzheimer, 
logo, para diagnosticar esta demência tornou-se necessário avaliar a existência de comprometimento 
cognitivo correlacionado com a perda do desempenho em atividades diárias e para essa avaliação 
geralmente são usadas escalas, dentre elas, os testes de rastreio se configuram geralmente como a 
primeira etapa do processo para o diagnóstico da doença de Alzheimer. Frente a isto, esta pesquisa 
buscou descrever diversos instrumentos dentro das nuances que compõem o uso de testes de rastreios 
nas demências, sendo estes considerados sensíveis na identificação de alterações cognitivas nos 
estágios iniciais que ainda não são identificados através de exames de neuroimagem, corroborando 
para auxiliar no diagnóstico precoce de demência, em idosos, em específico, a doença de Alzheimer 
(DA). 
 
Palavras-chave: Alzheimer, Demência, Idoso, Instrumentos de rastreio, Neuropsicologia. 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Devido à alta taxa de prevalência de idosos no Brasil, pode-se observar um aumento 
na demanda de assistência a essa população, pois esse perfil demográfico caracteriza-se por 
uma transição epidemiológica onde doenças demenciais ocupam um lugar de destaque. Os 
principais fatores responsáveis por essa transição demográfica no Brasil devem-se a redução 
significativa na taxa de fecundidade, atrelada à redução da taxa de mortalidade infantil e o 
aumento da expectativa de vida da população (MORAES, 2018). Sendo assim, é importante 
que se abranjam discussões e pesquisas acerca da saúde desta população citada, uma vez que 
 
1 Graduado em psicologia pela UNINASSAU- PB, gleisonpsi@outlook.com; 
2 Graduanda em Psicologia pela Universidade Estadual da Paraíba - PB, driellebarbosaleal@gmail.com; 
3 Graduada em psicologia pela UNINASSAU - PB, emmillypriscila@hotmail.com; 
4 Graduando em Psicologia pela UNINASSAU - PB, alcimar.tamir@hotmail.com. 
 
 
mudanças demográficas surgem trazendo novos desafios especificamente em enfermidades 
que estão associadas a terceira idade. 
Neste sentido, um dos desafios encontrados com o envelhecimento neurológico são os 
fatores que afetam a autonomia e independência, isso pode trazer junto consigo as doenças 
demenciais e suas principais alterações dizem respeito a comprometimento da memória e 
funcionamento intelectual, de modo que afete a vida e a capacidade de o sujeito realizar suas 
atividades cotidianas. 
 Segundo a Organização Mundial da Saúde (2017) as demências vêm se tornando um 
problema de saúde pública. Durante o ano de 2015, no mundo, 47 milhões de pessoas idosas 
foram afetadas com a demência. Projeta-se para o ano de 2030 que serão 75 milhões, e 
previsto para 132 milhões em 2050 casos de demências, sendo a Doença de Alzheimer (DA) a 
mais comum entre elas, seguida da Demência Vascular. Segundo Ilha et al. (2018), a Doença 
de Alzheimer (DA) se caracteriza como uma doença neurodegenerativa, irreversível, insidiosa, 
progressiva, com declínios cognitivos e motores que emergem mais inquietações do que 
respostas e exige cuidados constantes, dos familiares ou cuidadores. 
Em geral, na chegada da terceira idade é muito comum ouvir relatos de perda de 
memória recente, como esquecimento de pequenas situações cotidianas e de objetos como 
chaves, carteiras, datas, dificuldades de concentração e diminuição do desempenho em 
atividades que antes realizava com facilidade. Essas e outras pequenas alterações muitas vezes 
levam os profissionais a questionar os limites do que é saudável ou patológico, ou seja, se 
estas mudanças são decorrentes do envelhecimento normal ou um declínio associado a doença 
de Alzheimer (KONFLANZ; DA COSTA; MENDES, 2017). 
Para a obtenção de um diagnóstico diferencial e preciso, este quadro geralmente exige 
exames de neuroimagem, e além disso, uma avaliação clínica incluindo anamnese, testes de 
rastreio, avaliação psicológica, neuropsicológica, exames físicos e neurológicos associados a 
determinações bioquímicas (MALLOY-DINIZ, 2010). Os instrumentos denominados de 
rastreios têm como finalidade apontar para a possibilidade de haver ou não alterações 
cognitivas e levantar hipóteses, por outro lado, uma avaliação neuropsicológica tem como 
finalidade confirmar hipóteses que foram levantadas. Além dos exames de neuroimagem e 
testes neuropsicológicos usados na busca de etiologias de doenças demenciais, é recomendado 
verificar se há coerência dos dados da anamnese com relatos de alguém de estreito convívio 
 
 
com o paciente, pois os relatos dos pacientes podem ser alterados por manifestações do 
transtorno cognitivo, desta forma os impedindo de expressarem com precisão suas 
dificuldades (PARMERA; NITRINI, 2015). 
Os principais exames laboratoriais de imagem são neuroimagem funcional e estrutural 
e ressonância magnética de encéfalo onde é possível identificar atrofia de estruturas temporais 
mesiais, dilatação do corno temporal dos ventrículos laterais e assim como também a 
dosagem de proteínas no LCR, onde observa-se aumento da proteína TAU e TAU 
hiperfosforilada, acompanhado de diminuição de B-amilóide (PARMERA; NITRINI, 2015). 
Mesmo com avanço dos equipamentos tecnológicos não só a avaliação 
neuropsicológica como também o uso de testes de rastreios não deixa de ser um método de 
auxílio no diagnóstico das doenças demenciais, principalmente quando o quadro é ambíguo 
ou complexo. Além disso, os testes e instrumentos de rastreios são sensíveis na identificação 
de alterações cognitivas nos estágios iniciais que ainda não são identificados através de 
exames de neuroimagem, sendo assim corroborando com diagnóstico precoce, e mesmo que 
exames de neuroimagem detectem algumas alterações os testes são importantes para 
verificações de correlatos comportamentais (LEZAK, 2004; MALLOY-DINIZ, 2010). 
Desta forma, torna-se relevante conhecer os instrumentos de rastreios de doença de 
Alzheimer, inclusive os seus resultados e principais limitações, pois são a primeira porta de 
entrada para o diagnóstico precoce e elaboração de prognóstico para o tratamento. Portanto, 
este trabalho tem como objetivo realizar uma busca em artigos e livros para identificar e 
descrever os principais instrumentos de rastreios de demência do tipo Alzheimer e suas 
vantagens e desvantagens apresentadas no contexto Brasileiro. 
 
METODOLOGIA 
 
Esta pesquisa trata-se de uma revisão bibliográfica com objetivo de apresentar 
instrumentos, critérios e métodos que podem facilitar o processo de diagnóstico para os 
profissionais que lidam com as doenças demenciais em idosos e em específico, a doença de 
Alzheimer. Os bancos de dados utilizados foram SciELO (Scientific Electronic Library 
Online), PePSIC (Periódicos Eletrônicos de Psicologia) e Google acadêmico. As palavras-
 
 
chaves foram: instrumentos de rastreio, demência, idoso, neuropsicologia, doença de 
Alzheimer. 
Foram enfatizados os resultados mais recentes e os artigos queabordavam os 
instrumentos de rastreio, além disso, foram utilizadas referências clássicas dos criadores dos 
instrumentos, assim como também foram escolhidos 40 artigos destes bancos de dados para a 
realização desta pesquisa, sendo entre eles, referenciados nos resultados 15. Os critérios de 
exclusão dos artigos foram revisões de literatura, sistemáticas ou bibliográficas, e de inclusão, 
adaptação e validação ou construção e validação de instrumentos de rastreios para Alzheimer 
no contexto Brasileiro. 
 
DESENVOLVIMENTO 
 
 Segundo Moraes (2008), o envelhecimento é um processo biológico e pode ser 
classificado em envelhecimento bem-sucedido e envelhecimento usual. No envelhecimento 
bem-sucedido, é preservado o funcionamento do organismo sem perdas significativas de 
funções cognitivas, o sujeito apresenta capacidade de realizar atividades com mesmo 
desempenho à idade adulta. Já o envelhecimento usual, provoca perda do funcionamento e 
desempenho de forma lenta e progressiva, não há incapacidade, porém, o sujeito apresenta 
algumas limitações. Partindo desse princípio, podemos concluir que o envelhecimento 
saudável pode apresentar algumas limitações, porém não comprometendo a autonomia e 
independência do sujeito. Além disso, o foco da saúde do idoso não está diretamente 
associada à presença ou ausência de doenças ou disfunções orgânicas, uma vez que a maioria 
não estão associadas a limitações, o foco está na autonomia e independência, mesmo que o 
idoso apresente alguma doença (MORAES, 2018). 
Tendo em vista que distinguir o envelhecimento normal e o patológico é um processo 
de difícil definição, é importante destacar o Comprometimento Cognitivo Leve (CCL) para 
uma melhor distinção e diagnóstico de doenças demenciais. Neste processo, já se encontram 
prejuízos na cognição, mas com sutil impacto na vida diária, acometendo atividades mais 
complexas do indivíduo sem prejudicar seu nível de independência (ALBERT et al., 2011). 
Segundo Boyle et al. (2006), um estudo demonstrou que existem 6,7% de chances de pessoas 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2358-18832018000401907&lang=pt#B6
 
 
com CCL desenvolverem Doença de Alzheimer do que as pessoas com envelhecimento dito 
como normal. 
 Segundo Petrillo (2017) os quadros demenciais podem ser classificados em três fases: 
a inicial, a intermediária e a terminal. A inicial dura em média 2 a 3 anos, os sintomas nesta 
fase são dificuldade de recordar datas, nomes, compromissos, além disso, podem apresentar 
perdas de objetos no seu cotidiano e esquecem alimentos no fogo. A intermediária varia de 2 a 
10 anos, as principais alterações observadas são déficits de memória e o aparecimento de 
sintomas focais, que incluem afasia (perda da linguagem), apraxia (incapacidade de realizar 
movimentos motores involuntários), agnosia (perda da capacidade de reconhecer estímulos 
visuais), alterações visuoespaciais, e de forma gradativa, o comprometimento da memória 
remota. Por fim, a fase terminal fica entre 8 a 12 anos, é caracterizada por dificuldade de 
reconhecer familiares, mutismo, retenção intestinal e urinária, ou seja, todas as funções 
cognitivas estão comprometidas resultando em uma total dependência do indivíduo. 
Sem dúvida, o comprometimento cognitivo altera a independência do indivíduo frente 
às atividades diárias, desta forma instrumentos que avaliam a perda da capacidade do sujeito 
em manter suas atividades diárias são importantes, pois podem ser utilizados como 
instrumentos de rastreio para o diagnóstico de demência. Estas atividades cotidianas podem 
ser divididas em atividades básicas da vida diária (ABVDs) e atividades instrumentais da vida 
diária (AIVDs). As ABVD referem-se às atividades ligadas ao autocuidado, como tomar 
banho, vestir-se, alimentar-se, urinar e/ou evacuar, quanto as AIVD são atividades que 
exigem ações mais complexas, como participação social, usar telefone, dirigir, fazer compras, 
arrumar a casa, usar transporte coletivo e cuidar do dinheiro (DEL DUCA et al., 2009). 
Com base no parágrafo acima, desenvolveu-se essa pesquisa para avaliação e 
descrição de alguns instrumentos de rastreios para facilitar o diagnóstico da demência em 
idosos. Alguns destes testes são baseados na quantificação de declínios cognitivos que 
interferem no funcionamento do sujeito em realizar suas atividades sociais e profissionais. 
Um exemplo de um instrumento que avalia essa capacidade funcional é o Informant 
Questionnaire on Cognitive Decline in the Elderly (IQCODE), o mesmo avalia o 
comprometimento cognitivo através das dificuldades do sujeito realizar suas atividades no seu 
dia-dia, será discutido em mais detalhes nos resultados. 
Outra forma de avaliação usada nos testes de rastreio são as verificações de mudanças 
do estado cognitivo dos idosos, estas mudanças dizem respeito aos domínios cognitivos, como 
 
 
orientação temporal e espacial, memória de curto prazo (memória imediata ou atenção) e 
evocação, cálculo, praxia e habilidades de linguagem e visuoespaciais. Como exemplo desse 
tipo de teste destaca-se o Miniexame do Estado Mental (MEEM), considerado o teste mais 
utilizado em todo o mundo (PETRILLO, 2017). 
 Portanto, os testes de rastreios por serem instrumentos que facilitam o diagnóstico 
clínico, possuem uma grande relevância para o manejo do profissional que lida com as 
doenças demenciais e em específico, a Doença de Alzheimer (DA), tendo em vista que uma 
das maiores conquistas da atualidade é o aumento da expectativa de vida (KALACHE, 2010), 
e que a facilidade no diagnóstico possibilita uma maior eficácia no tratamento, trazendo mais 
conforto e qualidade de vida ao indivíduo com DA e aos seus familiares ou cuidadores. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
O processo de avaliação para rastreio que auxiliam no diagnóstico da Doença de 
Alzheimer (DA) depende do uso de um conjunto de técnicas e instrumentos, esse 
procedimento possibilita que o avaliador colete o maior número de informações acerca da 
queixa do paciente. Além disso, o avaliador deve levar em consideração o levantamento de 
informações coletadas na triagem que podem servir de mapeamento para a escolha do melhor 
instrumento de acordo com o perfil do paciente ou acompanhante (GORENSTEIN, 2015). O 
profissional deve está ciente das limitações dos instrumentos utilizados, para saber se pode 
atender suas necessidades e principalmente, deve conhecer o manual do instrumento e o 
resultado de sua aplicação no contexto brasileiro, como também a validação onde é possível 
fazer um parâmetro da qualidade técnica e científica do instrumento. 
Para diagnosticar o Alzheimer percebeu-se que é necessário avaliar a existência de 
comprometimento cognitivo correlacionado com perda do desempenho em atividades diárias, 
para essa avaliação geralmente são usadas escalas, onde são preenchidas a partir de relatos do 
paciente ou pessoas de estreito convívio com paciente, por exemplo, parentes ou 
acompanhantes. Outra característica dos instrumentos de rastreio para DA, diferente dos que 
avaliam as perdas do desempenho em atividades diárias, são os que avaliam especificamente a 
etiologia ou fatores das perdas do desempenho nessas atividades, nesse caso as próprias 
habilidade cognitivas. 
 
 
Instrumentos de Rastreio 
Os testes de rastreios geralmente são a primeira etapa do processo para o diagnóstico 
da doença de Alzheimer no serviço de atenção primária, são instrumentos de fácil manuseio 
onde diversos profissionais podem utilizar sem necessidade de treinamento extensivo para sua 
aplicação e correção. Nesse contexto o teste cognitivo Mini Exame do Estado Mental 
(MEEM) para avaliação da doença de Alzheimer é o instrumento mais utilizados no mundo, 
apesar de sua ampla popularização o mesmo apresenta baixa sensibilidade para detectar 
comprometimento cognitivo leve em sujeitos com alterações cognitivo sem critérios parademências (PETRILLO, 2017). Adaptado para ser utilizado no contexto brasileiro por 
Bertolucci e Col (1994), as funções cognitivas que o mesmo avalia são orientação temporal (5 
pontos), orientação espacial (5 pontos), atenção e cálculo (5 pontos), registro de três palavras 
(3 pontos), linguagem (8 pontos), capacidade construtiva visual (1 ponto) e recordação de três 
palavras (3 pontos) (CHAVES, 2008). 
O Memory Impairment Screnn (MIS) trata-se de um instrumento menos utilizado no 
contexto Brasileiro, porém com resultados bastante promissores quando direcionado à 
necessidade de detecção de doenças demenciais nos seus estágios iniciais. Além disso o 
instrumento é de fácil aplicação independe de cultura e/ou linguagem e apresenta resultados 
similares em sujeitos que apresentam nível de escolaridade distintos (PETRILLO, 2017), isso 
deve-se em razão do instrumento fazer uso da aprendizagem controlada onde o sujeito terá de 
recordar itens específicos aprendidos anteriormente dentro de um conjunto de categorias 
(BUSCHKE, et al., 1999). O mesmo autor destaca como limitação do MIS, que apesar de 
uma boa acurácia, não deve ser utilizado isoladamente para fazer diagnósticos clínicos. 
Indubitavelmente, essa limitação não é exclusiva desse instrumento, pois é necessário 
um conjunto de processos de investigação através do uso de diversas ferramentas para fazer 
um diagnóstico clínico, além disso o mesmo trata-se de um instrumento de rastreio que visa 
levantar hipóteses sobre possíveis alterações cognitivas que podem ser confirmadas através de 
uma avaliação neuropsicológica e exames de neuroimagens. 
Um instrumento bastante interessante com característica de recurso terapêutico 
ocupacional é o Teste de Rastreio da Doença de Alzheimer com Provérbios (TRDAP), 
constituído com jogos de Memória de Provérbios para indivíduos a partir de sessenta anos, 
esse teste foi construído e validado para o contexto do Nordeste, onde o mesmo apresentou 
 
 
ser um instrumento útil para ser utilizado por profissionais de saúde coletiva ou na rede de 
média complexidade (SANTOS, 2009). Este instrumento é composto por três etapas de 
avaliação que estão associadas à construtos que apresentam alterações nos estágios iniciais da 
doença de Alzheimer, a primeira diz respeito à memória de curto prazo, a segunda a funções 
executivas e linguagem e a terceira à memória episódica, como também reconhecimento de 
provérbios (ALCHIERI, 2004). Estes construtos são avaliados a partir de um conjunto de 
sugestões de ações que o idoso deve realizar com as pedras do jogo de memória de 
provérbios, desta forma quanto menor o desempenho nas atividades maior a probabilidade de 
um quadro de Alzheimer. A principal limitação deste instrumento foi a interferência associada 
à idade e escolaridade, apesar disso, a aplicação do instrumento em sua construção e 
validação os idosos com critérios diagnósticos de Alzheimer apresentaram os piores 
desempenhos no TRDAP, portanto, verifica-se que o instrumento possui qualidade 
psicométrica. 
Instrumentos de Rastreios da Doença de Alzheimer através das atividades da vida 
diária também são úteis para diagnóstico de quadros demenciais, o Informant Questionnaire 
on Cognitive Decline in the Elderly (IQCODE) apresenta essa característica, o instrumento 
inicialmente era composto por 39 itens e posteriormente foi reduzido para uma versão mais 
curta com 26 itens, desde então diversas versões foram validadas em diversos países, 
incluindo no Brasil, onde foi adaptado para uma versão longa (26 itens; IQCODE-L) e curta 
(16 itens; IQCODE-S) (GORENSTEIN; WANG; HUNGERBÜHLER, 2015). Os 
questionários podem ser aplicados ao cuidador ou familiar, de preferência de estreito 
relacionamento há pelo menos 10 anos com o paciente para que as informações fornecidas 
sejam o mais próximo possível do estado do paciente com suspeita de demência. As duas 
versões em pesquisas mostraram resultados efetivos para rastrear comprometimento cognitivo 
leve em idosos de baixa escolaridade, porém o instrumento é sensível a alterações dos 
resultados pelo diagnóstico da depressão, sugerindo-se um ponto de corte para a versão 
reduzida de 3,22 para rastreio de comprometimento cognitivo leve em idosos com ausência de 
depressão, e 3,48 para demência independente de depressão (GRIGOLO CARRABBA, 
2015). Especificamente nesse caso, a Escala de Depressão Geriátrica (GDS) e o 
Epidemiologic Studies Depression Scale (CES-D) são instrumentos úteis para descartar a 
existência ou não de casos de depressão. 
 
 
 A avaliação baseada em informações fornecidas pelos cuidadores ou familiares e 
outra diretamente com paciente pode aumentar a sensibilidade e a especificidade dos 
instrumentos isolados, além disso são úteis quando o paciente não tem condições de realizar o 
teste por motivo de doença ou escolaridade, desta forma a avaliação indireta com cuidador ou 
familiar é uma ótima alternativa (GORENSTEIN, 2015). 
Entre os instrumentos que medem a capacidade do funcionamento do idoso para viver 
uma vida independente o Direct Assessment of Functional Status-Revised (DAFS-R) também 
apresentou bons resultados em sua tradução e adaptação para o contexto brasileiro, com boa 
sensibilidade para identificação do grau de comprometimento cognitivo leve (PEREIRA et 
al., 2010), com bons resultados em idosos com baixa escolaridade, além disso sensível para 
identificar pequenas alterações na capacidade do sujeito realizar atividades da vida diária 
permitindo o diagnóstico precoce. As suas limitações segundo o mesmo autor, são que nem 
todos os domínios funcionais necessários para o sujeito viver de forma independente são 
avaliados, tais como preparação de refeições, gerenciamento de medicamentos, segurança e 
mobilidade, desta forma sendo necessário o uso de outros instrumentos para complementar a 
avaliação, (DINIZ et al., 2008). 
Um instrumento que pode ser usado para contemplar esses domínios funcionais é o 
Questionário de Atividades Funcionais de Pfeffer (QAFP) para o diagnóstico de Alzheimer 
(PFEFFER, et al., 1982). O questionário é aplicado ao cuidador ou acompanhante onde o 
mesmo responde questões em uma escala de 0 a 3 sobre a capacidade do paciente 
desempenhar determinadas atividades, quanto maior o escore maior a dependência do sujeito. 
Sobre a sua funcionalidade pode ser evidenciada em pesquisas mais recentes realizada por 
Cecato (2015), onde foi possível evidenciar que o QAFP é capaz de diferenciar os idosos de 
grupo controle dos pacientes com DA. 
Outros instrumentos para avaliação de quadros de demência através dos declínio em 
atividades que antes o sujeito desempenha são o Cognitive Abilities Screening Instrument-
Short Form (CASI-S) sendo um dos instrumentos que apresenta resultados aceitáveis para 
serem utilizados na atenção primária (CORREIA, 2011), e o Alzheimer Disease (AD8) sendo 
um instrumento que tem como objetivo identificar alterações cognitivas em pacientes nos 
últimos anos dentro de 8 quesitos, ambos instrumentos são adequados para utilizar em casos 
de suspeita de doenças demenciais nos seus estágios iniciais (CÉSAR, 2014). 
 
 
De acordo com os dados apresentados percebesse que muitos instrumentos apresentam 
limitações que podem ser contornadas com utilização de outros instrumentos, desta forma é 
importante levar em consideração no processo do diagnóstico de Alzheimer os resultados da 
aplicação de outros instrumentos, assim como a avalição de exames complementares. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 Através desta pesquisa, notou-se a importância de enfatizar que nenhum diagnóstico 
das doenças demenciais deve ser confirmado isoladamente através da aplicação de apenas um 
instrumento, pois a busca em confirmar um diagnóstico necessita de um conjunto de 
informações por parte de diversos meios de investigação e científica. Este estudo favorece 
para o conhecimento dos principais instrumentos de triagempara que os profissionais possam 
realizar o diagnóstico de Alzheimer, pois como já foi mencionado anteriormente os testes de 
rateios geralmente são a porta de entrada para o diagnóstico, e são sensíveis na identificação 
de alteração cognitivas que ainda não são visíveis em exames de neuroimagem. Espera-se 
com esta pesquisa, contribuir com informações complementares sobre os testes de rastreios 
para que os profissionais possam fazer as escolhas adequadas dos testes de acordo com sua 
necessidade no processo de rastreio e diagnóstico da Doença de Alzheimer. 
 
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