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1- A evolução é uma alteração no perfil genético de uma população de indivíduos que vai tendo lugar através de sucessivos estados temporais (gerações). 2 - Porque há evidência da existência da evolução, que é a descoberta de organismos extintos em estratos geológicos antigos. Uma parte dos restos da biota que vivia em determinado período geológico no passado permanece incrustado, na forma de fósseis, nos estratos que se depositaram naquele período. Cada estrato anterior contém os ancestrais da biota fossilizada no estrato seguinte. Os fósseis encontrados nos estratos mais recentes são com frequência muito semelhantes a espécies ainda vivas ou, em alguns casos, quase idênticos. Quanto mais antigos os estratos em que um fóssil é encontrado - isto é, quanto mais distantes no tempo -, mais ele difere de espécimes vivos. Darwin argumentou que isso seria de se esperar se a fauna e a flora dos estratos mais antigos tivessem evoluído de maneira gradual até seus descendentes, encontrados nos estratos posteriores, que são mais recentes. Darwin descobriu o mecanismo pelo qual ocorrem modificações na descendência, responsáveis pela alteração evolutiva: a selecção natural. Em 1838, ocorreu-lhe a solução graças aos conhecimentos que adquirira dos criadores de animais, que conseguiam obter descendentes com características específicas (ovelhas com mais lã, vitelas com mais carne ou pombas de diferentes morfologias), seleccionando os adultos reprodutores que as possuíam. Darwin pensou que o equivalente, na natureza, a esta “selecção artificial”, realizada pelos criadores, seria a competição entre indivíduos, já que a capacidade reprodutiva das espécies é muito elevada, produzindo mais descendentes do que aqueles que, mais tarde, chegam a reproduzir-se. Isto implicaria que os indivíduos que conseguissem deixar descendência seriam aqueles que fossem portadores das características mais favoráveis e que os mesmos as passariam aos seus filhos. Deste modo, produzir-se-iam, de forma paulatina, nos descendentes modificações pela alteração nas populações, cada vez mais adaptadas ao seu meio ambiente. Darwin chegou rapidamente a essas conclusões, que constituem a base da sua Teoria da Evolução pela Selecção Natural. 3- O filósofo grego Aristóteles acreditava que o mundo existia desde sempre. Alguns filósofos afirmavam que este mundo eterno nunca havia mudado, que era constante; outros pensavam que o mundo passaria por diversos estágios (ou ciclos), mas sempre voltaria, mais cedo ao mais tarde, a um estágio anterior. Entretanto, esta crença em uma idade infinita do mundo nunca foi muito popular. A maioria dos homens parece sentir necessidade de explicar como tudo começou. 4_ A classificação dos organismos de acordo com o grau de similaridade é conhecida como hierarquia lineana, em homenagem ao naturalista sueco Carolus Linnaeus, ou apenas Lineu, que inventou o sistema de classificação binomial. Essa classificação agrupa organismos em táxons cada vez maiores, abrangendo por fim todos os animais e plantas. Começando com uma espécie emparticular, o gato, digamos, era possível construir toda essa hierarquia. Sabia-se que havia outras espécies de gatos muito semelhantes ao gato doméstico, que Lineu também colocou no gênero Felis. Esse grupo de gatos podia ser agrupado com o leão, o guepardo e outros gêneros para formar a família dos Felidae. Essa família de mamíferos semelhantes aos gatos podia ser agrupada com outros mamíferos predadores como os Canidae (semelhantes aos cães), Ursidae (ursos), Mustelidae (doninhas), Viverridae (almiscareiros) e grupos relacionados para constituir a ordem dosCarnivora. Da mesma forma, outros mamíferos podiam ser reunidos nas ordens dos Artiodactyla (cervos e aparentados), Perissodactyla (cavalos etc.), Rodentia (ratos etc.) e nas das baleias, morcegos, primatas, marsupiais e assim por diante para formar a classe Mammalia (mamíferos). Uma hierarquia semelhante existe para todos os outros tipos de animais, pássaros e insetos, assim como para as plantas. 5- O Lamarckismo baseia-se em vários princípios fundamentais. Por um lado, assegura que o meio ambiente está em constante mudança e que os seres vivos se adaptam a essas alterações. Por outro, sustenta que os seres vivos utilizam mais uns órgãos do que outros (uso e desuso), que os mais utilizados se desenvolvem e fortalecem, e que os menos utilizados se atrofiam, eventualmente até desaparecer. Por último, a teoria afirma que os caracteres adquiridos ou perdidos pelos seres vivos ao longo da sua vida se transmitem aos seus descendentes (hereditariedade dos caracteres adquiridos). 6- Lamarck foi, então, o primeiro cientista a propor uma Teoria da Evolução Biológica. Seus esforços, no sentido de explicar sua teoria, não tiveram maior sucesso principalmente porque dependiam de crenças convencionais na época, tais como a herança dos caracteres adquiridos que também foram utilizadas por Darwin na Hipótese da Pangênese. O grande mérito de Lamarck, no entanto, não pode ser encoberto por isso. Lamarck foi o primeiro a inferir que os organismos vivos passam por mudanças adaptativas. Hoje, o significado maior de Evolução Biológica está centrado justamente nas mudanças que levam à adaptação dos organismos. Lamarck também ficou reconhecido em razão de suas múltiplas contribuições para o conhecimento da Biologia, em especial para a Botânica e para a classificação dos invertebrados. 7- Darwin, propôs que o fascinante mundo dos seres vivos evoluíra de maneira gradual, por meio de processos naturais, a partir dos tipos mais simples de organismos, semelhantes a bactérias, e sustentou suas ideias apresentando uma sequência coerente para a evolução. Além disso, formulou uma teoria para explicar tal fenômeno: a teoria da seleção natural. Embora a ideia básica de que a evolução é responsável pela diversidade biológica tenha se tornado amplamente aceita quase que de imediato após 1859, aspectos mais específicos da evolução permaneceram controvertidos durante os oitenta anos seguintes. Nesse período, houve constantes discussões acerca das causas das mudanças evolutivas, da origem das espécies e se a evolução era um processo gradual ou descontínuo. A assim chamada Síntese Evolucionista de 1937-1947 trouxe amplo consenso, e a revolução da biologia molecular nos anos que se seguiram continuou a fortalecer o paradigma darwiniano e sua popularidade entre os biólogos. Embora diversas tentativastenhamsido feitas nesses anos para propor teorias alternativas, nenhuma foi bem-sucedida: todas foram refutadas. Cada vez mais, percebeu-se que o paradigma darwiniano era importante não apenas para explicar a evolução biológica, mas, de uma forma mais abrangente, para compreender nosso mundo como um todo e o homem em particular. 8- ANCESTRALIDADE: Darwin, em seu trabalho, mostrou evidências de que as espécies sofrem mudanças ao longo do tempo e que elas surgem por meio de uma sucessão de ancestrais. Ele utilizou a expressão “descendência com modificação” para explicar essa ideia. Segundo Darwin, as espécies apresentam, portanto, ancestrais comuns e sofrem modificações ao longo do tempo que levam ao surgimento de novas espécies com base nesses ancestrais.A ancestralidade comum pode ser demonstrada quando observamos, por exemplo, as características homólogas, que possuem semelhanças entre si, mesmo apresentando, algumas vezes, funções diferentes. Os membros anteriores dos mamíferos são exemplos de estruturas homólogas. Quando comparamos os membros dos seres humanos, dos cachorros, das baleias e dos morcegos, percebemos que, mesmo tendo diferentes funções, eles apresentam os mesmos elementos esqueléticos básicos. VARIABILIDADE: Observando as diferentes populações de indivíduos com reprodução sexuada, pode-se notar que não existe um indivíduo igual ao outro. Exceções a essa regra poderiam ser os gêmeos univitelínicos, mas mesmo eles não são absolutamente idênticos, apesar de o patrimônio genético inicial ser o mesmo. Isso porque podem ocorrer alterações somáticas devidas á ação do meio. A enorme diversidade de fenótipos em uma população é indicadora da variabilidade genética dessa população, podendo-se notar que esta é geralmente muito ampla. SELEÇÃO NATURAL E SEXUAL: Para propor o mecanismo de Seleção Natural, Darwin baseou-se na seleção artificial praticada pelos seres humanos, desde antigas eras, para aperfeiçoar animais e plantas aos mais diversos fins. Como procedem agricultores, criadores de animais, jardineiros e floricultores? Em A origem das espécies (2002), Darwin fala de um método para se aperfeiçoar uma característica. Quer seja a velocidade dos cavalos, o tamanho dos cereais, a quantidade de leite das vacas, as folhagens das verduras, a gordura dos porcos, o sabor das frutas ou a cor das flores, o selecionador humano escolhe para progenitores da próxima geração os indivíduos que já possuem as características que se quer aperfeiçoar. Se você quer potros velozes, cruze seus cavalos e suas éguas mais velozes. É claro que nem sempre tais métodos funcionam. É exemplar o caso da frustrada tentativa de se conseguir cães dálmatas com manchas cada vez mais arredondadas. O método de escolher para o cruzamento machos e fêmeas com as manchas mais arredondadas possíveis não redundou em filhotes com manchas mais regulares. 9 - A busca de evidências que confirmassem a teoria da evolução foi coroada com êxito por Wallace, no arquipélago Malaio. Vários casos indicavam que, de maneira muito geral, as distribuições disjuntas de espécies se devia à extinção de formas intermediárias. Assim, por exemplo, em relação aos lepidópteros2 do gênero Euploea, Wallace notou, desde sua chegada a Cingapura, que As Euploea aqui ocupam o lugar dos Heliconidae3 da Amazônia e se assemelham a elas exatamente em seus hábitos (Wallace, 1854a, p.4396). Ao resumir, posteriormente, a entomologia de Cingapura e Malaca, ele comparou vários grupos de mariposas da região Oriental com as da América, concluindo que As Euploea, apesar de serem muito belas, não podem competir com os estranhos Heliconidae, com os quais estão intimamente relacionados... (Wallace, 1854b, p.4637). Porém, Wallace necessitava de uma prova mais contundente para comprovar sua teoria. Essa prova surgiu em 1855, quando ele teve a possibilidade de descrever uma nova espécie de Ornithoptera4 totalmente distinta de todas as outras. O exemplar provinha do extremo noroeste de Bornéu, e Wallace chamou-a Ornithoptera brookiana: Este magnífico inseto é uma adição muito interessante ao gênero Ornithoptera. As espécies marcadas com verde até agora haviam sido encontradas no norte da Austrália, Nova Guiné e Molucas, e todas elas se assemelham tanto umas a outras em seu aspecto, que em sua maioria foram consideradas como variedades do Pipilio priamus de Linnaeus. Portanto, nossa nova espécie é notável por duas razões: primeiro, por oferecer um padrão de coloração completamente novo no gênero a que pertence; segundo, por ampliar a distribuição das Ornithoptera marcadas de verde até o extremo noroeste de Bornéu. Como nunca foi encontrada pelos naturalistas holandeses, que têm explorado a maior parte do sul e do sudoeste da ilha, esta espécie, provavelmente, está confinada à costa noroeste... (Wallace, 1855a, p.104-105) Para Wallace, esse achado era uma evidência a favor de sua teoria: uma distribuição tal das Ornithoptera com asas manchadas de verde era explicada admitindo-se uma forma hipotética que antes houvesse ocupado o resto de Bornéu; essa forma, que deve ter se extinguido depois da formação da O. brookiana, seria uma forma intermediária entre essa espécie e as formas relacionadas com O. priamus das ilhas do sudeste, isto se sua lei das modificações Evolucionismo darwinista? Contribuições de Alfred Russel Wallace à Teoria da Evolução Junho de 2014 169 graduais fosse válida. Finalmente, em 1855, Wallace decidiu publicar sua Lei que regula a introdução de novas espécies (1885b). 10 - As percepções de Wallace, acerca da diversidade e parentesco entre as espécies encontradas nas ilhas Galápagos, eram bem mais profundas e próximas de uma explicação que caminhava em direção a um entendimento da origem e diversidade das espécies do que as de Darwin, quando este discutiu o mesmo fenômeno. 11- Como conseqüência da redescoberta dos trabalhos de Mendel no início do século passado e o subseqüente nascimento da genética, um moderno entendimento da seleção natural foi desenvolvido. A síntese da teoria de Darwin com a Genética Mendeliana é denominada de neodarwinismo. A origem de variação em uma população é atribuída aos processos genéticos probabilísticos da mutação e da recombinação, enquanto que mudanças na freqüência das características ao longo do tempo são atribuídas à seleção natural, levando ao processo reprodutivo diferencial. Essa nova tese explica o que a teoria de Darwin não explicava (a herança das características e a origem de novas características) (Valotta e cols., 2000). 12 - A ideia de evolução das espécies está intimamente ligada à teoria da seleção natural proposta por Charles Darwin [3], na qual indivíduos com características favoráveis têm mais chances de sobreviver e reproduzir-se do que aqueles com características menos favoráveis. Dessa forma, características hereditárias favoráveis tornam-se mais comuns em gerações sucessivas de uma população, enquanto que as desfavoráveis tornam-se menos comuns. Um exemplo clássico de seleção natural é a evolução das baleias. É curioso imaginar um mamífero que vive na água e que precisa ir à superfície para respirar. Os ancestrais da baleia viviam na terra, e esses animais evoluíram para viverem em um ambiente marinho, provavelmente devido à abundância de alimentos nesse habitat. Para se adaptarem ao novo ambiente esses mamíferos passaram por mudanças notáveis, como por exemplo, seu nariz, que deixou de se localizar na face e foi para a parte superior da cabeça. A formação de uma nova espécie, a especiação, pode implicar na transformação completa de uma espécie em outra, como no caso das baleias, ou na divisão de uma espécie em outras. REFERENCIAS Mayr, Ernst, 1904-2005 M423q O que é a evolução/Ernst Mayr; tradução de Ronaldo Sergio de Biasi e Sergio Coutinho de Biasi. - Rio de Janeiro: Rocco, 2009. http://www.esalq.usp.br/lepse/imgs/conteudo_thumb/A-Evolu--o-de-Darwin.pdf CARNEIRO, Ana Paula Netto et al. A evolução biológica aos olhos de professores não-licenciados. 2004. Papavero, Nelson e Santos, Christian Fausto Moraes dosEvolucionismo darwinista? Contribuições de Alfred Russel Wallace à teoria da evolução. Revista Brasileira de História [online]. 2014, v. 34, n. 67 [Acessado 31 Maio 2021] , pp. 159-180. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0102-01882014000100008>. Epub 24 Jul 2014. ISSN 1806-9347. https://doi.org/10.1590/S0102-01882014000100008. http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/278393/1/Andrade_ElizabethMachadoBaptestini_D.pdf "A Teoria de Darwin" em Só Biologia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2021. Consultado em 31/05/2021 às 23:13. Disponível na Internet em https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Seresvivos/Ciencias/bioselecaonatural2.php https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/darwinismo.htm#:~:text=Ele%20utilizou%20a%20express%C3%A3o%20%E2%80%9Cdescend%C3%AAncia,esp%C3%A9cies%20com%20base%20nesses%20ancestrais. https://periodicos.ufmg.br/index.php/rbpec/article/download/4267/2832/13469
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