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Módulo de Sociologia - Professor Marcos Leandro

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MÓDULO DE SOCIOLOGIA 
 
Professor Marcos Leandro 
 
Sociologia 
 
 
Sumário 
 
 
 
Principais conceitos de Sociologia ........................................................................................................... 3 
 
Alguns dos principais pensadores do campo das Ciências Sociais................................. 79 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Módulo de Sociologia 
Professor: Marcos Leandro 
 
 3 aridesa.com.br 
PRINCIPAIS CONCEITOS DE SOCIOLOGIA 
ABANDONO DE PAPEL: Processo de desligamento de um papel central para a autoidenti-
dade a fim de estabelecer um novo papel e nova identidade. 
ABSOLUTISMO: Sistema de governo em que o poder dos governantes é quase absoluto. A 
mais conhecida forma de absolutismo é a das monarquias europeias dos séculos XVII e 
XVIII. Uma dessas monarquias absolutistas foi a do rei francês Luís XIV (1661-1715), co-
nhecido como "Rei Sol", que chegou a afirmar: "O Estado sou eu". Nas monarquias abso-
lutistas, o poder dos reis era limitado apenas pelos costumes (direito consuetudinário) e 
pelas leis divinas. 
AÇÃO (economia): Também conhecida como participações. Unidade de propriedade em 
uma companhia. Uma ação dá ao possuidor direito a dividendos e a votar nos planos da 
companhia. 
AÇÃO SOCIAL: De forma ampla, pode ser conceituada como todo esforço organizado, vi-
sando alterar as instituições estabelecidas. De forma particular, é conceituada pelos auto-
res que utilizam a abordagem da ação na análise sociológica da sociedade, sendo que os 
principais representantes são Max Weber e Talcott Parsons. Para Weber, a ação social 
seria a conduta humana, pública ou não, a que o agente atribui significado subjetivo; por-
tanto, é uma espécie de conduta que envolve significado para o próprio agente. Por sua 
vez, Parsons tem como ponto de partida a natureza da própria ação: toda a ação é dirigida 
para a consecução de objetivo. Um indivíduo (ator), esforçando-se por atingir determi-
nado objetivo, tem de possuir algumas ideias e informações sobre os “objetos” que são 
relevantes para a sua consecução, além de ter alguns sentimentos a respeito deles, no que 
concerne às suas necessidades; e, finalmente, tem de fazer escolhas. Outro aspecto é a 
necessidade de possuir certos padrões de avaliação e seleção. Todos esses elementos ou 
aspectos de motivação e avaliação podem tornar-se sociais por intermédio do processo 
de interação (veja INTERAÇÃO). Assim, a ação social é vista por Parsons como comporta-
mento que envolve orientação de valor e como conduta padronizada por normas culturais 
ou códigos sociais. 
AÇÃO AFIRMATIVA: Esforços positivos para recrutar membros dos grupos de minorias 
para empregos, promoções, oportunidades educacionais, na tentativa de reparar injusti-
ças sociais. 
ACEITAÇÃO SOCIAL: É o cumprimento por parte das pessoas de determinadas regras, nor-
mas e padrões de comportamento praticados pelo grupo social a que pertencem. Pode 
ser também o grau de prestígio social de uma pessoa na sociedade, ou seja, como ela é 
“aceita” pelos outros. 
 
 
 
 4 aridesa.com.br 
SOCIOLOGIA 
ACOMODAÇÃO: Processo social pelo qual uma pessoa ou um grupo de pessoas se ajustam 
a uma situação de conflito, sem que tenham sofrido transformações internas. É quando as 
partes chegam a um acordo temporário, mas as causas que deram origem ao conflito não 
estão resolvidas. 
ACULTURAÇÃO: Conjunto de mudanças que ocorrem na cultura de um grupo colocado 
em contato com outro de cultura diferente. A palavra é utilizada especialmente nos casos 
em que essas mudanças ocorrem na cultura de uma população dominada por imposição 
de seus dominadores, em virtude de uma conquista obtida por meio da violência. No Bra-
sil, desde a colonização, os índios vêm passando por processos de aculturação, pelos quais 
são levados a assimilar aspectos da cultura introduzida pelos europeus. 
ADAPTAÇÃO: Conjunto de modificações que uma pessoa, ou um grupo de pessoas, expe-
rimenta para se ajustar ao ambiente social. É também um processo biológico pelo qual o 
organismo se adapta ao meio físico. 
AGÊNCIA: Dentro da sociologia, ação individual independente ou livre-arbítrio. 
AGREGAÇÃO: Reunião de indivíduos em uma forma social mais ou menos estável; associ-
ação; agrupamento físico. 
AJUSTAMENTO SOCIAL: Processo social que tende a estabelecer relações de equilíbrio 
entre pessoas, entre grupos ou entre elementos de uma cultura. São processos de ajusta-
mento a aculturação, a acomodação, a assimilação e a socialização. 
ALDEIA GLOBAL: Uma noção associada ao escritor canadiano Marshall McLuhan, que viu 
a expansão da comunicação eletrônica como algo que junta o mundo numa pequena co-
munidade. Deste modo, as pessoas, em partes muito diferentes do mundo, seguem as 
mesmas notícias através da televisão. 
ALIENAÇÃO: Situação caracterizada por algum tipo de separação ou fragmentação. Em 
Psicologia, a expressão é utilizada como sinônimo de perda da identidade individual, que 
se manifesta na separação entre o indivíduo e a realidade. Em Sociologia, o conceito de 
alienação foi estudado particularmente por Karl Marx. Segundo este, no sistema capita-
lista o trabalhador se separa do objeto que ajudou a fabricar. Esse objeto se transforma 
em mercadoria e, uma vez no mercado, passa a dominar o trabalhador. Dessa forma, este 
se aliena daquilo que produziu. A alienação surge, assim, em um determinado momento 
do processo de desenvolvimento histórico das sociedades humanas. Ela se manifesta tam-
bém sob a forma de perda de consciência e de afastamento do ser humano das atividades 
comunitárias para encerrar-se em si mesmo, abandonando a ação política. 
 
 
 
 5 aridesa.com.br 
SOCIOLOGIA 
ALTERIDADE: O conceito de alteridade refere-se ao processo de interação e socialização 
humana no convívio entre o “eu” e o “outro”. Essa interação entre o “eu”, interior e par-
ticular a cada um, e o “outro”, o além de mim, é o que denominamos de alteridade. Esse 
conceito parte do pressuposto de que todo indivíduo social é interdependente dos demais 
sujeitos de seu contexto social, isto é, o mundo individual só existe diante do contraste 
com o mundo do outro. 
AMALGAMAÇÃO: O processo pelo qual um grupo de maioria e um grupo de minoria com-
binam para formar um novo grupo. 
ANACRONISMO: O equívoco de se comparar elementos sociais de padrões e contextos 
históricos diferenciados. Uso acrítico, para determinada situação histórica, de um conceito 
que somente se ajusta bem à análise de outra época. 
ANARQUIA: Ausência de Estado. Para os adeptos do anarquismo (veja a seguir), a anarquia 
é um objetivo a ser alcançado, uma situação ideal na qual o Estado e a divisão da sociedade 
em classes antagônicas deixam de existir. Para os grupos conservadores, anarquia é sinô-
nimo de desordem e confusão na sociedade. Foi com este último sentido que a palavra se 
incorporou ao vocabulário cotidiano. 
ANARQUISMO: Doutrina que preconiza a criação de uma sociedade sem classes e sem 
qualquer tipo de Estado e na qual os indivíduos viveriam livremente. A sociedade anár-
quica (ou anarquista) se realizaria por meio de um elevado nível de consciência social de 
todos os indivíduos, já que o anarquismo, como doutrina, não significa a desorganização 
total da sociedade. O anarquismo é uma corrente de pensamento, uma teoria e ideologia 
política que não acredita em nenhuma forma de dominação – inclusive a do Estado sobre 
a população – ou de hierarquia e prega a cultura da autogestão e da coletividade. Sua ideia 
principal é a horizontalidade: um território em que não exista Estado nem hierarquia e em 
que a população faça a autogestão da vida coletiva. O anarquismo critica principalmente 
exploração econômica do sistema capitalista e o que chama de dominação político-buro-
crática e da coação física do Estado. Alguns dos valores defendidos pelos anarquistas são: 
liberdade individual e coletiva, para o desenvolvimentode pensamento crítico e todas as 
capacidades individuais das pessoas; igualdade – em termos econômicos, políticos e soci-
ais, valor que inclui questões de gênero e raça; solidariedade – a teoria anarquista só tem 
sentido se há entre as pessoas apoio mútuo, com colaboração e espírito de coletividade. 
ANCIEN RÉGIME: Expressão francesa que significa “antigo regime”. Foi criada durante a 
Revolução Francesa de 1789 para designar o regime político anterior, o absolutismo mo-
nárquico, derrubado por aquela revolução. 
 
 
 
 6 aridesa.com.br 
SOCIOLOGIA 
ANIMISMO: É uma forma de religião baseada na crença de que espíritos habitam seres 
vivos e objetos sem vida, tais como árvores, rochas, nuvens, ventos ou animais. Os Mbuti 
da África, por exemplo, consideram a floresta como a fonte sagrada da morte e da vida. 
As religiões animistas incluem frequentemente xamãs, figuras carismáticas que se acredita 
que possam comunicar-se com espíritos e influenciá-los. Os xamãs adquirem seu status 
especial em uma grande variedade de maneiras, incluindo experiências religiosas de êx-
tase, tais como sonhos ou visões inspiradoras, ou porque possuem características pessoais 
que são definidas culturalmente como tendo significação religiosa, como certas deformi-
dades. 
ANOMIA: Etimologicamente, anomia significa ausência de regras ou de leis. Em Sociologia, 
designa situações nas quais muitas pessoas violam as normas geralmente aceitas pelo 
grupo e se comportam de forma anômala, em claro desrespeito à conduta considerada 
“normal” pela sociedade. Trata-se de um estado de desorganização que pode atingir uma 
pessoa ou um grupo inteiro. A anomia é uma situação social em que falta coesão e ordem, 
especialmente no tocante a normas e valores. Se normas são definidas de forma ambígua, 
por exemplo, ou são implementadas de maneira casual ou arbitrária; se uma calamidade 
como a guerra subverte o padrão habitual da vida social e cria uma situação em que se 
torna obscuro quais normas têm aplicação; ou se um sistema é organizado de uma forma 
que promove o isolamento e a autonomia do indivíduo a ponto de as pessoas se identifi-
carem muito mais com seus próprios interesses do que com os do grupo ou da comuni-
dade como um todo – o resultado poderá ser a anomia, ou “falta de normas”. Émile 
Durkheim formulou o conceito de anomia como parte da explicação dos padrões de suicí-
dio na Europa do século XIX. Argumentou que as taxas de suicídio eram mais altas entre 
protestantes do que entre católicos porque a cultura protestante atribuía um valor muito 
mais alto à autonomia e à autossuficiência individual e, por conseguinte, tornava menos 
provável que pessoas desenvolvessem os tipos de laços comunais estreitos que poderiam 
sustentá-las em ocasiões de crise emocional. Essa situação, por outro lado, tornava-as 
mais suscetíveis ao suicídio. O conceito de anomia também foi aplicado ao estudo dos 
desvios. Durante calamidades naturais e guerras, por exemplo, não é raro que pessoas 
infrinjam leis – como, por exemplo, roubando – que nunca pensariam em transgredir em 
tempos “normais”. Esse fato resulta em perda de coesão social e de clareza normativa na 
comunidade ou em toda a sociedade. Embora a anomia seja muitas vezes usada para des-
crever a condição psicológica de um indivíduo, sociologicamente ela descreve uma condi-
ção em sistemas sociais como um todo. O que Durkheim descreveu como suicídio anômico 
era um padrão de comportamento que constituía resultado de condições sociais anômicas 
– em outras palavras, características culturais e estruturais de sistemas sociais que produ-
ziam baixa coesão e um consequente senso fraco de apego dos membros às suas comuni-
dades. 
 
 
 
 7 aridesa.com.br 
SOCIOLOGIA 
ANTISSEMITISMO: É o ódio generalizado ao povo judeu, que culminou num dos maiores 
genocídios já registrado na história, o Holocausto. Ocorreu durante a Segunda Guerra 
Mundial, em função do nazismo na Alemanha. 
ANTROPOCENTRISMO: Doutrina segundo a qual o ser humano é o centro do universo. 
ANTROPOLOGIA: Ciência social que estuda as manifestações culturais dos grupos huma-
nos, assim como a origem e a evolução das culturas. São objeto de estudo da Antropologia 
a organização familiar, as religiões, a magia, os ritos de iniciação dos jovens, o casamento 
etc. A palavra antropologia – do grego antropos, homem, e logia, estudo – significa, eti-
mologicamente, ciência do homem. Divide-se em Antropologia Física, Antropologia Cultu-
ral e Antropologia Filosófica. 
APARTHEID: Regime segregacionista imposto pelo governo de minoria branca da África do 
Sul durante o período de 1948 a 1991. Esse regime estabelecia uma série de restrições à 
população de maioria negra em relação ao trabalho, à moradia, ao convívio social e ao 
casamento. 
ÁREA CULTURAL: É a região em que predominam determinados complexos culturais, de-
terminados padrões de cultura, que lhe conferem características próprias, diferenciando-a 
das demais. 
ARGOT: “Jargão”, gíria, linguagem especializada empregada pelos membros de um grupo 
ou subcultura. 
ARISTOCRACIA: Sistema político em que o governo é exercido por poucas pessoas, geral-
mente da nobreza, classe social cujos privilégios são transmitidos hereditariamente. A pa-
lavra também é usada como sinônimo de nobreza. 
ARRAIGADO: Diz-se de algo que está enraizado, consolidado. Costumes arraigados, por 
exemplo, são costumes consagrados pela tradição e praticados por sucessivas gerações. 
ASCENSÃO SOCIAL: É quando o indivíduo melhora sua posição no sistema de estratifica-
ção social, passando a integrar um grupo de situação superior à de seu grupo anterior. 
ASSIMILAÇÃO: Processo social que dá solução definitiva e tranquila a um conflito social. É 
pela assimilação que se suspendem os conflitos. Trata-se de um processo de ajustamento 
pelo qual indivíduos ou grupos diferentes tornam-se mais semelhantes. Difere da acomo-
dação na medida em que implica modificações internas no indivíduo ou no grupo, sendo 
estas geralmente inconscientes e involuntárias. É uma forma interiorizada de solução de 
um conflito. 
 
 
 
 8 aridesa.com.br 
SOCIOLOGIA 
ASSOCIAÇÃO: Forma básica de integração social. É o conjunto de ações recíprocas, por 
meio das quais os indivíduos estabelecem relações duradouras e se associam, aproxi-
mando-se uns dos outros e estabelecendo laços entre si. 
AURA: Segundo Walter Benjamin, a aura é uma figura simbólica que se projeta no espaço- 
-tempo. Esta forma simbólica corresponde ao valor da obra de arte. A modernidade e a 
sua reprodução mecânica produziram uma ruptura nesta forma simbólica. Essa ruptura 
produziu uma necessidade da posse do objeto e implicou alterações nas suas formas de 
reprodução e a construção da sua imagem simbólica. As formas de reprodução implicam 
que o objeto de arte passa a ser transitório e é repetível. Por outro lado, a sua imagem, 
nos diferentes objetos reproduzidos, passa a ser uma unidade, e são duráveis. A destruição 
da aura, o objeto de arte, pela sua reprodução mecânica, para além de afetar a sua auten-
ticidade, retira esse objeto do seu invólucro e transforma-o em mercadoria. A arte, como 
mercadoria, passa então a constituir-se como um valor de culto que necessita de se exibir 
de forma constante e renovada no tempo. 
AUTARQUIA: As autarquias são criadas por meio de lei e prestam serviços à população de 
forma descentralizada, nas mais diferentes áreas. A administração indireta, onde encon-
tramos as autarquias, é formada pelo conjunto de pessoas jurídicas vinculadas à adminis-
tração direta (governo) dotadas de personalidade jurídica própria, possuindo competência 
para o exercício de atividades administrativas com autonomia. Um exemplo de autarquia 
são as universidades federais; outra é o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). 
AUTOCRACIA: Uma autocracia é um Estado governado por um único líder, tal como um 
ditador. Nas sociedades agrárias, a liderança autocrática assumiu, ao longo da história, a 
forma de famíliasreais que governavam por direito tradicional. No século XX, o governo 
autocrático tem se baseado mais em liderança carismática e controle do aparelho político 
e militar do Estado, como aconteceu na Alemanha nazista sob Hitler, na União Soviética 
sob Stalin, na Nicarágua sob Somoza, e no Iraque sob Saddam Hussein. Uma vez que tende 
a depender fortemente da capacidade de coagir a população à submissão, a autocracia 
costuma também ser uma forma relativamente instável de governo, especialmente vulne-
rável a golpes de estado e revolução. 
AUTOGESTÃO: Em sentido restrito, a autogestão é a gestão das empresas por aqueles que 
nelas trabalham; em sentido amplo, é um modelo que, opondo-se ao modelo leninista de 
um socialismo “estatal”, “burocrático”, “autoritário”, define uma gestão descentralizada 
da sociedade e da sua economia socializada. A autogestão confunde-se, então, com o “fe-
deralismo” de Proudhon, que via nela um regime “que permite suprimir o entrave consti-
tuído pela propriedade sem cair nas contradições da comunidade”. 
 
 
 
 9 aridesa.com.br 
SOCIOLOGIA 
AUTOMAÇÃO: É a introdução da robótica e de sistemas de computadores para a realiza-
ção de tarefas repetitivas antes desempenhadas por trabalhadores. Pode ocorrer em qual-
quer setor da economia de uma sociedade. Também chamada de automatização. 
AUTORIDADE: Em um plano abstrato, é a capacidade de uma pessoa se fazer obedecer 
por outras sem precisar apelar para a força física. Do ponto de vista político, é a pessoa, 
ou o grupo, que detém a prerrogativa de mandar e se fazer obedecer. Pode ser também o 
representante do poder público que tem por finalidade fazer respeitar as normas e leis de 
um Estado ou de uma comunidade. 
AUTORITARISMO: É um método de fazer política no qual o governo é usado para controlar 
a vida de indivíduos em vez de estar submetido a controle democrático pelos cidadãos. 
Uma vez que a verdadeira democracia é muito rara, a maioria dos governos é, até certo 
ponto, autoritária e, por conseguinte, problemática para os governantes. A forma mais 
extrema de autoritarismo é o totalitarismo, um sistema político concebido para obter con-
trole completo da vida interior e exterior do indivíduo. Trata-se, no entanto, de um obje-
tivo extremamente difícil de atingir, se não impossível, que raras vezes foi implementado 
por tempo muito longo, exceto em obras notáveis de ficção, tal como o aterrador romance 
1984, de George Orwell. Até mesmo as sociedades mais autoritárias, tais como a Alema-
nha nazista e a União Soviética sob Stalin, fracassaram quando tentaram controlar a mai-
oria dos aspectos da vida privada das pessoas ou reprimir a dissidência e a subversão. 
BABY BOOM: É uma expressão que se refere ao período que se seguiu à guerra de 1939-45, 
quando as taxas de natalidade cresceram rapidamente na América do Norte, Austrália, Nova 
Zelândia e partes da Europa Ocidental. A explosão de nascimentos terminou em princípios 
da década de 1960 e foi seguida, na década de 1970, por uma queda na fecundidade. O baby 
boom se deveu principalmente ao inesperado “emparelhamento” da fecundidade, que so-
frera um retardo com o grande número de homens convocados para o serviço militar du-
rante a guerra, mas também devido a um aumento modesto no tamanho da família. 
BARREIRA SOCIAL: É todo traço cultural capaz de dificultar ou impedir mudanças na soci-
edade ou a ascensão social de um grupo, bloqueando, assim, a mobilidade social vertical. 
A barreira social se verifica por meio de obstáculos e resistências. Obstáculos são barreiras 
oriundas da própria estrutura social, que dificultam ou impedem a mobilidade social. Re-
sistências são atuações conscientes e deliberadas para impedir a mudança social. 
BENS: São todas as coisas palpáveis, concretas, produzidas (ou retiradas da natureza) por 
meio do trabalho para satisfazer necessidades humanas. 
 
 
 
 
 10 aridesa.com.br 
SOCIOLOGIA 
BODE EXPIATÓRIO: É um indivíduo, grupo ou categoria de pessoas usados como objeto 
de culpa no sistema social. Essa figura fornece um mecanismo para dar vazão à raiva, à 
frustração, ao ressentimento, ao medo e outras emoções que, de outra forma, seriam ex-
pressadas de maneiras que danificariam a coesão social, contestariam o status quo ou ata-
cariam os grupos dominantes e seus interesses. Imigrantes e minorias, por exemplo, são 
muitas vezes usados como bodes expiatórios durante épocas de dificuldades econômicas 
e considerados causa de desemprego e de outros problemas sociais. Como resultado, cer-
tos aspectos de sistemas sociais que geram crises econômicas, tais como a competição e 
a exploração capitalista, são ocultados do público e de possível crítica. 
BOLCHEVISMO: Doutrina política defendida por socialistas revolucionários russos no co-
meço século XX e que preconizava a tomada do poder por meio de uma insurreição ar-
mada. Seu principal líder era Vladimir Ilitch Lenin. Essa doutrina tinha por instrumento o 
Partido Bolchevique, que liderou a Revolução Russa de outubro de 1917. 
BURGUESIA: Classe social que surgiu na Europa ocidental com o advento do capitalismo 
comercial, no período final da Idade Média. Atualmente, o termo é utilizado para designar 
empresários, banqueiros e outros capitalistas (grande burguesia). É a classe social propri-
etária dos meios de produção e que emprega trabalhadores assalariados. 
BUROCRACIA: Organização com cargos hierarquizados, delimitados por normas, com área 
específica de competência e de autoridade, dotados tanto de poder de coerção quanto da 
limitação desta, onde a obediência é devida ao cargo e não à pessoa que o ocupa; as rela-
ções devem ser formais e impessoais, sem apropriação do cargo que, para ser preenchido, 
exige competência específica; todos os atos administrativos e decisões têm de ser formu-
lados por escrito. 
CAMPO (Bourdieu): É sempre um campo de forças, onde os agentes sociais estão dispos-
tos em diferentes posições, cada qual com suas estratégias para tentar dominar o campo 
ou conseguir seus troféus específicos. É interessante entender que não há determinismo 
nenhum: as tomadas de posições, os movimentos e as ações de cada agente, são previstas 
probabilisticamente. Investigar um campo é prezar, sobretudo, pela empiria, pela pes-
quisa de campo, pela coleta de dados. 
CARISMA: Conjunto de qualidades excepcionais atribuídas a um líder. A liderança caris-
mática é aquela que se baseia em certos dons, reais ou imaginários, atribuídos ao líder. 
CAPITAL: No linguajar comum, capital é tudo aquilo que pode ser usado para gerar renda ou 
produzir riqueza, incluindo dinheiro emprestado a juros, ferramentas e maquinaria utilizadas 
para fabricar produtos e o tempo do trabalhador, vendido por salário. Esse significado amplo, 
 
 
 
 11 aridesa.com.br 
SOCIOLOGIA 
contudo, é pouco útil para fins analíticos, em parte porque inclui tanta coisa que nunca pode-
mos ter certeza do que a palavra está aludindo em um caso particular. Mais importante ainda, 
se capital é usado para referir-se a qualquer coisa que gere riqueza ou renda, não fica muito 
claro o que se deve entender por capitalismo como sistema econômico, uma vez que riqueza 
e renda são produzidos em quase todos os sistemas econômicos, sejam eles capitalistas ou 
não. Uma definição alternativa é fornecida pelo ponto de vista marxista, que utiliza o conceito 
de capital para descrever não como alguma coisa é usada para produzir riqueza, mas o tipo de 
sistema econômico utilizado. Nesse particular, capital refere-se a alguns meios de produção – 
como maquinaria e ferramentas – usados por trabalhadores que nem os possuem, nem con-
trolam, mas que com eles produzem riqueza em troca de salário. Quando uma máquina é de 
propriedade e operada pela mesma pessoa, ela constitui um meio de produção, mas não capi-
tal, porque as relações sociais através das quais é usada, possuída e controlada são uma única 
e mesma coisa. Se o indivíduo que possui a máquina passa a contratar trabalhadores que a 
usam paraproduzir bens em troca de salário, então a máquina se transforma em capital atra-
vés da criação de um novo conjunto de relações sociais. Essa maneira de encarar o capital o 
define como um fenômeno basicamente social, que tanto deriva como reflete as relações so-
ciais através das quais ocorre a atividade econômica. 
CAPITAL CULTURAL: De acordo com o sociólogo francês Pierre Bourdieu, o capital cultural 
consiste de ideias e conhecimentos que pessoas usam quando participam da vida social. 
Tudo, de regras de etiqueta à capacidade de falar e escrever bem, pode ser considerado 
capital cultural. Bourdieu estava particularmente interessado na distribuição desigual do 
capital cultural em sociedades estratificadas e na maneira como essa desigualdade despri-
vilegia as pessoas. Esse fato é verdadeiro sobretudo em escolas e profissões, onde a igno-
rância do que as classes dominantes definem como conhecimento tácito torna muito difícil 
a membros de grupos marginais ou subordinados competir com sucesso. Imigrantes étni-
cos, por exemplo, frequentemente têm desempenho medíocre nas escolas porque care-
cem do importante capital cultural requerido pela nova sociedade onde vivem. Bourdieu 
referiu-se a essa carência como privação cultural. 
CAPITALISMO: O capitalismo é um sistema econômico surgido na Europa nos séculos XVI 
e XVII. Do ponto de vista desenvolvido por Karl Marx, o capitalismo é organizado em torno 
do conceito de capital e da propriedade e controle dos meios de produção por indivíduos 
que empregam trabalhadores para produzir bens e serviços em troca de salário. Como 
fundamental ao capitalismo como sistema social, há um conjunto de três relações entre 
1) trabalhadores; 2) meios de produção (fábricas, máquinas, ferramentas, e assim por di-
ante); e 3) os que possuem ou controlam esses meios. Os membros da classe capitalista 
os possuem ou controlam, mas não os usam concretamente para produzir riqueza; os 
membros da classe trabalhadora nem os possuem, nem controlam, mas os usam para pro-
duzir; e a classe capitalista emprega a classe trabalhadora, comprando força de trabalho 
(tempo) em troca de salários. A definição mais comum de capitalismo – simplesmente a 
 
 
 
 12 aridesa.com.br 
SOCIOLOGIA 
posse privada dos meios de produção – ignora o fato de que indivíduos vinham produzindo 
bens há milhares de anos com ferramentas próprias, muito antes do aparecimento do ca-
pitalismo. Sob o capitalismo, portanto, a posse dos meios de produção não é simples-
mente privada; é também exclusiva e fornece base à classe social e à exploração no inte-
resse do lucro e da acumulação de ainda mais meios de produção. Como tal, a identifica-
ção costumeira de capitalismo com “livre iniciativa” induz, de certa maneira, ao erro, pois 
a tríade de relações entre meios de produção, trabalhadores e capitalistas não é condição 
necessária para a livre iniciativa e, de várias formas, pode prejudicá-la. Uma vez que a 
concorrência ameaça o sucesso de toda empresa capitalista (por mais que ela possa con-
tribuir para o sistema como um todo), as empresas geralmente a enfrentam tentando au-
mentar seu controle sobre o trabalho, a produção e os mercados, com o resultado de que 
a economia se torna cada vez mais dominada por um número relativamente pequeno de 
grandes empresas. Neste sentido, o exercício efetivo de liberdade no capitalismo de livre 
mercado torna-se possível apenas em níveis cada vez mais vastos de organização social. À 
medida que milhares de pequenas empresas concorrentes são substituídas por enormes 
conglomerados (muitos deles transnacionais), assim, também, a liberdade da “livre inicia-
tiva” é exercida por um número cada vez menor de atores econômicos. A ideia de livre 
mercado está provavelmente associada de forma mais correta ao que poderia ser deno-
minado de “capitalismo primitivo”, aquele período anterior à revolução industrial, quando 
o capitalismo adotou a forma de busca de lucros por meio da compra e venda de bens. Os 
precursores do capitalismo moderno não possuíam nem controlavam pessoalmente os 
meios de produção, embora, como mercadores, obtivessem lucros aproveitando as con-
dições de mercado, tais como comprando e transportando bens para venda em locais 
onde não existiam. Os mercadores contribuíram para a emergência do capitalismo ao de-
senvolver a ideia do lucro, do uso de bens como veículos para transformar dinheiro em 
mais dinheiro. Só mais tarde é que o capitalismo surgiu como sistema, cuja principal base 
de poder e lucro era o controle sobre o próprio processo de produção. Na forma avançada 
que assumiu em sociedades industrializadas capitalistas modernas, afastou-se do capita-
lismo competitivo, que implicava um conjunto de empresas relativamente pequenas, evo-
luindo para o que Marx chamou de capitalismo monopolista (ou avançado). Nessa forma, 
empresas se fundem e formam centros globais cada vez maiores de poder econômico, 
com potencial para rivalizar com nações-estado em sua influência sobre os recursos e a 
produção e, através deles, sobre as condições em que a vida social ocorre, no seu sentido 
mais amplo. À medida que as tensões e contradições no sistema se tornam mais severas, 
governos intervêm com uma frequência e rigor cada vez maiores para controlar mercados, 
finanças, trabalho e outros interesses capitalistas. Marx considerava essa situação como o 
estágio final que levaria à revolução socialista. 
CASTA SOCIAL: Grupo social fechado, endógamo, cujos membros seguem tradicional-
mente uma determinada profissão herdada do pai. É uma forma de estratificação social 
rígida, geralmente de fundo religioso. 
 
 
 
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SOCIOLOGIA 
CATEGORIAS: Pluralidade de pessoas que são consideradas como uma unidade social pelo 
fato de serem efetivamente semelhantes em um ou mais aspectos (Fichter). Não há ne-
cessidade de proximidade ou contato mútuo para que as pessoas pertençam a uma cate-
goria social. 
CENTRO URBANO: É o termo moderno para o conceito de zona de transição, de Ernest 
Burgess, inicialmente introduzido em sua teoria de zona concêntrica de desenvolvimento 
urbano. Burgess argumentava que à medida que as cidades crescem suas áreas centrais 
são crescentemente reservadas a empresas, hotéis, bancos e outros usos que tendem a 
romper o senso de comunidade entre os que nelas vivem. Esse fato deflagra um processo 
social por meio do qual essas áreas se transformam em zonas de transição. Carecendo de 
base para uma comunidade forte, os centros urbanos tendem a se tornar pontos de en-
trada para migrantes relativamente pobres que chegam em busca de trabalho. Eles se 
amontoam em habitações de baixo padrão e, à medida que a pobreza se espalha e as 
condições sociais se agravam, proliferam o crime e outros problemas sociais, o que leva 
os residentes prósperos a fugir para os subúrbios. Essa situação gera uma espiral descen-
dente de receita fiscal em queda, pobreza, escolas decadentes e fuga para os subúrbios, 
com exceção dos mais ricos e dos mais pobres, comum à classe média e uma classe de 
trabalhadores qualificados cada vez menores. O modelo de Burgess tem sido criticado por 
ter dado pouca atenção às fontes de coesão nas áreas de centros de cidade, especialmente 
no nível de bairros. Conceitos como centro urbano e zona de transição são sociologica-
mente importantes porque chamam a atenção para a maneira como a geografia e os usos 
do espaço desempenham um papel importante na criação e perpetuação de padrões so-
ciais, como a desigualdade. 
CIBERCULTURA: Novo tipo de cultura, nascido da combinação entre a sociabilidade na 
chamada "comunidade interativa" pós-moderna e os avanços da microeletrônica. 
CIBERESPAÇO: Expressão que designa o espaço virtual criado pela internet para a “nave-
gação”, o conhecimento e a comunicação. Esse espaço virtual é formado pelo conjunto de 
usuários conectados à rede mundial de computadores e abarca as chamadas “comunida-
des virtuais” ou eletrônicas. 
CHEFE DE ESTADO: Pode ser considerado o representantepúblico mais elevado de um 
Estado-nação. Ele tem um papel representativo que excede a própria população e perso-
nifica os ideais e longevidade do Estado. Ele serve como um símbolo da legitimidade e da 
força de um país. Como incorporação do espírito de uma nação, o Chefe de Estado nor-
malmente é alguém que representa, seja pela sua hereditariedade, seja pela sua força, 
seja por eleição, o poder de um povo. Por isso, em muitos países, inclusive europeus, ele 
está fundamentado na família real e o rei ou a rainha detém o título de Chefe de Estado. 
Dentro das funções e responsabilidades do Chefe de Estado, estão diversos compromissos 
 
 
 
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SOCIOLOGIA 
simbólicos, como condecorar heróis de guerra, receber Chefes de Estado estrangeiros e 
suas delegações em seu país, ir em caráter oficial para outros países representar a vontade 
da sua nação, manter diálogos abertos com líderes nacionais e internacionais e participar 
de inaugurações, eventos especiais (esportivos, artísticos etc.). Junto com o papel simbó-
lico, o Chefe de Estado assume poderes executivos e políticos também. Em muitos países, 
ele exerce um papel diplomático importante, podendo assinar e ratificar tratados interna-
cionais, como se fosse um ministro de relações exteriores. 
CHEFE DE GOVERNO: Ao Chefe de Governo cabe a liderança e a formulação de políticas 
públicas, econômicas e sociais, manutenção do funcionamento dos poderes Executivo e 
Legislativo, diálogo entre os partidos, atores institucionais, Chefe de Estado e população. 
Em termos gerais, o Chefe de Governo é a figura principal da política do país e o principal 
articulador das vontades da população. Em regimes parlamentaristas, o Chefe de Governo 
também é o chefe do Legislativo, enquanto em regimes presidencialistas, como o brasi-
leiro, as casas do Congresso (Senado Federal e Câmara dos Deputados) elegem seus pró-
prios líderes, ou seja, o poder atribuído ao Chefe de Governo também é diverso, depen-
dendo da nação e de seu sistema político. 
CHOQUE CULTURAL: Sensação de surpresa e desorientação que as pessoas experimentam 
quando encontram práticas culturais diferentes das suas. 
CIDADÃO E CIDADANIA: Da forma desenvolvida por Thomas H. Marshall, cidadania é uma 
situação social que inclui três tipos distintos de direitos, especialmente em relação ao ES-
TADO: 1) direitos civis, que incluem o direito de livre expressão, de ser informado sobre o 
que está acontecendo, de reunir-se, organizar-se, locomover-se sem restrição indevida e re-
ceber igual tratamento perante a lei; 2) direitos políticos, que incluem o direito de votar e 
disputar cargos em eleições livres; e 3) direitos socioeconômicos, que incluem o direito ao 
bem-estar e à segurança social, a sindicalizar-se e participar de negociações coletivas com 
empregadores e mesmo o de ter um emprego. Uma questão sociológica fundamental sobre 
cidadania é de que forma os vários grupos são dela incluídos e excluídos – como na negação 
do voto às mulheres na Grã-Bretanha e Estados Unidos até bem recentemente neste século 
ou na proibição de sindicalização aos trabalhadores durante grande parte do início da histó-
ria do capitalismo – e como essas situações afetam a desigualdade social. Marshall argumen-
tou, por exemplo, que a concessão da cidadania plena aos trabalhadores desprivilegiou-os 
até certo ponto: enquanto se sentirem excluídos, os trabalhadores têm maior probabilidade 
de se organizarem em oposição ao sistema. Na medida em que se sentem mais incluídos, 
tendem também a aceitar a legitimidade do próprio sistema sob o qual são explorados como 
trabalhadores e, por conseguinte, menor a probabilidade de que se rebelem contra este. 
Note-se, por exemplo, que os direitos de cidadania nas sociedades capitalistas não incluem 
igual controle dos meios de produção. 
 
 
 
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SOCIOLOGIA 
CIDADE: É um aglomerado permanente, relativamente grande e denso, de indivíduos so-
cialmente heterogêneos (Wirth). 
CIÊNCIA: O corpo de conhecimentos obtido por métodos baseados na observação siste-
mática. 
CIÊNCIAS NATURAIS: O estudo das características físicas da natureza e das maneiras pelas 
quais elas interagem e mudam. 
CIÊNCIAS SOCIAIS: O estudo das características sociais dos seres humanos e das formas 
pelas quais eles interagem e mudam. 
CIVILIZAÇÃO: Grau de cultura bastante avançado no qual se desenvolvem bem as Artes e 
as Ciências, assim como a vida política (Winick). Características essenciais da civilização: 
as hierarquias sociais internas, a especialização, as cidades e as grandes populações, o 
crescimento das matemáticas e a escrita (Childo). 
CLÃ: Grupo de parentes baseado numa regra de descendência, geralmente medida tanto 
pela linha masculina quanto pela linha feminina (parentesco através de um dos pais) e 
numa regra de residência (mesma localidade). Os membros do clã traçam a sua linha de 
ascendência a partir de um antepassado original, que pode existir somente no passado 
mitológico: um animal, um ser humano, um espírito ou uma característica da paisagem. 
CLASSE SOCIAL: Um dos conceitos mais importantes no estudo da estratificação, é uma 
distinção e uma divisão social que resultam da distribuição desigual de vantagens e recur-
sos, tais como riqueza, poder e prestígio. Sociólogos definem classe social principalmente 
na base de como essas divisões são identificadas. Karl Marx argumentava que as divisões 
de classe se baseiam em diferenças nas relações entre indivíduos e processo de produção, 
em especial na propriedade e no controle dos meios de produção (tais como maquinaria, 
terra e fábricas). Sob o capitalismo, esses meios são possuídos e controlados por uma 
única classe – a classe burguesa, ou capitalista –, cujos membros, porém, não os usam 
concretamente a fim de produzir riqueza. Em vez disso, esse trabalho é feito por membros 
da classe operária ou proletariado, que produz riqueza, mas nem possui, nem controla os 
meios de produção. Uma vez que os próprios capitalistas tampouco produzem riqueza de 
fato, sua prosperidade depende necessariamente do trabalho de outras pessoas. Dessa 
maneira, eles controlam os meios de produção e, por extensão, a riqueza produzida. Tra-
balhadores satisfazem suas necessidades através de salários, que lhes são pagos em troca 
da venda de seu tempo (ou força de trabalho); salários que, do ponto de vista marxista, 
representam apenas uma parte do valor da riqueza que eles produzem. Daí, classe e rela-
ções de classe baseiam-se em tensão e luta sobre interesses conflitantes. O proletariado 
e a burguesia, no entanto, não foram as únicas classes identificadas por Marx, embora 
 
 
 
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SOCIOLOGIA 
sejam as mais importantes. As demais incluíam a aristocracia e os donos de terra (consi-
derados como sem importância, uma vez que sua influência seria nula nas sociedades in-
dustriais) e o lumpemproletariado, ou subclasse (que incluiria a moderna população dos 
sem-teto), que nenhuma relação mantém com o processo de produção. (Por esse motivo, 
alguns sociólogos argumentam que essa subclasse é fragmentada e transitória demais 
para constituir uma classe.) Pensadores marxistas mais recentes identificaram novas dis-
tinções de classe para explicar a ascensão da classe gerencial (que normalmente não pos-
sui os meios de produção, mas os controla nos interesses da classe capitalista) e os traba-
lhadores liberais (tais como professores de faculdade e funcionários do governo) que tra-
balham por salário, mas que, apesar disso, desfrutam de um grau considerável de autono-
mia que os distingue de outros membros da classe trabalhadora. Max Weber identificou 
três distinções de classe, de acordo com três dimensões de desigualdade: 1) classe; 2) po-
der; e 3) prestígio. Weber usou o termo “classe” para referir-se a oportunidades de vida, 
ou a capacidade de pessoas de conseguir o que querem e necessitam no mercado: com-
prar bens e serviços, proteger-se dos demais, e assim por diante. Desse pontode vista, a 
posição da classe repousa em um número muito maior de fatores do que sobre relações 
com meios de produção – como prestígio ocupacional, educação, experiência e níveis de 
qualificação e inteligência, herança, sorte, ambição e meio formativo familiar. A segunda 
dimensão da desigualdade, segundo Weber, é a distribuição de poder, em especial com 
relação a organizações complexas, como empresas, governos, sindicatos e outras institui-
ções. Weber utilizou a palavra partido a fim de indicar diferenças de poder, não só no 
sentido de partidos políticos, mas, em sentido geral, isto é, que o poder é burocratica-
mente organizado nas sociedades industriais, tornando os indivíduos relativamente impo-
tentes, a menos que tenham acesso a essas organizações. Alguns sociólogos argumentam 
que a localização na distribuição do poder é a principal determinante da posição da classe, 
e não a posição econômica ou o prestígio. Weber citou como terceira dimensão a distri-
buição de prestígio, ou grau de honraria social, status ou deferência que pessoas desfru-
tam em relação a outras. Essa dimensão foi estudada principalmente nos Estados Unidos, 
sobretudo no tocante ao prestígio ocupacional como dimensão para medir a mobilidade 
social. Ao contrário das duas outras dimensões, o prestígio é um recurso cuja distribuição 
tem que ser desigual, uma vez que a deferência tem que declinar das posições mais altas 
para as mais baixas, exatamente como a honraria, em sentido oposto, eleva alguns acima 
de outros. O enfoque multidimensional de Weber não só amplia a análise da classe, como 
ajuda a identificar as complexidades da posição e relações de classe, em especial se as 
relações são consideradas no contexto das três dimensões de desigualdade e dos fatos 
que as afetam. Embora poder, prestígio e riqueza frequentemente apareçam juntos, eles, 
até certo ponto, variam de forma independente. Um líder, por exemplo, pode classificar- 
-se alto em matéria de poder e prestígio, mas relativamente baixo em riqueza, da mesma 
 
 
 
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SOCIOLOGIA 
maneira que riqueza não traz automaticamente poder ou prestígio. Além dos determinan-
tes da localização da classe e da dinâmica das relações entre classes, as questões funda-
mentais nesse estudo incluem o ponto em que se deve traçar as linhas entre elas (ou, na 
opinião de alguns, se tais linhas existem mesmo, fora dos modelos sociológicos de estrati-
ficação); a invisibilidade relativa das mulheres na análise de classe, uma vez que percen-
tagens substanciais delas (embora rapidamente declinando agora) não trabalham fora de 
casa, ainda que contribuam muito para a manutenção e a reprodução dos trabalhadores; 
e a questão de se a família ou o indivíduo deve ser a principal unidade da análise de classe. 
CLIENTELISMO: A prática do coronelismo – popular no Brasil depois da Proclamação da 
República – acabou por suscitar o fenômeno do clientelismo, ou seja, a relação estabele-
cida entre os coronéis e os eleitores, em que aqueles se tornavam protetores destes, que 
retribuíam os préstimos com a fidelidade do voto em quem eles indicassem. Assim, os 
eleitores, em troca de favores diversos (alimento, moradia, perdão de dívidas, emprego, 
etc.), garantiam o voto certo no candidato do coronel. Tornou-se popular a expressão 
“voto de cabresto” neste período, devido ao fato de o voto ser aberto. 
COALIZÃO: Significa duas ou mais pessoas, grupos ou outras unidades em um SISTEMA 
SOCIAL que se aliam para obter maior poder ou influência. Georg Simmel, por exemplo, 
observou que uma das principais diferenças entre uma díade (duas pessoas) e uma tríade 
(três pessoas) é que, com a terceira pessoa, torna-se possível a duas formar uma coalizão 
contra uma delas. Como resultado, três pessoas que vivem juntas tenderão a ter uma di-
nâmica de poder muito diferente do que aconteceria com apenas duas. 
COERÇÃO SOCIAL: O mesmo que pressão social. Ação persistente de um grupo que leva o 
indivíduo a comportar-se de determinada maneira, sob pena de sofrer sanções sociais. 
COLETIVISMO: É uma ideia ou visão que enfatiza o valor dos grupos e entende que os 
objetivos e interesses do grupo devem prevalecer sobre os interesses dos indivíduos. O 
coletivismo – e a esquerda, na maioria dos assuntos – valoriza a igualdade, a coesão dos 
grupos e o altruísmo. O grupo oferece segurança aos indivíduos em troca de lealdade. 
COLONIZAÇÃO: Processo de conquista, ocupação e exploração econômica e política de 
novas áreas geográficas. A partir dessa ação, estabelece-se uma relação de dependência 
entre os países dominantes (metrópoles) e as regiões conquistadas (colônias), pela qual a 
economia das colônias passa a ser subsidiária à das metrópoles. Por esse mecanismo de 
dependência, as colônias exportam para as metrópoles produtos primários (minerais e 
produtos agropecuários) e importam delas bens industrializados. 
 
 
 
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SOCIOLOGIA 
COMPETIÇÃO: Forma mais elementar e universal de interação, consistindo na luta inces-
sante por coisas concretas, por status ou prestígio; é contínua, e geralmente inconsciente 
e impessoal. 
COMUNA: Comunidade local, urbana ou rural, com relativa autonomia administrativa. 
COMUNICAÇÃO DE MASSA: É a transmissão de informações por especialistas treinados a 
uma plateia grande e diversificada espalhada por um grande território. É realizada através 
dos meios de comunicação de massa (mídia), ou seja, meios técnicos e organizacionais 
complexos que incluem tipicamente televisão, rádio, cinema, jornais, livros e revistas. 
COMUNIDADE: É essencialmente ligada ao solo, em virtude de os seus componentes vi-
verem de maneira permanente em determinada área, além da consciência de pertence-
rem, ao mesmo tempo, ao grupo e ao lugar, e de partilharem o que diz respeito aos prin-
cipais assuntos das suas vidas. Têm consciência das necessidades dos indivíduos, tanto 
dentro como fora do seu grupo imediato e, por essa razão, apresentam tendência para 
cooperar estritamente. 
COMUNISMO: Como o socialismo, o comunismo é mais uma doutrina econômica do que 
política. Consiste numa filosofia social ou sistema de organização social baseada no prin-
cípio da propriedade pública, coletiva, dos meios materiais de produção e de serviço eco-
nômico; encontra-se unido a doutrinas que se preocupam em formular os procedimentos 
mediante os quais pode ser estabelecido e conservado. Sob este aspecto, difere do socia-
lismo por preconizar a impossibilidade da reforma e de a sua instauração em medidas frag-
mentárias e de caráter lento. Outro ponto de discordância apresenta-se no que se refere 
ao rendimento: se ambos os sistemas consideram válidos os rendimentos advindos do tra-
balho (não aqueles, porém, que derivam da propriedade), o socialismo admite que o ren-
dimento seja medido pela capacidade pessoal ou pelo rendimento social manifestado pela 
competência dentro do sistema coletivo, ao passo que o comunismo aspira suprimir até 
mesmo este último tipo de competência: o lema comunista é “de cada um segundo a sua 
capacidade e a cada um segundo as suas necessidades”. Nenhum dos países simplificada-
mente denominados comunistas atingiram este estágio; ficaram na fase de “ditadura do 
proletariado” ou “democracia popular”. A Perestroika, palavra russa que significa reestru-
turação e que designa a política iniciada por Gorbatchov na ex-URSS, marcou o princípio 
do fim destes regimes. 
CONFLITO: Luta consciente e pessoal, entre indivíduos ou grupos, em que cada um dos 
contendores almeja uma condição, que exclui a desejada pelo adversário. 
CONFLITO DE PAPÉIS: Situação que ocorre quando surgem expectativas incompatíveis en-
tre duas ou mais posições ocupadas pela mesma pessoa. 
 
 
 
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SOCIOLOGIA 
CONGLOMERADO: É uma empresa que controla certo número de outras que, entre si, 
produzem uma grande variedade de bens e serviços. Um conglomerado, por exemplo, 
pode possuir uma companhia de alimentos congelados, uma fábrica demalas, uma em-
presa que produz armas, uma agência de publicidade e assim por diante. Os conglomera-
dos são sociologicamente importantes porque sua posição complexa e diversificada torna-
-os muito mais poderosos, estáveis e competitivos do que outros tipos de empresas. À 
medida que empresas bem-sucedidas usam seus lucros para adquirir ou se fundir com 
outras, os mercados tornam-se cada vez mais dominados por conglomerados e a distribui-
ção da riqueza e do poder econômico torna-se mais desigual. Esse fato assume importân-
cia especial quando os conglomerados são de âmbito internacional. Em alguns casos, seus 
recursos econômicos excedem o produto nacional bruto da maioria das nações. 
CONSCIÊNCIA DE CLASSE: Consiste no fato de dar-se conta ou perceber as diferenças que 
existem entre a própria situação de classe e a de outro indivíduo ou indivíduos. Essas ati-
tudes podem consistir num sentimento de inferioridade ou de superioridade, respectiva-
mente, se os outros pertencem às classes sociais (veja CLASSES SOCIAIS) superiores ou 
inferiores. Podem dar lugar a um sentimento de oposição ou de hostilidade, à medida que 
se percebem as diferenças de interesses, em sociedades que possuem a luta de classes, 
ou simplesmente um sentimento de afastamento ou reserva, devido à diferença de usos 
sociais, costumes e ideologias das diferentes classes. 
CONSCIÊNCIA COLETIVA: Soma de crenças e sentimentos comuns à média dos membros 
da comunidade, formando um sistema autônomo, isto é, uma realidade distinta que per-
siste no tempo e une as gerações (Durkheim). A consciência coletiva é um arcabouço cul-
tural de ideias morais e normativas, a crença em que o mundo social existe até certo ponto 
à parte e externo à vida psicológica do indivíduo. Como indivíduos, sentimos as limitações 
e restrições impostas pelo mundo social e somos afetados por elas quando fazemos op-
ções sobre como nos mostrar e nos comportar em relação aos outros. Quando alguém 
comete um ato imoral, por exemplo, é a consciência coletiva que é violada. Dizer que al-
guma coisa é imoral diz muito mais do que aquilo que é pessoalmente ofensivo ou abomi-
nável para a pessoa que assim se manifesta. Em vez disso, declarações desse tipo apelam 
para uma autoridade maior, que está contida na ordem moral associada a sistemas sociais 
como um todo. Neste sentido, a consciência coletiva é inteiramente diferente da consci-
ência individual. Não é uma “mente grupal”, mas sim um arcabouço comum que indiví-
duos experimentam como externo, limitador e significativo. 
CONSENSO SOCIAL: Conformidade de pensamentos, sentimentos e ações que caracteri-
zam os componentes de determinado grupo ou sociedade (Willians). 
 
 
 
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SOCIOLOGIA 
CONSTITUIÇÃO: Ou Carta Magna. Conjunto de leis fundamentais de um país, com normas 
e regulamentos que norteiam a ação dos poderes públicos, assim como os direitos e de-
veres das pessoas que integram a população desse país. 
CONSUMISMO: É uma compulsão que leva o indivíduo a comprar de forma ilimitada e sem 
necessidade bens, mercadorias e/ou serviços. Ele se deixa influenciar excessivamente pela 
mídia, o que é comum em um sistema dominado pelas preocupações de ordem material, na 
qual os apelos do capitalismo calam fundo na mente humana. Não é à toa que o universo 
contemporâneo no qual habitamos é conhecido como “sociedade de consumo”. 
CONSUMO COLETIVO: É um conceito que se refere aos numerosos bens e serviços que, 
nas cidades, tendem a ser produzidos e consumidos em nível coletivo. Incluem escolas 
públicas, bibliotecas, ruas, pontes, transporte público, serviços de saúde, coleta do lixo, 
habitação financiada pelo Estado, bem-estar, proteção policial e contra incêndios, parques 
e equipamentos de recreação. Manuel Castells utiliza esse termo em seu trabalho sobre 
comunidades urbanas, em especial na medida em que elas se desenvolvem e funcionam 
em relação ao capitalismo industrial. De muitas maneiras, empresas capitalistas depen-
dem desses bens e serviços – assim como de uma força de trabalho educada e de meios 
de transporte – para que possam funcionar. Não obstante, relutam em pagar por eles por-
que não geram lucros. Como resultado, cidade, Estado e governos nacionais constituem 
os maiores fornecedores desses serviços, mas lutam com uma crônica falta de recursos. 
Esse fato, argumenta Castells, ocasiona crises repetidas, movimentos sociais e outras for-
mas de luta política em torno do fornecimento de serviços e controle sobre as instituições 
do Estado por eles responsáveis. 
CONSUMO CONSPÍCUO: Ou consumo ostentatório, é um termo usado para descrever os 
gastos em bens e serviços adquiridos principalmente com o propósito de mostrar riqueza. 
Thorstein Veblen define consumo conspícuo como a prática de comprar e ostentar posses 
materiais com vistas a indicar ou realçar o próprio prestígio aos olhos dos demais. O con-
sumo conspícuo ocorre em forma ostensiva ou sutil. 
CONTATO: É a fase inicial da interestimulação, sendo as modificações resultantes deno-
minadas interação (veja INTERAÇÃO). É um aspecto primário e fundamental do processo 
social (veja PROCESSO SOCIAL) porque do contato dependerão todos os outros processos 
ou relações sociais. Divide-se em: contatos diretos (aqueles que ocorrem por meio da per-
cepção física, portanto, realizados face a face); contatos indiretos (realizados por meio de 
intermediários – com os quais se terá um contato direto – ou meios técnicos de comuni-
cação); contatos voluntários (derivados da vontade própria dos participantes, de maneira 
espontânea, sem coação); contatos involuntários (derivam da imposição de uma das par-
tes sobre a outra); contatos primários (pessoais, íntimos e espontâneos, em que os indiví-
 
 
 
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SOCIOLOGIA 
duos tendem a compartilhar das suas experiências particulares; envolvem elemento emo-
cional, permitindo certa fusão de individualidades que dão a origem ao “nós”); contatos 
secundários (são contatos formais, impessoais, calculados e racionais, geralmente super-
ficiais, envolvendo apenas uma faceta da personalidade); contatos do “nosso grupo” (fun-
damentados no fenômeno do etnocentrismo (veja ETNOCENTRISMO) com a sobrevalori-
zação da cultura e dos costumes. Há uma tendência para a identificação com os elementos 
do grupo, mantendo relações baseadas em simpatia, sentimento de lealdade, amizade e 
até mesmo de altruísmo; contatos do “grupo alheio” (contato com pessoas estranhas, cuja 
cultura e costumes são menosprezados. Considerados estranhos, forasteiros, adversários 
ou inimigos, os sentimentos que eles despertam são de indiferença ou inimizade); conta-
tos categóricos (resultam da classificação que fazemos de uma pessoa desconhecida, ba-
seada na sua aparência física, cor da pele, feições, profissão etc., de acordo com as carac-
terísticas atribuídas a ela pelo “nosso grupo”); contatos simpatéticos (baseados em quali-
dades manifestadas pelos indivíduos, e não em características de categorias) (vide CATE-
GORIAS). 
CONTRACULTURA: (Ou cultura alternativa) – é uma subcultura que rejeita e combate ele-
mentos importantes da cultura dominante da qual faz parte. Durante a década de 1960, 
por exemplo, movimentos contraculturais nos Estados Unidos criticavam em altos brados 
os valores da corrente principal da vida americana, como o materialismo, o apoio à Guerra 
do Vietnã, o respeito à autoridade e as opções do estilo de vida conservador refletidas no 
vestuário, corte de cabelo e rejeição de drogas como a maconha e o LSD. As contraculturas 
podem assumir grande variedade de formas, de cultos religiosos a comunas e movimentos 
políticos, como o Partido Verde na Europa Ocidental. 
CONTRATO SOCIAL: Contrato social é uma ideia que tem sido usada um tanto metaforica-
mente para descrever a relação entre cidadãos e Estado. Thomas Hobbes, filósofo do sé-
culo XVII, considerava o Estado uma instituição necessária para evitar que pessoas fizes-
sem mal umas às outras. Era uma proteção, contudo,que requeria que pessoas renunci-
assem a parte de sua liberdade e autonomia em favor do Estado. Esse fato gerou a ideia 
de contrato, de proteção em troca de submissão à autoridade, com o entendimento de 
que ambas as partes – o Estado e o corpo de cidadãos – deveriam ficar à altura de sua 
parte na barganha, sem abuso dos termos do acordo. Pessoas, claro, não entram consci-
entemente em um contrato de tal tipo e essa não foi a maneira como o Estado veio de 
fato surgir. Daí a natureza metafórica do conceito. A ideia de contrato social desempenhou 
um papel importante na discussão dos direitos dos cidadãos em relação ao Estado, bem 
como da base da legitimidade do Estado como instituição, em especial da forma proposta 
por Jean-Jacques Rousseau. Outros autores, Talcott Parsons entre eles, argumentaram 
que a coesão social repousa em consenso sobre valores, e não sobre um contrato social. 
 
 
 
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SOCIOLOGIA 
COOPERAÇÃO: É o tipo particular de processo social em que dois ou mais indivíduos ou 
grupos atuam em conjunto para a consecução de um objetivo comum. É requisito especial 
e indispensável para a manutenção e continuidade dos grupos e sociedades. 
CONURBAÇÃO: Aglomeração de cidades num ambiente urbano contínuo. 
CORONELISMO: É um fenômeno que se iniciou no Brasil após a proclamação da República. 
Com o fim do voto censitário – que exigia do cidadão uma renda mínima para poder votar 
– o número de brasileiros eleitores aumentou, e as elites do império passaram a se utilizar 
desse fenômeno para se manter no poder. O jurista brasileiro Victor Nunes Leal foi o cria-
dor do termo, em 1948, no livro Coronelismo, Enxada e Voto. Em suas próprias palavras: 
“Concebemos o coronelismo como resultado da superposição de formas desenvolvidas do 
regime representativo a uma estrutura econômica e social inadequada (…) o coronelismo 
é sobretudo um compromisso, uma troca de proveitos entre o poder público, progressi-
vamente fortalecido, e a decadente influência social dos chefes locais, notadamente, os 
senhores de terras”. Ou seja, o coronelismo era uma troca de favores entre os menos fa-
vorecidos e os coronéis, e entre estes e o poder público. 
CORPORAÇÃO: Organização social que reúne patrões e empregados em torno dos mes-
mos objetivos e interesses. A palavra é também utilizada para designar entidades profis-
sionais que atuam em defesa de seus interesses e privilégios em detrimento do interesse 
público. Corporações de Ofício foram as associações de artesãos durante a Idade Média 
na Europa ocidental. 
CORPORATIVISMO: Sistema social que divide a sociedade segundo os grupos profissionais 
que dela participam, reunindo sindicatos de patrões e de empregados de uma categoria 
profissional, ou de diversas categorias profissionais, sob a mesma associação. Como pro-
posta de organização social, o corporativismo foi idealizado por correntes políticas de di-
reita, como o fascismo, com o objetivo de colocar um fim na luta de classes entre patrões 
e empregados. Constituiu a base do Estado na Itália sob o regime fascista (1922-1945). 
COSTUMES: Normas de conduta coletiva, obrigatória, dentro de um grupo social. 
CRENÇA: Aceitação como verdadeira de determinada proposição, que pode ou não ser 
comprovada. Tem a possibilidade de ser tanto intelectual (crença científica) como emoci-
onal, falsa ou verdadeira. A realidade da crença independe da verdade intrínseca e obje-
tiva de dada proposição (ou a ausência dela). 
CRESCIMENTO: Transformação definida e contínua, determinada quantitativamente, com 
relação à magnitude; difere do desenvolvimento (veja DESENVOLVIMENTO) por ser uma 
variação unidimensional, que se limita a determinado setor da organização social, ao passo 
que desenvolvimento abrange os diferentes setores da sociedade, de forma harmônica, 
constituindo-se num fenômeno multidimensional. 
 
 
 
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SOCIOLOGIA 
CRIME: Uma infração do direito penal para a qual uma autoridade governamental aplica 
penalidades formais. Cabe ressaltar que nem todo crime se trata obrigatoriamente de um 
ato violento, assim como determinadas violências podem não ser consideradas formal-
mente crimes. 
CRIME DE COLARINHO BRANCO: Descreve o conceito de atos criminosos que surgem de 
oportunidades criadas pela posição social do indivíduo, em particular da ocupação. Faz 
menção aos sujeitos com prestígio social e capacidade intelectual acima da média, que se 
utilizam dessas especializações ou de seus cargos públicos para enriquecer sem qualquer 
ponderação. 
CRIME DO COLARINHO AZUL: Descreve aqueles que, em sua grande maioria, são cometidos 
por pessoas menos afortunadas, moradoras de comunidades e com pouca aprendizagem es-
colar. 
CRIME ORGANIZADO: Trabalho de um grupo que regula as relações entre empreendimen-
tos criminosos envolvidos em atividades ilegais e contravenções. 
CULTURA: Cultura é o conjunto acumulado de símbolos, ideias e produtos materiais asso-
ciados a um sistema social, seja ele uma sociedade inteira ou uma família. Juntamente 
com estrutura social, população e ecologia, constitui um dos principais elementos de to-
dos os sistemas sociais e é conceito fundamental na definição da perspectiva sociológica. 
A cultura possui aspectos materiais e não materiais. A cultura material inclui tudo o que é 
feito, modelado ou transformado como parte da vida social coletiva, da preparação do 
alimento à produção de aço e computadores, passando pelo paisagismo que produz os 
jardins do campo inglês. Acultura não material inclui símbolos – de palavras à notação 
musical –, bem como as ideias que modelam e informam a vida de seres humanos em 
relações recíprocas e os sistemas sociais dos quais participam. As mais importantes dessas 
ideias são as atitudes, as crenças, os valores e as normas. É importante notar que cultura 
não se refere ao que pessoas fazem concretamente, mas às ideias que têm em comum 
sobre o que fazem e os objetos materiais que usam. O ato de comer com pauzinhos ao 
invés de com talheres, ou com as mãos, por exemplo, não faz parte da cultura. O que os 
homens fazem é que torna visível a influência da cultura. Os pauzinhos de comer em si, 
contudo, constituem na verdade uma parte da cultura, como também as expectativas co-
muns que definem esse ato como maneira apropriada, e mesmo esperada, de comer em 
certas sociedades. Distinção entre cultura, por um lado, e o que fazemos, por outro, é 
importante porque o poder e a autoridade da cultura na vida humana têm origem princi-
palmente em nossa experiência de cultura como algo externo a nós e que transcende o 
que fazemos na realidade. Nossa aparência ou nosso comportamento podem conformar-se 
com os padrões culturais ou desviar-se deles, mas aparência ou comportamento não são 
 
 
 
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SOCIOLOGIA 
em si partes da cultura e não devem ser confundidos com esses padrões. O que torna uma 
ideia cultural, e não pessoal, não é simplesmente o fato de ser comum a duas ou mais 
pessoas: ela deve ser vista e vivenciada como tendo uma autoridade que transcende os 
pensamentos do indivíduo. Não consideramos um símbolo ou uma ideia como culturais 
porque a maioria das pessoas deles compartilha; na verdade, não temos meios de saber o 
que a maioria das pessoas numa sociedade pensa. Em vez disso, supomos que a maioria 
das pessoas compartilha de uma ideia cultural porque a identificamos como cultural. 
CULTURA DE FOLK: É a cultura dos grupos iletrados. Trata-se de um conceito utilizado pela 
Antropologia Cultural para designar o sistema de crenças e valores das sociedades mais 
ou menos isoladas, de caráter predominantemente rural e que se caracterizam por uma 
cultura basicamente oral. 
CULTURA ERUDITA: Ou cultura de elite – É a cultura (entendida, neste caso, como con-
junto de conhecimentos) que se adquire de maneira organizada e formal, por meio de 
escolas e livros, ou ainda dos meios de comunicação – jornais, revistas, televisão, rádio, 
cinema. 
CULTURA MATERIAL: Os aspectosfísicos e tecnológicos da nossa vida diária. 
CULTURA IMATERIAL: Formas de usar objetos materiais, bem como costumes, crenças, 
filosofias, governos e padrões de comunicação. 
CULTURA POPULAR: Conjunto de crenças, valores, práticas, objetos materiais e tradições 
criado pelas camadas mais baixas da sociedade de forma espontânea e sem a intermedia-
ção diretamente visível da cultura erudita. Apesar dessa espontaneidade podemos encon-
trar, contudo, elementos da cultura popular que são resultado da apropriação e recriação 
em outro contexto de aspectos da cultura erudita. É a chamada cultura espontânea, mais 
próxima do senso comum, transmitida quase sempre oralmente. Da mesma forma que a 
cultura erudita, a cultura popular alcança formas artísticas expressivas e significativas. 
DARWINISMO SOCIAL: Uma adaptação feita no século XIX da Teoria da Evolução de Char-
les Darwin, é uma explicação teórica da vida social humana em geral e da desigualdade 
social, em particular. Da forma exposta por Herbert Spencer na Grã-Bretanha e, em maior 
extensão, por William Graham Sumner nos Estados Unidos, o desenvolvimento das socie-
dades assemelha-se à evolução natural, com competição entre vários grupos (raciais, ét-
nicos, de classe etc.) fornecendo a dinâmica necessária para que a sociedade progrida 
através da vitória de grupos superiores sobre os inferiores e menos “aptos”. No tocante à 
desigualdade social, o darwinismo social atribuía a brecha entre ricos e pobres principal-
mente à maior “aptidão” dos primeiros para sobreviver e prosperar. A sociedade era as-
semelhada ao mundo natural, governada pela competição e pela “sobrevivência dos mais 
 
 
 
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SOCIOLOGIA 
aptos”, frase esta cunhada por Spencer, e não por Darwin. Como argumento, o darwi-
nismo social tem defeitos profundos e goza de pouca ou nenhuma credibilidade entre os 
modernos cientistas sociais. Em certo sentido, baseia-se em uma tautologia porque mede 
aptidão em termos do que a aptidão deve supostamente explicar: os ricos são mais ricos 
porque são mais aptos, e a prova de sua maior aptidão está na riqueza de que dispõem. 
Esse argumento é verdadeiro por definição enquanto aceitarmos a ideia de que a posse 
de grande riqueza é uma medida válida de aptidão (e não um acidente, como nascer em 
família rica, por exemplo). Como tal, pode ser sempre usado para justificar o status quo, 
começando com a opressão social, racial e de outros tipos, e o imperialismo. 
DEFLAÇÃO: Situação na qual os preços das mercadorias de uma economia estão, em mé-
dia, diminuindo em vez de aumentar. 
DEMOCRACIA: Sistema político no qual a soberania emana do povo, isto é, do conjunto 
dos cidadãos, que podem exercer o governo diretamente, como na Grécia Antiga (demo-
cracia direta), ou por meio de representantes livremente escolhidos de forma periódica 
(democracia representativa moderna). A democracia moderna se caracteriza também 
pelo respeito às liberdades individuais e coletivas, pelo respeito aos direitos humanos, 
pela divisão do poder do Estado em três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), pela 
igualdade de todos perante a lei e pela existência de formas de controle das autoridades 
pelos cidadãos. 
DEMOGRAFIA: É o estudo sistemático de crescimento, tamanho, composição, distribuição 
e movimentação de populações humanas. 
DEPRESSÃO (economia): Uma recessão mais severa. Geralmente é definida pela contra-
ção do PIB em 10%, ou quando a recessão dura três anos ou mais. 
DESAJUSTAMENTO SOCIAL: Desadaptação de um ou mais indivíduos, ou mesmo de gru-
pos inteiros, às condições e exigências da sociedade. 
DESENVOLVIMENTO: Processo pelo qual o crescimento acelerado da economia é provo-
cado e acompanhado por mudanças sociais que transformam qualitativamente a socie-
dade, tornando-a mais justa, harmônica e democrática. 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: Enfoque que combina a conservação em longo prazo 
do meio ambiente natural do planeta com o desenvolvimento econômico dos países em 
desenvolvimento. 
DESIGUALDADE SOCIAL: É um processo existente dentro das relações da sociedade, pre-
sente em todos os países do mundo. Faz parte das relações sociais, pois determina um 
lugar aos desiguais, seja por questões econômicas, de gênero, de cor, de crença, de círculo 
 
 
 
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SOCIOLOGIA 
ou grupo social. Essa forma de desigualdade prejudica e limita o status social dessas pes-
soas por determinados motivos, além de seu acesso a direitos básicos, como acesso à edu-
cação e saúde de qualidade, direito à propriedade, direito ao trabalho, direito à moradia, 
ter boas condições de transporte e locomoção, entre outros. 
DESIGUALDADE DE CLASSES: Dependendo do autor, a explicação desse tipo de desigual-
dade será diferente, mas sempre levará em conta a ocupação profissional, a escolaridade, 
a riqueza, os bens, a renda das pessoas. O sociólogo Max Weber acredita que as classes 
sociais estão ligadas aos privilégios e prestígios, sendo uma forma de estratificação social. 
Acredita que essas classes tendem a se manter estáveis ao longo de gerações, reprodu-
zindo a desigualdade com as classes inferiores. Já Karl Marx, entende que existem duas 
grandes classes: a trabalhadora (proletariado) e os capitalistas (burguesia). Enquanto os 
trabalhadores se importam em sobreviver, os capitalistas se preocupam com o lucro, cri-
ando as desigualdades e os conflitos sociais, como a opressão e a exploração. 
DESIGUALDADE DE GÊNERO: É uma pauta muito discutida desde o início desta primavera 
feminista do século XXI. Ela se manifesta na discriminação de oportunidades, de trata-
mento, de direitos, de liberdade. Por vezes, no sistema patriarcal, mulheres recebem sa-
lários mais baixos que um homem, embora fazendo o mesmo trabalho, com o mesmo grau 
de ensino e cumprindo os mesmos horários – na esfera pública, também é discutida a 
representatividade da mulher em cargos de poder e na política. 
DESIGUALDADE DE RAÇA: O Brasil, ao contrário do mito, não é uma democracia racial. A 
desigualdade começa já na discussão de oportunidades: onde as pessoas negras moram e 
crescem hoje? Como herança da escravidão, 72% dos moradores de favela são negros. Sete 
em cada dez casas que recebem o benefício do Bolsa Família são chefiadas por negros, se-
gundo dados do estudo Retrato das desigualdades de gênero e raça, do Ipea. Além disso, o 
analfabetismo é duas vezes maior entre negros do que entre brancos. Em segundo lugar, há 
preconceito e discriminação racial em diversos âmbitos ainda: diz-se que racismo é estrutu-
ral e reproduzido pela sociedade a fim de excluí-los dos círculos sociais. Os jornais, a televisão 
e os filmes, por exemplo, também reproduzem e ajudam a perpetuar essa lógica. 
DESPOTISMO: Sistema de governo que se caracteriza pela concentração do poder nas 
mãos de um indivíduo, um partido ou uma oligarquia; trata-se de um tipo de regime no 
qual o poder é exercido de forma autoritária e arbitrária. 
DESVIO: O comportamento de um desvio é conceituado não apenas como um comporta-
mento que infringe uma norma por acaso, mas também como um comportamento que 
infringe determinada norma para a qual a pessoa está orientada naquele momento; o 
comportamento de um desvio consiste, pois, em infração motivada. 
 
 
 
 
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SOCIOLOGIA 
DETERMINISMO: É um modo de pensar que supõe que tudo é, de modo previsível, cau-
sado por alguma coisa. Mais especificamente, determinismo descreve qualquer teoria que 
explique o mundo em termos de alguns fatores estreitamente definidos, com exclusão de 
todos os demais (prática conhecida também como reducionismo). O determinismo bioló-
gico, por exemplo, argumenta que a fisiologia, a genética e as pressões demográficas de-
terminam como sociedades são organizadas. O determinismo social (ou cultural) adota a 
postura oposta, atribuindo a vida social exclusivamente a sistemas sociais, que se supõe 
estarem além da influência dos aspectos biológicos da existência humana. Ambas as pers-pectivas implicam que o homem tem relativamente pouco controle ou livre-arbítrio em 
face de fatores biológicos ou sociais. A teoria marxista tem sido criticada como sendo uma 
forma de determinismo econômico (conhecida também como economismo), ao argumen-
tar que as forças e relações de produção que definem os sistemas econômicos determi-
nam as condições sociais, da religião e literatura ao governo e à vida familiar. Da perspec-
tiva sociológica, o pensamento determinista/reducionista é falho por sua própria natu-
reza, uma vez que deixa de compreender a complexidade inerente à vida social, que a 
sociologia tenta abranger e descrever. Na verdade, o surgimento da sociologia no século 
XIX teve origem em parte na crítica de Émile Durkheim à tendência de reduzir os fenôme-
nos sociais à psicologia individual. 
DÍADE: Grupo composto por dois membros. 
DIFUSÃO CULTURAL: Processo pelo qual traços culturais de uma sociedade são transferi-
dos para outra, ocasionando nesta última, mudanças culturais. Essa difusão ocorre geral-
mente pela ação dos meios de comunicação. 
DIREITA: Os posicionamentos de direita valorizam os indivíduos independentes e respon-
sáveis pelas suas ações. Cada indivíduo deve conviver com os resultados de suas decisões, 
sejam eles positivos ou negativos. Promove a igualdade político-jurídica, que é entendida 
como suficiente para garantir as mesmas oportunidades aos indivíduos da sociedade. Con-
sidera a desigualdade social inevitável e natural, advinda da competição entre indivíduos 
livres. A ajuda às pessoas em necessidade na sociedade deve ser uma decisão dos indiví-
duos e não uma imposição do Estado ou da coletividade. 
DIREITOS HUMANOS: Direitos que, por princípio, aplicam-se a todos os seres humanos. 
São garantidos por leis internacionais, como a Declaração Universal dos Direitos do Ho-
mem, adotada em 1948 pela Organização das Nações Unidas (ONU), e consistem em três 
grupos de direitos: direitos e liberdades civis, como a liberdade de consciência, de palavra 
e de opinião, o direito de ir e vir, a liberdade de imprensa, a proibição da prisão arbitrária, 
a condenação da tortura e dos maus-tratos etc.; direitos e liberdades políticas, como a 
liberdade de associação e de filiação partidária, o pluripartidarismo, o direito de voto (su-
 
 
 
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SOCIOLOGIA 
frágio universal), o direito a ocupar um cargo público etc.; e os direitos sociais, ou coleti-
vos, como o direito à saúde e à educação, a proteção do menor, da mulher e dos idosos, 
os direitos trabalhistas (jornada de oito horas de trabalho, descanso semanal remunerado, 
aposentadoria, férias) etc. 
DISCRIMINAÇÃO: A negação de oportunidades e direitos iguais a indivíduos e grupos por 
causa do preconceito ou razões arbitrárias. 
DISFUNÇÃO: Um elemento ou processo de uma sociedade que pode perturbar o sistema 
social ou reduzir sua estabilidade. 
DITADURA: Sistema anômalo de governo baseado no poder de uma só pessoa ou de um 
pequeno grupo, o qual impõe normas, regras e desejos de forma arbitrária sobre os go-
vernados, impedindo que estes se manifestem ou reajam contra a vontade dos governan-
tes. As ditaduras se caracterizam pela supressão total ou parcial das liberdades democrá-
ticas individuais e coletivas e pelo desrespeito aos direitos humanos. 
DIVISÃO DO TRABALHO: É a distribuição e diferenciação de funções entre indivíduos ou 
grupos nas atividades produtivas de uma sociedade. 
DUPLA JORNADA: A carga dupla – trabalho fora de casa mais cuidado das crianças e tare-
fas domésticas – que muitas mulheres enfrentam e poucos homens compartilham de 
forma justa. 
ECONOMIA POLÍTICA: É um conceito que se refere ao funcionamento e interesses inter-
dependentes de sistemas políticos e econômicos, sobretudo em sociedades industriais 
complexas. Tão forte é essa conexão que se torna virtualmente impossível compreender 
o funcionamento de um sem levar em conta suas relações com o outro. 
ELITE: É qualquer grupo ou categoria em um sistema social que ocupa uma posição de 
privilégio e dominação. Os exemplos incluem a classe alta, os altos comandos militares, os 
professores catedráticos em algumas universidades, executivos-chefes de empresas, líde-
res da religião organizada, altos funcionários de partido na oligarquia política ou peritos 
em sistemas sociais que dependem de conhecimentos especializados. 
EMPIRISMO: É um método filosófico baseado na ideia de que a única forma válida de co-
nhecimento é aquela obtida através do emprego dos sentidos. De acordo com esse ponto 
de vista, se alguma coisa não pode ser observada, então de nada adianta tentar explicar 
fenômenos naturais ou de qualquer outro tipo. 
 
 
 
 
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SOCIOLOGIA 
EMPODERAMENTO: É a ação social coletiva de participar de debates que visam potencia-
lizar a conscientização civil sobre os direitos sociais e civis. Esta consciência possibilita a 
aquisição da emancipação individual e também da consciência coletiva necessária para a 
superação da dependência social e dominação política. 
ENDOCULTURAÇÃO: Processo de aprendizagem e educação de uma cultura, desde a in-
fância até a idade adulta (veja CULTURA). 
ENDOGAMIA: A restrição da seleção de parceiros a pessoas dentro do mesmo grupo. 
ENDOGRUPO: Qualquer grupo ou categoria a que as pessoas acham que pertencem. 
ESFERA PÚBLICA: Termo associado ao sociólogo alemão Jürgen Habermas. A esfera pú-
blica é um espaço de debate público e de discussão nas sociedades modernas. 
ESPAÇO SOCIAL: É uma espécie de universo constituído pela população humana; sem ha-
ver seres humanos, ou existindo apenas um, não há espaço social. Sendo assim, o espaço 
social é totalmente contrário do espaço geográfico, cuja existência de seres humanos é 
indiferente. 
ESQUERDA: Os posicionamentos de esquerda valorizam os indivíduos altruístas e dispos-
tos a se conformar com a coletividade. A sociedade deve oferecer segurança social aos 
indivíduos, independentemente de sua condição ou ações. Promove a igualdade social, 
opondo-se a qualquer tipo de desigualdade considerada injusta, principalmente as desi-
gualdades econômicas. Considera que a sociedade, como um coletivo, deve agir em bene-
fício daqueles em desvantagem relativa a outros dentro da mesma sociedade. 
ESTADO: É uma nação politicamente organizada. É constituído, portanto, pelo povo, ter-
ritório e governo. Engloba todas as pessoas dentro de um território delimitado – governo 
e governados. Da forma definida por Max Weber, o Estado é a instituição social que man-
tém monopólio sobre o uso da força. Neste sentido, o Estado é definido por sua autoridade 
para gerar e aplicar poder coletivo. Como acontece com todas as instituições sociais, o 
Estado é organizado em torno de um conjunto de funções sociais, incluindo manter a lei, 
a ordem e a estabilidade, resolver vários tipos de litígios através do sistema judiciário, en-
carregar-se da defesa comum e cuidar do bem-estar da população de maneira que estão 
além dos meios do indivíduo, tal como implementar medidas de saúde pública, prover 
educação de massa e financiar pesquisa médica dispendiosa. De uma perspectiva de con-
flito, no entanto, o Estado opera também no interesse dos vários grupos dominantes, 
como as classes econômicas e grupos raciais e étnicos. Estado não é a mesma coisa que 
governo, embora os termos sejam muitas vezes usados um pelo outro fora da sociologia 
e da ciência política. O Estado é uma instituição social, o que significa que consiste de uma 
 
 
 
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SOCIOLOGIA 
forma ou plano social de como várias funções devem ser desempenhadas. O sistema par-
lamentar, por exemplo, é uma maneira de realizar as várias tarefas de governo, tal como 
promulgar legislação. O governo, contudo, é um conjunto particular de pessoas que, em 
qualquer dado tempo, ocupam posições de autoridade dentro do Estado. Neste sentido, 
os governos se revezam regularmente, ao passo que o Estado perdura e só pode ser mu-
dado com dificuldade e

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