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Produção sustentável de Peixes Amazônicos II
Criação sustentável de Pirarucu
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Produção sustentável de Peixes Amazônicos II – 
Criação sustentável de Pirarucu
1. Formação do plantel
Apresentação
Neste primeiro módulo do curso, você entenderá um pouco da história por trás 
do processo de seleção de características em animais por meio da domesticação, 
e como essa prática vem sendo adotada para a melhoria da produtividade do 
pirarucu. 
Objetivos
• Compreender o processo de domesticação e de formação do plantel. 
• Conhecer as possíveis formas de aquisição de reprodutores do pirarucu, 
suas vantagens e desvantagens. 
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Produção sustentável de Peixes Amazônicos II – 
Criação sustentável de Pirarucu
1.1 Domesticação
No processo natural de evolução, a chamada seleção natural resulta na melhor 
adaptação de uma determinada população ao seu meio, em geral, e às condições 
de temperatura, de obtenção de recursos alimentares, às mudanças ambientais, 
entre outras. A seleção natural favorece a reprodução daqueles organismos cujas 
naturezas fisiológicas e morfológicas melhor se adaptam ao ambiente, aumentando 
a frequência genética de determinada característica na população.
A domesticação de espécies vegetais e animais é um processo evolutivo, mediado 
pelo ser humano, que busca adaptar as populações naturais às necessidades 
humanas. Nesse sentido, podemos dizer que a domesticação é também uma forma 
de seleção de características. 
O processo de domesticação é milenar e tem por objetivo adaptar animais e plantas 
às condições de criação para diferentes fins:
• fonte de alimento – milho, bovinos, aves, entre outros; 
• apoio ao trabalho – equinos;
• ornamentação ou convívio doméstico – pombos, cães, gatos etc.
Um bom exemplo de animal domesticado é o cão, descendente do lobo. A 
domesticação desse animal ocorreu ao longo de várias gerações, mantidas sob o 
controle humano, tornando os cachorros mais dóceis e adaptados às condições 
domésticas. Estima-se que os cães começaram a ser domesticados entre 14 mil 
a.C. e 18 mil a.C., embora alguns registros datem de mais de 100 mil anos a.C.
Entre os peixes, o primeiro registro de domesticação foi de carpas (Cyprinus carpio), 
entre 3 mil a.C. e 4 mil a.C. O processo foi iniciado por chineses, que, naquele 
momento, sem conhecimentos a respeito do ciclo reprodutivo e da reprodução 
artificial, iniciaram a seleção de reprodutores, resultando na domesticação da 
espécie. 
Mais recentemente, outros peixes, como o salmão (Salmo salar) e a tilápia 
(Oreochromis sp., Tilapia sp.), começaram a ser domesticados. Contudo, as 
espécies nativas do Brasil ainda não fazem parte do processo, fato que resulta 
em problemas de homogeneidade na produção, como peso no momento do abate, 
comum na produção de pirarucus, redondos e surubins. Enquanto a domesticação 
e a produção dos peixes nativos não forem dominadas, a piscicultura brasileira 
permanecerá dependente de pacotes tecnológicos das espécies exóticas.
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Produção sustentável de Peixes Amazônicos II – 
Criação sustentável de Pirarucu
Figura 1.1. Carpa comum (Cyprinus carpio) representada na arte chinesa. Acredita-se 
que a China tenha sido pioneira na atividade de domesticar peixes para fins de 
alimentação.
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No Brasil, a domesticação tardia das espécies nativas de peixes é decorrente da 
histórica e grande contribuição da pesca para o suprimento de pescado no país, 
que ainda hoje representa a principal fonte desse alimento. Contudo, o cenário 
nacional mudou e recentemente a domesticação vem sendo incentivada por 
várias razões, como a preservação dos ambientes naturais e a alta fecundidade 
encontrada nas variedades de produção aquícola.
Preservação dos ambientes naturais 
A prática histórica da pesca tradicional não atende mais às exigências do 
mercado internacional de pescado. No novo cenário mundial, o comércio 
de peixes está condicionado à comprovação da origem do produto e ao 
comprometimento com a preservação dos ambientes naturais. 
Produção aquícola 
Por conta do mercado promissor, a produção aquícola no Brasil cresceu tanto 
que hoje está se equiparando à da pesca, com forte tendência de inversão 
nos próximos anos. 
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Produção sustentável de Peixes Amazônicos II – 
Criação sustentável de Pirarucu
Alta fecundidade 
Outra razão para essa tendência à domesticação é que, em geral, as espécies 
aquícolas têm alta fecundidade, o que dispensa a manutenção de um plantel 
com muitos reprodutores para garantir o suprimento de alevinos ao setor de 
engorda. 
Entre as espécies nativas, a que apresenta mais conhecimentos e registros 
históricos de domesticação é o tambaqui (Colossoma macropomum), em especial 
pelo trabalho realizado na década de 1980 pelo Departamento Nacional de Obras 
Contra as Secas (Dnocs), pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São 
Francisco e do Parnaíba (Codevasf), pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação 
de Peixes Continentais/Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade 
(Cepta/ICMBio) e, mais recentemente, pelo Programa de Melhoramento Genético 
iniciado pela Embrapa, o AquaBrasil. Os demais peixes nativos com importante 
produção aquícola estão em um estágio inferior, sobretudo no que concerne ao 
pirarucu, uma espécie com elevado potencial.
São inúmeras as vantagens apresentadas pelo pirarucu que justificam um esforço 
para iniciar a domesticação da espécie. A exemplo de aspectos zootécnicos de 
produção, podemos citar: 
• rápido crescimento e boa conversão alimentar;
• competitividade de preço com outras espécies;
• possibilidade de exportação quando a cadeia estiver estabelecida. 
Somam-se a isso certas questões ambientais, como as relacionadas à redução 
de estoques de pirarucus silvestres. Por esses motivos, os produtores têm 
demonstrado mais interesse pela produção do pirarucu em cativeiro. A domesticação 
é etapa primordial para garantir o aumento do cultivo de forma sustentável e, 
consequentemente, contribuir para a conservação dos recursos genéticos dessa 
valiosa espécie.
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Produção sustentável de Peixes Amazônicos II – 
Criação sustentável de Pirarucu
Figura 1.2. Pirarucu em criação comercial.
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Outros fatores, porém, desafiam a domesticação do pirarucu, tornando a produção 
mais difícil de ser controlada do que a dos demais peixes nativos. Ouça o podcast 
a seguir:
Fatores que desafiam a domesticação do pirarucu
Como você pode perceber, a domesticação do pirarucu representa um grande 
desafio à capacidade de inovação tecnológica da ciência atual. Mesmo assim, ela 
não deixa de ser uma atividade compensatória, porque os ganhos genéticos serão 
permanentes e proporcionarão competitividade em comparação com as demais 
espécies de peixes.
1.2 Formas de aquisição de reprodutores
Um ponto crítico da produção do pirarucu é a formação do plantel de reprodutores, 
que tem sido feita de forma aleatória e sem controle, não levando em consideração, 
por exemplo, as aptidões do animal para se tornar um reprodutor de boa qualidade. 
A formação do plantel se dá de forma diferente se comparada, por exemplo, 
com outros animais de produção, como bovinos, sobre os quais os produtores 
mantêm informações a respeito de pedigree (relações de parentesco), desempenho 
produtivo e identificação precoce de sexo. Em peixes, esses dados não são levados 
em consideração pela simples falta de controle dos plantéis.
https://ava.sede.embrapa.br/pluginfile.php/1543520/mod_resource/content/1/EMBRAPA%20-%20PARTE%2001%20-%20PODCAST%2001.mp3
7
Produção sustentável de Peixes Amazônicos II – 
Criação sustentável de Pirarucu
Na reprodução do pirarucu, as formas tradicionais de aquisição de animais são: a coleta 
de reprodutores ou alevinos na natureza, a obtenção de formas jovens em pisciculturas 
e a troca de reprodutores entre elas. Esses métodos possuem desvantagens, pois o 
ideal seria a composição do plantel com base nas seguintesindicações: 
• aquisição de alevinos ou adultos provenientes de pisciculturas que 
controlam a procedência de seu plantel; 
• alevinos com origens diferentes, evitando também animais aparentados; 
• alevinos oriundos de bacias hidrográficas distintas, sempre com autorização 
dos órgãos competentes, e de acordo com a legislação municipal e a 
federal vigentes.
A desvantagem em utilizar lotes de reprodutores compostos por animais silvestres 
é a inexistência de um histórico zootécnico desses animais. Os peixes com 
essa origem, ao serem imediatamente submetidos ao ambiente confinado da 
piscicultura, manifestam comportamento muito agressivo, dificultando o manejo. 
Por exemplo, o treinamento alimentar desses peixes, para a aceitação da ração, 
é mais difícil e dispendioso. Ademais, a captura, o transporte e a comercialização 
do pirarucu silvestre (espécie ameaçada de extinção) são, na maioria dos casos, 
proibidos ou controlados pela legislação brasileira e pela Convenção sobre 
Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de 
Extinção (Cites).
A compra de alevinos ou animais de engorda das pisciculturas é a forma mais comum 
de aquisição de reprodutores. No entanto, isso não impede que o lote adquirido 
seja composto por animais irmãos ou meios-irmãos, uma vez que os produtores de 
alevinos, em geral, não possuem um controle detalhado de parentesco. Com isso, 
corre-se o risco de adquirir um grupo de animais aparentados, a respeito dos quais 
não há informações de origem, desempenho dos pais ou de pedigree.
Também é possível adquirir reprodutores em lotes de alevinos de produções de 
diferentes estados, situadas geograficamente bem distantes umas das outras, com 
o intuito de formar um plantel com o máximo de diversidade genética possível.
A análise de DNA é a melhor maneira de definir o número exato de linhagens e 
direcionar a compra de reprodutores. Contudo, como esse ainda não é um serviço 
de rotina nos laboratórios particulares, de universidades ou de centros de pesquisa, 
o conhecimento prévio da origem dos reprodutores e o registro sistemático de 
informações sobre os animais continuam sendo os métodos mais indicados para 
orientar a formação do plantel para a reprodução.
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Produção sustentável de Peixes Amazônicos II – 
Criação sustentável de Pirarucu
Síntese
Neste módulo, você conheceu alguns detalhes importantes acerca do processo de 
seleção de características por meio da domesticação e teve contato com algumas 
formas de aquisição de reprodutores. Antes de finalizarmos, fique atento a algumas 
recomendações técnicas:
• Obtenha um plantel de reprodutores de pirarucu de procedência conhecida 
(com indicação do rio, da bacia hidrográfica, da piscicultura, da idade).
• Utilize reprodutores provenientes do setor produtivo e com histórico de 
domesticação.
• Dê preferência ao uso de alevinos provenientes de diferentes pisciculturas 
para a formação de um novo plantel.
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Criação sustentável de Pirarucu
Referências
LIMA, A. F.; RODRIGUES, A. P. O.; LIMA, L. K. F.; MACIEL, P. O.; REZENDE, 
F. P.; FREITAS, L. E. L.; DIAS, M. T.; BEZERRA, T. A. Alevinagem, recria e 
engorda de pirarucu. Brasília: Embrapa, 2017.

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