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Nutrição

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3 
 
Antônia Natália Ferreira Costa 
 
 
 
Bases Nutricionais 
aplicadas à Educação 
Física 
 
 
 
 
 
 
 
Rectangle
FreeText
Nutrição
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
Sumário 
 
Palavra do Professor- Autor 
Sobre o autor 
Ambientação a Disciplina 
Trocando ideias com os autores 
Problematizando 
 
UNIDADE 1 - NUTRIÇÃO E OS MECANISMOS REGULATÓRIOS DO 
PROCESSO DE INGESTÃO 
Aspectos gerais da nutrição 
Nutrição 
Fatores determinantes da ingesta de alimentos 
Nutrientes e energia 
Sistemas básicos de energia 
 
UNIDADE 2 - ÁGUA, CARBOIDRATOS, PROTEÍNAS, LIPÍDEOS, 
VITAMINAS E SAIS MINERAIS 
Água 
Macronutrientes: carboidratos, proteínas, lipídeos (estrutura química, 
funções, classificação e necessidades) 
Micronutrientes: vitaminas e sais minerais 
A importância nutricional e metabólica de macronutrientes e 
micronutrientes nas diferentes etapas da vida 
 
UNIDADE 3 - ALIMENTAÇÃO, ATIVIDADES FÍSICAS E DOENÇAS 
Obesidade 
Transtornos Alimentares 
Doenças Cardiovasculares 
Diabetes 
 
6 
 
Explicando melhor com a pesquisa 
Leitura Obrigatória 
Pesquisando na Internet 
Vendo com olhos de ver 
Revisando 
Autoavaliação 
Bibliografia Web 
Vídeos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
 
Palavras do professor 
 
Ao longo dos tempos, a Educação Física vem se modificando e com isso 
o modo de ensinar os conteúdos vem progredindo através das práticas 
pedagógicas dos professores. 
 
 A grade curricular de Educação Física precisa ser mais significativa 
para que as aulas que contemplem os elementos da cultura corporal do 
movimento, como os jogos, as brincadeiras, as danças, as lutas, os esportes e 
as ginásticas, sejam realmente contextualizadas em percentuais maiores. Além 
desses conteúdos, os conhecimentos sobre o corpo, temas transversais na 
educação física e projetos interdisciplinares devem estar presentes nas aulas. 
 
Portanto, os professores de educação física devem englobar em suas 
aulas todos esses conteúdos e não se prenderem somente em esportes 
coletivos e na dimensão procedimental. Desse modo, os conteúdos da 
disciplina de Nutrição Aplicada à Atividade Física também estão no programa 
de conteúdos importantes da Educação Física e que podem ser introduzidos e 
transformados nas aulas de educação física no ambiente escolar, de modo que 
o estudante procure significar e desenvolver novas técnicas para esses 
conteúdos em benefício do exercício da cidadania, para não serem 
considerados meros depósitos de informações ou repetidores de movimentos. 
 
Ao implantar essa concepção, os conceitos aprendidos nas aulas de 
educação física passam a ser utilizados no dia a dia em benefício da saúde, da 
família ou da própria comunidade. 
 
Desse modo, é preciso trabalhar em sala de aula com responsabilidade 
e foco nos objetivos. 
 
 Bons estudos!!!! 
8 
 
 
 
Sobre a autora 
 
 
Antônia Natália Ferreira Costa é mestre em Ciências do 
Movimento Humano pelo Centro de Ciências da Saúde e do 
Esporte (CEFID) da Universidade do Estado de Santa Catarina 
(UDESC). Graduada em Educação Física pela Universidade 
Estadual Vale do Acaraú (UVA). Servidora Pública da Prefeitura de Santana do 
Acaraú como Professora de Educação Física do 6º ao 9º ano. Tem Experiência 
em Docência no Ensino Superior, Educação a Distância, Personal Trainer, 
Populações Especiais, hipertensos, cardíacos, obesos, idosos e pessoas com 
necessidades educativas especiais, Treinamento de Força, Educação Física 
Escolar, Avaliação Física, Recreação, Hidroginástica, Ginástica e Ginástica 
Laboral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
Ambientação 
 
Caros estudantes, bem-vindos à disciplina de Bases Nutricionais 
Aplicadas à Educação Física! 
 
A nutrição aplicada à atividade física é uma disciplina que abrange os 
aspectos gerais da nutrição, sistemas básicos de energia, água, os 
macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídios), os micronutrientes 
(vitaminas e sais minerais), apresentando suas funções, importância e 
metabolismo no organismo humano, a importância nutricional e metabólica dos 
macronutrientes e micronutrientes nas diferentes etapas da vida, algumas 
doenças que estão relacionadas à alimentação inadequada, alguns mitos e 
verdades relacionados à nutrição, à alimentação e à atividade física e, ainda, 
como a alimentação balanceada e a atividade física podem contribuir de 
maneira significativa na melhoria de doenças. 
 
Com este material didático, buscamos oferecer o máximo de conteúdo 
sobre a temática em questão e contribuir ainda mais na práxis docente. 
 
 Bons estudos!!!!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
Trocando ideias com os autores 
 
Indicamos a leitura da obra Fisiologia do Esporte e do 
Exercício, do escritor Wilmore, Costill e Kenney (2010). Nesta 
obra, você encontrará conteúdos sobre o músculo em exercício, 
a função cardiovascular e respiratória, o treinamento físico e 
desportivo, as influências ambientais no desempenho, a 
otimização de desempenho no esporte, considerações sobre 
idade e genêro no esporte e no exercício e atividade física para a promoção de 
saúde e condicionamento físico. Existem, ainda, conteúdos relacionados ao 
metabolismo dos nutrientes, às características das diversas faixas etárias no 
exercício e suas composições corporais e, ainda, a outros temas, como 
doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade e atividade física para esses 
tipos de público. 
 
KENNEY, W. Larry; WILMORE, Jack H.; COSTILL, David L. Fisiologia do 
Esporte e do Exercício. 4. ed. Barueri: Manole, 2010. 594 p. ISBN 978-85-
204-2794-1 
 
A obra Nutrição: conceitos e aplicações, das autoras Galisa, 
Esperança e De Sá, possui fácil compreensão e excelentes 
resumos dos conteúdos. Dentre os conteúdos abordados, 
estão: princípios da nutrição, nutrientes, planos alimentares, 
planos alimentares segundo a idade, planos alimentares em 
situações especiais e aspectos socioeconômicos e 
educacionais da alimentação. Possui linguagem clara e concisa dos diversos 
conteúdos apresentados, proporcionando uma leitura agradável. 
 
GALISA, M. S; ESPERANÇA, L. M. B; DE SÁ, N. G. Nutrição: Conceitos e 
Aplicações. São Paulo: M. Books Do Brasil Editora LTDA, 2008. 
 
11 
 
GUIA DE ESTUDO: Compare os dois livros, produza um resumo a partir das 
ideias comparativas entre os dois exemplares e exponha na sala virtual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
Problematizando 
 
Atualmente, existem vários entendimentos sobre o processo de ensino e 
aprendizagem nas aulas de Educação Física na escola, com o objetivo de 
romper com as concepções biologista, esportivista e tecnicista. 
 
Dentre essas novas concepções, há muitas que contribuem de modo 
significativo para o crescimento dessa disciplina escolar. Tais como: a 
abordagem crítico-superadora, crítico-emancipatória, abordagem cultural, 
abordagem sociológica, psicomotora, construtivista, saúde renovada e, ainda, a 
abordagem apresentada pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). 
 
A abordagem saúde renovada dá mais ênfase às questões referentes à 
alimentação, à saúde e às doenças decorrentes do sedentarismo, que são 
mais pertinentes para esta disciplina Bases Nutricionais Aplicadas à Educação 
Física. Embora esses conteúdos sejam considerados muito importantes, são 
mais difíceis de serem ministrados nas aulas de Educação Física. 
 
Logo, a práxis do professor de Educação Física na escola merece ser 
repensada em vista dos inúmeros questionamentos que seguem: por que as 
modalidadesesportivas coletivas e os jogos com ênfase na dimensão 
procedimental são enfatizados enquanto os demais conteúdos relacionados à 
saúde em geral são esquecidos? O que é preciso fazer para mudar ainda mais 
esse cenário das aulas de Educação Física? Será que os estudantes não 
ficariam mais motivados se, além dos restritos conteúdos sobre esportes 
coletivos, aprendessem noções de alimentação saudável? 
 
Diante desse contexto, observe a situação-problema a seguir: 
 
Imagine que um professor de Educação Física do ensino médio tenha 
conhecimento que no seu planejamento e execução das aulas devem ser 
inclusos todos os elementos da cultura corporal de movimento, temas 
transversais, conhecimentos sobre o corpo, interdisciplinaridade e outros 
13 
 
conteúdos gerais sobre a saúde do corpo em todas as dimensões conceituais, 
procedimentais e atitudinais. Entretanto, esses estudantes estavam 
acostumados nas aulas de Educação Física com apenas dois esportes 
coletivos: o futebol e o voleibol. Nesse sentido, como o professor deve agir 
para que sua aula seja significativa para a comunidade escolar? 
 
Guia de Estudo: 
Analise a situação problema e faça reflexões a respeito de como seria a 
conduta do professor diante dessa situação. Em seguida, apresente suas 
reflexões na sala virtual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
 
NUTRIÇÃO E OS MECANISMOS 
REGULATÓRIOS DO PROCESSO DE 
INGESTÃO 
1 
CONHECIMENTOS 
Conhecer os aspectos nutricionais gerais e os mecanismos do processo de 
ingestão alimentar. 
 
HABILIDADES 
 Identificar os conceitos, características e processos da nutrição e ingesta de 
alimentos. 
 
ATITUDES 
Refletir criticamente a respeito dos conteúdos e correlacionar com os 
conceitos, aspectos e processos da nutrição e ingestão alimentar. 
 
15 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
1.1 Aspectos gerais da nutrição 
 
A comida é o material que contém os nutrientes que entram no corpo por 
meio da alimentação, desse modo, proporciona às condições para o ser 
humano realizar as funções básicas do corpo humano, tais como: manter o 
fluxo sanguíneo, manter a temperatura corporal, o crescimento, o 
desenvolvimento e todas as funções fisiológicas e atividades físicas. Logo, 
mais importante do que comer para manter o funcionamento correto, é comer 
bem e saudável (DE ANGELS; TIRAPEGUI, 2007). 
 
A alimentação exerce grande influência nas pessoas, sobretudo na 
saúde, capacidade de trabalhar, estudar, divertir-se, aparência e longevidade. 
Uma pessoa malnutrida é fraca, irritada, sem vontade de trabalhar e pensar, 
enfim, sem disposição para realizar qualquer atividade que dependa de esforço 
muscular e cerebral. Nesse sentido, a alimentação exerce influência decisiva 
no desenvolvimento, na condição física, na eficiência dos indivíduos e, 
consequentemente, na sociedade em que vive (GALISA; ESPERANÇA; DE 
SÁ, 2008). 
 
Seguramente, muitas combinações nutricionais estão a nossa 
disposição na sociedade, sejam elas por meio de dietas, alimentos 
“milagrosos”, suplementos e as intermináveis recomendações. Em alguns 
casos, as pesquisas trazem resultados contraditórios, pois a cada época traz o 
valor de um determinado alimento e incriminando outro. Assim, com frequência, 
um mesmo alimento passa da “glória” para a “miséria” ou vice-versa. Por 
exemplo: por um tempo o café foi utilizado para aumentar o desempenho, mas 
em outros tempos foi apontado que em excesso pode causar perda de minerais 
e vitaminas, aumento da secreção de ácido clorídrico no estômago levando ao 
aparecimento de gastrite e úlcera no estômago dos indivíduos. 
 
De forma básica, a solução do problema alimentar depende de dois 
fatores fundamentais tão intrínsecos que dificilmente se poderá apontar onde 
começa um e termina o outro. São eles: as condições de manter uma 
17 
 
alimentação saudável e a educação alimentar. Além disso, com o passar do 
tempo, as pesquisas e os modismos são constantemente modificados para 
obter boa saúde, corpo esculpido e outros objetivos que estejam na moda. 
 
1.2 Nutrição 
 
Segundo Priori (2010), a nutrição no campo das ciências da saúde é 
considerada uma ciência jovem. Desde os tempos imemoriáveis, quando o ser 
humano ainda não conhecia a agricultura e não domesticava animais com a 
finalidade de usá-los para a alimentação, o homem já selecionava alimentos 
para própria sobrevivência. Na literatura corrente, os conhecimentos e registros 
mais antigos de estudos sobre saúde e medicina são da Antiga Grécia. Os 
padrões alimentares nessa época já eram considerados determinantes para a 
preservação da saúde humana, pois as epidemias de pelagra, beribéri, 
escorbuto, caxumba, pneumonia e tuberculose estavam interligadas ao fator 
dietético, climáticos, entre outros. Galisa, Esperança e De Sá (2008) afirmam 
que a nutrição é a combinação de processos através dos quais o organismo 
recebe e utiliza os meios necessários para a obtenção de energia, a 
conservação de suas funções físicas, biológicas e mentais, o desenvolvimento 
e a regeneração dos tecidos. 
A nutrição compreende as seguintes fases: a fase da alimentação, a 
fase da digestão da absorção e do metabolismo e a fase da excreção. 
 
1 - Fase da alimentação: 
 
É o ato voluntário que compreende a escolha, a preparação e o 
consumo de alimentos. Tem conotação direta com as necessidades 
biopsicossociais e econômicas do indivíduo (GALISA; ESPERANÇA; DE SÁ, 
2008). 
 
Em todas as fases da vida dos seres humanos, a ingestão de alimentos 
deve ser variada e equilibrada. O corpo humano necessita de proteínas, 
carboidratos, vitaminas, sais minerais, água e gorduras. Além disso, diferentes 
18 
 
grupos de pessoas possuem as mais diversas necessidades nutricionais, que 
dependem de fatores como idade, sexo, atividade física, gravidez e 
amamentação. As necessidades alimentares de uma criança, por exemplo, não 
são as mesmas de um jovem, de um adulto ou de uma pessoa que está na 
fase da terceira idade (BRASIL, 2010). 
 
2 - Fase da digestão da absorção e do metabolismo: 
 
A fase da digestão da absorção e do metabolismo inicia-se a partir da 
ingestão dos alimentos até o momento em que o organismo utiliza seus 
componentes para a manutenção e/ou recuperação da saúde (GALISA; 
ESPERANÇA; DE SÁ, 2008). 
 
Para que os nutrientes alcancem sua eficiência dentro do corpo, eles 
devem ser absorvidos para a circulação e utilizados nas células. Isso depende 
dos alimentos consumidos, assim como os fatores próprios da capacidade de 
digestão, da absorção intestinal e ainda da utilização dos nutrientes das 
células. Os alimentos que foram ingeridos alcançam o estômago através do 
esôfago. Os alimentos dentro do trato digestório vão sendo esmagados e 
atacados por secreções digestivas (DE ANGELES; TIRAPEGUI, 2007). De 
acordo com o autor supracitado, a sequência da digestão que ocorre no trato 
digestório é da seguinte maneira: 
 Figura 1- Sistema digestório 
 
Fonte: <http://www.todamateria.com.br/sistema-digestivo-sistema-digestorio>. 
19 
 
Cavidade Oral e Esôfago: os alimentos são mastigados, engolidos e logo 
impulsionados por mecanismos (inicialmente, voluntários e depois, 
involuntários e regulados pelo sistema nervoso central e autônomo) através de 
movimentos peristálticos, no sentido oral-caudal. As glândulas salivares 
secretam a enzima ptialina, que inicia a digestão dos carboidratos. Na base da 
língua, a lipase lingual hidrolisa alguma gordura, especialmente a proveniente 
do leite. A ação de lubrificação da saliva é muito importante, sendo que a 
presença de mucina facilita o revestimento das moléculas insolúveis e a 
trituração dos alimentos, contribuindo para a desnaturação das proteínas dos 
alimentos. As glândulas salivares humanas secretam ao redor de 1 litro por dia 
de saliva.A saliva é um líquido viscoso, inodor, de pH aproximadamente de 
6,5, que contém várias enzimas, como a amilase salivar, conhecida também 
como ptialina, a maltase e a isomaltase. 
 
Mucinas são glicoproteínas presentes nas secreções de mucos, secreções de 
glândulas mucosas. 
 
Estômago: a digestão por ação da ptialina continua no estômago, enquanto o 
pH consegue se manter alcalino. Porém, a secreção do ácido clorídrico (HCI) 
pelas glândulas parietais inibi a continuação da ação da ptialina. A secreção de 
pepsinogênio é ativado pela pepsina. As gorduras começam a se separar do 
topo do estômago. 
 
Intestino Delgado: o intestino recebe a secreção biliar trazendo a bile, que é 
armazenada na vesícula biliar e secretada pelo fígado. As gorduras são 
atacadas pela lipase e os sais biliares promovem a emulsificação, tornando o 
processo mais fácil. O tripsinogênio e o quimotripsinogênio, percussores 
secretados pelo pâncreas, são ativados por ação do HCI e de enzimas 
intestinais (a tripsina e a quimotripsina), que hidrolisam as proteínas. A amilase 
pancreática digere os carboidratos, a maltose, a maltotriose (que contêm três 
unidades de glicose) e as dextrinas, que contêm em média seis resíduos de 
glicose. 
 
20 
 
Intestino Grosso: os carboidratos e as fibras alimentares que não foram 
digeridas no intestino delgado são, em parte, fermentados, produzindo ácidos 
graxos de cadeia curta, que podem ser absorvidos e reaproveitados. Parte dos 
gases formados é gás carbônico, metano, hidrogênio e outros que são 
eliminados, em parte, através da expiração a nível pulmonar. Todos os 
nutrientes necessários para crescimento, reprodução, atividades fisiológicas e 
físicas, atividade cerebral, manutenção, reparos e atividades plásticas. 
 
Assista ao vídeo a respeito da digestão e absorção gastrointestinal dos 
alimentos: <https://www.youtube.com/watch?v=ZGt0MAxrGMM> 
 
2 - Fase da excreção: 
 
Compreende a eliminação de parte dos componentes alimentares 
utilizados e não utilizados. 
 
1.3 Fatores determinantes da ingesta de alimentos 
 
As regulações básicas da procura de alimentos para serem ingeridos 
dependem de vários fatores. Os fatores internos que controlam o 
comportamento de ingestão dependem de condições internas do corpo, como 
temperatura, metabolismo celular e disponibilidade de energia. A condição 
primordial para um organismo é manter-se em equilíbrio, sendo que a maneira 
de conseguir essa situação se efetua por intermédio de um conjunto de 
processos fisiológicos e bioquímicos, a homeostase (DE ANGELES; 
TIRAPEGUI, 2007). 
 
Os autores supracitados afirmam que o meio interno dos animais 
multicelulares regula a chegada de oxigênio e de substâncias nutritivas a todas 
as células, retirando os produtos de excreção. Os vários compartimentos 
líquidos corporais são separados por membranas, através dos quais se fazem 
as trocas que mantêm o organismo todo em equilíbrio. As membranas 
celulares separam o líquido intracelular do intersticial ou extracelular, e os 
https://www.youtube.com/watch?v=ZGt0MAxrGMM
21 
 
capilares do líquido intravascular. Veja na Tabela 1, a composição média dos 
diferentes compartimentos. 
 
Tabela 1: Composição média dos compartimentos Intra e Extracelular 
(mEq/litro) 
Elemento Intravascular Intersticial Intracelular 
Sódio 142 44 10 
Potássio 4 4 141 
Cálcio 4 2,5 1 
Magnésio 3 1,5 58 
TOTAL 155 152 210 
Cloreto 103 114 4 
Bicarbonato 28 30 10 
Fosfatos 4 - 75 
Proteína 16 0 55 
TOTAL 151 144 144 
 Fonte: De Angeles e Tirapegui (2007). 
 
O requisito exógeno para manter o equilíbrio homeostático pela água, 
oxigênio e nutrientes. Estes terão finalidades principalmente plásticas, 
energéticas ou reguladoras. A fonte exógena de matéria-prima para o 
organismo são os alimentos de origem animal ou vegetal, que na sua 
composição contêm nutrientes (proteínas, carboidratos, gorduras, minerais e 
vitaminas). A metabolização destes libera os nutrientes (aminoácidos, glicose, 
ácidos graxos, sódio, tiamina etc.) que serão utilizados (Figura 1) (DE 
ANGELES; TIRAPEGUI, 2007). De acordo com Whitney e Rolfes (1993), os 
nutrientes são metabolizados, sendo que a parte é aproveitada pelo organismo 
(nutriente retido) e parte é eliminada (excretada). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 Figura 2: Alimentos fornecendo nutrientes 
 
 Fonte: Adaptado de De Angeles e Tirapegui (2007). 
 
1.4 Nutrientes e energia 
 
A função primordial dos alimentos é fornecer os nutrientes e a energia 
para os organismos vivos. Os alimentos possuem uma parte líquida e outra 
sólida. A maior parte dos alimentos sólidos é constituída por carboidratos, 
gorduras e proteínas, apenas uma pequena parte é composta por minerais, 
vitaminas e outros compostos. 
 
Os elementos mais simples são os minerais, os quais não são alterados 
pelos processos de preparação e no organismo. Os nutrientes que podem 
fornecer energia para ser usado pelo corpo são: carboidratos, gorduras e 
proteínas. 
 
Assim, a energia obtida desses nutrientes, pra ser utilizada pelo 
organismo, depende de processos de conversão da sua energia química em 
energia mecânica, energia elétrica ou calor, sendo isso realizado por meio do 
metabolismo energético. Durante o metabolismo energético, os átomos de 
hidrogênio se combinam com os de oxigênio, formando a água. Os átomos de 
carbono se combinam com os de oxigênio, formando o gás carbônico (DE 
ANGELIS; TIRAPEGUI, 2007). 
 
Alimento 
•Carne, 
cereais, óleos 
etc. 
Nutrimento 
•Proteína, 
Carboidrato, 
Lípideos etc 
Nutriente 
•Aminoácido, 
Glicose etc 
Utilizaçã e 
excreção 
23 
 
Reforçando o pensamento dos autores citados, Sharkey (2006) 
acrescenta que nossas fontes de energia - carboidratos, proteínas e lipídeos - 
são derivadas de plantas e animais. Os alimentos são ingeridos, digeridos e 
captados pela corrente sanguínea e transportado para as células. 
 
Usando catalizadores de enzimas alinhados nas rotas metabólicas, 
convertemos estas fontes de energia em moléculas de ATP (adenosina 
trisfosfato), composto de alta energia responsável por contrações musculares e 
muitas outras funções celulares. 
 
Você sempre gasta energia, mesmo quando está dormindo, se você fica 
na cama por 24 horas e não faz absolutamente nada, gastará em torno de 
1,600 calorias. Essa energia é utilizada pelo coração e pelos músculos 
respiratórios para o metabolismo celular normal e para a manutenção da 
temperatura normal do corpo. O gasto calórico pode ir de 1,2 cal/min para 20 
cal/min durante o esforço intenso. 
 
Os alimentos que compõem a alimentação do ser humano, para manter 
o corpo em condições normais de crescimento e equilíbrio em todas as 
situações, devem conter todos os ingredientes necessários em quantidades 
suficientes. 
 
Além disso, a quantidade de nutrientes deve está adequada para as 
várias práticas de atividades físicas, nas quais depende da atividade que o 
indivíduo está praticando e o objetivo almejado. Por exemplo, ao praticar 
musculação para ganho de massa muscular, o indivíduo acaba ingerindo 
quantidades maiores de carboidratos e proteínas. Por outro lado, a pessoa 
nessa mesma modalidade com objetivo de perda de peso, vai diminuir o índice 
de carboidrato e aumentar o de proteína para melhorar o resultado. 
 
 
 
24 
 
1.5 Sistemas básicos de energia 
 
O ATP é uma molécula de adenina, ligada a uma molécula de ribose e 
combinada a três grupos de fosfato inorgânico. Já a Adenina é uma base 
nitrogenada e a ribose é um açúcar que contém cinco carbonos. 
 
 Assim, quando a molécula de ATP se combina com água (hidrólise) e 
fica submetida à ação da enzima ATPase, o último grupo fosfato é separado do 
ATP, liberando rapidamente grande quantidade de energia livre. Isso reduz o 
ATP, a difosfato de adenosina (ADP) e Pi. 
 
Mas, como aquela energia foi originalmente armazenada? Para gerar 
ATP, um grupofosfato é adicionado a um composto de energia relativamente 
baixa, ADP, em processo denominado fosforilação. Algum ATP é liberado 
independente da disponibilidade de oxigênio e esse metabolismo é 
denominado fosforilação a nível de substrato, ou seja, chamado de 
metabolismo anaeróbico. Quando essas reações ocorrem com a ajuda de 
oxigênio, o processo geral é chamado de metabolismo aeróbico e a conversão 
aeróbica de ADP até ATP como fosforililação oxidativa. (WILMORE; 
COSTILL; KENNEY, 2010). 
 
As células geram ATP por meio de três processos básicos ou 
sistemas diferentes: 
 
1 - Sistema ATP-PCr 
 
O mais simples dos sistemas de energia, além de armazenar uma 
quantidade muito pequena de ATP, as células contêm outra molécula de 
fosfato de alta energia que é denominada creatina-fosfato ou PCr. Esse 
processo é rápido e pode ser efetuado sem qualquer estrutura especial no 
interior da célula. Esse sistema é classificado como metabolismo no nível de 
substrato. Embora possa ocorrer na presença de oxigênio, esse processo não 
depende dessa sustância. 
25 
 
 
A combinação de ATP e PCr pode suprir as necessidades energéticas 
dos músculos por apenas 3 a 15 segundos durante um tiro de velocidade de 
máximo esforço. Além desse ponto, os músculos precisam contar com outros 
processos de formação do ATP: a combustão glicolítica e oxidativa. 
 
2 - Sistema glicolítico (glicólise) 
 
Outro método de produção de ATP envolve a liberação de energia por 
meio do fracionamento da glicose, no qual é chamado de sistema glicólico. A 
glicólise envolve cerca de 99% de todos os açucares circulantes no sangue. A 
glicólise provém dos carboidratos e da utilização do glicogênio hepático. O 
glicogênio é armazenado nos músculos ou no fígado, onde permanece até se 
fazer necessário. 
 
Antes que seja possível utilizar glicose ou glicogênio para gerar energia, 
essas substâncias precisam ser convertidas em um composto chamado de 
glicose-6-fosfato. A glicólise que é um sistema mais complexo do que o ATP-
PCr depende de 10 a 12 reações enzimáticas para a metabolização da glicose 
até o ácido lático. Esse sistema de energia não produz grandes quantidades de 
ATP. 
 
Apesar dessas limitações, as ações combinadas dos sistemas ATP-PCr 
e glicolíticas permitem a geração de força pelos músculos, mesmo em 
condições de limitações de reservas de oxigênio. Esses dois sistemas 
predominam durante os minutos iniciais do exercício de alta intensidade. Esse 
sistema produz ácido lático nos músculos e nos líquidos corporais. 
 
A glicólise produz ácido pirúvico e essa, por sua vez, sem a presença de 
oxigênio, é convertida em ácido lático. A glicólise produz ácido lático, mas essa 
substância sofre dissociação, ocasionando a formação de lactato. 
 
É interessante mencionar que a produção de lactato relaciona a ligação 
de íons hidrogênio, sódio e potássio. Em eventos realizados em velocidades 
26 
 
máximas que duram apenas de um a dois minutos, são altas as demandas que 
recaem sobre o sistema glicolítico e os níveis de ácido lático podem aumentar. 
 
Os sistemas ATP-PCr e glicolítico não são capazes de atender a todas 
as necessidades energéticas de uma atividade de esforço máximo que se 
prolongue por mais de dois minutos. Exercícios prolongados dependem de um 
terceiro sistema de energia, o sistema oxidativo. 
 
3 - Sistema oxidativo (fosforilação oxidativa) 
 
Este é o mais complexo de todos os sistemas. É um processo pelo qual 
o corpo decompõe os combustíveis com a ajuda do oxigênio para a geração de 
energia. Esse processo é chamado de respiração celular. Como há utilização 
de oxigênio, este é um sistema aeróbico. 
Os músculos dependem de um suprimento permanente de energia para 
produzir continuamente a força necessária para atividades prolongadas. Ao 
contrário da produção de ATP pelo anaeróbico, o sistema oxidativo tem sua 
velocidade de produção de ATP mais lenta, contudo, possui grande capacidade 
de produção de energia. Por essa razão, o metabolismo aeróbico é a principal 
via de geração de energia durante eventos de resistência aeróbica. 
Portanto, os três sistemas não funcionam de maneira independente 
entre si. Quando uma pessoa está se exercitando com máxima intensidade 
possível, desde os tiros de velocidades mais curtos (abaixo de 10s), até 
eventos de resistência (acima de 30 minutos), cada um dos sistemas de 
energia está contribuindo para o atendimento de necessidades totais de 
energia do corpo. Todavia, geralmente ocorre o predomínio de um sistema 
exceto quando há predominância de um sistema de energia para outro. 
 
 
 
 
27 
 
 
 
 
ÁGUA, CARBOIDRATOS, PROTEÍNAS, 
LÍPIDEOS, VITAMINAS E SAIS 
MINERAIS 
 
2 
CONHECIMENTOS 
 Entender os conceitos, funções, importância e metabolismo dos nutrientes no 
organismo humano e a importância dos macronutrientes e micronutrientes nas 
diversas etapas da vida. 
 
HABILIDADES 
Analisar e relacionar as principais características dos macros nutrientes e 
micronutrientes nos processos de metabolismo, na atividade física e nas 
diversas etapas do desenvolvimento humano. 
 
ATITUDES 
Intervir em diversos ambientes educacionais como agente de transformação 
social por meio desses conteúdos. 
 
 
28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
 
2.1 Água 
 
A água é absolutamente essencial para a vida. Apesar de podermos 
sobreviver sem alimentos por dia, mais sem água é impossível. O corpo 
humano é composto de 50% a 75% de água, dependendo da idade e da 
gordura corporal (POWERS; HOWLEY, 2005). Assim, a água constitui cerca de 
50% a 55% do corpo de uma mulher e 55% a 60% do corpo do homem. Essa 
diferença de água entre os sexos é devido a maior quantidade de massa 
muscular no homem e na mulher sua maior quantidade de gordura corporal. 
Alguns tecidos orgânicos possuem mais água e outros menos (Figura 2) 
(GALISA; ESPERANÇA; DE SÁ, 2008). 
 
 Figura 3: Porcentagem de água nos diversos tecidos 
 
 Fonte: <http://www.quimica.seed.pr.gov.br>. 
 
A nível macroscópico, a água forma os caminhos aquosos que 
transportam nutrientes, resíduos, hormônios e outras substâncias pelo 
organismo humano. A água é o componente mais importante do organismo. E 
30 
 
não somente do ponto de vista quantitativo, mais também devido às várias 
propriedades, que a torna um meio fundamental para a manutenção da vida 
(DE ANGELIS; TIRAPEGUI, 2007). 
 
A água, em combinação com várias proteínas, lubrifica as articulações e 
protege contra choques vários órgãos “que se movimentam”, tais como: o 
coração, os pulmões, os intestinos e os olhos. 
 
Um adulto sedentário em ambiente termoneutro necessita diariamente 
de 2,5 de água. Para uma pessoa ativa em meio ambiente quente e úmido, a 
necessidade de água aumenta com frequência até alcançar entre 5 e 10 litros 
diariamente. 
 
Para saber mais! 
A literatura a respeito da fisiologia do exercício respalda a questão da 
ingestão antes, durante e depois da prática de exercícios físicos. Em muitas 
situações, a bebida considerada indicada é a água. Entretanto, a ingestão de 
líquidos sob certas condições de exercícios pode ser contraproducente, 
acarretando complicações médicas, como a hiponatremia ou a intoxicação pela 
água. 
 
Existem três fontes que proporcionam água ao nosso organismo: água 
dos líquidos (água, suprimentos salinos, sucos), água dos alimentos (frutas, 
vegetais) e água metabólica fracionamento das moléculas dos macronutrientes 
(MCARDLE; KATCH; KATCH, 2006). 
 
De acordo com Galisa, Esperança e De Sá (2008), os compartimentos 
que armazenam água no corpo humano são: extra e intracelular. 
 
O Líquido Extracelular (LEC) consiste em quatro partes: 
 
1. O plasma sanguíneo – responsável por 25% do LEC e 5% do peso 
corporal; 
2. Fluido intersticial– a água em torno das células; 
31 
 
3. Fluido secretório – a água circulando em trânsito; 
4. Denso fluido tecidual - a água no tecido conectivo denso das 
cartilagens. 
 
Já o Líquido Intracelular (LIC) compõe por volta de 40% a 45% do total 
do peso do corpo. Uma vez que as células do nosso organismo lidam com a 
nossa vasta atividade metabólica, é natural que a quantidade de água nesse 
compartimento seja superior a extracelular. 
 
De acordo com Powers e Howley (2005), a perda de apenas 3-4% da 
água corporal afeta o desempenho aeróbico. Além disso, perdas maiores 
podem levar a morte. 
 
Em condições normais, sem a prática de exercício físico, a perda de 
água é de 2,500 ml por dia que são perdidos, por exemplo, por meio da urina e 
suor. No entanto, quando em temperaturas elevadas e quando em exercício 
intenso é adicionado à perda, cerca de 6 a 7 litros de água por dia. 
 
Não devemos sentir sede para beber água, pois esse já é um indício de 
desidratação. O peso da água pode oscilar dependendo dos estoques de água 
e proteínas no corpo. 
 
2.2 Macronutrientes: carboidratos, proteínas e lipídeos 
(estrutura química, funções, classificações e 
necessidades) 
 Figura 4: Macronutrientes 
 
Fonte: Adaptado pela autora. Disponível em: <http://emanalise.com>. 
32 
 
 
Segundo Delgado et al. (2014, p.1), “Os macronutrientes são nutrientes 
que fornecem calorias e energia. Estes são essenciais para o crescimento, 
para o metabolismo e para outras funções corporais”. Os carboidratos e as 
proteínas, quando completamente metabolizados no corpo, originam 4kcal de 
energia por grama, enquanto as gorduras, 9kcal. 
 
Os macronutrientes, carboidratos, proteínas e gorduras estão 
distribuídos nas alimentações e devem ser deglutidos diariamente para garantir 
uma alimentação saudável. Ainda que, como regra geral, seja estabelecido um 
percentual habitual de cada nutriente, precisamos lembrar que as pessoas 
desempenham diferentes atividades em distintas rotinas, podendo requerer 
demandas alimentares divergentes e por vezes até suplementares 
(SEYFFARTH, 2006/2007). 
 
2.2.1 Carboidratos 
 
Figura 5: Variedade de carboidratos fibrosos e não-fibrosos 
 
 Fonte: <http://globoesporte.globo.com>. 
 
 
Os carboidratos são as moléculas mais abundantes na natureza. Eles 
são encontrados em todas as formas de vida, apresentando-se como simples, 
complexos e fibrosos (DE ANGELIS, 2003; GUIMARÃES NETO, 2009). 
 
http://globoesporte.globo.com/
33 
 
A maior parte dos carboidratos pode ser utilizável pelo organismo e 
absorvidos no intestino delgado ou no intestino grosso. Os compostos que não 
são absorvidos em nenhum trato gastrointestinal alcançam o intestino grosso, 
onde em parte, podem ser fermentados e assim absorvidos para a circulação 
ou aumentam a biomassa, sendo excretada nas fezes (DE ANGELIS; 
TIRAPEGUI, 2007). 
 
O aumento de carboidrato no organismo provoca aumento da glicemia 
sanguínea dependendo do carboidrato em si e também do conjunto de 
alimentos consumidos (DE ANGELIS, 2001). No exercício muscular, o 
carboidrato constitui fonte energética direta, enquanto a proteína e a gordura 
são fontes indiretas (DE ANGELIS; TIRAPEGUI, 2007). 
 
Galisa, Esperança e De Sá (2008) e De Angelis e Tirapegui (2007) 
afirmam que os carboidratos são qualificados em três grupos: 
Monossacarídeos, Dissacarídeos e Polissacarídeos. 
 
1º grupo - Monossacarídeos: também são chamados de açucares 
simples, não necessitam sofrer qualquer transformação para serem absorvidos 
pelo organismo. 
 
Os carboidratos simples, como açúcar, geleias, mel, doces e 
sorvetes, possuem uma pequena cadeia química que são rapidamente 
absorvidos pelo intestino (GUIMARÃES NETO, 2009). 
 
Segundo Mattos e Neira (2007), o carboidrato simples é composto por 
uma ou duas moléculas no qual os mais importantes na nutrição são: 
 
 Glicose ou dextrose: é a forma de açúcar que circula no sangue e 
se oxida para fornecer energia. No metabolismo humano, todos 
os tipos de carboidratos digeríveis transformam-se em glicose. É 
encontrada de forma livre na natureza, no mel, no milho, na uva, 
em frutas e vegetais; 
34 
 
 Frutose ou levulose: é o açúcar das frutas, também encontrado na 
sacarose, associado à glicose e no mel. É o mais doce dos 
açucares; 
 Galactose: não é encontrada de forma livre na natureza, faz parte 
da lactose (açúcar do leite). 
 
 
 
 
 
2º grupo – Dissacarídeos: São açucares duplos, isto é, a combinação 
de açucares simples, podendo sofrer desdobramentos através da ação das 
enzimas. Entre eles, temos: 
 
 Sacarose: composto de glicose e frutose, é a forma de açúcar que 
nos é mais familiar, também conhecido como açúcar de mesa. É 
obtido da cana de açúcar, da beterraba e encontrado 
naturalmente em muitos vegetais e frutas. 
 Lactose: composto de glicose e galactose, é o açúcar do leite. 
 Maltose: composto de duas unidades de glicose, é o açúcar do 
malte (semente em germinação) ou obtido durante o processo 
digestivo do amido no organismo. 
 
 
 
 
 
3º grupo – Polissacarídeos: são compostos por muitas unidades de 
monossacarídeos unidos. Podem ser digeríveis ou indigeríveis. 
 
 Polissacarídeo digerível: a) amido: composto por várias unidades 
de glicose. Encontra-se nas sementes, nas raízes, nos tubérculos, 
nos frutos, no caule e nas folhas dos vegetais. Segundo Matos e 
Monossacarídeos – pentoses e hexoses com fórmula 
C6H12O6 
Dissacarídeos – resultado da união de dois 
monossacarídeos 
35 
 
Neira (2007), o amido, também chamado de carboidrato 
complexo, é composto de várias correntes de moléculas. Os 
carboidratos complexos possuem grande cadeia química e 
requerem tempo para maior absorção. Desse modo, ambos são 
absorvidos pelo intestino e transformados em glicose e liberados. 
Exemplos de carboidratos complexos: pães, grãos, vegetais 
integrais, vegetais, leguminosas e frutas (GUIMARÃES 
NETO,2009). b) dextrina: não é encontrado de fora livre na 
natureza. É um polissacarídeo obtido durante a digestão do 
amido. 
 Polissacarídeo indigerível: a) fibra alimentar: a maioria das fibras 
constitui polissacarídeos, na qual as ligações entre as unidades 
de açúcar não podem ser degradadas pelas enzimas humanas e, 
portanto, passam pelo corpo humano sem liberar energia. São 
classificadas em: a.1) fibras insolúveis - estrutura dura e fibrosa 
dos frutos, dos vegetais e dos grãos, que não se dissolvem em 
água; a.2) fibras solúveis - substâncias solúveis em água, que 
formam uma espécie gel, aumentam o volume alimentar e 
retardam o esvaziamento gástrico. Os carboidratos fibrosos são 
dificilmente absorvidos pelo intestino de forma que não são 
utilizados como fontes de energia, mais como suplemento de 
vitaminas, minerais e ajudam a manter o trato intestinal saudável 
(GUIMARÃES NETO, 2009). Segundo Mattos e Neira (2007), as 
fibras não possuem calorias, nem nutrientes, mais uma dieta 
balanceada em fibras tem sido ligada a vários fatores como: 
melhora na regularidade do intestino, diminuição dos sintomas 
diabéticos e necessidade de insulina, redução de risco de 
doenças coronarianas e contribuição para o controle do peso. 
 
 
 
 
 
Polissacarídeos- resultado da união de muitos 
monossacarídeos 
36 
 
2.2.1.1 Digestão e absorção dos carboidratos (glícides, glicídios ou 
hidratos de carbono) 
 
A primeira enzima a agir sobre os carboidratos é a amilase salivar ou 
ptialina, que atua sobre o amido, transformando-o em dextrina ou maltose. 
Como os alimentos permanecem pouco tempo na boca, a digestão continuará 
se processando no intestino delgado. 
 
No momento em que o bolo alimentar entra no estômago, a amilase 
salivar é rapidamente inativa pelo meio ácido (HC1 - ácido clorídrico), embora a 
digestão continue se processando no interior do bolo até que seja atingidopelo 
ácido. 
 
A maior parte dos carboidratos ocorre no intestino delgado, onde a 
amilase pancreática converte o amido em dextrina e maltosa. Os 
dissacarídeos, como a maltase, transforma a maltose em duas unidades de 
glicose e galactose; e a sacarose transforma a sacarose em glicose e frutose. 
 
Sob a forma de monossacarídeos, os carboidratos são absorvidos. Os 
carboidratos são conduzidos, pela veia porta, ao fígado e transformados em 
glicose. No fígado, a glicose poderá ser armazenada na forma de glicogênio ou 
liberada para a corrente sanguínea para ser utilizada pelos tecidos. 
 
A taxa normal de glicose no sangue é denominada glicemia, sendo 
controlada de acordo com as necessidades do organismo, por alguns 
hormônios como a insulina (produzida no pâncreas) e a tiroxina (produzida na 
tireoide) (GALISA; ESPERANÇA; DE SÁ, 2008). 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
 
Quadro 1: Esquema de digestão do amido 
ÓRGÃO ENZIMA AÇÃO 
Boca Amilase salivar Amido- -dextrina- -maltose 
Estômago A ação acima continua em 
escala menor 
Intestino delgado Amilase pancreática 1- Amido 
2- Dextrina 
3- Maltose 
Intestino delgado Sacarase e invertase Sacarose = glicose+frutose 
Intestino delgado Lactase Lactose= 
glicose+galactose 
Intestino delgado Maltase Maltose = glicose+glicose 
Fonte: Galisa, Esperança e De Sá (2008). 
 
 Metabolismo dos carbidratos 
 
O metabolismo pode ser conceituado como as reações orgânicas que os 
organismos vivos realizam para obter energia e sintetizar substâncias que 
necessitam. 
 
Logo, o metabolismo pode ser dividido em dois tipos: o catabolismo e o 
anabolismo. O primeiro degrada moléculas difíceis para fornecer moléculas 
simples e energia e o segundo é onde se sintetizam moléculas complexas a 
partir de moléculas simples com gasto de energia. 
 
O catabolismo inicia com a digestão, onde moléculas de polissacarídeos 
são quebradas em monossacarídeos, lipídios são quebrados em ácidos graxos 
e glicerol e proteínas são quebradas em seus aminoácidos. 
 
Esses três processos metabólicos convergem para o Ciclo de Krebs, 
onde a acetil-CoA é transformada em CO2 e H2O e a energia é mantida na 
forma de ATP, GTP, NADH e FADH2. 
 
38 
 
Após tudo isso, para finalizar, temos a etapa da fosforilação oxidativa, 
onde todos são convertidos em ATP, armazenando a energia (BARREIROS; 
BARREIROS, [s.d.]). 
 
 Figura 6: Resumo do catabolismo 
 
 Fonte: Bruice (2006, p. 449 apud BARREIROS; BARREIROS, [s.d.]). 
 
Maughan, Gleeson e Greenhaff (2000) afirmam que os passos iniciais 
da degradação dos estoques de carboidrato do corpo ocorrem sem o 
envolvimento de oxigênio sendo, portanto, processos anaeróbios. 
 
A terminologia depende do ponto inicial: a degradação da glicose é 
chamada de glicólise, enquanto a do glicogênio, glicogenólise. A glicólise 
converte efetivamente uma molécula de glicose com seis carbonos em duas 
moléculas com três carbonos. Assim, o produto final da glicólise aeróbica é o 
piruvato, enquanto o produto final da glicólise anaeróbica é o lactato. No 
processo da glicólise, parte da energia química liberada pela ruptura das 
ligações é conservada sob a forma de ATP. 
 
Piruvato é um importante regulador dos processos metabólicos. A união de 
duas moléculas de piruvato podem formar uma nova molécula de glicose no 
fígado por um processo metabólico conhecido por neoglicogênese. Assim, os 
aminoácidos que durante o processo de oxidação dão origem a piruvato são 
39 
 
chamados de aminoácido glicogênicos, este é um importante ponto de 
regulação metabólica na manutenção da taxa glicêmica, quando há ausência 
de carboidratos na alimentação. 
 
A glicólise é o catabolismo da glicose. A glicólise pode ser dividida em 
duas etapas de 5 reações cada. A etapa primária é nomeada de fase 
preparatória e nesta, a ATP é consumida para acionar a molécula de glicose e 
transforma-lá em gliceraldeído-3-fosfato. 
 
Na segunda etapa, chamada de fase de compensação, o gliceraldeído-
3-fosfato é convertido em piruvato e a energia é armazenada na forma de ATP 
e NADH. A via glicolítica concentra o metabolismo dos carboidratos, já que a 
glicose é de longe, o carboidrato mais abundante. 
 
Ao final da via glicolítica, todos os carboidratos são convertidos em 
piruvato. Logo, o piruvato pode seguir três destinos distintos: A) em condições 
anaeróbicas, determinados micro-organismos não recebem oxigenação 
satisfatória na qual realizam a fermentação láctica, onde o piruvato é 
transformado em lactato; B) Diversos micro-organismos como as leveduras 
convertem o piruvato em etanol na fermentação alcoólica; C) Por fim, em 
condições aeróbicas, o piruvato é convertido a acetil-coenzima-A, que entra no 
ciclo do ácido cítrico sendo convertida em CO2 e água. (BARREIROS; 
BARREIROS, [s.d.]). 
Segundo Barreiros e Barreiros ([s.d.], p. 278): 
 
Alguns tecidos do corpo utilizam apenas glicose como fonte de ener-
gia, não sendo capazes de metabolizar aminoácidos ou lipídios. É o 
caso do cérebro, sistema nervoso, eritrócitos, testículos, medula renal 
e tecidos embrionários. Para que esses tecidos não fiquem sem 
energia e parem de funcionar é necessário manter um nível de 
concentração de glicose na corrente sanguínea. Em geral nosso 
estoque de glicogênio armazenado no fígado e músculos supre essas 
necessidades, entretanto, em períodos de jejum prolongado, ou após 
exercícios físicos extenuantes o estoque de glicogênio se esgota, 
sendo necessário ao organismo apelar para a síntese da glicose a 
partir de precursores não oriundos de carboidratos. Isso é alcançado 
por uma rota do anabolismo de carboidratos denominada de 
gliconeogênese. 
 
 
40 
 
Assim, na glicólise, uma molécula de glicose produz 2ATP e 2NADH. 
Na gliconeogênese, para dar uma molécula de glicose são utilizados 6ATP e 
2NADH. Desse modo, o organismo somente utiliza à gliconeogênese em casos 
de necessidade. Outra etapa do metabolismo dos carboidratos, assim como 
também dos lipídios e das proteínas é o ciclo de Krebs ou ciclo de ácido crítico. 
Nele a acetil-CoA é transformada em CO2 e sua energia é mantida na forma de 
3NADH, 1 FADH2 e 1 GTP. 
 
Figura 7: Ciclo do ácido cítrico 
 
Fonte: NELSON (2011, p. 621 apud BARRETO; BARRETO, [s.d.]). 
 
Pontos importantes: 
 
 Normalmente, os carboidratos representam a maior parte da ingestão 
energética, pois é cerca de 40% a 60% do consumo energético total, 
mas as reservas de carboidrato do corpo são pequenas: cerca de 80 a 
110 gramas de glicogênio são armazenados no fígado e 
aproximadamente 250-400 gramas nos músculos; 
41 
 
 Os carboidratos fornecem energia pelo metabolismo anaeróbico, tendo o 
lactato como produto final ou pela oxidação completa em dióxido de 
carbono e água; 
 As limitadas reservas de carboidratos do organismo são rapidamente 
depletadas durante o exercício físico (glicogênio muscular) ou durante o 
jejum (glicogênio hepático). As reservas de glicogênio muscular são 
depletadas após 1-2 horas de exercício pesado. No exercício de 
intensidade muito alta, o conteúdo muscular de glicogênio cai 
rapidamente, mas não é completamente depletado no ponto de fadiga; 
 Os carboidratos são o principal combustível para a atividade muscular 
em exercícios de alta intensidade: quando as reservas musculares de 
glicogênio são depletadas, somente é possível a realização de 
exercícios em baixa intensidade. O tempo durante o qual o exercício de 
intensidade fixa pode ser sustentado está relacionado com o tamanho 
da reserva de glicogênio anterior ao exercício, isto dependerá do padrão 
de exercício e da dieta adotada nas horas e nos dias precedentes. 
 A glicogênese – síntese de carboidratos a partir de fontes não-
carboidratos – ocorre sobretudo no fígado e pode ajudar a manter o 
suprimento de carboidratos em tecidos, como o cérebro e eritrócitos, que 
dependem da disponibilidadeda glicose; 
 Entre os muitos hormônios na integração dos carboidratos e no controle 
de seu metabolismo, destacam-se a insulina, que promove o 
armazenamento de carboidratos, e o glucagon, cujas ações são 
geralmente antagônicas as da insulina. A adrenalina e a noradrenalina 
estimulam a mobilização e o metabolismo dos carboidratos em 
momentos de estresse. 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
2.2.2 Proteínas 
 
 
Figura 8: Proteínas de origem animal e vegetal 
 
Fonte: <http://vidanutritiva.net/wp/tabela-quantitativa-de-proteinas-em-vegetais>. 
 
No ser humano, as informações genéticas estão contidas na estrutura 
do DNA, que determina o tipo e a quantidade de proteínas sintetizadas em 
cada célula do organismo. Por sua vez, as proteínas são responsáveis pela 
síntese de todos os outros componentes celulares, enquanto o material 
genético apenas codifica as proteínas com suas respectivas sequencias de 
aminoácidos (DE ANGELIS; TIRAPEGUI, 2007). 
 
As proteínas são consideradas nutrientes importantes devido ao fato de 
fornecerem os aminoácidos essenciais. Depois da água, a proteína é a 
substância mais abundante no corpo, cerca de 20% do peso corporal. 
 
À semelhança de gorduras e carboidratos, as proteínas contêm 
carbono, hidrogênio e oxigênio. No entanto, as proteínas são as únicas que 
possuem nitrogênio (16%) junto com enxofre, fósforo, ferro, cobalto. 
 
As proteínas são formadas por 20 aminoácidos em diversas 
proporções e cumprem funções estruturais, reguladoras, de defesa e de 
transporte nos fluídos biológicos. Os principais tecidos responsáveis por esse 
http://vidanutritiva.net/wp/tabela-quantitativa-de-proteinas-em-vegetais
43 
 
equilíbrio são o muscular e as vísceras, estas últimas responsáveis pela 
síntese de proteínas sanguíneas fundamentais na homeostase celular. 
 
Alguns aminoácidos denominados essenciais devem ser ingeridos por 
meio da alimentação; sua falta ocasiona alterações bioquímicas, fisiológicas e 
diminuição acentuada da síntese proteica. Por exemplo, em crianças, provoca 
diminuição do crescimento e profundas alterações biológicas, fisiológicas e 
anatômicas. A principal função dos aminoácidos está relacionada com a 
síntese proteica (TIRAPEGUI, 2006). 
 
Mattos e Neira (2007) acrescentam que as principais funções das 
proteínas são: formar a estrutura dos músculos ósseos, cartilagens, cabelos, 
pele, unhas, sangue, linfa, vasos sanguíneos e material genético; formar 
anticorpos para resistências às doenças e entregar oxigênio e nutrientes as 
células por meio da corrente sanguínea (função construtora e reguladora). 
Além disso, promove o crescimento pela formação de novas células e permite 
a conservação dos tecidos pela reposição de células gastas (função 
construtora). 
 
As proteínas também atuam no equilíbrio hidroeletrolítico, no equilíbrio 
ácido-básico, na coagulação sanguínea, transporte de substâncias 
necessárias, percussoras de vitaminas, contribui no metabolismo energético do 
organismo (função energética), contração muscular, geração e transmissão de 
impulso nervoso, regulação hormonal, estrutural (formam matriz de ossos e 
ligamentos), catálise enzimática (transformações químicas em sistemas 
biológicos) (GALISA; ESPERANÇA; DE SÁ, 2007; DE ANGELIS; TIRAPEGUI, 
2007). 
 
A necessidade de ingestão de proteínas e aminoácidos depende das 
condições fisiológicas dos indivíduos. Por exemplo, em relação ao exercício 
físico, há maior necessidade de ingestão proteica na dieta, que é influenciada 
por alguns fatores, dentre os quais se destacam a intensidade, a duração e o 
tipo de exercício; o conteúdo do glicogênio, o balanço energético; o gênero; a 
idade e o tempo de treinamento (DE ANGELIS; TIRAPEGUI, 2007). 
44 
 
 
Mattos e Neira (2007) mencionam que nossas necessidades são 
maiores quando somos crianças, cerca de duas gramas por quilo de peso 
corporal. Essa exigência declina com a idade, embora seja maior nas mulheres 
grávidas e em atletas. Em relação ao valor calórico total da dieta, a World Health 
Organization (WHO) (2003) e a Organização Mundial da Saúde (2004) 
recomendam de 10% a 15% provenientes de proteínas. Em relação ao peso, 
recomenda-se 0,8g por quilo de peso por dia para adultos saudáveis. Esta 
quantidade deve ser aumentada em certos estados fisiológicos, tais como 
crescimento, gravidez e lactação e atividades especiais (caso de atletas) 
(NATIONAL RESEARCH COUNCIL, 1989). 
 
2.2.2.1 Aminoácidos 
 
Os aminoácidos são formados por carbono, hidrogênio, oxigênio, 
nitrogênio e, ocasionalmente, por enxofre; são as unidades estruturais das 
proteínas. Dois aminoácidos unidos formam um dipeptídeo, a união de três 
aminoácidos resulta na formação de um tripeptídeo e assim sucessivamente. 
Cada aminoácido em uma cadeia polipeptídica é denominada como um resíduo 
de aminoácido. Uma cadeia em até 100 aminoácidos unidos é denominada 
poliptídeo, enquanto valores superiores caracterizam uma proteína (DE 
ANGELIS; TIRAPEGUI, 2007). 
 
 Segundo Galisa, Esperança e De Sá (2007), os aminoácidos que 
representam as unidades básicas da estrutura das proteínas podem ser 
divididos em: aminoácidos essenciais, aminoácidos não-essenciais e 
condicionalmente essenciais. 
 
Os aminoácidos essenciais são aqueles que o organismo não 
consegue sintetizar ou sintetiza muito lentamente para satisfazer suas 
necessidades. Como são substâncias encontradas em determinados alimentos, 
devem ser obtidos pela alimentação. São eles: isoleucina, leucina, lisina, 
valina, triptofano, fenilalanina, treonina, metionina e treonina. 
 
45 
 
O aminoácidos não-essenciais são aqueles que o organismo pode 
produzir e satisfazer suas necessidades, além disso, podem ser sintetizados 
pelo organismo a partir de outros aminoácidos ou de outros metabólicos de 
complexos nitrogenados. São eles: alanina, arginina, asparagina, ácido 
aspártico, cisteína, ácido glutâmico, glutamina, glicina, prolina, serina e tirosina. 
 
Os aminoácidos condicionalmente essenciais que se tornam 
essenciais em condições especiais, ou seja, quando as necessidades do 
organismo excedem a capacidade do corpo de produzi-los, devendo ser 
obtidos pela alimentação. 
 
2.2.2.2 Digestão e absorção das proteínas (Protídeos ou Prótides) 
 
As proteínas não sofrem digestão na boca, porém a mastigação e a 
insalivação formam uma massa semi-sólida que passa ao estômago, onde tem 
início a digestão química. 
 
A primeira enzima a agir sobre as proteínas é a pepsina, ativada pelo 
ácido clorídrico presente no suco gástrico. Sua ação decompõe as proteínas 
em polipeptídios (fragmentos de proteínas com muitos aminoácidos ligados 
entre si). 
 
No intestino delgado, as enzimas pancreáticas – tripsima, quimotripsina 
e carboxipeptidase – e as enzimas entéricas – aminopeptidase e dipeptidase – 
agem sobre as proteínas, transformando-as em cadeias de peptídeos 
progressivamente menos complexas até chegar a peptídeos e aminoácidos. 
Sob essa forma, as proteínas são absorvidas, passando para a corrente 
sanguínea que transporta os aminoácidos para todas as células do corpo para 
que elas desempenhem suas funções. 
 
O organismo não possui órgãos que mantenham uma reserva estática 
de proteínas, portanto, há necessidade de se manter a proteinemia normal 
46 
 
através de alimentação diária balanceada (GALISA; ESPERANÇA; DE SÁ, 
2008). 
 
Quadro 2: Esquema de digestão das proteínas 
 
ÓRGÃO ENZIMA AÇÃO 
Boca -- Mastigação e insalivação 
Estômago -- 
Pepsina 
O ácido clorídrico ativa a pepsina 
1- Proteínas 
2- Polipeptídeos 
Intestino delgado Pancreátricas 
 Tripsina 
 Quimotripisina 
 Carboxipeptidase 
Entéricas 
 Aminopeptidase 
 dipeptidase 
1- Proteínas 
2- Polipeptídeos 
3- Tripeptídeos 
4- Dipeptídeos 
5- Peptídeos 
6- Aminoácidos 
 
Fonte: Galisa, Esperança e De Sá (2008). 
 
2.2.2.3 Metabolismo das proteínas 
 
O metabolismo dasproteínas é, sob muitos aspectos, mais complexo 
do que o dos lipídeos e dos carboidratos. Isso se deve, em parte, ao número de 
compostos envolvidos. Todos os aminoácidos, excetuando-se os essenciais, 
podem ser sintetizados pelo organismo e degradados em compostos mais 
simples. 
 
Não existe um armazenamento do excesso de proteínas dietéticas no 
organismo e qualquer aminoácido ingerido além da necessidade imediata é 
oxidado, e o nitrogênio é excretado. 
 
Embora a estrutura do corpo seja muito estável, muitas das proteínas 
componentes dos tecidos apresentam uma vida relativamente curta no 
organismo. A maioria das proteínas e enzimas estruturais são sintetizadas e 
degradadas em altas taxas; até 20% da taxa basal do consumo energético é 
47 
 
resultado do turnover proteico. Este processo é importante na reparação do 
tecido lesado e na cicatrização e também no tecido sadio (MAUGHAN; 
GLEESON; GREENHAFF, 2000). 
 
O turnover abrange a renovação ou substituição de uma substância biológica, 
bem como a troca de material entre diferentes “compartimentos”. O turnover 
proteico é o equilíbrio entre as taxas de síntese e degradação das proteínas. 
Esse fenômeno é elevado na infância e diminui com a idade. 
 
De acordo com De Angelis e Tirapegui (2007), na célula existe um pool 
metabólico de aminoácidos em estado de equilíbrio dinâmico que pode ser 
utilizada quando for necessário, o contínuo estado de síntese e degradação 
das proteínas é necessário para manter esse “pool” metabólico e a capacidade 
de satisfazer a demanda de aminoácidos nas várias células e tecidos do 
organismo, quando essas são estimuladas a sintetizar novas proteínas para 
uma determinada função. 
 
Os tecidos mais ativos, responsáveis pela equilibração de síntese e 
degradação das proteínas, são o plasma, mucosa intestinal, pâncreas, fígado e 
rins. Por outro lado, o tecido muscular, pele e cérebro são os menos ativos. 
 
No organismo humano, a proteína sofre deterioração constante, pois os 
aminoácidos liberados durante a renovação e que não participam da síntese 
proteica são catabolizados para o alcance de energia. 
 
A proteína em exagero dos valores aconselhados faz com que mais 
aminoácidos sejam transformados em gorduras ou catabolizados para atender 
as necessidades energéticas do corpo e a inanição, a dieta, o exercício 
demorado e o diabetes mellitus descontrolado apressam o catabolismo dos 
aminoácidos quando os carboidratos não estão disponíveis ou estão sendo 
aproveitados de maneira imprópria. 
 
Durante o catabolismo, a proteína é primeiro, degradada em 
aminoácidos componentes e, posteriormente, a molécula de aminoácido perde 
48 
 
seu nitrogênio no fígado para formar ureia. Após isso, o aminoácido 
desanimado restante é decomposto em um novo aminoácido, transformado em 
carboidrato ou gordura ou catabolizado absolutamente para obtenção de 
energia. 
 
A ureia constituída na desanimação (incluindo alguma amônia) deixa o 
corpo em forma de urina. As enzimas nos músculos promovem a retirada do 
nitrogênio de certos aminoácidos e o transferem para outros compostos nas 
reações bioquímicas reversíveis da transanimação. Após a desanimação, o 
piruvato, oxaloacetato, dentre outros seguem caminhos diferentes, dentre eles, 
glicogênese, fonte energética e síntese das gorduras (MCARDLE; KATCH; 
KATCH, 2006). 
 
METABOLISMO DA PROTEÍNA NO EXERCICIO FÍSICO 
 
Segundo Wilmore, Costill e Kenney (2010), a proteína pode ser 
utilizada como fonte de energia menor, mas primeiramente deve ser convertida 
em glicose. 
 
No caso da grande depletação de energia ou da grande inanição, a 
proteína pode ser utilizada até mesmo para gerar AGLs a fim de se obter 
energia celular. O processo pelo qual a proteína ou gordura é convertida em 
glicose é chamada de glicogênese. O processo de conversão de proteínas em 
ácidos graxos é denominado de lipogênese. 
 
Com relação ao metabolismo da proteína no exercício, Maughan, 
Gleeson e Greenhaff (2000) afirmam que é fato que o exercício exerce alguns 
efeitos altamente específicos sobre o metabolismo proteico do organismo. O 
treinamento de força resulta em aumento de massa muscular, indicando 
intensificação na formação de actina e miosina. Os exercícios de resistência 
embora tenham pouco efeito sobre a massa muscular, elevam o conteúdo de 
proteínas musculares, especialmente daquelas envolvidas no metabolismo 
oxidativo. Essas alterações são específicas e seletivas aos estímulos. 
 
49 
 
O exercício também possui alguns efeitos imediatos sobre o 
metabolismo proteico e a resposta a um episódio de exercício é similar em 
vários aspectos à resposta a fase aguda de uma infecção ou lesão. 
 
FONTES ALIMENTARES 
 
As fontes alimentares das proteínas podem ser de origem animal e 
vegetal. As fontes proteicas de origem animal podem ser encontradas nas 
carnes (mamíferos, aves e pescados) vísceras, ovos, queijos e iogurtes. O leite 
possui pequena quantidade de proteínas, mais a facilidade com que ele se 
incorpora a alimentação diária, torna-o uma das melhores fontes desse 
nutriente. 
 
Já as fontes proteicas de origem vegetal são as leguminosas secas 
(feijões, ervilha, lentilha, grão-de-bico e soja) e cereais integrais (milho, trigo, 
arroz, centeio, etc). A deficiência extrema de proteínas causa Kwashiorkor e a 
deficiência extrema de calorias e proteínas causa o Marasmo. 
 
Para entender melhor sobre o que causa Kwashiorkor e marasmo, assista ao 
vídeo: <https://www.youtube.com/watch?v=4t6KqUxihuk>. 
 
LIPÍDEOS 
 
Os lipídeos ou lipídios, lípidos ou lípides são um amplo grupo de 
substâncias químicas insolúveis na água e solúveis em éter, clorofórmio e 
outros solventes orgânicos. Os lipídeos são constituintes importantes de todas 
as células. Estão associados ao glicerol, como os triacilglicerídeos (gorduras e 
óleos – fornecem calorias) e fosfolípides (estrutura das membranas) e não 
associadas ao glicerol, como os esteróis (colesterol, fitosteróis, ceras e álcoois 
graxos) (GALISA; ESPERANÇA; DE SÁ, 2007). 
 
Os lipídeos constituem a forma de armazenamento de todo excesso de 
nutrientes, quer seja ingerido sob a forma de carboidratos, proteínas ou dos 
https://www.youtube.com/watch?v=4t6KqUxihuk
50 
 
próprios lipídeos. Os lipídeos são armazenados nas células adiposas, sob a 
forma anidra e podem ocupar a maior parte do volume celular. 
 
Existem duas vantagens pelo qual o organismo estoca energia em 
forma de triacilgliceróis do que de glicogênio. Primeiro, devido a oxidação 
render 2,25 vezes mais energia por grama comparada aos carboidratos. 
Segundo, porque a molécula de triacilglicerol é hidrofóbica e, portanto, não 
hidrata. 
 
Desse modo, quando o organismo armazena energia na forma de 
gordura, não necessita carregar um peso extra na forma de água. 
Diferentemente, o acúmulo de hidrogênio implica maior hidratação tecidual, 
desde que para um grama desta molécula, de 2 a 4 gramas de água são 
armazenados no tecido (OLIVEIRA; MARCHINI, 1998). 
 
Os lipídeos contêm os mesmos elementos estruturais que os 
carboidratos, isto é, carbono, hidrogênio e oxigênio. Apresentam, porém, uma 
relação entre hidrogênio e oxigênio consideravelmente maior. Os lipídeos 
também demonstram menor densidade em relação à água (NELSON; COX, 
2000). 
 
Os lipídeos representam a maior reserva nutritiva de energia química 
para realização do trabalho biológico, incluindo a contração muscular. Os 
depósitos de lipídios no tecido adiposo provêm do isolamento do frio e 
protegem os órgãos vitais. Os lipídeos são componentes estruturais das 
membranas e também atuam como transportadores de vitaminas lipossolúveis 
(MAUGHAN; GLEESON; GREENHAFF, 2000). 
 
TIPOS DE LIPÍDEOS 
 
Os lipídeos podem ser classificados segundo sua estrutura em três 
classes. A primeira são os lipídeos simples, a segunda, os lipídeos compostos, 
e a terceira, os lipídeosderivados. 
 
51 
 
Os lipídeos simples são frequentemente denominados de “neutros” e 
consistem de ácidos graxos e triacilgliceróis, na qual 95% da gordura corporal 
está sob a forma do último supracitado. A maior parte é armazenada no 
citoplasma das células do tecido adiposo branco, embora o fígado e o músculo 
esquelético também contenham estoques. 
 
Com relação aos ácidos graxos, podem ser saturados e insaturados. 
As gorduras saturadas podem ser encontradas principalmente como 
triglicerídeos, cujo papel é ser queimado para energia metabólica. Os lipídeos 
insaturados podem ser divididos em monosaturadas e poliinsaturadas. O 
ácido graxo é considerado monoinsaturado se houver apenas uma dupla 
ligação ao longo da cadeia de carbono, enquanto a existência de duas ou mais 
ligações duplas caracteriza-o como poliinsanturado (DE ANGELIS; 
TIRAPEGUI, 2007). 
 
Segundo Mattos e Neira (2007), as gorduras insaturadas, embora às 
vezes usadas na produção de energia, desempenham um papel estrutural 
como parte das membranas de todas as células do corpo e das pequenas 
organelas dentro das células (por exemplo, nas mitocôndrias). 
 
Os lipídeos compostos são constituídos por uma gordura neutra, 
combinada a outras substâncias químicas. Os principais grupos são os 
glicolipídeos, os esfingolipídeos, os fosfolipídeos e as lipoproteínas. 
 
Os fosfolipídeos e os glicolipídeos (glicoesfingolipídeos) são 
encontrados em maiores quantidades no tecido nervoso, nos quais interagem 
com o ambiente extracelular e desempenham um papel na regulação das 
interações, do crescimento e do desenvolvimento celulares. 
 
Já os esfingolipídeos são abundantes no tecido nervoso, enquanto 
algumas quantidades são observadas no depósito de gordura do tecido 
adiposo (DEVLIN, 2002). 
 
52 
 
As lipoproteínas são formadas, sobretudo no fígado e na circulação, e 
são combinações de triacilgliceróis, fosfolipídeos, colesterol e proteínas. As 
lipoproteínas constituem a principal forma de transporte de gordura no sangue. 
 
As lipoproteínas são classificadas em lipoproteínas de alta densidade 
(HDL) e lipoproteínas de baixa densidade (LDL). A primeira contém a 
quantidade mínima de colesterol e parecem atuar no transporte de colesterol 
das paredes das artérias para a conversão em bile no fígado. Essa lipoproteína 
também é chamada comumente de colesterol “bom”. Já a segunda, 
normalmente transporta 60% a 80% do colesterol plasmático na parece arterial, 
também chamada de colesterol “ruim” (MAUGHAN; GLEESON; GREENHAFF, 
2000). 
 
Os lipídeos derivados incluem substâncias derivadas de lipídeos 
simples e compostos. O mais amplamente pesquisado é o colesterol, um 
esterol encontrado apenas em alimentos de origem animal. Presente em todas 
as células do organismo, o colesterol é um constituinte das membranas 
celulares e um precursor essencial para a síntese de vitamina D e de 
hormônios esteroides, como o estrogênio, a testosterona e o cortisol. Ele 
também é necessário para a síntese da bile, que desempenha relevante função 
na emulsificação de gorduras no trato digestório (MAUGHAN; GLEESON; 
GREENHAFF, 2000; DE ANGELIS; TIRAPEGUI, 2007). 
 
DIGESTÃO E ABSORÇÃO DOS LIPÍDEOS (LÍPIDES OU GORDURAS) 
 
A digestão química das gorduras efetua-se quase que totalmente no 
intestino delgado, porém a ação preparatória ocorre nas partes anteriores do 
trato gastrointestinal. 
 
Na boca, a mastigação divide as gorduras em pequenos pedaços e a 
insalivação as umedece para a passagem ao estômago. No estômago, apenas 
as gorduras emulsionadas (gordura do leite e da gemado ovo) recebem a ação 
da lipase gástrica, que as desdobra em ácidos graxos e glicerol. As demais 
53 
 
gorduras devem ser primeiramente emulsionadas pela bile, que é produzida 
pelo fígado e armazenada na vesícula biliar. 
 
A emulsão é um passo importante na preparação das gorduras para a 
digestão química; consiste em dividir a gordura em pequenos glóbulos, o que 
aumenta a superfície disponível para a ação das enzimas. Sob a ação da 
lipase pancreática e da lipase entérica, as gorduras, já emulsionadas, 
decompõem-se em ácidos graxos e glicerol e, assim, são absorvidas. 
 
Após, a absorção, há uma recombinação desses componentes, 
formando triglicerídeos. A circulação leva os triglicerídeos para o fígado, onde 
são ressintetizados em forma de lipídeos específicos do organismo. Uma parte 
é queimada e usada para fins calóricos, outra parte é armazenada. 
 
As gorduras não absorvidas servem de lubrificantes, facilitando a 
excreção intestinal. O excesso de gordura armazena-se na forma de tecido 
adiposo, tanto subcutâneo como visceral (GALISA; ESPERANÇA; DE SÁ, 
2008). 
 
Quadro 3: Esquema de digestão dos lipídeos 
 
ÓRGÃO ENZIMA AÇÃO 
Boca -- Mastigação e insalivação 
Estômago Lipase gástrica Digere apenas as gorduras 
já emulsionadas 
Fígado -- A bile emulsiona as 
gorduras restantes 
Intestino delgado Lipase pancreática 
Lipases entéricas 
Decompõe as gorduras já 
emulsionadas em ácidos 
graxos e glicerol 
 
 
 
 
 
54 
 
UTILIZAÇÃO DAS GORDURAS DURANTE O EXERCÍCIO 
 
As gorduras contribuem com aproximadamente metade do total da 
produção de energia durante o repouso, o restante vem dos carboidratos. A 
quantidade de gordura utilizada durante o exercício depende do tipo de 
exercício. 
 
Exercícios prolongados, com baixa intensidade, aumentam a 
dependência de gordura, que pode contribuir com 80% ou mais das 
necessidades de energia do músculo. Se a intensidade dos exercícios 
aumenta, a dependência da gordura diminui. 
 
Uma coisa interessante é que o ácido lático (resíduo da glicólise 
durante os trabalhos anaeróbicos) inibe a mobilização de ácidos graxos do 
tecido adiposo. Por isso, a intensidade do exercício para se ”queimar” gorduras 
não deve ser elevada para não produzir grandes quantidades de ácido lático 
(MATTOS; NEIRA, 2007). 
 
Contudo, é sempre necessário buscar novos estudos, pois a ciência 
está em constante movimento e assim, novas descobertas estão aparecendo, 
principalmente no que dizer respeito a esse assunto de queima de gorduras em 
baixa ou alta intensidade. 
 
Segundo Mattos e Neira (2007), a principal vantagem da gordura é seu 
alto potencial energético. Mas, as gorduras também têm suas desvantagens. 
 
Sua queima requer uma exigência absoluta de oxigênio, isto é, a 
gordura só pode ser queimada aerobicamente, ao contrário dos carboidratos 
que podemos queimar tanto de forma aeróbica quanto anaeróbica. Além do 
mais, a queima de gorduras é muito mais lenta comparada a dos carboidratos. 
 
A gordura é armazenada nos depósitos adiposos, não nos músculos. 
Por isso, quando ela vai ser utilizada, os ácidos graxos precisam primeiro ser 
55 
 
liberados do tecido adiposo, conduzidos pelo sangue aos músculos ou fígado e 
absorvidos pela célula antes de serem metabolizados para energia. 
 
As gorduras são queimadas para a energia nas mitocôndrias das 
células dos músculos ou do fígado. O nível de carnitina nos músculos 
determina a proporção de queima de gordura. A realização do exercício 
aumenta o consumo de oxigênio e níveis das enzimas, que é utilizado na 
oxidação de gorduras. 
 
Durante exercícios prolongados, como os aeróbicos, mais da metade 
da gordura consumida vem do tecido adiposo. O triglicerídeo do tecido adiposo 
precisa ser mobilizado (hidrolisado) em ácidos graxos liberados na circulação 
para chegar até os músculos ativos, ser absorvido e oxidado. 
 
Além de tudo isso, Wilmore, Costill e Kenney (2010) acrescentam que 
a gordura é menos acessível para o metabolismo celular porque, em primeiro 
lugar, precisa ser reduzida de sua forma complexa (triglicerídeo) até seus 
componentes básicos, glicerol e ácidos graxos (AGLs). Apenas os AGLs são 
utilizados para formação de ATP. 
 
FONTES ALIMENTARES 
 
 Predominantemente saturadas: alimentos de fontesanimais: carne, leite; 
alimentos de fontes vegetais: óleo de coco, óleo de palma, manteiga de 
cacau e margarina; 
 Predominantemente insaturadas: óleos vegetais: oliva e amendoim 
(monoinsaturadas); girassol, soja, milho e açafrão (poliinsaturadas); 
peixes e óleos de peixes da família ômega 3 (atum, arenque, sardinha e 
cavala – água fria); gema do ovo (monoinsaturada); sementes (nozes e 
castanha-do-Pará); 
 As fontes de colesterol são encontradas em tecidos animais, como gema 
de ovo, camarão e as carnes dos órgãos (fígado e rins). Não existe 
colesterol nos tecidos e gorduras vegetais. Portanto, óleos vegetais 
56 
 
podem variar quanto ao grau de saturação, mas nenhum deles contém 
colesterol (GALISA; EPERANÇA; DE SÁ, 2007) . 
 
 
 
2.3 Micronutrientes: vitaminas e sais minerais 
 
 Figura 9: Vitaminas e sais minerais 
 
Fonte: <http://www.asdeliciasdodudu.com.br/2012/04/os-micronutrientes.html>. 
 
Os micronutrientes atuam no perfeito funcionamento do nosso 
organismo e devem ser ingeridos em pequenas quantidades. De acordo com 
Tirapegui (2006) os micronutrientes como as vitaminas e minerais, são 
encontrados no metabolismo dos quatro tipos de proteínas do corpo: 
1. Estruturais (osso e pele) 
2. Contrateis (músculos voluntários e involuntários) 
3. De transportes (soro e células vermelhas) 
4. Metabólicas (enzimas, hormônios e receptores) 
 
2.3.1 Vitaminas 
 
As vitaminas são um grupo de compostos orgânicos, quimicamente 
não relacionados entre si, distribuídos nos reinos vegetal e animal. Embora 
necessário em pequenas quantidades na alimentação, as vitaminas são 
consideradas essenciais, ou seja, já que o organismo não as sintetiza, 
necessariamente, devem ser obtidas por meio da alimentação. 
57 
 
 
As vitaminas participam de reações metabólicas específicas do interior 
da célula do metabolismo de proteínas, gorduras e carboidratos. Destacam-se, 
ainda, por regular a síntese de muitos componentes corpóreos como ossos, 
células, glândulas, cérebro, nervos e sangue. Além disso, previnem doenças 
causadas por deficiências nutricionais e são indispensáveis pelo crescimento 
normal, a reprodução e a manutenção da saúde dos animais superiores e do 
homem. 
 
As vitaminas são denominadas fatores acessórios dos alimentos, pelo 
fato de não fornecerem calorias como os carboidratos, proteínas e gorduras e 
nem contribuírem de forma apreciável para o aumento de massa corpórea 
(TIRAPEGUI, 2006). 
 
Basicamente, as vitaminas são divididas em dois grupos: lipossolúveis 
e hidrossolúveis. No primeiro grupo, estão as vitaminas A (retinol), E 
(tocoferóis), D (colecalciferol) e K (filoquinona). Essas são absorvidas 
juntamente com a gordura da dieta, necessitando da bile, e transportada na 
corrente sanguínea. 
 
As vitaminas A e D circulam ligadas as proteínas, enquanto as 
vitaminas E e K são ligadas as lipoproteínas, podem ser armazenadas no 
organismo, podendo ser obtidas pela alimentação ou suplementação. O 
armazenamento da vitamina A é predominante no fígado, as vitaminas D e E 
no tecido adiposo e muscular e a vitamina K não é armazenada (GALISA; 
ESPERANÇA; DE SÁ, 2007). 
 
No segundo grupo, a vitamina C (ácido ascórbico) e as do complexo B, 
compostas pela vitamina B1 (tiamina), vitamina B2 (riboflavina), niacina (ácido 
nicotínico e nicotinamida), vitamina B5 (ácido pantótenico), vitamina B6 
(pirixidina), biotina, ácido fólico e vitamina B12. Não podem ser esquecidas as 
pró-vitaminas, como o betacaroteno, precursor da vitamina A (DE ANGELIS; 
TIRAPEGUI, 2007). 
 
58 
 
Essas, de acordo com Galisa, Esperança e De Sá (2007), não são 
armazenadas no organismo, sendo eliminadas diariamente pelas vias de 
excreção, principalmente a urinária e requerem suprimento diário. 
 
Segundo Gregory (1988), a biodisponibilidade das vitaminas, isto é, o 
quanto estão disponíveis para absorção e utilização do organismo, é 
influenciada por diversos fatores que foram classificados com extrínsecos e 
intrínsecos. Dentre os primeiros estão a forma química da vitamina, 
concentração da vitamina no alimento, interação com outros nutrientes da 
dieta, composição da dieta, fumo, álcool e medicamentos. Como fatores 
intrínsecos, considera-se a idade, as condições fisiológicas e patológicas do 
indivíduo. 
 
Vitamina A 
 
A vitamina A é importante para boa visão, construir todas as células 
epiteliais, crescimento dos ossos e tecidos moles do corpo, atua como 
antioxidante e é essencial na manutenção da resistência a infecções. Fontes: 
fígado, rim, manteiga, gema do ovo, leite integral, queijos. Altas doses podem 
tornar-se tóxicas, causando dores articulares, afinamento de ossos longos, 
hidrocefalia, vômitos, pele seca, anorexia, unhas quebradiças, gengivite, 
irritabilidade, anemia, perda de cabelo (GALISA; ESPERANÇA; DE SÁ, 2007). 
 
A deficiência desta vitamina causa perda de apetite, seguida de perda 
de peso e diminuição do crescimento, mudanças epiteliais, cegueira parcial ou 
total, diminuição dos níveis de testosterona e consequentemente a interrupção 
na produção de espermatozoides (GESTER, 1997; UNDERWOOD; ARTUR, 
1996; WOLF, 1996). 
 
Vitamina E 
 
A vitamina E age principalmente como antioxidante e pode ser útil na 
prevenção de certos cânceres. Em comparação com as demais vitaminas 
lipossolúveis, a vitamina E tem maior segurança, porém, em altas doses ela 
59 
 
interage com a atividade anti-hemorrágica da vitamina K, prolongando o tempo 
de coagulação sanguínea (BOOTH et al., 2004). 
 
Esta vitamina pode ser encontrada em fontes naturais: gérmen de trigo, 
amêndoas, avelãs, nozes, óleos vegetais (especialmente, com ácidos graxos 
saturados, como os gérmens de trigo, de girassol, de algodão, de dendê, de 
amendoim, de soja e de milho), vegetais verdes folhosos, gema do ovo, 
gordura do leite, manteiga e fígado (GALISA; ESPERANÇA; DE ANGELIS, 
2007). 
 
Vitamina D 
 
A vitamina D é diretamente ligada ao metabolismo do cálcio e do 
fósforo, atuando no intestino delgado, nos ossos e no rim. Portanto, é essencial 
para o crescimento e desenvolvimento normal, na formação e manutenção de 
ossos e dentes e na manutenção dos níveis séricos de cálcio e fosforo. 
 
A deficiência dessa vitamina em crianças pode causar raquitismo e em 
adultos denomina-se osteomalácia, que é caracterizada por dores ósseas, 
fraqueza muscular, descalcificação e fraturas. Constituem-se grupos 
vulneráveis as crianças que são pouco expostas ao sol; as mulheres na fase de 
procriação, os adeptos ao vegetarianismo e dieta macrobiótica. 
 
Os fatores que interferem na formação dessa vitamina, sob a ação da 
luz solar são: tempo de exposição ao sol, estação do ano, situação geográfica, 
poluição atmosférica, hábitos culturais e pigmentação da pele. 
 
O uso excessivo dessa vitamina ocasiona calcificação óssea 
excessiva, hipercalcemia, cefaleia, anorexia, sede, emagrecimento, fraqueza, 
constipação, náuseas, vômitos, diarreia e formação de cálculos. Pode ser 
encontrada nos alimentos de origem animal e óleos de fígado de peixes 
(GALISA; ESPERANÇA; DE SÁ, 2007). 
 
 
60 
 
Vitamina K 
 
A vitamina K é encontrada na natureza de duas formas: K1 (plantas) e K2 
(bactérias no trato intestinal). Boas fontes de vitamina K são os óleos vegetais 
e os vegetais verdes como brócolis, o espinafre e a couve. 
 
Esta vitamina está envolvida no processo de coagulação sanguínea, 
processo de mineralização do tecido ósseo. A deficiência desta vitamina é rara 
em adultos e pode ocorrer em recém-nascidos, ocasionando o 
desenvolvimento de doenças hemorrágicas, síndromes de má absorção e 
obstrução da vesícula biliar, como também doses farmacológicas de vitaminas 
A e E podem antagonizar a vitamina K (ROBINSON; WEIGLEY; MUELLER, 
1993). 
 
Vitaminas do complexo B 
 
As vitaminas do complexo B têm funções metabólicas importantes. São

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