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1 Aline David – ATM 2025/B PATOLOGIA – AULA 11 EMBOLIA ❖ Um êmbolo é uma massa sólida, líquida ou gasosa que é transportada pelo sangue para um local distante do seu ponto de origem. ❖ Maioria: trombos → tromboembolismo. ❖ Outros: gotículas de gordura, bolhas de ar, colesterol, fragmentos tumorais, etc. ❖ Se alojam em vasos pequenos resultando em oclusão parcial ou completa. - Necrose isquêmica: infarto. EMBOLIA PULMONAR ❖ Terceira doença cardiovascular aguda mais comum (após infarto e AVC). ❖ Acomete 1 em cada 1000 pessoas por ano. ❖ Trombose → principal causa. - Fluxo sanguíneo anormal: • Placas • Aneurisma • Anemia falciforme • Policitemia - Hipercoagulabilidade: • Deficiência FXII (plasmina) • Diminuição proteína C (resistência do fator V – mutação) • Estrogênio (pós-parto, gravidez) • Anticoncepcional oral • Tabagismo → aumento da produção de fibrinogênio. - Lesão endotelial: • Agentes químicos, físicos, infecciosos, inflamação, hipercolesterolemia, hiperglicemia. ❖ 95% dos casos de EP são originados de trombos venosos profundos (TVP) da perna; - Oclusão da artéria pulmonar ou arteríolas; - Um êmbolo pulmonar aumenta o risco para novos; ❖ 60 a 80% dos êmbolos são pequenos e silenciosos; - Mas podem se incorporar ao vaso gerando fibrose; ❖ Artéria pulmonar calibrosa → morte súbita; ❖ Obstrução de artérias de médio calibre com ruptura vascular: - Hemorragia pulmonar • Infarto pulmonar? - Suprimento sanguíneo duplo da circulação brônquica; - Insuficiência cardíaca, perfusão bronquial diminuída pode levar ao infarto; 2 Aline David – ATM 2025/B - Infarto Pulmonar: • Ramos arteriais pulmonares periféricos são ocluídos, pois acredita- se que as artérias brônquicas desempenham um papel menor na perfusão parenquimatosa da periferia dos pulmões; TROMBOEMBOLISMO SISTÊMICO ❖ Refere-se aos êmbolos que estão na circulação arterial; - 80% oriundos de trombos murais intracardíacos; • Associados a infartos ventriculares esquerdos, doença da valva mitral, aneurisma aórtico, placas ateroscleróticas. - 10 a 15% são de origem desconhecida; ❖ Podem atingir vários diferentes locais: - Extremidades inferiores 75% - Cérebro 10% - Intestino, rins e baço ❖ Geralmente se alojam em artérias terminais (bifurcação) → infarto. EMBOLIA GORDUROSA E DE MEDULA ÓSSEA ❖ Glóbulos gordurosos associados ou não a elementos da medula hematopoética. - Impactam na membrana pulmonar • Fratura de ossos longos que apresentam medula gordurosa. • Trauma de tecidos e queimaduras. - Por que tem um coágulo junto? Porque quando o êmbulo formado por tecido hematopoético percorre a corrente sanguínea e obstrui os vasos, vai ter a agregação de plaquetas. ❖ Corre em 90% das pessoas com lesões ósseas graves; - <10% destes pacientes apresentam achados clínicos; ❖ Síndrome da embolia gordurosa: - Pequena parcela de pacientes sintomáticos; - Mortalidade em 10% dos casos; - Insuficiência pulmonar; - Sintomas neurológicos que ocorrerm pela hipóxia; - Anemia → não só pela hemólise, mas também pelo sequestro das hemácias. - Trombocitopenia → sequestro de plaquetas; - 1 a 3 dias após a lesão: 3 Aline David – ATM 2025/B EMBOLIA GASOSA ❖ Bolhas podem formar massas espumosas que obstruem o fluxo vascular; - Lesão isquêmica; ❖ Exemplo: - Cirurgias de revascularização do miocárdio → circulação extracorpórea (CEC); - Introdução de ar por seringas ou cateter; - Doença da descompressão; • Indivíduos expostos a uma diminuição brusca da pressão atmosférica; • Mergulhadores, trabalhadores subaquáticos, indivíduos em aeronaves despressurizadas em rápida ascensão; ❖ Tratamento: - Câmara de alta pressão - Descompressão lenta → exalação dos gases EMBOLIA DE LÍQUIDO AMNIÓTICO ❖ 1 a cada 40000 partos; - Taxa de mortalidade de 80% • 5ª causa de morte materna do mundo - Déficit neurológico em 85% das sobreviventes; ❖ Sintomas: - Dispneia grave súbita; - Cianose; - Choque; - Alterações neurológicas: • Dores de cabeça, convulsão e coma. Ar inalado em alta pressão Quantidade aumentada de gás (principalmente nitrogênio) é dissolvida no sangue e tecidos Quando mergulhar sobe (despressuriza-se) muito rápido, o nitrogênio sai da forma de solução nos tecidos e sangue; 4 Aline David – ATM 2025/B INFARTO ❖ Área de necrose isquêmica causada por obstrução do suprimento arterial para o tecido afetado ou da drenagem venosa; - Infarto do miocárdio ou cerebral; - Infarto pulmonar; - Necrose isquêmica de extremidades distais (gangrena) → população diabética; ❖ Principalmente oclusão arterial (trombos/êmbolos); Infartos podem ser vermelhos (hemorrágicos) como em A → o sangue se acumula e não consegue sair, ou brancos (anêmicos) como em B → o sangue se acumula e consegue sair. ❖ Outras causas: - Vasoespasmos, ateromas, compressão extrínseca (tumor), torções; MORFOLOGIA DO INFARTO ❖ Classificação de acordo com: ❖ Cor: - Vermelhos (hemorrágicos); - Brancos (anêmicos); ❖ Presença ou ausência de infecção; - Infarto séptico ou brando; Hemorrágico ou vermelho: ❖ Oclusões venosas; - Ovário (única veia eferente); ❖ Órgãos sem solidez/frouxos: - Ex.: pulmão onde o sangue pode se acumular; ❖ Circulação dupla: - Pulmão e intestino delgado: ocorrendo perfusão parcial inadequada do suprimento arterial colateral → minimiza os efeitos do infarto, mas contribui para o acúmulo. ❖ Tecidos previamente congestos (fluxo de saída comprometido). - Ex.: obstruir uma artéria previamente obstruída. ❖ Fluxo restabelecido após o infarto→ a aparência do tecido se torna hemorrágica por um tempo até ser realizada a limpeza. 5 Aline David – ATM 2025/B - No intestino vai ser sempre infarto hemorrágico, por conta da circulação dupla, independendo se é de origem arterial ou venosa. ❖ Infarto cerebral hemorrágico: - AVC hemorrágico é aquele que ocorre quando um vaso rompe dentro do cérebro; • Causando extravasamento de sangue e inchaço naquela região onde houve o sangramento; • Aneurisma; ❖ Infarto Isquêmico: - Isquêmico ou branco: • Oclusões arteriais → órgãos sólidos (coração, baço e rim); ❖ Formato de cunha: ápice representa o vaso ocluído; ❖ Inicialmente mal definidos e levemente hemorrágicos → margens definidas e borda inflamatória; ❖ Infarto resultante de oclusões arteriais → progressivamente pálidos e bem definidos; ❖ Infarto resultante de oclusão venosa → se hemorragia extensa, pode-se observar resíduo marrom → hemossiderina. ❖ Pode ocorrer regeneração parenquimatosa em tecidos lábeis; - Maioria gera cicatriz FATORES QUE INFLUENCIAM NO INFARTO ❖ Natureza do suprimento vascular: - Suprimento sanguíneo alternativo; • Pulmões: arterial e brônquico; • Mão e antebraço: radial e ulnar; ❖ Teor de O2 sanguíneo: - Obstrução parcial de um pequeno vaso; • Sem efeito para paciente sadio; 6 Aline David – ATM 2025/B • Infarto em paciente anêmico ou cianótico; ❖ A taxa de desenvolvimento da oclusão; ❖ Uma oclusão que se desenvolve lentamente é menos provável de desenvolver um infarto devido a possibilidade de criar uma circulação colateral com vasos maiores e aumentar a perfusão no local. ❖ Vulnerabilidade à hipóxia: - Neurônios apresentam danos irreversíveis quando privados de seu suprimento sanguíneo por 3 a 4 minutos; - Células do miocárdio morrem depois de 20 a 30 minutos de isquemia; - Fibroblastos do miocárdio podem ficar até algumas horas em isquemia que permanecem viáveis; ❖ Séptico: - Ocorrem quando a área infectada da valva cardíaca emboliza-se: • Endocardite infecciosa; - Microrganismos se instalam no tecido necrótico; - Infarto → abcesso→ mais inflamação. SINTOMAS DO INFARTO ❖ Início súbito de dor opressiva no peito; - Pode irradiar para o maxilar, costas e braço esquerdo; ❖ Sudorese; ❖ Náusea e vômito; ❖ Hipotensão arterial; ❖ Pacientes idosos podem não ter dor - Alterações no nível de consciência; DIAGNÓSTICO ❖ Eletrocardiograma ❖ Diagnóstico laboratorial: - Creatinina-quinase (CK-MB) – 6h - Aspartatoaminotransferase (AST) → tardia e inespecífica; - Lactatodesidrogenase (LDH) → tardia e inespecífica; - Troponina → específico e tardio; - Mioglobina → precoce e inespecífico (falso + com lesão muscular). CHOQUE ❖ Via final comum de uma série de eventos clínicos potencialmente letais: - Hemorragia severa; - Trauma ou queimaduras extensas; - Infarto do miocárdio severo; - Embolia pulmonar maciça; - Sepse microbiana; ❖ Características: - Hipotensão sistêmica (não consegue irrigar totalmente o nosso corpo → reduz a oxigenação dos tecidos de forma sistêmica; • Redução do débito cardíaco; • Redução do volume sanguíneo; ❖ Consequências: - Perfusão tecidual deficiente; - Hipóxia celular; CHOQUE CARDIOGÊNICO 7 Aline David – ATM 2025/B ❖ O que está falhando é a bomba cardíaca. CHOQUE HIPOVOLÊMICO ❖ Redução do volume total de sangue; CHOQUE SÉPTICO ❖ Causada pela resposta do hospedeiro a infecções bacterianas ou fúngicas; ❖ Ativação das células endoteliais, vasodilatação, edema, coagulação intravascular disseminada e desarranjos metabólicos; ❖ Gravidade e resultado dependem da: - Extensão e virulência da infecção; - Estado imunológico; - Comorbidades; - Níveis de produção de mediadores; ❖ Tratamento é um desafio! - ATBS; - Insulina para hiperglicemia (citocinas x insulina); - Redução da inflamação e coagulação; CHOQUE NEUROGÊNICO ❖ Lesão na medula espinal; ❖ Acidente anestésico/traumas; • Perda do tônus vascular; • Acúmulo sanguíneo periférico; CHOQUE ANAFILÁTICO ❖ Vasodilatação sistêmica e aumento da permeabilidade vascular; • Reação de hipersensibilidade mediada por IgE; • Hipóxia e hipoperfusão tecidual; • Quanto mais intensa for a resposta inflamatória pior será para o paciente. ESTÁGIOS DO CHOQUE ❖ Fase inicial não progressiva (compensatória): - Vasoconstrição periférica e taquicardia; - Perfusão de órgãos mantida; ❖ Estágio progressivo (descompensado): - Hipoperfusão tecidual; - Agravamento circulatório; - Desequilíbrio metabólico; • Acidose (respiração aeróbica intracelular é substituída por glicólise anaeróbica → ácido lático). • Dilatação arterial → acúmulo de sangue na microcirculação; - Tempo de enchimento capilar prolongado; ❖ Estágio irreversível: - Lesão tecidual intensa; SINTOMAS ❖ Dependem da fase que o paciente vai estar; ❖ Refletem a tentativa do corpo de compensar a falta de sangue circulante; - Aumento da frequência cardíaca e respiratória; - Hipotensão – pulso rápido e fraco; - Pele cianótica; - Rebaixamento do nível de consciência; ❖ Compensação falha: - Pulso fraco; - Respiração difícil; 8 Aline David – ATM 2025/B - Fraqueza; - Náusea; - Vômito; - Sede; - Morte; * No choque séptico pode haver calor e rubor devido à vasodilatação periférica;
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