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Fisiologia e Anatomia Abdominal A parede abdominal consiste, anteriormente, nos músculos retos do abdômen e piramidal, e nas aponeuroses de três músculos - oblíquo interno, oblíquo externo e transverso. Os lados são formados por esses três músculos e, em parte, pelos músculos ilíacos e ossos do quadril. Posteriormente, a parede abdominal é formada pelos corpos das cinco vértebras lombares e discos intervertebrais e pelos pilares do diafragma; lateralmente, pelos músculos psoas maior e menor e, mais lateralmente ainda, pelos músculos e ossos ilíacos. A maior parte da parede abdominal está disposta em camadas. Estas camadas, que têm importância cirúrgica, são, de fora para dentro: pele, tela subcutânea, músculos, fáscias ou osso, tecido extraperitoneal e peritônio. As fibras dos músculos largos (oblíquo externo e interno e transverso) se prolongam pelas fibras de suas aponeuroses e formam um tecido, uma verdadeira cinta ao redor do abdômen. A direção das fibras do oblíquo externo de um lado prolonga-se na direção das fibras do oblíquo interno do outro, e vice-versa. Dessa maneira, considerados em conjunto, esses músculos formam um tecido curvilíneo, como se estivesse "cortado em viés. Isso permite uma perfeita adaptação aos contornos do abdômen, podendo-se dizer, inclusive, que isso determina a forma do mesmo. Essa constituição permite à parede abdominal exercer com segurança sua principal função, que é a de formar a cavidade abdominal e proteger os órgãos internos. Musculatura Abdominal Retos do abdômen: Esses músculos, tomando-se o seu ponto de fixação do púbis, abaixam as costelas e fletem o tórax sobre a bacia, sendo portanto expiratórios e flexores do tórax. Tomando- se o seu ponto fixo nas costelas, eles fletem a bacia sobre o tórax. Descrevem um trajeto curvilíneo, com concavidade dirigida para trás. A contração reduz essa curvatura resultando na compressão das vísceras abdominais, favorecendo a eliminação da uniria, de fezes, do conteúdo estomacal (no vômito) e do conteúdo uterino (no parto). Esses músculos são envoltos por uma bainha formada pelas aponeuroses dos músculos oblíquos e transverso. Essa bainha, além de proteger, impede que esses músculos tenham um movimento semelhante ao de uma corda de arco durante sua contração. Anatomicamente, no entanto, ela apresenta em sua face posterior um enfraquecimento natural, que se traduz pela formação da linha arqueada. Nesse ponto, a bainha posterior, antes formada pela lâmina posterior da aponeurose do oblíquo interno em conjunto com a do transverso, passa a ser formada apenas pela fáscia transversal e peritônio. Isso resulta em um enfraquecimento dessa bainha, possibilitando o surgimento de hérnias, bem corno de urna menor proteção dos vasos epigástricos que correm na face posterior dos músculos retos, dando margem à ruptura desses vasos e à formação de hematomas. Os músculos retos são cortados em sua parte superior por três intersecções, tendíneas que o fixam à bainha anterior. Essa fixação permite que, em uma incisão transversa supra-umbilical, as bordas do músculo seccionado não se retraiam e possibilitem boa captação quando do fechamento da ferida cirúrgica, fato que não ocorre rias incisões transversas infra-umbilicais que seccionam esse músculo. A sua não-fixação à bainha posterior permite a realização de incisões do tipo paramedianas pararretais. Oblíquo Externo: O oblíquo externo tem, geralmente, seu ponto fixo localizado na bacia. Nesse caso, sua contração abaixa, primeiramente, as costelas (músculo expiratório); em segundo lugar, flexiona o tórax sobre a bacia e, em terceiro, comprime as vísceras abdominais, conteúdo e continente, nas condições mencionadas para o músculo reto. Se o oblíquo externo se contrai de um único lado, ele imprime ao tórax um ligeiro movimento de rotação, que tem o efeito de antepor a face anterior do lado oposto. Tomando-se como ponto de fixação o tórax, esse músculo atua sobre a bacia, fletindo-a sobre as costelas. Se ele se contrai apenas de um lado, ele imprime à coluna lombar um movimento de rotação, que resulta na anteposição da face anterior da bacia na direção do músculo que se contrai. Oblíquo interno: A ação do oblíquo interno difere um pouco da do oblíquo externo. Flete o tórax, comprime as vísceras abdominais e abaixa as costelas. Quando ele se contrai de um único lado, imprime ao tórax um movimento de rotação que tem a direção do músculo que se contrai. Do ponto de vista dos movimentos; de rotação, o oblíquo interno é antagonista do oblíquo externo do mesmo lado, e tem ação sinérgica com o oblíquo externo do lado oposto. Como o oblíquo externo, tomando-se o ponto de intersecção fixo no tórax, o oblíquo interno eleva e flete a bacia. Esse músculo, em sua fixação ao púbis, forma corno que um arco, que às vezes se toma curto, enfraquecendo a parede posterior do triângulo inguinal (trígono de Hesselbach), possibilitando a formação de hérnias inguinais diretas. Transverso do Abdômen. Por ter seus feixes musculares inseridos nas costelas, a contração dos músculos transversos as aproxima do plano mediano, contribuindo, assim, para a contração do tórax na expiração, principalmente na expiração forçada. No entanto, isso não passa de uma ajuda acessória. Sua função principal é agir sobre as vísceras abdominais, que ele comprime contra a coluna vertebral, à maneira de um cinto, É, portanto, responsável por grande parcela dos atos de vomitar, da micção, da defecação e do parto. Músculos da Região Posterior do Abdômen. QUADRADO LOMBAR. Se esse músculo toma o seu ponto fixo na bacia, ele inclina em direção à coluna lombar, através de seus fascículos ileotransversais. Por outro lado, abaixa as costelas através de seus fascículos costais (auxiliando a expiração). Se se toma, ao contrário, seu ponto fixo no tórax, como ocorre no decúbito dorsal ele inclina a bacia do seu lado. ILIOPSOAS. Flete a coxa sobre a bacia, traciona o fêmur à linha mediana e executa ao mesmo tempo um movimento de rotação externa. O movimento de flexão é potente enquanto o de rotação é leve, Ele é neutralizado pela flexão direta do tensor da fáscia-lata. Na posição vertical o iliopsoas tem seu ponto de interseção fixo no fêmur. Atuando sobre a coluna vertebral e a bacia, ele a flete anteriormente. Se ele se contrai de um lado apenas, ele flete o tronco e, ao mesmo tempo, imprime ao seu lado um movimento de rotação, de modo que sua face anterior se vire para o lado oposto. Em decúbito, o iliopsoas combina sua ação à dos músculos abdominais, extensores vertebrais e pelvicrurais, a fim de assegurar o equilíbrio do tronco sobre os quadris. É um músculo importante para a estática do tronco. PSOAS MENOR. É desprovido de função ativa. Peritônio É uma membrana serosa que envolve quase todos os orgãos abdominais, o peritônio, em associação com o líquido extraperitoneal, permite o deslizamento de uma víscera sobre a outra com um coeficiente de atrito praticamente nulo. É uma membrana altamente permeável e possui grande superfície sendo uma excelente via alternativa para a administração de fluidos. A água, os eletrólitos e a uréia são rapidamente transportados através da membrana peritoneal; no entanto, também as substâncias tóxicas endógenas e exógenas são livremente absorvidas. Em casos de obstrução intestinal com distensão e distúrbios de circulação, pode haver absorção de toxinas bacterianas mesmo sem haver peritonite. Essa rápida absorção de toxinas bacterianas é que torna grave o quadro de peritonite, levando a um alto índice de mortalidade. Por ser desprovido de inervação eferente somática, o peritônio parietal é sensível a todos os tipos de estímulos. Isso é particularmente verdadeiro para o peritônio parietal anterior que, do mesmo modo que a parede abdominal é inervado pelos seis nervos torácicos inferiores. O peritônio parietal posterior e o da pelve são menossensíveis. A capacidade do peritônio parietal em desencadear a sensação da dor aguda como sinal de um processo inflamatório adjacente, permitindo ainda sua localização, é a principal arma de que dispomos no diagnóstico do abdômen agudo. No caso do peritônio parietal do diafragma, a irritação da porção periférica é percebida na vizinhança da parede abdominal adjacente, enquanto a dor da porção central é percebida no ombro conseqüência de uma interpretação central deficiente. A dor do peritônio visceral é, no entanto, desprovida de nitidez por ser este praticamente insensível. Quando o estimulo é suficientemente intenso, a dor pode provocar rigidez involuntária da musculatura abdominal sobrejacente, além de defesa e dor ao rechaço. O peritônio visceral apesar de relativamente insensível, é capaz de registrar os estímulos quando estes são suficientemente fortes e prolongados, especialmente na presença de inflamação preexistente. A base do mesentério é muito sensível à tração. A maioria das fibras aferentes viscerais, para a dor, caminha nos nervos esplâncnicos até os mesmos seis segmentos da medula que recebem as fibras eferentes somáticas. O estímulo para a sensação visceral é geralmente a tensão intraluminal quando do aumento da pressão tecidual resultante da inflamação. A dor visceral geralmente é imprecisa e localizada na parte central dó abdômen, ao contrário de algumas outras, como, por exemplo, a dor visceral desencadeada pela árvore biliar, que é uma exceção a essa regra. Divisão do Abdome da Parede Anterior Para tornar mais fácil a localização dos órgãos na grande cavidade abdominal, os anatomistas dividiram a cavidade abdominal em nove regiões, sendo definidas da seguinte forma: Outro método é frequentemente utilizado para localizar uma dor ou descrever a localização de um tumor. Os planos sagital, mediano e transversal passam através do umbigo e dividem a região abdominal nos quadrantes seguintes: 1-Hipocôndrio Direito 2-Epigástrio 3-Hipocôndrio Esquerdo 4-Flanco Direito 5-Mesogástrio ou umbilical 6-Flanco Esquerdo 7-Fossa Ilíaca Direita 8-Hipogástrio 9-Fossa Ilíaca Esquerda Região Abdomino-pélvica Superior Região Abdomino-pélvica Média Região Abdomino-pélvica Inferior No nível da nona costela Entre as nonas costelas e os ossos do quadril No nível superior aos ossos do quadril Região Hipocondríaca Direita Região Epigástrica Região Hipocondríaca Esquerda Região Lateral Direita Região Umbilical Região Lateral Esquerda Região Inguinal Direita Região Púbica (Hipogástrica) Região Inguinal Esquerda Principais sintomas abdominais A divisão em três andares com três regiões cada, sendo elas: abdômen superior (hipocôndrio direito, epigástrio e hipocôndrio esquerdo), abdômen médio (flanco direito, mesogástrio e flanco esquerdo) e abdômen inferior (fossa ilíaca esquerda, hipogástrio, fossa ilíaca direita). Essa divisão é importante para localizar a anormalidade e correlaciona-la com o possível órgão acometido. Por exemplo: região epigástrica (estômago), hipocôndrio direito (fígado ou vesícula biliar), hipocôndrio esquerdo (baço), flanco direito (cólon ascendente), região umbilical ou mesogástrio (cólon transverso), fossa ilíaca direita (ceco e apêndice), fossa ilíaca esquerda (sigmoide) e no hipogástrio (bexiga ou útero). Para executar o exame, o paciente deve ser posicionado deitado em decúbito dorsal (deitado de “barriga para cima”), enquanto que o médico deve ser posicionado preferencialmente do lado direito do paciente, embora seja aceitável que ele mude a sua posição para inspecionar outras estruturas do abdômen. Dor – o reconhecimento do abdome agudo (localização / tipo de dor / irradiação / intensidade / fatores de melhora ou piora) Distensão abdominal (aumento do volume abdominal – ascite ?) Náuseas e vômitos (restos alimentares / sangue) Dispepsia – conjunto de sintomas constituído de desconforto epigástrico, empazinamento, sensação de distensão por gazes, náuseas, intolerância a algum tipo de alimento. (queimação retroesternal ?) Os sangramentos intestinais (alto e baixo) Hematêmese = é o vômito com sangue vermelho vivo e indica sangramento Gastricointestinal, normalmente por causa de úlcera péptica, lesão arterial ou vaso varicoso. Vômito em “borra de café” é o vômito marrom-escuro de consistência granular, semelhante a grãos de café. Resulta de sangramento digestivo superior que diminuiu ou parou, com conversão da hemoglobina (vermelha) em hematina (marrom) pelo ácido gástrico. Hematoquezia = consiste na passagem de grande quantidade de sangue pelo reto e geralmente indica sangramento digestivo baixo, mas pode ter origem em sangramentos altos vultosos com trânsito intestinal acelerado que leva o sangue através do intestino. Melenas = são fezes enegrecidas e mal cheirosas e tipicamente indicam sangramento digestivo alto, mas o intestino delgado e o cólon direito também podem ser suas fontes. Cerca de 100 a 200 mL de sangue no trato digestório superior são necessários para produzir melena, a qual pode persistir por vários dias depois de cessado o sangramento. Fezes negras que não contêm sangue oculto podem ser secundárias à ingestão de ferro, de bismuto e vários alimentos, e não devem ser confundidas com melena. Diarréia – é a manifestação mais comum das doenças do intestino delgado, definida como teor liquido das fezes, frequentemente associado ao numero das evacuações e do volume fecal e constipação (episódios – dia / restos alimentares / sangue / muco) Emagrecimento inexplicado. Exame físico pratica clínica exemplo síndromes adbominais = O exame geral foca nos sinais vitais e outros indicadores de choque ou hipovolemia (p. ex., taquicardia, taquipneia, palidez, sudorese, oligúria, confusão mental) e anemia (p. ex., palidez, sudorese). Os pacientes com sangramentos menores podem ter somente taquicardia leve (frequência cardíaca > 100). Alterações ortostática no pulso (uma mudança > 10 bpm) ou PA (queda ≥ 10 mmHg) desenvolvem-se frequentemente após a perda aguda de ≥ 2 unidades de sangue. Entretanto, as medições ortostáticas são desaconselhadas em pacientes com sangramento grave (possivelmente causam síncope) e, em geral, não têm sensibilidade e especificidade como uma medida do volume intravascular, especialmente em pacientes idosos. Procuram-se estigmas externos de distúrbios hemorrágicos (p. ex., petéquias, equimoses), assim como sinais de doença hepática crônica (p. ex., aranha vascular, ascite, eritema palmar) e hipertensão portal (p. ex., esplenomegalia, dilatação das veias da parede abdominal). Um exame de toque retal é necessário para analisar a cor das fezes, massas e fissuras. Realiza-se anuscopia para diagnosticar hemorroidas. Testes químicos de sangue oculto em uma amostra de fezes completam o exame, se não houver sangue em grande quantidade. Observação pratica para diagnóstico da dor abdominal aguda não traumática Exame Físico INSPEÇÃO O exame do abdômen possibilita que sejam retiradas informações referentes às estruturas abdominais, utilizando todas as etapas de exame do paciente, tal como inspeção, percussão, palpação e ausculta. Todavia, cabe a ressalva de que, nesse exame, é preferível que a ausculta se realize antes da palpação e da percussão, podendo essas etapas, caso realizadas previamente, atrapalhar a ausculta. Forma atípica ou típica Presença de lesões cutâneas / cicatrizes Abaulamentos / Retrações Circulação Colateral Cicatriz Umbilical Ondas Peristálticas Visíveis Nessa etapa, deseja-se averiguar observar o paciente, buscando na região abdominal: lesões, distribuição anormal de pêlos, estrias, circulação colateral venosa (veias ao redor da cicatriz umbilical), cicatrizes, dentre outras características que podem ser visualizadas no abdômen. O formato do abdômen também deveser observado na inspeção, podendo ser: Plano: formato normal do abdômen. Globoso: abdômen aumentado de maneira uniforme com predomínio na região anterior. Batráquio: abdômen aumentado com predomínio transversal (parece barriga de sapo). Ocorre nos pacientes que tem ascite (presença de líquido na cavidade abdominal). Avental: parede abdominal cai sobre as pernas do paciente, comum em obesos. Pendular: quando apenas a porção inferior do abdome protrui com o aumento do volume abdominal. Escavado: aspecto visto nas pessoas muito emagrecidas. Distensão generalizada Gordura, Gases, Fezes, Líquido, Feto, Neoplasias Distensão localizada no abdome Tumores, Aneurismas (pulsáteis) = Aneurisma é uma dilatação anormal e localizada que habitualmente surge devido a uma fragilidade na parede de um vaso sanguíneo. Para que um aneurisma surja, o vaso sanguíneo precisa estar enfraquecido seja por uma condição hereditária ou por uma doença adquirida ao longo da vida, Metástases. Figure 1 aneurisma de aorta abdominal Outras alterações Estrias, fluxo venoso cicatrizes ou retrações, hemangiomas, nervos Equimoses (peri-umbilicais ou de flanco) A palpação tem como objetivos determinar se há alguma resistência na parede abdominal, determinar as condições físicas das vísceras abdominais e explorar a sensibilidade dolorosa do abdômen. Ela geralmente é dividida em duas: superficial ou profunda Na superficial há pouca pressão exercida e é realizado empurrando suavemente, com uma mão apenas, a parede abdominal em movimentos circulares ou digitiformes ao longo de todos os quadrantes. Nessa palpação pode haver uma forma de “defesa muscular”, uma rigidez da parede associada ao reflexo visceromotor, indicando que pode haver uma peritonite (inflamação da membrana que recobre os intestinos e a face interna do abdome), sendo esse reflexo uma forma de proteção contra a ação de agentes externos sobre áreas inflamadas do peritônio (a palpação normal deve ser flácida e oferecer pouca resistência). Já a profunda, é muito similar à primeira, mas deve ser realizada com as duas mãos sobrepostas e com uma maior pressão sobre a parede do abdome. Nas duas formas de palpação devemos procurar por cistos, massas ou abaulamentos (que podem ser hérnias, tumores, entre outras coisas). Superficial: sensibilidade, espessura da parede; tumorações; solução de continuidade, tensão, piparote ou sinal da onda líquida. Profunda: mão espalmada, aprofundar no tempo expiratório, regiões dolorosas por último e não direcionar para órgãos. O fígado é um dos órgãos mais importantes no processo de palpação, sendo que ele pode ser palpado com as mãos em garra (com um formato similar ao de um gancho) no rebordo costal direito associado a um movimento respiratório. O fígado habitualmente não ultrapassa 2 cm do rebordo costal direito. Quando ultrapassa 2 cm, pode haver uma hepatomegalia (tamanho aumentado do fígado) ou uma ptose hepática (na qual o fígado não se encontra aumentado, mas está deslocado para baixo, por exemplo, devido a um enfisema pulmonar, o qual aumenta a área do pulmão e o desloca para baixo). A diferença entre um fígado aumentado e um em ptose pode ser determinada pela hepatimetria realizada na percussão. A palpação do fígado também é útil para verificar a sua textura, que costuma ser lisa, mas pode ser arredondada em fígados congestos, ser granulosa no caso da cirrose ou apresentar algumas massas no caso de neoplasias. Localização Tamanho e formato Consistência Superfície Sensibilidade Mobilidade Pulsação (massa vascular ou massa sólida sobre estrutura vascular) Murphy – dor no ponto cístico na inspiração – colecistite Blumberg – descompressão dolorosa – irritação peritoneal. Giordano – punho percussão lombar positiva – Pielonefrite Sinal de Torris Homini – dor a percussão de loja hepática – abscesso hepático Resumo Dor Abdominal Aguda Paciente relata que há 2 semanas vem apresentando sonolência e astenia com episódios febris, não aferida, geralmente no fim de tarde que cessava ao uso de antitérmico, acompanhado de epigastralgia e dor intensa em HD associado com náuseas, vômitos e diarréia. Abdome plano, RHA + dor à palpação superficial e profunda em HD. Torres – Homem positivo. Baço não palpáveis. Hepatimetria 14 cm. Fígado palpável há +/- 6 cm abaixo do rebordo costal direito Fígado apresenta-se com topografia , forma, dimensões, contornos e superfícies normais. Presença de imagem nodular com contornos irregulares, heterogênea medindo 4.8x3.8cm, Localizada no seguimento VI, sugestivo de abscesso hepático. Abscesso Hepático Método digito-digital Som normal : TIMPANISMO Som de órgão maciço : zona hepática (lactentes), espaço de Traube ocupado (6a a 10a costelas), vísceras sólidas aumentadas, vísceras ocas repletas de líquido, ascite (macicez), hepatimetria Hipertimpanismo : aerofagia com meteorismo A ascite ou "barriga d'água" é o acúmulo anormal de líquido rico em proteínas no interior do abdômen, no espaço entre os tecidos que revestem o abdômen e os órgãos abdominais. A ascite não é considerada uma doença, mas sim um fenômeno que está presente em várias doenças, sendo a mais comum à cirrose hepática. 1 – Macicez móvel de decúbito 2 – Sinal do piparote (com ou sem anteparo) HIPERTIMPANISMO ABDOMINAL Flatulência, sub oclusão intestinal, oclusão intestinal Percutir de cima para baixo na LHCD / Borda sup = som submaciço (~ 5o EIE) e Borda inf =palpação ou percussão Hepatimetria normal < 12 cm (lobo direito) direita OBS: Sinal da arranhadura hepática (ausculta) hepatimetria auscultando diferença de sons com estetoscópio e tampa de uma caneta no HCD CAUSAS DE HEPATOMEGALIA Alcoolismo , Esteatose hepática não alcoolica , Hepatite A , hepatite B, hepatite C, cirrose biliar primária colangite esclerosante, Carcinoma hepatocelular, metástase de tumores, Insuficiência cardíaca congestiva, Leucemia, Síndrome de Reye, Intolerância hereditária à frutosa, Doença por armazenamento de glicogênio, Amiloidose, sarcoidose MACICEZ ALTERADA ABDOMINAL Hipocôndrio direito: hepatomegalia Hipocôndrio esquerdo: esplenomegalia Epigástrica: aumento de lobo E hepático, TU gástrico, TU pancreático Pélvica: útero gravídico / bexiga cheia / TU de bexiga / TU útero Flancos ou difusa: ascite Fossa ilíaca: alças intestinais com fezes / TU ovário Burburinhos: gases e líquido passando por dobras intestinais Massas: aneurismas arteriais Síndromes Abdominais Abdome agudo é uma síndrome clínica caracterizada por dor na região abdominal, não traumática, súbita e de intensidade variável associada ou não a outros sintomas e que necessita de diagnóstico e conduta terapêutica imediata, cirúrgica ou não. O diagnóstico varia conforme sexo e idade. A apendicite é mais comum em jovens, enquanto a doença biliar, obstrução intestinal, isquemia e diverticulite são mais comuns em idosos. Síndrome Edemigênica = A síndrome nefrótica é uma doença glomerular que resulta em proteinúria = 3,5 g/dia, hipoproteinemia, edema e hiperlipidemia. A maioria dos pacientes apresenta volume plasmático aumentado secundário a um defeito na excreção renal de água e sódio. Síndrome Irritação Peritonial Síndrome Obstrutiva = síndrome caracterizada por presença de obstáculo mecânico ou funcional que leve a interrupção da progressão do conteúdo intestinal. Etiologias: hérnia estrangulada, aderências, doença de Crohn, neoplasia intestinal, diverticulites, fecaloma, impactação por bolo de arcaris, íleo paralítico, oclusão vascular. Síndrome Ictérica = é caracterizada por aumento da bilirrubina no organismo devido à diminuição ou interrupção da excreção de bile por obstrução do fluxo através da árvore biliar intra ou extra-hepáticaou por alteração funcional do hepatócito; Síndrome do Abdome Agudo = A dor abdominal é comum e em geral sem maiores consequências. A dor abdominal aguda e intensa, entretanto, é quase sempre um sintoma de doença intra-abdominal. Pode ser a única indicação de necessidade de intervenção cirúrgica, devendo-se averiguá-la prontamente: gangrena ou perfuração do intestino podem ocorrer em < 6 h do início dos sintomas em determinadas situações (p. ex., interrupção do fluxo sanguíneo intestinal por estrangulamento e obstrução ou êmbolo arterial). Dor abdominal é uma preocupação especial em pacientes muito jovens ou muito idosos e naqueles portadores de infecção por HIV ou aqueles que tomam imunodepressivos (incluindo corticoides). Interpretação dos possíveis achados em síndromes abdominais: A história indica um diagnóstico em cerca de 50% dos casos, mas exames confirmatórios são necessários. A dor epigástrica que melhora com alimentação ou antiácidos sugere doença ulcerosa péptica. Entretanto, muitos pacientes com úlceras sangrantes não apresentam história de dor. Perda ponderal e anorexia sugerem processo maligno do trato digestório. Antecedentes de cirrose ou hepatite crônica sugerem varizes esofagianas. Disfagia em geral sugere câncer ou estenose esofágicos. Vômitos e ânsia antes do sangramento sugerem lesão de Mallory-Weiss no esôfago, embora cerca de 50% dos pacientes com lesões de Mallory-Weiss não apresentem essa história. Antecedentes de sangramento (p. ex., púrpura, equimoses, hematúria) podem indicar presença de diástase hemorrágica (p. ex., hemofilia, insuficiência hepática). Diarreia com sangue, febre e dor abdominal sugere colite isquêmica, doença intestinal inflamatória (p. ex., colite ulcerativa, doença de Crohn) ou colite infecciosa (p. ex., Shigella, Salmonella, Campylobacter, amebíase). Hematoquezia sugere diverticulose ou angiodisplasia. Sangue vivo no papel higiênico ou na superfície de fezes formadas indica hemorroidas internas ou fissuras; sangue misturado às fezes indica fonte mais proximal. Sangue oculto nas fezes pode ser o primeiro sinal de câncer de cólon ou um pólipo, especialmente em pacientes com > 45 anos. Sangue no nariz ou gotejando posteriormente na faringe sugere causa nasofaríngea. A presença de angiomas em aranha, hepatoesplenomegalia ou ascite é compatível com hepatopatia crônica e aumenta a possibilidade de varizes esofágicas. Malformações arteriovenosas, em especial de mucosas, indicam telangiectasia hemorrágica hereditária (síndrome de Rendu-Osler-Weber). Telangiectasias de leito ungueal e trato digestório podem indicar esclerodermia ou doença mista do tecido conjuntivo. Síndrome Edemigênica Inspeção Geral: palidez cutânea / edema palpebral / edema de membros / icterícia / clínica cardiocirculatória (dispnéia / tosse noturna) Inspeção Abdominal: abaulamento global ou nos flancos / protusão da cicatriz umbilical Palpação Superficial: cacifo / tensão aumentada em função do volume e piparote positivo Palpação Profunda: técnica do rechaço Percussão: grande volume – macicez / volume moderado - macicez de declive ou de decúbito Ausculta: incaracterística Hepatopatia crônica – icterícia / edema de MMII / Palidez cutâneo / História pregressa de VHB, VHC, Alcool, esteatose hepática. I. C. C. – Tosse noturna / dispnéia aos esforços / edema de MMII - oscilações / história pregressa de H.A.S. / História familiar de cardiopatia I. R. A. – edema de face / anasarca / alterações urinárias: anúria, oligúria. Inspeção Geral: fácies de dor ou apreensão, marcha com flexão de tronco, respiração torácica e rápida, comprometimento sistêmico nos graves Inspeção Abdominal: imóvel com poucos movimentos respiratórios Palpação Superficial: aumento da tensão superficial, contratura muscular (hiperestesia) Palpação Profunda: compressão e descompressão dolorosas Percussão: dor com impedimento do ato Ausculta: diminuição dos movimentos Inspeção Geral: vômitos ou resíduo gástrico; por vezes sinais de desidratação; ausência de eliminação de fezes Inspeção Abdominal: abaulamento localizado ou global; ondas peristáltica visíveis quando instalação for lenta Palpação Superficial : tensão pode estar aumentada Palpação Profunda : nenhuma evidência do aumento de vísceras; restante incaracterístico Percussão : hipertimpanismo Ausculta : diminuição dos movimentos Paciente V S S – 36 anos, paciente com história clínica de +/- 40 dias com quadro clínico de febre, dor abdominal principalmente em região epigástrica e perda ponderal de +/- 13 kg nos últimos 3 meses. Ao exame físico paciente emagrecido, hipocorado +/4+ e ictérico +/4+ Abdome Inspeção: presença de discreto abaulamento em região epigástrica. Palpação profunda dolorosa em região epigástrica, com presença de massa palpável, endurecida, móvel. Coloração amarelada da pele, mucosas e conjuntivas, produzida pelo acúmulo de bilirrubina no plasma e consequente deposição nos tecidos subcutâneos. Bilirrubina total = 0,01 – 1,3 mg/dl Bilirrubina direta = 0,01 – 0,3 mg/dl Bilirrubina indireta = 0,01 – 0,7 mg/dl Metabolismo da Bilirrubina A bilirrubina não-conjugada ou bilirrubina indireta produzida no SRE e é transportada para o fígado via corrente circulatória ligada de maneira firme mas reversível, à albumina. A bilirrubina isolada da albumina entra na célula hepática e forma a bilirrubuna conjugada ou bilirrubina direta). É o principal produto do metabolismo da heme da hemoglobina É removida pelo fígado para conjugação e excretada na bile HIPERBILIRRUBINEMIA Icterícia: pigmentação amarela da pele, esclera e mucosas, resultante do aumento da bilirrubina. A icterícia é o sinal mais precoce de uma série de patologias hepáticas e biliares. Metabolismo da Bilirrubina Bilirrubina Direta (conjugada) Avalia a integridade fisiológica do hepatócito e da permeabilidade das vias biliares intra e extra – hepáticas Indica um comprometimento na captação, no armazenamento ou na excreção da bilirrubina. Colestase intra-hepática – Hepatite vival aguda / Infecções sistêmicas Obstrução biliar extra-hepática – coledocolitíase / Fibrose de cabeça de pâncreas / Retenção de cálculos biliares Bilirrubina Indireta (não conjugada) Avalia a capacidade de depuração do fígado Estão ligados a captação e/ou conjugação hepática Resulta da presença excessiva de bilirrubina não-conjugada no sangue circulante, provocando maior oferta ao hepatócito que não consegue captá-la em velocidade compatível com sua produção Icterícia fisiológica do recém-nascido Icterícia hemolítica (destruição excessiva de hemácias circulantes) Síndrome Ictérica Inspeção Geral: ictericia Inspeção Abdominal: ascite / abaulamento (região epigástrica – pâncreas, hipocôndrio direito – fígado). Palpação Superficial: dolorosa / massa palpável Palpação Profunda: dolorosa, as vezes impedindo a palpação. Percussão: timpânico / podendo ser macicez Ausculta: incaracterística Doenças infecciosas: Hepatite aguda / Leptospirose / Febre Amarela / Febre tifóide / Malária / Hepatopatia crônica síndrome febril / colúria / diarreia / sangramentos / dor em panturrilha / edema de MMII / ascite história epidemiológica para doença infecciosa Doenças obstrutivas: Litíase biliar / Coledocolitíase / CA de cabeça de pâncreas Pancreatites História da Doença Atual Paciente com história clínica de febre de evolução há +/- 07 dias, acompanhado de cefaleia holocraniana, mioartralgia generalizada, principalmente nos MMII (dificuldade de deambulação / Sem déficit neurológico). Evolui com aparecimento de icterícia, tosse com hemoptoicos e dispnéia. História Epidemiológica Mora em Parintins – contato com alagados ?? / Limpeza do terreno de sua residência econtato com entulhos / Trabalha como carpinteiro. Bilirrubina Total Direta / Indireta 18.01 mg/dL 14.46 / 5.55 16.41 mg/dL 13.64 / 2.77 10.12 mg/dL 9.46 / 0.66 CK-Creatinina Cinase 1.181 U/L 801 U/L 467 U/L Fosfatase Alcalina 332 IU/L 248 IU/L 305 IU/L Gama GT 99 IU/L 104 IU/L 96 IU/L TGO/AST 94 IU/L 82 IU/L 41 IU/L TGP/ALT 54 IU/L 46 IU/L 61 IU/L Leptospirose Doença bacteriana transmitida pela urina de animais infectados. Infecção humana resultante da exposição direta ou indireta à urina de animais infectados, por meio do contato com água, solo ou alimentos contaminados. Febre alta, dor de cabeça, sangramento, dor muscular, calafrios, olhos vermelhos e vômitos são alguns sintomas. Sem tratamento, a leptospirose pode causar danos renais e hepáticos e até mesmo a morte. Os antibióticos combatem a infecção. Abdome Agudo Conceito = Problema abdominal grave, de início recente, onde a dor é o sintoma predominante e que em geral se relaciona a um processo abdominal progressivo. Importância clínica Necessidade de um diagnóstico precoce e de uma indicação cirúrgica em momento adequado - pelo risco de vida que acarreta. Abdome Agudo – Anamnese Caracterizar a dor – localização, intensidade, cronologia, fatores de alívio e agravamento, irradiação? Sintomas Associados – Eliminação de gases e fezes, anorexia, febre, calafrios, vômitos (aspecto), sangramentos, icterícia, amenorréia, sintomas urinários etc História patológica pregressa – cirurgias prévias ??, passado ulceroso, doenças intestinais, uso de corticosteróides, sangramentos História menstrual e sexual Alcoolismo, uso de drogas (ulcerogênicas)? História familiar – litíases? Abdome Agudo – Causas Gastrointestinais Apendicite - Úlcera perfurada - Obstrução intestinal - Perfuração visceral - Diverticulite - Infarto mesentérico - Vôlvulo / bridas Pancreático biliares Pancreatite aguda - Colecistite - Abscesso hepático - Hepatite - Ruptura esplênica Urogenitais Litíases ou infecções – Gravidez tubária rôta – Rotura de cisto ou folículo ovariano – Torção de ovários Extra-abdominais Cardiopatias – Pneumopatias – Cetoacidose diabética – Anemia falciforme – Leucemias Exame físico Somatoscopia e Palpação cuidadosa Padrão respiratório (torácico ?) Taquicardia de repouso – importante Dissociação temperatura axilo – retal (> 1 grau) Icterícia, dispnéia, eliminação de gases? Rigidez ou defesa involuntária ? Sangramentos orificiais, hematomas ? Procurar sinais de irritação peritoneal REAVALIAR O EXAME CLÍNICO a cada 2 horas Pedir parecer cirúrgico após exame clínico completo, análise dos primeiros exames complementares e formulação de uma hipótese diagnóstica. Paciente R. F. F – 59 anos. Paciente relata quadro clínico de inicio há +/- 07 meses, apresentado dor em região epigástrica e hipocôndrio esquerdo. Há +/- 01 meses refere aparecimento de edema de MMII. Informa ainda perda ponderal de +/- 7 Kg nos últimos 06 meses. Ao exame físico paciente BEG, LOTE, emagrecido, hipocorado ++/4+, ictérico +/4+ Abdome: distendido – ascítico Palpação: doloroso a palpação profunda em hipocôndrio direito, com baço palpável há 06 cm do RCE. Fígado diminuído de tamanho, textura heterogênea e padrão micronodular, sugestivo de hepatopatia crônica. Baço tópico, de limites precisos e regulares, apresentando aumento de tamanho, com textura homogênea. Exames Complementares Hemograma Bioquímica Exame Parasitológico de Fezes – EPF Ultrassonografia – Abdome superior / Abdome total / Pélvica / Obstétrica Tomografia Computadorizada – com ou sem contraste Ressonância Magnética Colangioressonância Exames específicos conforme patologia a ser investigada. Sinal de cullen Exames Complementares Os exames deverão ser orientados pela hipótese diagnóstica estabelecida, o médico precisa usar a melhor evidência para a solicitação dos exames complementares, levando em conta a disponibilidade dos exames, assim como custo efetividade do exame solicitado (GUSSO e LOPES, 2012). Os exames mais solicitados: Hemograma: na suspeita de quadros infecciosos, deve-se solicitar hemograma. Nos quadros com suspeita de alteração metabólica deve-se solicitar glicemia, função renal e eletrólitos. Em quadros de dor no quadrante superior, solicitar transaminases. Na suspeita de pancreatite, solicitar amilase e lipase, lembrando que a amilase é mais sensível e a lipase mais específica. Verificar funções hepáticas: na suspeita de patologias hepáticas deve-se solicitar as provas de função hepática. Em sintomas urinários, sumário de urina. Na suspeita de doença inflamatória intestinal, devem-se acrescentar provas de atividade inflamatória como PCR e VSH. Em quadros de alteração do hábito intestinal, solicitar exame parasitológico de fezes e pesquisa de sangue oculto nas fezes. Provas Hepáticas Alanina aminotransferase (ALT) ou transaminase glutâmico pirúvica (TGP): valor de referência: até 31 u/l (mulheres) e 41 U/l (homens). • Aspartato aminotransferase (AST) ou transaminase glutâmico oxaloacética (TGO) : Valor de referência: até 31 u/l (mulheres) e 37 u/L (homens). • Desidrogenase lática (DHL): valores de referencia: 24- 480 u/l. • Fosfatase alcalina: valores de referência: 35 a 104 u/l (mulheres) 40 a 129 u/l (homens). • Gamaglutamil transferase: valores de referencia: 8 a 41 u/l (mulheres) e 12 a 73 u/l (homens). Bilirrubinas: Total (adultos) 0,20 a 1,00 mg/dl. Direta: 0,00 a 0,20 mg/dl. Indireta: 0,20 a 0,80 mg/dl. Tempo de protrombina: valores de referencia: 11,1 a 13,2 s. Albumina: valores de referencia: 3,5 a 5,2 g/dl. Exames de imagem: embora uma anamnese e um exame físico bem realizado apontem consistentemente para o diagnóstico correto, para confirmação das patologias intra-abdominais, especialmente nos casos que envolvem decisões cirúrgicas, os exames de imagem tornam-se imperativos na tentativa de aumentar a acurácia diagnóstica (DUNCAN et al 2006). Radiografia de abdome: devido a sua baixa acurácia quando comparada aos demais exames de imagem, tem sua utilidade reduzida na prática diária, ficando reservada para situações de emergência em que não se tem os demais métodos disponíveis. Mesmo assim, pelo seu baixo custo e boa disponibilidade, pode ser útil em várias situações, como em quadros obstrutivos (presença de níveis hidraéreos, distensão de alças intestinais), perfurativos (presença de ar subdiafragmático em posição ortostática – pneumoperitônio), inflamatórios (perda de definição do psoas – patologias retroperitoneais) e de litíases (presença de calcificações sugerem cálculos urinários e biliares). Ultrassonografia abdominal e pélvica: exame de baixo custo e menor risco, quando comparado à tomografia computadorizada (TC), e apresenta maior fidedignidade do que a TC na avaliação das doenças do sistema biliar e dos órgãos internos pélvicos. Por esse motivo está http://production.latec.ufms.br/new_pmm/u1a6.html http://production.latec.ufms.br/new_pmm/u1a6.html indicada como exame de escolha nos quadros de dor localizada no quadrante superior direito e em região suprapúbica. Tomografia computadorizada abdominal e pélvica com e sem contraste: de maneira geral, é o exame de maior acurácia para as patologias intra-abdominais, mas não deve ser usado indiscriminadamente pelo alto custo e risco cumulativo da exposição à radiação. É recomendada na suspeita de apendicite, diverticulite, obstrução intestinal, pancreatite e isquemia mesentérica. Em síntese, nos quadros agudos localizados nos quadrantes inferiores (direito e esquerdo) e superior esquerdo. Endoscopia Digestiva Alta (EDA) e colonoscopia: recomendadas nos quadros suspeitos de patologia gastresofágicacom sinais de alarme e de patologia colônica inflamatória ou neoplásica, respectivamente. Radiografia de tórax e eletrocardiograma: estão recomendados nos pacientes com suspeita de quadros pleuropulmonares e cardiológicos, respectivamente.
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