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Resumo 01_ Linhas Gerais sobre Direito Sucessório na Antiguidade do Egito ao Direito Romano 1

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Disciplina: História do Direito
Professor: Ms. Jackson Novaes			Discente: Alâne Batista dos Santos
RESUMO DE ARTIGO
LINHAS GERAIS SOBRE DIREITO SUCESSÓRIO NA ANTIGUIDADE: DO EGITO AO DIREITO ROMANO
Débora Cristina Holenbach Grivot
Doutoranda em Direito Civil pela UFRGS
Artigo publicado pela Revista da Faculdade de Direito da UFRGS – nº 32, 2014
A autora possui vasta experiência com o Direito e com o Ensino, por ser professora de Direito Romano e História do Direito das Faculdades São Judas Tadeu de Porto Alegre e da Dom Bosco, assim como professora substituta da UFRGS.
1. O DIREITO MAIS REMOTO: ANTIGUIDADE PRÉ-CLÁSSICA.
1.1 Noções Gerais da história e do Direito no Antigo EGITO
A autora apresenta a historiografia do Antigo Egito em três fases: 1ª Antigo Império; 2ª Médio Império e 3ª Novo Império e cita mais à frente Rodrigo Palma (2001, p.57). “Não é fácil sintetizar a História do Direito no Egito Antigo por duas razões: a longa duração da história do país que assistiu a inúmeras transformações das instituições públicas e sociais e a carência de coleções legislativas tais como as que encontramos referentes à vida jurídica dos povos da Antiga Mesopotâmia.”
O Egito não transmitiu à modernidade códigos ou livros jurídicos a respeito do Direito, mas foi a primeira desenvolver um sistema jurídico.
1.2 A Sucessão no Antigo Egito
Como já foi dito a sucessão ocorria em fases. Na primeira: as características da família determinam o direito sucessório. Na segunda fase: há a evolução do direito do sistema jurídico que corresponde à evolução do direito privado e privilégio da linha masculina. Na terceira fase: deixa de lado o regime feudal, o direito egípcio evolui para a preponderância da lei.
2. DIREITOS CUNEIFORMES 
2.1 Noções Gerais
Direitos cuneiformes são um conjunto dos direitos da maior parte dos povos do Oriente Próximo, usavam uma escrita em forma de cunha e a língua culta a arcádia.
Entre estes povos estavam os babilônios que tinham no Código de Hammurabi o seu “monumento jurídico”. Tal código distingue as classes de pessoas em “awilum” senhor e “musknem”, plebe livre e escravos.
2.2 Direito Sucessório
Especificamente a este fato não havia contemplação no Código, mas ressalta a importância da interpretação do parágrafo 150 que trata do fato de um “awilum” deixar um DOCUMENTO SELADO à esposa, herança, ela pode dar a um filho, mas não a um estranho. O código apresenta outros parágrafos com esboço do sistema hereditário. Vejamos:
HERANÇA DA MULHER – A mulher de “awilum” morreu a herança é dos filhos, o pai da mulher não pode reclamar o dote; se a mulher morreu sem filhos, o dote volta para o pai.
IGUALDADE ENTRE OS FILHOS DO HOMEM – Presente doado é de um só, restante divisão em partes iguais; filhos solteiros tomarão esposa para receberem sua parte.
DESERDAÇÃO - O pai não deserdará seu filho se este não tiver cometido falta grave; a deserdação só ocorre depois da ocorrência da 2ª falta grave.
LEGITIMAÇÃO DOS FILHOS E SUCESSÃO - Filhos da esposa e filhos da escrava, se o pai tiver informado, e o filho da 1ª esposa, escolherá entre as partes e tomará para si. Se o pai não informou sobre os filhos da escrava, estes não herdarão. A escrava será libertada, assim como seus filhos.
POSIÇÃO DA PRIMEIRA ESPOSA – A esposa tem direito ao presente nupcial (casa ou outro) será uso ou fruto, não vende passa para os filhos. Se ela não recebeu presente nupcial poderá ficar com os bens da casa em partes iguais dos seus filhos e um marido do coração poderá desposá-la.
IGUALDADE DOS FILHOS EM RELAÇÃO À HERANÇA DA MÃE - se a mulher casa duas vezes, os filhos destes casamentos dividirão o seu dote; se não gerou filhos no 2º casamento, os filhos do1º receberão o seu dote.
3. O DIREITO SUCESSÓRIO
3.1 - Noções Gerais da História e do Direito Hebreu
Os hebreus eram nômades, guiados por Moisés, 1500 a.C que recebeu as tábuas da Lei (os dez mandamentos), retratavam-se como os escolhidos por Deus. Assim, os hebreus, diferentemente dos povos da região, eram irmãos, filhos de Deus e de Direitos iguais perante a Ele. Baseavam-se no Torah: os 05 primeiros livros da Bíblia também chamados de Pentateuco. Esta é a mais primitiva organização jurídico-religiosa do povo hebreu.
3.2 A sucessão descrita no Direito Hebreu Antigo.
A) Primogenitura e Sucessão - A questão de sucessão e herança era transmitida ao filho mais velho quando da morte do pai com uma benção especial (escolha). Quanto à partilha da herança, Deuteronômio dizia que o 1º teria direito a duas partes de tudo.
B) Herança das Mulheres – Sem filhos homens, as filhas herdavam, desde que casados no próprio clã. (Números 27: 1 – 11).
C) Ressalva de o patrimônio continuar no clã - Não possuíam direitos de propriedade evitando assim que os bens da família fossem transferidos para outra família pelo casamento.
4. O DIREITO SUCESSÓRIO NA GRÉCIA ANTIGA
4.1 Noções Gerais da História e do Direito Grego
Por questões geográficas, diversificações foram possíveis aos povos gregos: 1) as dificuldades da geografia impulsionaram a sobrevivência com rico comércio e poderoso exército; 2) resultou em políticas unitárias - as pólis - consequências geopolíticas. Assim, Esparta era bélica, Atenas era do pensamento. Dessa forma o direito na Grécia foi influenciado por essas construções, cada pólis tinha suas regras jurídicas.
A) Problemáticas das Fontes - Não há muita biografia do direito legislado devido aos aspectos políticos e jurídicos dos traços gregos. O conhecimento foi formulado através da reconstituição e informações historiográficas externas.
B) Legislador Sólon e o direito Sucessório - Sobre este legislador pode-se afirmar que em Atenas, Drácon foi severo, daí o epíteto “Leis draconianas”, quanto a Solon três medidas foram mais populares: proibição da servidão pessoal por dívidas, possibilidade de qualquer pessoa mover ação contra alguém que lhe causou injustiça; direito de apelo à Assembleia Popular.
No entanto, vários autores são unânimes em afirmar que quando se trata de direito sucessório há muitas controvérsias e a maioria dos textos jurídicos o abordam superficialmente.
SEGUNDA PARTE: 
5. NOÇÕES GERAIS DE DIREITO SUCESSÓRIO ROMANO
Noções Gerais - Sucessão é a substituição de uma coisa por outra em uma relação jurídica, fato este criado, desenvolvido e estabelecido pelo direito romano para a posteridade. Tanto na modalidade Universal quanto na Singular é criação do direito romano. Ainda existem a sucessão inter vivos como a sucessão causa mortis.
Requisitos para a sucessão universal: 1) de Natureza Supletiva – a capacidade para ter herdeiros e a capacidade para ser herdeiro e a capacidade para aceitar a herança. 2) Da Natureza Objetiva – A morte de alguém, a delação da herança e a aceitação da herança pela pessoa pela pessoa a quem foi deferida; tais regras devem ser aplicadas juntas às demais.
5.1 - Conceito e Conteúdo da Heredita – O heres era a pessoa chamada a substituir o pater falecido para administrar e gerir toda a hereditas, tal heres era designado pelo paterfamilis, por isso o direito hereditário se encontra muito ligado com o direito de família. Assim, a transferência de hereditas não se trata apenas de patrimônio, mas de perpetuação ou continuidade do núcleo familiar. Ainda na época clássica, surgiu a permissão de instituir os herdeiros fora da família.
5.2 - Concepção Dogmática da Herança - ”Sucedere’ para os romanos, não significa apenas “seguir” ou continuar uma situação jurídica. Juridicamente “Sucessio” significa não apenas a transferência de um direito, mas a entrada de uma posição jurídica; assim, o sucessor se coloca na mesma posição jurídica do antecessor.
5.3 -A Bonorum Passesio –consiste na posse das coisas hereditárias dadas pretor com fins configurados, ora aos velhos princípios da família agnatícia, ora aos novos de parentesco cognatício e do vínculo matrimonial. A Bonorum Passesio é a adjudicação interina das coisas hereditárias para facilitar o processo quando este é duvidoso ou equivocado.
A função do Pretor é corretora conferindo os bens hereditáriosa pessoas que o Direito Civil não contempla como herdeiros.
5.4 - A Delação da Herança no Direito Romano – A delação, neste caso, é o chamamento feito a uma ou mais pessoas para receber herança. A herança é deferida ou oferecida, chamam de ferre hereditatem e de vocare ad hereditatem, assim a herança se difere por testamento ou por lei, que hoje chamamos de herança testamentária ou legítima.
A SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA NO DIREITO ROMANO
São duas definições de testamento, uma atribuída a Ulpiano e outra a Modestino. O testamento é um ato solene e de última vontade pelo qual se nomeia um herdeiro. As formas mais antigas de testar são o Testamentum Calatis Comitis, outorgado em comícios ou curas, com significado público-religioso e em tempos de paz.
Havia ainda o Testamentu in Procintu, outorgado quando o homem saía para a batalha. Já as formas de testar do direito clássico são o Testamentu per aes et libram que ocorria quando não se havia feito testamento, passava todo o patrimônio a um amigo, rogando que entregasse à pessoa destinada. No desenrolar desse processo surge o instituto do Muncupatio, nomeação em público de herdeiro.
No direito pós-clássico caem em desuso essas duas modalidades substituídas pelo Testamento Privado. Por outro lado, no direito romano o testamento pode ter diferentes disposições de ordem patrimonial ou pessoal.
A SUCESSÃO AB INTESTATO NO DIREITO ROMANO
Se acontecer de o pater falecer antes de designar o sucessor, ou seja, falecer intestato. Quando isso ocorre, lança-se mão de uma forma supletiva, subordinada, excepcional, sem base nos vínculos de sangue, mas nas relações de agnação, gentílicas. Hoje, chamamos de “Sucessão legítima”.
CONCLUSÃO
O direito sucessório fundamenta-se num fato biológico: se o homem não fosse mortal, o direito hereditário não teria sentido.
No Antigo Egito, o direito sucessório não pode ser retratado nas fontes de direito já que são poucos e raros os documentos.
No direito babilônico, há um grande protagonista, na figura de um dos maiores reis da Antiguidade que promulgou o código de Hammurabi.
Já o direito hebreu pautado no caráter religioso, construiu suas disposições jurídicas baseados em fenômenos históricos. Quanto ao direito sucessório da Grécia faltam fontes precisas para demonstrar o conteúdo exato, mas não se pode negar a existência de Leis que consagravam o direito ao titular do patrimônio em detrimento da consanguinidade ou de parentesco.
No direito romano, a sucessão, pode ser perpetuada na História. Permite-se passar o patrimônio após sua morte, assim o direito Ocidental tem a sua origem no direito romano.
Assim, o direito sucessório representa um transpassar de direitos para depois do fim da existência.

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