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Compostos Alelopáticos em Plantas

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ACRE
CAMPUS FLORESTA
CENTRO MULTIDISCIPLINAR - CMULTI
CURSO: ENGENHARIA AGRONÔMICA
DISCIPLINA: CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS
ALELOQUÍMICOS 
LUAN SILVA DOS SANTOS
CRUZEIRO DO SUL, ACRE, 2020.
No que diz respeito aos derivados fenólicos, estes são estruturas com anel aromático e grupos hidroxila, tendo em sua maioria, origem a partir da fenilalanina (COSTA, 2015). Estas substâncias atuam na defesa contra herbívoros e patógenos, na atração de polinizadores, na proteção contra a radiação ultravioleta e no estabelecimento de simbiose (COSTA, 2015). Os compostos fenólicos compreendem ao maior grupo de metabólicos que foram identificados como alelopáticos (ALVES et al., 2004; CARMO et al., 2007). 
Derivados antracênicos ou derivados hidroxiantracênicos e são uma subclasse dos compostos denominados quinonas (GOOR et al., 2007). Nas plantas as antraquinonas são produzidas após a formação das antronas e antronóis, isto porque as antraquinonas são formadas por reações como auto-oxidação das antronas livres ou ainda pela ação de enzimas da própria planta (GOOR et al., 2007). As antronas que dão origem as antraquinonas, também podem ser transformadas em diantronas e naftodiantronas, no entanto, apenas as antraquinonas é que possuem ação farmacológica (laxativa) (GOOR et al., 2007).
As antraquinonas são frequentemente encontradas nas famílias Rubiaceae, Caesalpiniaceae, Rhamnaceae, Polygonaceae, Liliaceae, Verbenaceae e Asphodedelaceae e entre suas ações farmacológicas a principal é o efeito laxativo (GOOR et al., 2007).  Na planta as antraquinonas desempenham a função de defesa contra patógenos devido ao seu efeito anti-fúngico (GOOR et al., 2007).
Possuem papel de defesa contra insetos e outros patógenos, toxicidade para cupins (aumenta resistência da matéria), além de atividade alelopática (inibe o crescimento de outras espécies, evitando competição, papel principalmente as naftoquinonas), etc (GOOR et al., 2007).
Os flavonoides possuem importante papel como compostos de defesa e moléculas sinalizadoras dos processos de reprodução, patogênese e simbiose, que são produzidas pelas 6 plantas em grande escala, e no ambiente, têm efeito significativo na composição química do solo, tendo importância nas interações planta-planta e planta-microrganismo (SHIRLEY, 1996).
Quanto aos terpenoides, estes são geralmente insolúveis em água e são encontrados em resinas, ceras, látex e óleos essenciais (COSTA, 2015). As plantas produzem uma grande variedade dessas substâncias que atuam como reguladores de crescimento, fitoalexinas e repelentes para insetos herbívoros (ORTEGA et al., 2001; INDEJIT & DUKE 2003; MAIRESSE et al., 2007). 
O ácido vanílico (ácido 4-hidroxi-3-metoxibenzoico) é um derivado de ácido diidroxibenzoico usado como um agente flavorizante (LESAGE-MEESSEN et al., 1996; CIVOLANI et al., 2000). É uma forma oxidada da vanilina. É também um intermediário na produção de vanilina a partir do ácido ferúlico (LESAGE-MEESSEN et al., 1996; CIVOLANI et al., 2000).
	Os ácidos clorogênico, niâmico e benzóixo podem inibir ou estimular o nível de AIA, no caso dos ácidos clorogênico, caféico e ferúlico atua com supressores da destruição do AIA. Já os ácidoa p-xuárico, p-hidroxibenzóico e vanílico, atuam com estimulantes da AIA (LEE et al., 1982).
A patulina é uma micotoxina produzida por algumas espécies de fungos dos gêneros Penicillium, Aspergillus e Byssochlamys. As espécies de Penicillium que já foram identificadas como produtoras de patulina são: P. carneum, P. clavigerum, P. concentricum, P. coprobium, P. dipodomyicola, P. expansum, P. glandicola, P. gladioli, P. griseofulvum, P. marinum, P. paneum, P. sclerotigenumeP. Vulpinum (FRISVAD et al., 2004).
A patulina vem sendo empregada como indicador da qualidade nos frutos e produtos de maçã (MOSS, 1996). Quimicamente, a patulina é uma lactona (4-hidroxi-4H-furo[3,2-c]piran-2(6H)-ona) e seu peso molecular é de 150,12 (Figura 1). Ela forma cristais incolores, tem ponto de fusão de 111°C, é solúvel em água, etanol, acetona, acetato de etila, éter e clorofórmio, mas é insolúvel em benzeno e éter de petróleo. 
Sua quantidade em suco de maçã é reduzida por estocagem prolongada, ação de sulfito e alta temperatura, adição de ácido ascórbico, fermentação alcoólica e tratamento com carvão ativo. A patulina perde sua atividade biológica em meio alcalino e em presença de moléculas contendo grupo sulfidrila, tais como cisteína e glutationa (CODEX COMMITEE ON FOOD ADDITIVES AND CONTAMINANTS, 1998).
Algumas plantas forrageiras acumulam compostos orgânicos como o ácido cianídrico, os glicosídeos, os alcaloides e os taninos, que possuem sabor amargo e/ou adstringente, o que pode representar uma defesa contra o pastejo e o ataque de pra (COSTA, 2015). Essas plantas escapam do pastejo, pois os animais selecionam as forrageiras mais pela 7 palatabilidade do que pela aparência ou odor que desprendem (DURIGAN & ALMEIDA, 1993).
O ácido oleico é um ácido graxo de cadeia longa com 18 carbonos na sua estrutura. Os ácidos graxos são uma classe de compostos orgânicos que constituem os lipídeos, os quais são vitais na construção da membrana celular, estão presente na epiderme. É um ácido que participa do nosso metabolismo. 
Já a Paraxantina, ou 1,7-dimetilxantina, é um derivado dimetila da xantina, estruturalmente relacionado a cafeína (CARL, 2008). A paraxantina é um estimulante do sistema nervoso central (CNS) psicoativo, que aumenta a lipólise.
REFERÊNCIAS
ALVES, M.C.S.; FILHO, S.M.; INNECCO, R.; TORRES, S.B. Alelopatia de extratos voláteis na germinação de sementes e no comprimento da raiz de alface. Embrapa, Brasília, vol.39, n.11, Nov. 2004.
ACS. Chemistry for life. Disponível em: https://acswebcontent.acs.org/membershipServer/index.html. Acesso 21 Nov. 2020
CARL L. YAWS: Thermophysical properties of chemicals and hydrocarbons. William Andrew, Norwich 2008, ISBN 978-0-8155-1596-8, S. 231.
CARMO, F.M.S.; BORGES, E.E.L.; TAKAKI, M. Allelopathy of Brazilian sassafras (Ocotea odorifera (Vell.)) Rohwer aqueous extracts. Acta Bot. Bras., 21, 697-705, 2007.
CIVOLANI C, BARGHINI P, RONCETTI AR, RUZZI M, SCHIESSER A. Bioconversion of ferulic acid into vanillic acid by means of a vanillate-negative mutant of Pseudomonas fluorescens strain BF13. Appl. Environ. Microbiol. 66 (6): 2311–7. 2000. doi:10.1128/AEM.66.6.2311-2317.2000
CODEX COMMITTEE ON FOOD ADDITIVES AND CONTAMINATS. Position paper on patulin. The Hague: WHO/FAO, 1998. 8p.
COSTA, É.C. Efeito Alelopático de Capim-vetiver (Chrysopogon zizanioides (L.) Roberty) e Capim-paspalum (Paspalum milegrana Schrad) Provenientes de Taludes da Margem do Rio São Francisco. – São Cristóvão, 2015. 72f.:il.
DURIGAN, J.C.; ALMEIDA, F.S. Noções sobre alelopatia. Jaboticabal: FUNEP, 1993. 28 p.
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GOOR, G.; GLENNEBERG, J.; JACOBI, S. Hydrogen Peroxide. Ullmann's Encyclopedia of Industrial Chemistry. Weinheim: Wiley-VCH. 2007 doi:10.1002/14356007.a13_443.pub2
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MAIRESSE, L.A.S.E.C.C.; FARIAS, J.R.; FIORIN, R.A. Bioatividade de extratos vegetais sobre alface (Lactuca sativa L.). Rev. FZVA, 14, 1-12, 2007.
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