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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE DESENVOLVIMENTO DO CENTRO- OESTE – UNIDESC CURSO DE DIREITO ADSON BRUNO ARAÚJO DE SANTANA DISCURSO DO MÉTODO – RENÉ DESCARTES LUZIÂNIA 2018 ADSON BRUNO ARAÚJO DE SANTANA DISCURSO DO MÉTODO – RENÉ DESCARTES Apresenta-se o resumo do livro de René Descartes O Príncipe. Professor: Adilson Santos LUZIÂNIA 2018 1. DO AUTOR René Descartes nasceu em La Haye em Touraine, na França, em 31 de março de 1596. Morreu com 53 anos por causa de uma pneumonia, em Estocolmo, na Suécia, no dia 11 de fevereiro de 1650. Era considerado católico. Em 1637, publicou três tratados científicos: A Dióptrica, Os Meteoros e A Geometria. O Discurso Sobre o Método é uma de suas obras mais conhecidas. Em 1616, formou-se em Direito pela Universidade de Poitiers, só que nunca exerceu a profissão. É considerado um pensador muito importante e influente da história do pensamento ocidental, sendo uma peça-chave para a Revolução Científica. Ainda é atribuída a ele a fundação da filosofia moderna, bem como sua referência com os conhecimentos matemáticos, os quais possibilitaram a fusão da álgebra com a geometria, em que gerou a geometria analítica. 2. DISCURSO DO MÉTODO As suas ideias são direcionadas ao modo de como aumentar gradativamente o conhecimento e leva-lo ao mais alto grau. Então, criou um método dividido em seis partes as quais serão explicadas. Na primeira fase do método têm-se as seguintes características: é necessário dá importância à leitura história, ir aos melhores pensamentos dos autores e se ater aos diversos costumes para melhor julgar o que acontece com a nossa realidade. Mas há um alerta, fazendo essas viagens literárias, ter cuidado para não virar um estrangeiro no próprio país nem ficar curioso demais pelo que passou nos séculos e esquecer o que deve ser feito no presente. Deste modo, é importante a leitura escrita para compreender o presente e o julgar da melhor forma possível, mas não é o bastante para ter uma experiência real de como é a vida de outros povos, conhecer costumes de cortes, exércitos e pessoas, por isso teve que viajar por muitos lugares. Na segunda parte do Método, enfatiza a ideia de um trabalho ser bem melhor feito por um único ser do que por vários. Expõe que o ser não deve aceitar tudo como verdadeiro algo que não conheça, é importante dividir as dificuldades em partes, ir pelo mais simples de conhecer e resolver para depois chegar aos mais complexos, fazer enumerações para cada caso completas e revisões gerais com a certeza de não ter omitido nada. Na terceira parte, existe a exibição de três máximas que ajudará na busca pela verdade: a primeira diz que tem que obedecer às leis e costumes, conservar a religião adquirida desde a infância e afastar-se dos excessos (ser moderado); a segunda liga-se ao aspecto de não ficar parado, caminhar sempre reto, ser firme e resoluto, isto é, não mudar de direção por falsas razões, mesmo sendo o acaso que determinou a escolha. Nessa busca pela verdade, muitas vezes o ser não vai saber identificá-la. Quando não estiver muito certo para discernir as opiniões verdadeiras, seguir as mais prováveis. Neste ponto, tem que as considerar como certas e verdadeiras. O ponto chave para tudo isso é que não pode haver arrependimento muito menos remorso, uma vez que não existiu erro ou qualquer característica a duvidar no momento que as teve como guias ou mesmo como caminhos para chegar ao ponto chave. A terceira máxima está presente em modificar o próprio eu, na medida em que é mais fácil modificar o interior do próprio indivíduo que o mundo. Ainda há a citação de que nem tudo que indivíduo quer fazer vai ser possível, por isso é significativo o exercício e a meditação frequentemente reiterada para se acostumar a encarar essa tal frustração. Por fim, estas três máximas são pensamentos vinculados com a verdade da fé. Agora indo para a quarta parte da divisão estipulada pelo autor sobre o método, é dada uma análise entre a verdade com a divindade, bem como a explicitação do espírito e o corpo, descrevendo quais são as relações que ficam entorno deles. O articulista afirma que o espírito está ligado ao lado do pensar, é a substancia pensante, sendo o mesmo que a alma. Quando seu pensamento envolve o corpo, há a seguinte denominação: a máquina que se move. De maneira bem interessante, ele acredita que o corpo e a alma são elementos separados, uma vez que mesmo não existindo o corpo, a alma existirá. Também pode ser incluído ainda, segundo René Descartes, a ideia de que é insuficiente ter um espírito bom, mas sim dá ênfase ao aspecto de aplicá-lo bem. É notória a afinidade e sua relação com a religião ao definir que os homens são imperfeitos, exceto Deus, que é, dentre outras características, infinito, eterno, imutável e onisciente. Ainda fala que o ser humano é uma substância a qual sua natureza é pensar, salienta-se, inclusive, que o ato de pensar comprova a existência de algo, que é o próprio ser pensante. Por fim, mostra que o ato de duvidar é um elemento próprio do ser humano, visto que a dúvida releva a existência de “duvidador”, ou seja, a existência do ser, independente do lugar ou do momento. Em um momento oportuno, existe a narração de que o ser possui a necessidade de acreditar naquilo que enxerga, por isso se diz que tudo que não é imaginável é considerado inteligível, não compreensível, por consequência, é evidente a dificuldade de conhecer a Deus, a perfeição e aquilo em que tudo se origina. Expondo o significado de verdade: coisas que concebemos muito claras e distintamente, é imprescindível, no entanto, fazer uma reflexão a respeito dos sonhos os quais podem criar dúvidas da verdade de quando estamos acordados. Fato que não deve ser levado em consideração. Indo para a quinta parte do método, fala das demonstrações dos geômetras para asseverar a verdade, fala dos movimentos do sangue que vai ao coração e daqueles com as veias, tendo todos esses movimentos como verdades as quais não podem ser negadas ou consideradas falsas. Além disso, afirma que o corpo é criação de Deus por aquele ser uma perfeição ordenada e contém movimentos admiráveis não podendo o ser humano ser capaz de fazê-lo, uma vez que a invenção do homem não é perfeita como a criação de Deus. De forma sensata e existindo sentido inteligente, Descartes faz uma diferenciação de um animal qualquer do ser humano, uma vez que este sabe o que diz, isto é, possui racionalidade, já o outro só reproduz sem ter qualquer ideia racional e em muitos casos não tem nem condições de reproduzir. Para terminar, quanto à menção ao surdo-mudo, o autor deixa claro que ele só é desprovido de órgãos de que outros se servem para falar, entretanto, funcionalidades de outros órgãos estão preservadas e isso não o impede de possuir essa capacidade racional. Dando entrada à última etapa para saber dividir todas as partes do método, é um fator fundamental valorar as experiências para o conhecimento e deve-se utilizar as que se apresentam por si mesmas aos nossos sentidos, que não podem ignorar. Neste caso, pode ser dado um primeiro passo com a finalidade de descobrir os princípios ou primeiras causas de tudo o que é ou que pode ser no mundo, sem considerar nada mais a não ser Deus que os criou. Um segundo passo seria examinar os primeiros efeitos e os mais comuns dessas causas. Como forma de exemplificar a ideia, o céu, a água, o ar, o fogo e minerais são elementos mais simples e mais fáceis de conhecer para que seja dado todo o procedimento. Por fim, o autor deixa claro que aquilo que se descobriu na sua pesquisatem que ser dado continuidade e os sucessores tem que seguir a partir daquilo que já foi pesquisado pelos antecessores, visto que haverá possibilidade de ir mais longe quando há esse envolvimento, essa união. Portanto, é evidente que as experiências de um homem sozinho não têm condições de realizar todas as descobertas, podendo exemplificar tal ideia no aspecto de limitação temporal, isto é, o homem não vive para sempre. 3. DO POSICIONAMENTO CRÍTICO O autor expõem de maneira brilhante suas ideias e que são bem coerentes suas argumentações sobre como proceder para ter um aumento na capacidade de melhorar o conhecimento. Apesar de ele ter o pensamento baseado na ciência, acredita muito no lado da divindade. Uma vez que fornece declarações de mera confiança e com sentido de serem inquestionáveis. Quando diz que o único que não é falho é Deus. Está sempre implícita uma atitude de fé perante um conhecimento revelado. Desse modo, o único que é perfeito é Deus e os outros são seres imperfeitos. Apoiando-se, claramente, em proposições sagradas com ênfase nas revelações sobrenaturais (inspirações), com as características de serem consideradas verdades infalíveis e indiscutíveis (exatas), mas sem a necessidade de essas evidências serem verificadas. Portanto, diferindo totalmente da ciência que se propõe a demonstrar a verdade dos fatos experimentais e suas aplicações práticas (MARCONI; LAKATOS, 2008, pág. 20). Percebe-se, então, a notória relevância ainda das raízes divinas presentes, mesmo para o indivíduo que é considerado o fundador da filosofia moderna. Apesar de introduzir uma metodologia com a finalidade de um aumento gradativo do saber, nota- se a influência no seu modo de pensar por meio de um sistema que se contrapõe as marcas positivistas. Por outro lado, é de grande saber explicitar que o conhecimento científico se caracteriza por ser real, lida com ocorrências ou fatos. As hipóteses têm sua veracidade ou falsidade conhecida por meio da experimentação (MARCONI; LAKATOS, 2008, pág. 20). Assim, é perceptível o quão relevante são todos esses conhecimentos trazidos pelo autor para compor toda uma capacidade baseada na ciência, enriquecendo-se cada vez mais com as diversas diretrizes do conhecimento para compor um pensamento lógico e racional, em que atualmente além de está muito viva, compõem um fator importantíssimo no mundo acadêmico e da sociedade. 4. Referências Bibliográficas Marconi, Marina de Andrade e Lakatos, Eva Maria. Metodologia Cienfífica, Ed. 5ª, editora Atlas, 2008. Descartes, René. O Discurso do Método e Regras para a Direção do Espírito, editora Martin Claret, 2003. Seu History. René Descartes. Disponível em seuhistory.com/biografias/rene-descarte. Acesso em 03/08/2018
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