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Disciplina de Anatomia Topográfica Anna Maria Fernandes da Luz Roteiro Prático - Região do Pescoço (comparativo entre as espécies domésticas) 1. Importância Clínica e Cirúrgica/Estrutura anatômica Antes do início do processo de dissecção, realize a inspeção e a palpação para a observação e percepção da veia jugular externa, laringe, traquéia, esôfago e os linfonodos cervicais superficiais, observando forma, tamanho, consistência, sensibilidade. Identifique a articulação atlantocciptal (local de coleta de líquido cerebroespinhal). Faça isso no cadáver e realize também no animal vivo. A veia jugular externa é usada para as venopunções e infiltrações de líquidos. A traquéia é o conduto dos gases do processo respiratório, e é usada para a entubação endotraqueal em anestesias inalatórias ou lavagem bronquial (com auxilio de cateter) para exame bacteriológico. O esôfago permite a passagem de sonda esofágica flexível para a retirada de conteúdo estomacal/gases ou passagem de alimento/medicamentos, ou desobstrução. Algumas destas estruturas podem ser submetidas aos procedimentos cirúrgicos (esofagectomia e traqueotomia). É possível ocorrer nas diversas estruturas desta região processos patológicos de ordem geral, tais sejam lesões cutâneas, inflamatórias, tumorais, principalmente obstruções do esôfago (parcial ou total) por corpo estranho/ estenose da luz, ocasionada por tumores (aneurisma) parasitários (sperirocerca). Procedimento de Dissecção (ventrolateral esquerda) · Incisão e rebatimento da pele, usando a linha média ventral, rebatendo a pele para o lado esquerdo; · Incisão e rebatimento da camada cutânea da pele (tela subcutânea), com exposição do músculo cutâneo do pescoço; · Dissecção do plano profundo com exposição das seguintes estruturas: Identificar: · Os músculos esterno-hióideo, esternotireóideo, visualizando a traquéia (observe seu formato de tubo cartilagíneo, em forma de anel ligado por membranas anulares); · Observe lateral aos primeiros anéis traqueais a presença da glândula tireóide, localize também a glândula paratiróide; · Tracione a traquéia lateralmente e exponha o segmento cervical do esôfago; · Lateralmente e a esquerda, observe a veia jugular externa, os músculos braquiocefálico, esternocefálico, afaste os músculos e encontre as estruturas mais profundas como o feixe vásculo-nervoso, formado pela artéria carótida, veia jugular interna e nevo vagossimpático, todos envoltos por uma bainha de tecido conjuntivo; · Veja no esqueleto os diversos tipos de vértebras cervicais (7) Atividade https://www.youtube.com/watch?v=qPVNsK_yRPQ – sobre as estruturas do pescoço. 1. Identifique em cores diferentes e descreva as principais características das vértebras cervicais. (Imagem de cão). O esqueleto axial é composto por vértebras, cujo número varia entre as espécies domésticas. É dividida entre as regiões cervicais, torácicas, lombares, sacrais e caudais, cada uma com características próprias e funções. A coluna cervical é composta pelo atlas, áxis e vértebras cervicais. Atlas: · Em rosa; · Permite a livre movimentação da cabeça; · Não possui processo espinhoso; · Não possui um corpo, sendo composta por duas massas laterais unidas por um arco dorsal e um arco ventral (anel ósseo); · Lateralmente a cada massa, projeta-se o processo transverso formando as asas do atlas; · A face cranial do arco ventral articula-se com os côndilos do osso occipital; · A fóvea do dente na face caudal das massas laterais se articula com os processos articulares craniais da segunda vértebra cervical; · Propicia fixação para a musculatura responsável pela movimentação da cabeça. Áxis: · Em amarelo; · Corpo cilíndrico; · Apresenta crista ventral; · Extremidade cranial apresenta dente, articulando com o atlas; · Movimento de giro com o atlas; · Face articular caudal côncava; · Inserção de ligamentos e músculos. Vértebras cervicais: · Em azul; · Cada vez mais curtas do sentido cranial-caudal; · Da terceira até a quinta possui crista ventral firme que é ausente na sexta e na sétima; · Extremidade cranial convexa e caudal côncava; · Processos espinhosos curtos, aumentando gradualmente em direção às vértebras torácicas; · Processos transversos e articulares bem desenvolvidos. 2. Esquematize e descreva o trajeto do esôfago e da traqueia indicando as relações topográficas e possibilidades de uso médico-cirúrgico. Em relação a glândula endócrina principal, indique sua localização, função e possível patologia, diferenciando entre cão e bovino. O esôfago é o canal entre a faringe e o estômago que se inicia dorsalmente à cartilagem cricóidea da laringe e terminando na cárdia do estômago. Na sua origem, passa pela esquerda da traquéia e prossegue para além da bifurcação da traquéia. Como atravessa boa parte do pescoço, divide-se em região cervical, torácica e abdominal. A traquéia se prolonga a partir da cartilagem cricóidea da laringe até a sua bifurcação, composta por uma série de cartilagens hialinas. Faz parte do sistema respiratório, revestida por mucosa respiratória. Se prolonga desde a laringe, passando pelo espaço visceral do pescoço ventralmente à coluna cervical até a abertura torácica, ventilando o pulmão. A região é explorada de forma clínica em procedimentos como a endoscopia, avaliação devido a colapso de traquéia ou de retirada cirúrgica da glândula tireóide. A glândula tireóide localiza-se ventralmente à traquéia em sua porção mais cranial, por vezes sobrepondo a laringe. Ela produz hormônios que controlam a taxa metabólica, o crescimento dos ossos, a temperatura do corpo, o metabolismo e os níveis de cálcio. A deficiência de Iodo pode resultar na hipertrofia da glândula; o hipertireoidismo leva aumento excessivo do metabolismo e o hipotireoidismo o reduz drasticamente, podendo resultar em raquitismo e retardo mental. No cão, a glândula tireóide possui dois lobos ovais alongados dorsolateralmente à traquéia com istmo formado por parênquima glandular. Nos bovinos, os dois lobos possuem formato irregular com aparência granulosa que se assemelha a pirâmides, conectados por um istmo substancial que cruza a face ventral do segundo anel da traquéia. 3. Observe a imagem da região cervical (Figura A - visão superficial e Figura B – visão profunda, lateral esquerda e Figura C – em vista ventral) e indique as estruturas anatômicas, acrescendo função e aplicação médica. Figura A 1. Músculo temporal: participa da elevação da mandíbula; 2. Músculo paratidoauricular; 3. Glândula parotídea: secreta conteúdo salivar; 4. Ducto parotídeo: direcionar o conteúdo da glândula parotídea; 5. Músculo masseter: elevar a mandíbula; 6. Ramo bucal ventral (VII): inervação da musculatura; 7. Veia facial: irrigação sanguínea; 8. Músculo omo-hióideo: eleva e sustenta a língua; 9. Linfonodos mandibulares: fazem parte do sistema imunológico; 10. Ramos cutâneos de nervos cervicais: inervação da musculatura; 11. Glândula mandibular: suprir a produção de saliva; 12. Músculo esternotireóideo: movimentação do membro torácico; 13. Veia maxilar;: irrigação sanguínea; 14. Veia jugular externa: irrigação sanguínea; 15. Músculo cleidocervical: sustentação; 16. Músculo esternoccipital: flexão da cabeça e do pescoço; 17. Músculo estilo-hióideo: flexão da cabeça e do pescoço; 18. Músculo cleidobraquial: retração do pescoço e da cabeça; 19. Músculo trapézio: flexão do ombro; 20. Nervo acessório: inervação; 21. Músculo supraespinhoso: articulação do ombro; 22. Músculo omotransvessário: retração do pescoço; 23. Músculo deltóide: articulação do ombro; 24. Músculo deltóide: articulação do ombro; 25. Nervo cervical: inervação. Figura B 1. Músculo rombóide (cervical); 2. Músculo oblíquo caudal da cabeça; 3. Músculo esplênio; 4. Músculo serrátil ventral do pescoço; 5. Músculo serrátil ventral torácica; 6. Músculo intertransversário; 7. Músculo intertransversário; 8. Músculo escaleno médio; 9. Músculo escaleno ventral; 10. Músculo escaleno dorsal; 11. Músculo longo da cabeça; 12. Músculo esternomastóideo; 13. Músculo cleidomastóideo;14. Músculo esternoccipital; 15. Músculo temporal; 16. Músculo masseter; 17. Músculo longuíssimo da cabeça; 18. Músculo digástrico; 19. Glândula tireóide; 20. Traquéia; 21. Músculo esternotiróideo; 22. Músculo esternohióideo; 23. Veia jugular interna; 24. Artéria carótida; 25. Veia jugular externa; 26. Veia cefálica; 27. Artéria axilar; 28. Músculo reto do tórax; 29. Músculo peitoral superficial; 30. Músculo peitoral profundo; 31. Plexo braquial; 32. Nervo cervical 1; 33. Nervo cervical 2; 34. Nervo cervical 4; 35. Primeira costela. As possíveis aplicações clínicas ou cirúrgicas envolvendo a região anatômica envolvem o uso do diagnóstico de imagem em exames como tomografia e ultrassom para identificar quaisquer anormalidades, aplicação de injeção subcutânea ou intramuscular, acesso à veia jugular para coleta de sangue. Figura C A. Músculo milo-hióideo; B. Glândula mandibular; C. Veia jugular interna; D. Cartilagem cricóide; E. Músculo esterno mandibular. 4. Assista aos vídeos e cite as estruturas anatômicas envolvidas no processo da intubação orotraqueal. Intubação orotraqueal https://www.youtube.com/watch?v=5KgAcG3b5JU https://www.youtube.com/watch?v=ibZ8aV0lKbA https://www.youtube.com/watch?v=Banp1CZeT8w · No cão, após a indução anestésica, abre-se a cavidade oral do animal e estica-se a sua língua para que o acesso à garganta seja possível; · É feita então a passagem através da laringe do animal quando houver sua abertura alcançando o pulmão. Passagem de sonda oral https://www.youtube.com/watch?v=xW772ACB_bA – em felinos https://www.youtube.com/watch?v=23ka5jd4TD4 – como sondar o filhote https://www.youtube.com/watch?v=evnH7TNALwc – em equino
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