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Saúde Coletiva UNIDADE 4 1 Unidade IV Saúde Coletiva Bem-vindo(a) à última unidade da disciplina de Saúde Coletiva. Vamos abordar neste módulo os seguintes assuntos: Organização dos Serviços de Saúde. Programa Saúde da Família. Território. Antes de começar, irei fazer uma breve revisão que servirá de base para esta unidade. Os serviços de Saúde devem ser organizados em níveis de complexidade tecnológica crescente, dispostos numa área geográfica delimitada (Distritos Sanitários), e com definição da população a ser atendida. A saúde é dividida por níveis de Complexidade, por exemplo, Atenção Básica, Média Complexidade e Alta Complexidade. O QUE É ALTA COMPLEXIDADE? Ações de Alta Complexidade são o conjunto de procedimentos que envolvem alta tecnologia e alto custo, objetivando propiciar à população acesso a serviços qualificados. As principais áreas que compõem a alta complexidade do SUS são: § Assistência ao paciente portador de doença renal crônica; § Assistência ao paciente com câncer; § Cirurgias em geral; § Assistência em problemas dos ossos e articulações; § Procedimentos de neurocirurgia. 2 O QUE É MÉDIA COMPLEXIDADE? Compõe-se por ações e serviços cuja prática clínica demanda disponibilidade de profissionais especializados e o uso de recursos tecnológicos de apoio diagnóstico e terapêutico. Os grupos que compõem os procedimentos de média complexidade do Sistema de Informações Ambulatoriais são os seguintes: Procedimentos especializados realizados por profissionais médicos, outros de nível superior e nível médio; § Cirurgias ambulatoriais especializadas; § Procedimentos traumato-ortopédicos; § Ações especializadas em odontologia; § Patologia clínica; § Anatomopatologia e citopatologia; § Radiodiagnóstico; § Exames ultrassonográficos; § Diagnose; § Fisioterapia; § Terapias especializadas; § Próteses e órteses; § Anestesia. O QUE É ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE? Constitui o primeiro nível de Atenção à Saúde, de acordo com o modelo adotado pelo SUS. Engloba um conjunto de ações de caráter individual ou coletivo, que envolvem a promoção da saúde, a prevenção de doenças, o diagnóstico, o tratamento e a reabilitação dos pacientes, realizado pelas especialidades básicas da Saúde, que são: § Clínica médica; § Pediatria; § Obstetrícia e ginecologia; § Odontologia; § Ações de enfermagem. A prioridade para todos os municípios é ter a Atenção Primária, que bem organizada garante resolução da grande maioria das necessidades e problemas de saúde da população. 3 APENAS RECORDANDO!!! Quais são os Princípios Doutrinários do SUS? PRINCÍPIOS DOUTRINÁRIOS UNIVERSALIDADE: Todo cidadão tem direito ao acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência. EQUIDADE: Todos os indivíduos são iguais, entretanto deve haver igualdade com justiça, onde as diferenças são consideradas. INTEGRALIDADE: Cidadão percebido como um todo indivisível, inserido no seu meio (promoção, prevenção, proteção e recuperação). Depois de nossa revisão, iremos começar nossa unidade com uma boa base. ORGANIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE Para compreender melhor a organização dos serviços no sistema de saúde, resgataremos alguns pontos importantes para sua estrutura: Os sistemas de saúde apresentam diversos componentes, como os sistemas de planejamento, controle e avaliação; Redes de serviços assistenciais (hospitais, laboratórios, consultórios, Unidades Básicas de Saúde, entre outras); As pessoas que participam do sistema, como trabalhadores, gestores e usuários em geral; Sistemas de apoio – o sistema de apoio diagnóstico e terapêutico, o sistema de assistência farmacêutica e os sistemas de informação em saúde; os sistemas logísticos: o cartão de identificação das pessoas usuárias, o prontuário clínico, o sistema de transporte. Os sistemas de saúde podem se organizar em níveis de atenção: atenção primária ou atenção básica, atenção de média complexidade e atenção de alta complexidade. A atenção primária tem como foco a promoção da saúde e a prevenção da doença. Possui equipamentos com menor grau de incorporação de tecnologia, e a capacitação e formação mais abrangente dos profissionais devem permitir o atendimento aos eventos mais prevalentes da população. Ocorrem, por exemplo, nas unidades básicas tradicionais, nas unidades de saúde da família e no atendimento domiciliar. 4 A atenção de média complexidade tem como foco o tratamento de doenças e a realização de diagnósticos, com equipamentos com grau intermediário de inovação tecnológica (aparelhos de raios-X, ecocardiogramas, ultrassom etc.) e profissionais especializados. Os locais de atendimento secundário podem ser os ambulatórios gerais, unidades mistas, hospitais locais e hospitais regionais. A atenção de alta complexidade preocupa-se com o tratamento da doença e concentra os equipamentos com alta incorporação tecnológica, como aparelhos de ressonância magnética e pessoal com formação superespecializada. Possui tipos e números de serviços diversificados nas áreas de cardiologia de adultos, eletrofisiologia, terapia renal substitutiva, oncologia, vascular, cirurgia bariátrica, neurocirurgia, ortopedia, entre outras. Acontece em ambulatórios de especialidades, hospitais de base e hospitais especializados. Você se lembra do Pacto pela Saúde? O Pacto pela Saúde é dividido em Pacto pela Vida, Defesa do SUS e Gestão do SUS. Dentro do Pacto pela Vida está um eixo chamado Fortalecimento da Atenção Básica. Em sintonia com o Pacto pela Saúde, foram aprovadas a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) e a Política Nacional de Promoção à Saúde (PNPS), ambas voltadas para a configuração de um modelo de atenção capaz de responder às condições crônicas e agudas e promover ações de vigilância e promoção à saúde, efetivando a Atenção Primária à Saúde (APS) como eixo estruturante do SUS. A Atenção Primária à Saúde (APS) constitui o primeiro nível de atenção, enfatizando a função resolutiva dos cuidados primários sobre os problemas mais comuns de saúde e a partir do qual se realiza e coordena o cuidado em todos os pontos de atenção. No SUS, a Estratégia Saúde da Família representa o principal modelo para a organização da Atenção Primária à Saúde (APS), e seu fortalecimento torna-se uma exigência para o estabelecimento da RAS. No Brasil, a Atenção Primária à Saúde (APS) incorpora os princípios da Reforma Sanitária, levando o SUS a adotar a denominação Atenção Básica à Saúde (ABS) para enfatizar a reorientação do modelo assistencial, em um sistema universal e integrado de atenção à saúde. Irei retornar a falar sobre Atenção Primária à Saúde (APS) no próximo assunto abordado, aguarde mais um pouquinho ok?! 5 Como estratégias de melhoria de acesso e desenvolvimento de práticas integrais, um conjunto de práticas, habilidades e saberes são articulados pelos profissionais de saúde na oferta de cuidados aos usuários. Tais práticas, saberes e habilidades incluem o estabelecimento de vínculos, a corresponsabilização pela saúde por profissionais e usuários, o acolhimento e escuta e o emprego de conhecimentos específicos de cada profissão. O desafio de construir um novo modelo de cuidar, com estruturação das linhas de cuidado e das redes de atenção em saúde, requer práticas articuladas, que mobilizem os trabalhadores e suas subjetividades a participar dessa construção. Inúmeros dispositivos e instrumentos têm sido incorporados pelas políticas públicas para a organização e qualificação dos processos de trabalho em saúde. Vamos abordar alguns desses dispositivos que, em seu conjunto, podem representar mudanças na organização e nas práticas das equipes, e maior capacidade de produzir um cuidado mais contínuo e em rede. O primeiro ponto importante para uma nova Organização dos Serviços de Saúde é a Política Nacional deHumanização (PNH). Em 2001, a humanização aparece pela primeira vez no nome de um programa: o Programa Nacional de Humanização do Atendimento Hospitalar (PNHAH), o qual visava melhorar a qualidade do atendimento hospitalar e as relações entre usuários e profissionais da área da saúde. Esse programa ampliou-se para outras instâncias de saúde do SUS, visando à mudança nas práticas e modelos de atenção e gestão da saúde, e em 2003 se transformou na Política Nacional de Humanização (PNH). A Política Nacional de Humanização (PNH) entende humanização como a valorização dos diferentes sujeitos - usuários, trabalhadores e gestores - implicados no processo de produção de saúde. Valorizar os sujeitos é oportunizar uma maior autonomia, a ampliação da sua capacidade de transformar a realidade em que vivem, através da responsabilidade compartilhada, da criação de vínculos solidários, da participação coletiva nos processos de gestão e de produção de saúde. Assim, entendemos Humanização como: ü Valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde: usuários, trabalhadores e gestores; ü Fomento da autonomia e do protagonismo desses sujeitos; 6 ü Aumento do grau de co-responsabilidade na produção de saúde e de sujeitos; ü Estabelecimento de vínculos solidários e de participação coletiva no processo de gestão; ü Identificação das necessidades sociais de saúde; ü Mudança nos modelos de atenção e gestão dos processos de trabalho tendo como foco as necessidades dos cidadãos e a produção de saúde; ü Compromisso com a ambiência, melhoria das condições de trabalho e de atendimento. Para isso, a Humanização do SUS se operacionaliza com: ü A troca e a construção de saberes; ü O trabalho em rede com equipes multiprofissionais; ü A identificação das necessidades, desejos e interesses dos diferentes sujeitos do campo da saúde; ü O pacto entre os diferentes níveis de gestão do SUS (federal, estadual e municipal), entre as diferentes instâncias de efetivação das políticas públicas de saúde (instâncias da gestão e da atenção),assim como entre gestores, trabalhadores e usuários desta rede; ü O resgate dos fundamentos básicos que norteiam as práticas de saúde no SUS, reconhecendo os gestores, trabalhadores e usuários como sujeitos ativos e protagonistas das ações de saúde; ü Construção de redes solidárias e interativas, participativas e protagonistas do SUS. A Política Nacional de Humanização (PNH) apresenta princípios? Destacamos, então, os princípios norteadores da política de humanização: ü Valorização da dimensão subjetiva e social em todas as práticas de atenção e gestão no SUS, fortalecendo o compromisso com os direitos do cidadão, destacando-se o respeito às questões de gênero, etnia, raça, orientação sexual e às populações específicas (índios, quilombolas, ribeirinhos, assentados, etc.); ü Fortalecimento de trabalho em equipe multiprofissional; ü Apoio à construção de redes cooperativas, solidárias e comprometidas com a produção de saúde e com a produção de sujeitos; ü Construção de autonomia e protagonismo dos sujeitos e coletivos implicados na rede do SUS; ü Corresponsabilidade desses sujeitos nos processos de gestão e atenção; ü Fortalecimento do controle social com caráter participativo em todas as instâncias gestoras do SUS; 7 ü Compromisso com a democratização das relações de trabalho e valorização dos profissionais de saúde, estimulando processos de educação permanente. Assim, ao ser proposto como política pública, o conceito de ‘humanização’ se amplia, por um lado, incorporando concepções que procuram garantir os direitos dos usuários e trabalhadores e, por outro, apontando diretrizes e dispositivos clínico- políticos concretos e comprometidos com um SUS que dá certo. Para complementar sua leitura, recomendamos o link abaixo: http://bvsms.saude.gov.br/ Você pode está se perguntando: Professora, eu já ouvi falar de uma palavra chamada acolhimento, o que seria? Acolhimento é uma diretriz da Política Nacional de Humanização (PNH), que não tem local, nem hora certa para acontecer, nem um profissional específico para fazê-lo: faz parte de todos os encontros do serviço de saúde. O acolhimento é uma postura ética que implica na escuta do usuário em suas queixas, no reconhecimento do seu protagonismo no processo de saúde e adoecimento, e na responsabilização pela resolução, com ativação de redes de compartilhamento de saberes. Acolher é um compromisso de resposta às necessidades dos cidadãos que procuram os serviços de saúde. Como faço para que o acolhimento aconteça no serviço de saúde? É preciso que a equipe de saúde se reúna para discutir como está sendo feito o atendimento no serviço: qual o “caminho” do usuário desde que chega ao serviço de saúde, por onde entra, quem o recebe, como o recebe, quem o orienta, quem o atende, para onde ele vai depois do atendimento, enfim, todas as etapas que percorre e como é atendido em cada uma dessas etapas. Essa discussão com toda a equipe vai mostrar o que pode ser mudado para que o usuário seja melhor acolhido. Assim, a partir dessa reunião, pode haver mudanças na entrada, na sala de espera, por exemplo, para que haja um profissional de saúde que acolha o usuário antes da recepção, forneça as primeiras orientações e o encaminhe para o local adequado. A recepção também pode mudar, utilizando-se a classificação de risco e também uma pós-consulta, ou seja, uma orientação ao usuário depois da consulta, a partir do encaminhamento que tiver sido feito na consulta. 8 É importante ainda ampliar a qualificação técnica dos profissionais e das equipes de saúde para proporcionar essa escuta qualificada dos usuários, com interação humanizada, cidadã e solidária da equipe, usuários, família e comunidade. As possibilidades de acolhimento são muitas e o importante é que as melhorias sejam feitas com a participação de toda a equipe que trabalha no serviço. Acabamos aqui a primeira parte desta última unidade. Depois de fazer uma leitura no guia de estudo, sugiro que leia o livro texto da disciplina nas páginas 75-95. Após domínio do conteúdo, responda aos exercícios disponíveis e ao Fórum. Iremos ver agora nosso último assunto da disciplina de Saúde Coletiva, chamado Programa Saúde da Família. Como começou? Baseado nos modelos de medicina comunitária de cuba e do Canadá. A estratégia do PSF foi iniciada em junho de 1991, com a implantação do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Em janeiro de 1994, foram formadas as primeiras equipes de Saúde da Família, incorporando e ampliando a atuação dos agentes comunitários. O Programa Saúde da Família: A porta de entrada do SUS. É uma estratégia que prioriza as ações de promoção, proteção e recuperação da saúde. Do recém-nascido ao idoso, sadios ou doentes, de forma integral e contínua. Quais os profissionais que trabalham? Equipe do Saúde da Família e PACS 1 Médico. 1 Enfermeiro. 1 Téc. em Enfermagem ou Auxiliar. 6 a 12 Agentes comunitários de saúde. Equipe de Saúde Bucal 1 Cirurgião-dentista. 1 Auxiliar de Saúde Bucal ASB. 1 Tec. em Saúde Bucal. 9 Características e Funções dos Agentes Comunitários de Saúde. Pessoas da comunidade. Adaptado a realidades culturais. Realiza visitas nos domicílios periodicamente. Orientação das famílias quanto encaminhamento e agendamento. Identificar os indivíduos em situações de risco. Promover a educação e a mobilização comunitária. Qual a prática do Enfermeiro? Visita domiciliar. Coordenar a ESF. Consulta de enfermagem. Saúde da mulher: Citológico, Pré-natal, visita puerperal, Planejamento Familiar (Benfam). Saúde da criança: puericultura, imunização. Controle e acompanhamento das doenças infecto contagiosas: Ex. Tuberculose e Hanseníase. Realização do Hiperdia: hipertensos e diabéticos.Capacitação dos ACS e Técnico de enfermagem. Controle do consolidado. Cada equipe é capacitada para: a) conhecer a realidade das famílias pelas quais é responsável, por meio de cadastramento e diagnóstico de suas características sociais, demográficas e epidemiológicas. b) identificar os principais problemas de saúde e situações de risco aos quais a população que ela atende está exposta. Quais os Objetivos do Programa Saúde da Família? Reorganização da prática assistencial em novas bases e critérios. Substituição do modelo de assistência por atenção. Centrada na família, compreendendo seu ambiente físico e social. O Programa Saúde da Família trabalha dentro dos Princípios do SUS? Sim. 10 Como trabalha o Programa Saúde da Família? Este programa trabalha baseado na Territorialização. Como assim, professora? Cada Unidade Saúde da Família é responsável pelo seu território, cada território tem entre 3mil e 4.500 pessoas e cada agente comunitário de saúde é responsável por no máximo 750 pessoas. Então em cada Unidade Saúde da Família pode ter mais de 1 Agente Comunitário de Saúde? Sim, pode ter de 6 a 12 Agentes. Quais os objetivos da territorialização em saúde? ü Delimitar um território de abrangência; ü Definir a população favorecida e apropriar-se juntamente com ela do perfil da área e da comunidade; ü Reconhecer dentro da área de abrangência barreiras e acessibilidade; ü Conhecer condições de infraestrutura e recursos sociais; ü Levantar problemas e necessidades, definido um diagnóstico da comunidade (continuo); ü Identificar o perfil demográfico, epidemiológico, socioeconômico e ambiental; ü Potencializar os resultados e os recursos presentes nesse território. Neste processo de delimitação de áreas, são identificados os seguintes territórios: • TERRITÓRIO-ÁREA – delimitação da área de abrangência de uma unidade de saúde, a área de atuação de equipes de saúde; 11 • TERRITÓRIO-MICROÁREA – área de atuação do agente comunitário de saúde (ACS), delimitada com a lógica da homogeneidade socioeconômico-sanitária; • TERRITÓRIO-MORADIA – lugar de residência da família. Planejamento das Ações Acompanhamento mensal das famílias, a partir de visitas domiciliares realizadas pelos agentes comunitários de saúde e equipe (quando necessário), bem como análise de informações e indicadores de saúde da área de abrangência. Interlocução com conselho local ou municipal de saúde. Desenvolvimento de mecanismos de escuta da comunidade. Vamos fazer algumas comparações? HOJE COM O PSF Ênfase na prevenção do que na parte curativa. Mudança na lógica da DOENÇA pela SAÚDE (qualidade de vida). Grande colaborador para melhoria das informações (óbitos, nascidos vivos e doenças). Mapeamento das áreas de risco para orientação das equipes. Acompanhamento dos grupos: Hipertensão, diabéticos, idosos, gestantes etc. Integração com igrejas, escolas, ação social. Professora, mas eu sou futuro Nutricionista, onde posso me encaixar na Atenção Básica? No NASF. Mas o que é o NASF? É o Núcleo de Apoio à Saúde da Família. Criado em Portaria do Ministério da Saúde de 24.01.2008 e reeditada em 04.03.2008. Existem dois tipos de NASF segundo esta primeira portaria: USF TERRITÓRIO 12 Qual o objetivo do Núcleo de Apoio à Saúde da Família-NASF? Ampliar a abrangência da Assistência na Atenção Primária, com a constituição de equipes de trabalho compostas por profissionais de diversas áreas de conhecimento para atuarem em parceria com as equipes de Saúde da Família. Esses profissionais vieram para quê? O que vão fazer? Os profissionais do Núcleo de Apoio à Saúde da Família-NASF vieram para compartilhar as práticas de saúde nos territórios sob responsabilidade das ESF, atuando diretamente no apoio às equipes e na unidade na qual o Núcleo de Apoio à Saúde da Família-NASF está cadastrado. Então esses profissionais vieram para “atender” a população? Não. Os profissionais não vieram para dar assistência especializada ou realizar consultas especializadas. Seu papel é essencialmente o de promoção à saúde e sua atuação se dá a partir das demandas identificadas no trabalho conjunto com as equipes Saúde da Família. O Núcleo de Apoio à Saúde da Família-NASF não é porta de entrada do sistema! Para que especialista, se eles não “atendem”? 13 A responsabilização compartilhada entre as equipes SF e a equipe do NASF na comunidade prevê a revisão da prática do encaminhamento, ampliando-a para um processo de acompanhamento longitudinal de responsabilidade da equipe da Atenção Básica, atuando no fortalecimento de seus atributos e no papel de coordenação do cuidado no SUS. Diferentes profissionais, com diferentes saberes, complementarão o trabalho das equipes SF, somando e fortalecendo. Em 28 DE DEZEMBRO DE 2012 surge a PORTARIA Nº 3.124, que Redefine os parâmetros de vinculação dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) Modalidades 1 e 2 às Equipes Saúde da Família e/ou Equipes de Atenção Básica para populações específicas, cria a Modalidade NASF 3, e dá outras providências. A modalidade Núcleo de Apoio à Saúde da Família-NASF 1 deverá ter uma equipe formada por uma composição de profissionais de nível superior que reúnam as seguintes condições: a) a soma das cargas horárias semanais dos membros da equipe deve acumular no mínimo 200 (duzentas) horas semanais; b) nenhum profissional poderá ter carga horária semanal menor que 20 (vinte) horas; c) cada ocupação, considerada isoladamente, deve ter no mínimo 20 (vinte) horas e no máximo 80 (oitenta) horas de carga horária semanal. Cada Núcleo de Apoio à Saúde da Família-NASF 1 deverá estar vinculado a no mínimo 5 (cinco) e a no máximo 9 (nove) Equipes Saúde da Família e/ou equipes de Atenção Básica para populações específicas (consultórios na rua, equipes ribeirinhas e fluviais). A modalidade Núcleo de Apoio à Saúde da Família-NASF 2 deverá ter uma equipe formada por uma composição de profissionais de nível superior que reúnam as seguintes condições: a) a soma das cargas horárias semanais dos membros da equipe deve acumular no mínimo 120 (cento e vinte) horas semanais; b) nenhum profissional poderá ter carga horária semanal menor que 20 (vinte) horas; c) cada ocupação, considerada isoladamente, deve ter no mínimo 20 (vinte) horas e no máximo 40 (quarenta) horas de carga horária semanal. Cada Núcleo de Apoio à Saúde da Família-NASF 2 deverá estar vinculado a no mínimo 3 (três) e a no máximo 4 (quatro) Equipes Saúde da Família e/ou Equipes 14 de Atenção Básica para populações específicas (consultórios na rua, equipes ribeirinhas e fluviais). A modalidade Núcleo de Apoio à Saúde da Família-NASF 3 deverá ter uma equipe formada por uma composição de profissionais de nível superior que reúnam as seguintes condições: a) a soma das cargas horárias semanais dos membros da equipe deve acumular no mínimo 80 (oitenta) horas semanais; b) nenhum profissional poderá ter carga horária semanal menor que 20 (vinte horas); e c) cada ocupação, considerada isoladamente, deve ter no mínimo 20 (vinte) horas e no máximo 40 (quarenta) horas de carga horária semanal. Cada Núcleo de Apoio à Saúde da Família-NASF 3 deverá estar vinculado a no mínimo 1 (uma) e a no máximo 2 (duas) Equipes Saúde da Família e/ou Equipes de Atenção Básica para populações específicas (consultórios na rua, equipes ribeirinhas e fluviais), agregando-se de modo específico ao processo de trabalho das mesmas, configurando-se como uma equipe ampliada. Qual a importância do Nutricionista no NASF? O nutricionista é o único profissional que recebe na sua formação acadêmica um conhecimento específico que lhe permite, a partir de diagnóstico e observação de valores socioculturais de cada paciente, propor as devidas orientações nutricionais adequando-asà realidade de cada família, sendo um profissional indispensável no modelo de atenção à saúde proposto pelo governo. O profissional de nutrição tem o importante papel de promover uma reeducação dos hábitos alimentares da população fazendo a prevenção de doenças e a promoção da qualidade de vida. Nos serviços de saúde, através das consultas com monitoramento do estado nutricional, há possibilidade de diagnósticos longitudinais, o que é de grande importância para a melhoria das condições alimentares e nutricionais da comunidade. No campo da nutrição, a transição epidemiológica representa mudanças no perfil de morbimortalidade devido à modificação de hábitos alimentares que gera o aumento da obesidade e doenças crônicas não transmissíveis. A atual situação epidemiológica nutricional exige a prática dos princípios da integralidade, equidade e universalidade na assistência à saúde. Os nutricionistas possuem conhecimentos capazes de melhorar o perfil epidemiológico e nutricional da população. 15 Por esse motivo e outros apontados na literatura a inserção do Nutricionista na Atenção Básica é de suma importância na recuperação da saúde através de uma alimentação adequada. A leitura do artigo abaixo aprofunda na importância da Nutrição na Atenção Básica, dentro do Núcleo de Apoio a Saúde da Família. http://web.unifoa.edu.br/praxis/numeros/02/11.pdf Quais as possíveis ações do Nutricionista na Atenção Básica? ü Realizar o diagnóstico da situação alimentar e nutricional da população; ü A partir da identificação de situações de risco, favorecer a inclusão social por meio da ampliação do acesso à informação sobre programas sociais e direitos relacionados à alimentação; ü Auxiliar na identificação de características domiciliares e familiares que orientem a detecção precoce de dificuldades que possam afetar o estado nutricional e a segurança alimentar e nutricional da família; ü Avaliar, em conjunto com as Equipes Saúde da Família o desenvolvimento e a implementação das 30. O Papel do Nutricionista na Atenção Primária à Saúde ações de saúde e de alimentação e nutrição e seu impacto na população; ü Desenvolver ações de distintas naturezas para a promoção de práticas alimentares saudáveis; ü Socializar o conhecimento sobre os alimentos e o processo de alimentação, bem como desenvolver estratégias de resgate de hábitos e práticas alimentares regionais relacionadas ao consumo de alimentos saudáveis; ü Elaborar, em conjunto com a equipe de saúde, rotinas de atenção nutricional e atendimento para doenças relacionadas à alimentação e à nutrição, de acordo com protocolos de atenção básica. A leitura da cartilha intitulada: O Papel do Nutricionista na Atenção Primária à Saúde é importante para o profissional se apoderar de sua importância na Atenção Básica. O link abaixo traz esta cartilha: http://www.cfn.org.br/eficiente/repositorio/cartilhas/61.pdf Acabamos assim a disciplina de Saúde Coletiva, espero ter contribuído na sua formação profissional em Saúde Pública e que você seja capaz de argumentar e refletir o nosso Sistema de Saúde com suas próprias conclusões. Desejo sucesso profissional e a realização de seus objetivos. Foi um prazer trocar ideias com você... Abraço!
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