Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM UTI Profª Rhanná Hindira ENFERMEIRA/COREN AP 541846 BALANÇO HÍDRICO O A manutenção de um equilíbrio de líquidos adequado e vital para a saúde. A ingestão insuficiente ou a perda excessiva de líquidos podem levar a desidratação, que pode afetar a função cardíaca e renal, bem como o equilíbrio eletrolítico. O Uma produção inadequada de urina pode levar a sobrecarga de volume, insuficiência renal e toxicidade por eletrólitos. O O registro do balanço hídrico (BH) faz parte da pratica habitual da enfermagem. E a relação existente entre a ingestão e as perdas corporais. O Dado que íons ou eletrólitos se diluem no volume, fala-se de equilíbrio hidroeletrolítico. O Para realizar o calculo do equilíbrio hídrico, são quantificadas as entradas e as perdas corporais por diferentes vias para estabelecer um equilíbrio em um período determinado não maior que 24 horas. O Em todos os processos fisiológicos e vitais mantem-se um equilíbrio constante. O Para isso, nosso organismo desenvolveu mecanismos de controle e regulação que mantem o equilíbrio entre os compartimentos. O Assim, define-se a homeostasia como o estado de equilíbrio no meio interno do organismo, mantido por respostas adaptativas O O calculo do BH deve ser realizado por profissionais treinados e experientes, a partir dai seu valor pode ser capaz de traduzir de modo adequado as variações ponderais. O A estimativa do BH é necessária para delinear uma estratégia terapêutica adequada de reposição no paciente critico, sendo de fundamental importância a tarefa do pessoal de enfermagem para sua avaliação. O Considerar como ganho/entrada: Dieta por SNG, SNE, Ostomias: Ingestão de água, sucos, chás Terapia medicamentosa: soros, medicações com diluição, sangue, NPP. O Considerar como perda/saída: Eliminações vesicointestinais - (diurese e fezes liquidas, semiliquidas) Vômitos, drenagens, secreções, sudorese. O Costuma-se dividir a distribuição em dois grandes compartimentos: intracelular e extracelular; O Compartimento extracelular: refere-se a toda água externa às células e possui subcompartimentos: plasma, líquido instersticial, linfa, entre outros; O Líquidos transcelulares: líquidos secretados ( glândulas salivares, liquido da cavidade pleural, LCR; O Terceiro espaço – situação na qual o liquido extracelular é perdido ou sequestrado numa área do corpo onde não há a participação das trocas e consequentemente não satisfaz as necessidades hídricas do paciente A diferença entre ganho e perda pode resultar em: Considerar avaliação balanço hídrico O Peso; O Turgor da pele, tensão do globo ocular, umidade da mucosa bucal ; O Edemas; O Pressão arterial ; O Pressão venosa central (PVC) ; O Ausculta pulmonar ; O Exames laboratoriais: avaliar hematócrito, níveis plasmáticos de eletrólito. O Considera-se a água total do organismo como sendo 60% do peso corporal e o volume extracelular 20%, conclui-se que o volume intracelular é de 40% do peso total. O A perda de líquido pela pele e pelos pulmões aumenta de 100mL a 300 mL para cada grau Celsius de febre; O As perdas urinarias e pelo intestino podem ser muito grandes em pacientes com poliúria ou diarreia intensa; O As perdas pela pele podem ser elevadas a depender da temperatura ambiente. ATIVIDADE O Um dos cuidados de rotina em uma UTI é o balanço hídrico das 24H. Considerando uma reposição de 1.500 ml de SG, 1.000 ml de SF e 500ml de sangue total e eliminação de 1200 ml de diurese, 300 ml de debito hemático por dreno pleural, o balanço hídrico é de quanto? EQUILIBRIO HIDROELETROLITICO O A expressão equilíbrio hidroeletrolítico implica a homeostasia ou constância dos líquidos corporais e dos níveis de eletrólitos; O Se entrar no organismo mais água ou eletrólitos que o necessário, devem ser eliminados de forma seletiva; O e se houver uma perda excessiva, deverão ser repostos o mais rápido possível. O O volume de líquidos e os níveis de eletrólitos nas células, espaços intersticiais e vasos sanguíneos permanecem relativamente constantes se a capacidade reguladora do meio interno se mantiver intacta. O Portanto, desequilíbrio hidroeletrolítico significa que o volume total de agua ou o nível de eletrólitos de algum dos compartimentos do organismo, ou as quantidades que existem em um ou mais dos seus compartimentos líquidos, aumentaram ou diminuíram além dos níveis normais; O O sistema de líquidos tem as seguintes funções: transporte de substancias nutrientes as células, eliminação dos produtos de resíduos destas e a conservação de um meio ambiente corporal estável física e quimicamente. O Os eletrólitos ou íons participam das reações celulares, regulam a permeabilidade da membrana celular e mantem o equilíbrio acidobásico. Um íon e uma partícula carregada eletricamente. Se possuir carga positiva, e chamado de cátion; se a carga for negativa, ânion. O Os distúrbios do equilíbrio hidroeletrolítico afetam as funções de transporte e regulação do sistema de líquidos, o equilíbrio acidobásico, a regulação da temperatura e a transmissão da energia elétrica para as funções mecânicas e nervosas. DISTURBIOS DE VOLUMES DOS LIQUIDOS INTRACELULAR E EXTRACELULAR O Hipovolemia: E o resultado da perda de agua e eletrólitos na mesma proporção em que estão presentes no organismo. O Causas: Perda anormal de líquidos resultantes de vômitos, diarreia, aspiração gastrintestinal e sudorese. E agravada em diabetes insipido, insuficiência suprarrenal, diurese osmótica, hemorragia, edema em estado de hipoproteinemia. O E caracterizada por: oligúria e urina concentrada, hipotensão, pulsos fracos, veias aplanadas no pescoço, pele fria e úmida, sede, náuseas, fraqueza muscular e caibras. O Hipervolemia: é a retenção anormal de agua e sódio nas proporções que correspondem ao liquido extracelular como consequência de uma sobrecarga de líquidos ou uma queda no funcionamento do mecanismo homeostático que regula o equilíbrio hídrico (rins, coração, pulmões, hipófise, glândulas suprarrenais e glândula paratireoide). O E caracterizada por: edema, dilatação venosa, sons respiratórios anormais (crepitação), taquicardia, aumento da pressão sanguínea, pulso e pressão venosa central. O Edema: Trata-se de uma manifestação comum do excesso de volume de líquidos no espaço intersticial. Não esta relacionado diretamente com a volemia, já que pode coexistir com estados de hipovolemia. O A sua formação costuma ser mais favorável em áreas baixas ou declives do organismo. O O edema generalizado se conhece como anasarca. Ocorre como consequência de um aumento de liquido intersticial; diminui o gasto cardíaco na insuficiência cardíaca, e os rins retém sódio e agua para aumentar esse gasto. O A ascite é uma variante de edema na cavidade abdominal como consequência de cirrose ou síndrome nefrotica. O O tratamento consiste em restaurar o volume circundante intravascular com diuréticos, posição, dialises etc. ANASARCA ASCITE Distúrbios de eletrólitos O DESEQUILÍBRIOS DO SÓDIO: O sódio e o principal eletrólito no liquido extracelular, em concentrações normais de 135-145 mEq/L, é por isso e o determinante da sua osmolaridade. O Sua função principal é a distribuição de agua em todo o corpo, além de regular o volume de liquido extracelular. O As variações na concentração de sódio estão associadas a mudanças na agua; esse elemento participa na contração muscular e na transmissão de impulsos nervosos. O Hiponatremia: É a concentração sérica de sódio menor que a normal (<135 mEq/L). As perdas de sódio são causadas por vômitos, diarreia, fistulas, sudorese ou diuréticos e pela deficiênciade aldosterona. O Manifestações clinicas: Náuseas e cólicas abdominais; Cãibras musculares. O Sintomas neurológicos (encefalopatia) e psiquiátricos relacionados ao edema cerebral que acompanha a hiponatremia. O Abaixo de 115 mEq/L, aparecem sinais próprios da hipertensão intracraniana, como letargia, confusão, espasmos musculares, fraqueza focal, hemiparesias e convulsões. O Hipernatremia: é a concentração sérica de sódio maior que 145 mEq/L. Pode obedecer a perda desproporcional de agua ou ao excesso de sódio. O Manifestações clinicas: Manifestações neurológicas como consequência de desidratação celular. Inquietação e fraqueza em hipernatremias leves. Desorientação e alucinações em hipernatremias graves. Em crianças, hemorragias subaracnóideas pela contração do cérebro. Sede intensa. Edema periférico e pulmonar. Febrícula. O DESEQUILIBRIOS DO POTASSIO: esses desequilíbrios se relacionam com diversas doenças e lesões; com o uso de alguns medicamentos como diuréticos, laxantes e certos antibióticos; e também com a nutrição parenteral total. O O potássio e o eletrólito celular principal (98%). E fundamental na atividade dos músculos estriados e cardíaco. A sua concentração sérica normal e de 3,5 a 5,5 mEq/L. O Hipocalemia: as perdas intestinais são a causa mais constante desse desequilíbrio (diarreia, vômitos, drenagens, fistulas intestinais e aspiração gástrica). O Os diuréticos como a furosemida, tiazidas, esteroides, penicilina sódica, carbenicilina e anfotericina beta podem causar hipocalemia. Indivíduos que não consomem uma dieta normal por períodos prolongados tem tendência a desenvolver essa condição. O MANIFESTAÇÕES CLINICAS: A hipocalemia grave provoca arritmias, inclusive parada cardíaca (abaixo de 3 mEq/L). Fadiga, anorexia, náuseas, vômitos, diminuição da motilidade intestinal Parestesias, disritmias e aumento da sensibilidade dos digitálicos; Poliúria, nictória e sede excessiva; A diminuição de potássio diminui a liberação de insulina e origina intolerância a glicose. O Tratamento: Preventivo dietetico (banana, passas, abacate, batata). Reposição por via intravenosa (lenta e com bomba de infusão continua). O HIPERCALEMIA: é a concentração de potássio sérico acima de 5,5 mEq/L. E mais perigoso, já que a parada cardíaca se relaciona com mais frequência as concentrações altas de potássio. A causa principal e a diminuição da excreção renal. O Os fármacos como o cloreto de potássio (ClK), anti-inflamatórios não esteroides, diuréticos poupadores de potássio e captopril favorecem o aumento de potássio; nas transfusões de sangue com maior volume, maior e o risco de hiperpotassemia; O MANIFESTAÇÕES CLINICAS: Fraqueza muscular, inclusive paralisia. Efeitos sobre o sistema nervoso periférico. Náuseas, cólicas intestinais e diarreia. O TRATAMENTO: Quando não ha agua, basta a restrição de alimentos ricos em potássio. Em pacientes com deterioração renal deve-se administrar, por via oral ou retal, resinas de intercambio de cátions. Soluções polarizadoras por via intravenosa e nebulizações com beta-2-agonistas. O Hemodiálise. O DESEQUILIBRIOS DO CÁLCIO: O cálcio regula a contração e o relaxamento muscular, inclusive o batimento cardíaco. Além disso, ativa muitas funções químicas do organismo e tem funções na coagulação do sangue. O O cálcio (Ca) normal no sangue e de 8,5 a 10,5 mg/mL. E excretado nas fezes e na urina. O Hipocalcemia: Essa condição corresponde a uma concentração sérica menor que 8,5 mg/mL. O Causas:Hipoparatireoidismo primário e cirúrgico; Administração massiva do sangue citratado; insuficiencia renal; Osteoporose comum em mulheres na pos-menopausa. O MANIFESTAÇÕES CLINICAS: Tetania por aumento da excitabilidade dos neuronios; Sinal de Trousseau: espasmo dos músculos do carpo; Convulsões. O TRATAMENTO: A sintomática aguda e uma situação de urgência. Administração de vitamina D, que favorece a absorção do cálcio. Ingestão de alimentos ricos em cálcio. O HIPERCALCEMIA: é o excesso de cálcio no plasma. E um desequilíbrio perigoso, já que tem um percentual de 50% de mortalidade. O excesso de cálcio reduz a excitabilidade neuromuscular. O MANIFESTAÇÕES CLINICAS: Anorexia, vômitos e prisão de ventre; Confusão mental e distúrbio da memoria; Poliúria; Parada cardíaca por aumento de 18 mg/mL. O TRATAMENTO: Redução da calcemia e controle de sua causa; Administração de líquidos que diminuam o cálcio. Restrição da ingestão de cálcio; a furosemida aumenta a eliminação de cálcio; calcitonina para os pacientes cardiopatas ou com insuficiência renal; em neoplasias, radioterapia e intervenção cirúrgica.
Compartilhar