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Monografia Final Jhulie

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SOCIEDADE EDUCACIONAL DO VALE DO RIO TAPAJÓS - SERT
FACULDADE DO TAPAJÓS – FAT
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
JHULIE DE ASSUNÇÃO NOGUEIRA
O COORDENADOR PEDAGÓGICO FRENTE A FORMAÇÃO CONTINUADA DOCENTE: uma análise numa Escola Pública do Município de Itaituba-PA
ITAITUBA/PA
2019
JHULIE DE ASSUNÇÃO NOGUEIRA
O COORDENADOR PEDAGÓGICO FRENTE A FORMAÇÃO CONTINUADA DOCENTE: uma análise numa Escola Pública do Município de Itaituba-PA
Monografia de graduação apresentada para obtenção do Título de Licenciatura em Pedagogia. Orientadora: Esp. Cleide Aparecida da Silva
ITAITUBA/PA
2019
NOGUEIRA, Jhulie de Assunção.
O Coordenador Pedagógico frente a Formação Continuada Docente: uma análise numa Escola Pública do Município de Itaituba-PA. Jhulie de Assunção Nogueira – Itaituba– Licenciatura em Pedagogia da FAT, 2019.
74 f.
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) – Faculdade do Tapajós – FAT, Curso de Licenciatura em Pedagogia, Itaituba-PA, 2019.
Orientadora: Prof.ª Esp. Cleide Aparecida da Silva.
1. O Coordenador Pedagógico frente a Formação Continuada Docente: uma análise numa Escola Pública do Município de Itaituba-PA. 
1. Coordenador Pedagógico. 2. Formação Continuada. 3. Função Articuladora. 4. Professores.
SOCIEDADE EDUCACIONAL DO VALE DO RIO TAPAJÓS - SERT
FACULDADE DO TAPAJÓS – FAT
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
JHULIE DE ASSUNÇÃO NOGUEIRA
O COORDENADOR PEDAGÓGICO FRENTE A FORMAÇÃO CONTINUADA DOCENTE: uma análise numa escola Pública do Município de Itaituba-PA
Monografia de graduação apresentada para obtenção do Título de Licenciatura em Pedagogia.
Prof.ª Esp. Cleide Aparecida da Silva
BANCA EXAMINADORA
Presidente..............................................................................................Nota_______
Avaliador:...............................................................................................Nota_______
Avaliador:...............................................................................................Nota_______
Resultado: _____________________________________________Média:_____
Data / /___ 
Aos meus familiares, que me apoiaram, deram – me força e depositaram sua confiança em mim, em especial a minha mãe Vania Assunção e ao meu pai Vitor Nogueira, por me ajudarem a superar os obstáculos e por estarem sempre ao meu lado dando – me total apoio para que hoje eu pudesse alcançar meus objetivos. 
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus pelo dom da vida e por ter – me iluminado sempre, aos meus pais que em meio a tantas mudanças e dificuldades me ajudaram para que eu chegasse até aqui. Assim como não poderia deixar de ressaltar, meus irmãos Hannah Hortência e Luiz Vinicius por ter me incentivado a cursa a licenciatura em pedagogia e ao meu nobre irmão Igor Nogueira que sempre me ajudou nos momentos mais conturbados durante esses quatros anos de faculdade.
A minha orientadora e professora esp. Cleide Aparecida da Silva por me ajudar orientando na elaboração do trabalho de conclusão de curso, onde encontrei algumas dificuldades. Ao corpo docente da Faculdade do Tapajós em especial as educadoras Ordôenia Chaves Lima e Sonia Maria Caetano por terem colaborado durante essa jornada com seus conhecimentos e experiências que serviram para a minha vida pessoal e profissional.
Agradeço a todos os meus colegas que vivenciaram e compartilharam essas inúmeras fases de desenvolvimento no decorrer do curso. A minha grande amiga kathleen Ferreira que sempre esteve ali do meu lado me auxiliando nas etapas mais difíceis da minha vida. Agradeço também em especial as minhas amigas Gislailde Barros, Jessica Rosa, Thais Frazão, Elida dos Santos e Lucilene Moreno que sempre buscaram me ajudar. Desde já só tenho a agradecer a todos que direta ou indiretamente me auxiliaram no meu crescimento acadêmico e consequentemente profissional e nos enfrentamentos das diversas dificuldades vividas durante esses quatros anos de faculdade
A persistência é o caminho do êxito.
Charles Chaplin (1915)
LISTA DE SIGLAS
ABE - Associação Brasileira de Educação
CADES – Campanha de Aperfeiçoamento e Difusão do Ensino Secundário
CNE – Conselho Nacional de Educação
CP – Coordenador Pedagógico
DNE – Departamento Nacional do Ensino
GE – Gestora Escolar
LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico
PLC – Projeto de Lei da Câmara 
PPP – Projeto Político Pedagógico 
SE – Secretarias de Educação 
SEMED – Secretaria Municipal de Educação
RESUMO
Este estudo tem por objetivo geral compreender o trabalho feito pelo coordenador pedagógico frente à formação continuada dos docentes. Os objetivos específicos são: descrever estratégias de formação por meio de exposição mais ampla de atividades propostas, verificar a participação ativa do docente no processo de formação continuada e evidenciar a significação do papel do profissional como gestor da formação continuada docente Isto porque, no contexto atual da educação é possível compreender que educar não é um trabalho fácil e que se exige muito para que a formação humana aconteça. Com isso, cresce a importância do Coordenador Pedagógico (CP) que é uma das figuras que busca direcionar o trabalho pedagógico na escola em que atua. Este que planeja seu tempo de acordo com as atividades que lhe cabe, conseguindo manter a motivação do corpo docente e promover a Formação Continuada em prol da melhoria profissional dos professores. A pesquisa é de natureza exploratória, com abordagem qualitativa, desenvolvida em três etapas, levantamento bibliográfico, documental e pesquisa de campo, o terceiro procedimento foi realizado na Escola Municipal de Ensino Fundamental Maria Oliveira de Mendonça, localizada no Bairro Jardim Aeroporto na cidade Itaituba/PA. Para a coleta de dados foi realizado uma entrevista estruturada contendo de 5 a 7 perguntas para melhor aprofundamento da temática. Diante da análise, constatou-se que o CP é cercado por inúmeras atribuições dentro do ambiente escolar, que exerce uma função articuladora, formadora e transformadora e que seu foco é a de formador de professores. Logo, como formador, sua responsabilidade está pautada na formação continuada dos profissionais da escola, e no tocante à transformação, deve estar atento à mudança de atitude da comunidade escolar, promovendo a reflexão e a vivência nas relações interativas escolares.
Palavras–chave: Coordenador Pedagógico. Formação Continuada. Função Articuladora. Professores. 
SUMÁRIO
LISTA DE SIGLAS
RESUMO 
1 INTRODUÇÃO	10
2 COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA NA PRÁTICA EDUCACIONAL	12
2.1 A Coordenação Pedagógica na Educação Básica do Brasil	13
2.1.1 Contexto Histórico	16
2.2 A Gestão Escolar e o Segmento da Coordenação Pedagógica	20
2.3 Coordenador Pedagógico (CP): identidade, atribuições e saberes de acordo com a LDB	23
3 O COORDENADOR PEDAGÓGICO (CP) E A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES	28
3.1 Identidade Profissional do Coordenador Pedagógico e sua atuação	31
3.2 Formação continuada do Corpo Docente	33
3.3 Posicionamento do Coordenador Pedagógico diante das dificuldades no seu papel de formador	37
4 O COORDENADOR PEDAGÓGICO FRENTE A FORMAÇÃO CONTINUADA DOCENTE – UMA ANÁLISE NA EMEF MARIA OLIVEIRA DE MENDONÇA	42
4.1 Procedimentos Metodológicos	42
4.2 Caracterização do Campo de Pesquisa	43
4.3 Resultados e Discussões	46
4.3.1 O olhar da Gestora Escolar (GE) sobre o papel do Coordenador Pedagógico	46
4.3.2 O Coordenador Pedagógico frente à Formação Continuada Docente	50
4.3.3 O olhar dos professores acerca da Formação Continuada por parte do Coordenador Pedagógico.	56
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS	62
REFERÊNCIAS	64
APENDICE (S)
APÊNDICE A – ROTEIRO DE ENTREVISTA COM O GESTOR ESCOLAR
APÊNDICE B – ROTEIRO DE ENTREVISTA COM O CP
APÊNDICE C – ROTEIRO DE ENTREVISTA COM OS PROFESSORES
1 INTRODUÇÃO
O tema “O Coordenador Pedagógico frente a formação continuada docente”refere-se à um profissional importante, que colaborar com o bom desempenho da educação escolar, de maneira a garantir o trabalho coletivo em função dos objetivos da instituição e do cumprimento de sua função. A formação continuada no âmbito educacional faz-se relevante, pois a mesma pressupõe uma constante reflexão sobre a prática pedagógica, refletindo certamente no contexto da sala de aula. 
O questionamento que impulsionou esta pesquisa foi: como é a atuação do Coordenador Pedagógico mediante as práticas de formação Continuada docente? A escolha desta temática é justificada pela importância de explanar como este profissional tem contribuído e auxiliado os professores a refletirem sobre sua atuação, desde a ministração dos conteúdos didáticos até a avaliação do desempenho do alunado e sobre as possíveis mudanças que podem elevar e qualificar a educação ao promover formação continuada. 
O estudo tem por objetivo geral: compreender o trabalho feito pelo coordenador pedagógico frente à formação continuada dos docentes. Os objetivos específicos são: descrever estratégias de formação por meio de exposição mais ampla de atividades propostas, verificar a participação ativa do docente no processo de formação continuada e evidenciar a significação do papel do profissional como gestor da formação continuada docente.
A pesquisa foi desenvolvida em três etapas, levantamento bibliográfico, documental e pesquisa de campo que ocorreu na Escola Municipal de Ensino Fundamental Maria Oliveira de Mendonça. O estudo está embasado em alguns documentos oficiais e teorias de autores como Candau (1996), Freire (1996), Campos (2014), Imbernón (2009), Libâneo, Oliveira e Toschi (2012), Lück (2010), Nóvoa (1992) e outros. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa de cunho exploratório.
A monografia está estruturada em 5 capítulos, no primeiro tem-se a introdução com informações gerais do estudo, no segundo e terceiro capítulos são apresentadas concepções teóricas acerca do papel do coordenador pedagógico e no quarto em especial, têm-se os procedimentos metodológicos e análise de dados adquiridos através de três entrevistas estruturadas com o Gestor, Coordenador Pedagógico e Professores.
O estudo finaliza com a ressalva da importância sobre a atuação do CP enquanto “formadores de opinião”, pois conduz o corpo docente a uma percepção impar sobre que sociedade a escola quer formar, além do mais, a formação continuada precisa ser reestruturada para de fato atender a todas as demandas docentes que lhes fora conferida. 
2 COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA NA PRÁTICA EDUCACIONAL
A primeira ideia que surge na mente sobre o termo “Coordenação” é a supervisão pedagógica, esta que se tornou presente a partir dos modelos de gestão empresarial. O trabalhador passa por um processo de fiscalização no seu serviço prestado para que uma determinada empresa tenha qualidade diante da concorrência (LIMA, 2001). 
Por muito tempo este perfil de supervisor pedagógico mantivera seu papel de forma autoritária, sem levar em consideração os propósitos ou os sentidos da educação, desta forma, era muito fácil qualquer pessoa assumir esta função, afinal, bastaria monitor, observar, reprimir e vigiar todos os processos ativos nas escolas.
Ao chegar no Brasil, o supervisor pedagógico ainda apresentava a missão de vigiar e inspecionar o trabalho nas escolas. As instituições exigiam a presença deste profissional que fosse habilitado, com o propósito de organizar todo o funcionamento da escola e que desenvolvesse sua função de forma mais pedagógica, que motivasse os professores a ensinar e superar todo o sistema educativo tradicional, autoritária que era imposta pelo supervisor, discorre Lück (2009). 
A autora explica que um dos aspectos mais importantes para a escola era ter uma gestão independente, autônoma, que ouvisse as propostas de mudanças e atendesse com urgência e segurança, apontando que os responsáveis devesse no “ponto de vista operacional, tomar decisões rápidas para que as mudanças ocorram no momento certo e da forma mais efetiva, afim de não se perder o momentum de transformação” (LÜCK, 2009, p. 62), e que priorizasse uma política de responsabilidade social para todos docentes e discentes.
Falta de organização das atividades em coletividade, ausência de planejamentos ou até mesmo acúmulo de serviços para diretoria, sempre foram os principais problemas de uma escola sem Coordenador Pedagógico, afirma Archangelo (2003). Com o tempo, devido as cobranças, têm-se o reconhecimento preciso do cargo de Coordenador Pedagógico.
Dessa maneira, o Coordenador Pedagógico dar-se pela necessidade de se ter uma organização, orientação e entendimento entre professores e equipe auxiliares, em instituições públicas ou privadas. No contexto escolar, a interação entre os profissionais da educação resulta em uma responsabilidade coletiva, que envolve, professores, alunos, gestores, coordenadores e etc. no processo de ensino-aprendizagem, na busca de resultados satisfatórios.
Na maioria das escolas a atuação do Coordenador Pedagógico não possui um foco ou destaque maior não é pela questão da falta de experiência, mas é por conta das inúmeras atividades ou afazeres que é de sua responsabilidade: o braço direito do diretor, não só para os assuntos pedagógicos mas também para os burocráticos e financeiros; dos professores, que costumam elegê-lo como o melhor porta-voz para tratar com a direção sobre todos os temas da categoria; dos pais, que não sabem direito qual é a função dele; e das secretarias, que às vezes fazem convocações em excesso e ele não consegue ao menos permanecer ao longo do dia no seu espaço de trabalho.
2.1 A Coordenação Pedagógica na Educação Básica do Brasil
A “Supervisão Educacional”, que atualmente se apresenta pelas expressões “Coordenação Pedagógica” é um órgão que compõe a estrutura administrativa dos centros de ensino e pesquisa, informa Neto (2016). Possui um percurso histórico repleto de traços instáveis e indefinidos, porque foi legalizada no período em que o Brasil ainda sofria com as ações de cunho ditatoriais, que eram bastante influenciadas por ideologias norte-americanas. 
De acordo com os recursos bibliográficos, a expressão atual “Coordenador Pedagógico” (CP) é uma nomenclatura adotada recentemente, ou seja, em vários materiais de estudos, pode-se observar que existia as nomenclaturas que variavam de acordo com a época em questão, por exemplo, “prefeito dos estudos no período colonial, supervisor, inspetor, orientador [...]” (NETO, 2016, p. 14). Logo, a expressão surge para trazer um novo entendimento contrário a regra de punir, vigiar, inspecionar o professor, entendimento esse que tem como ponto central uma educação continuada.
Este CP passa a ser uma nova representação, por acompanhar, instruir, orientar o professor quanto ao desempenho de suas funções, com a finalidade de promover e aperfeiçoar as ações pedagógicas de ocorrem na sala de aula. Pinto (2011) em seu material denominado “Pedagogia escolar: coordenação pedagógica e gestão educacional”, caracteriza a coordenação pedagógica como um setor de viabiliza, articula e integra as propostas didáticas de forma objetiva e direta ao educador.
Historicamente, a Coordenação Pedagógica esteve presente na educação no Brasil muito antes de sua aprovação no período do regime militar, nos anos 60. Percebe-se que muitas mudanças aconteceram desde o período da colonização no país até o presente momento, declara Neto (2016). 
Os documentos oficiais são a base dessa mudança, que tem proposto ao CP uma forma de trabalho diferenciado que englobasse diferentes funções na escola, em um momento sendo supervisor, em outras situações educador, ou seja, uma duplicidade de funções simultâneas.
De acordo com as informações descritas pelo mesmo autor, cinco fases representam a Coordenação Pedagógica na educação: (1) período colonial, (2) monárquico, (3) republicano, (4) ditatorial e (5) democrático/contemporâneo. Neste período atual, a luta pelo desenvolvimento e crescimento do seu espaço, tal comoo seu reconhecimento profissional ainda continua.
Distintas maneiras de coordenar as atividades nas escolas ainda estão em formação, isso porque a Coordenação Pedagógica é um cargo diferente de outras profissões, por exemplo, um enfermeiro hospitalar dar assistência e presta serviços a pacientes, um engenheiro civil cria projetos de construção civil e fiscaliza cada uma delas. O CP sempre teve sua atuação de forma indefinida e com o tempo apenas diversificou ainda mais a performance nas instituições de ensino (MATE, 2012). 
A autora (MATE, 2012, p.20) reconhece a necessidade de se definir a identidade do Professor Coordenador Pedagógico (PCP):
[...] definir a identidade do PCP, cujo espaço parece não estar assegurado e, portanto, é ameaçado por outras formas de poder e necessidades. Por outro, é possível apreender um movimento criativo e inventivo em que, a despeito da não ―institucionalização da função, ou talvez por isso mesmo, existe um processo de conquista de uma ―territorialidade própria.
Essa conquista do próprio espaço mencionado pela autora, acontece mediante as orientações da legislação que norteia a educação no Brasil, uma delas é a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de nº 9.394/96 que define alguns critérios importantes que deve contar na formação do CP: possuir graduação em Pedagogia ou Pós-Graduação, a critério da instituição de ensino, garantida nesta formação, a base comum nacional (BRASIL, 1996).
Nesta legislação há apenas a indicação para a formação do especialista para o campo do ensino, não especifica as atribuições do CP. Por conta dessa ausencia de descrição da referida função em questão, o Congresso Nacional em 2005 discutiu e aprovou o Projeto de Lei da Câmara (PLC) de nº 132 de 2005, elaborado e apresentado pelo Deputado Cezar Schirmer, que aponta algumas ações de responsabilidades do CP:
I. Coordenar o processo de construção coletiva e execução da Proposta Pedagógica, dos Planos de Estudo e dos Regimentos Escolares;
II. Investigar, diagnosticar, planejar, implementar e avaliar o currículo em integração com outros profissionais da Educação e integrantes da Comunidade;
III. Supervisionar o cumprimento dos dias letivos e horas/aula estabelecidos legalmente;
IV. Velar o cumprimento do plano de trabalho dos docentes nos estabelecimentos de ensino;
V. Assegurar processo de avaliação da aprendizagem escolar e a recuperação dos alunos com menor rendimento, em colaboração com todos os segmentos da Comunidade Escolar objetivando a definição de prioridades e a melhoria da qualidade do ensino;
VI. Promover atividades de estudo e pesquisa na área educacional, estimulando o espírito de investigação e a criatividade dos profissionais da educação;
VII. Emitir parecer concernente à Supervisão Educacional;
VIII. Acompanhar estágios no campo de Supervisão Educacional;
IX. Planejar e coordenar atividades de atualização no campo educacional;
X. Propiciar condições para a formação permanente dos educadores em serviço;
XI. Promover ações que objetivem a articulação dos educadores com as famílias e a comunidade, criando processos de integração com a escola;
XII. Assessorar os sistemas educacionais e as instituições públicas e privadas nos aspectos concernentes à ação pedagógica [...] (BRASIL, 2005, p.3-4).
Foi com base nos incisos do PLC que foi possível evidenciar quais as medidas competem com as devidas ações do CP no âmbito educacional com mais precisão, tendo como principal: a formação do corpo docente. Deste modo, designar regras é essencial para que se possa estabelecer prioridades, ter um direcionamento coerente no exercício da prática e obter resultados ideais na administração. 
Diante disso, fica claro que o desempenho do CP é baseado nos critérios determinados na LDB. Isto tem tornado o trabalho dele diferenciado dos demais, dos que compõe a gestão escolar em todo o território brasileiro. Essa diferença é uma característica que representa o descaso em relação à educação nas secretarias das unidades federativas, e também, dos municípios brasileiros, ao coordenador cabe fazer outras atribuições administrativas, o que acaba dificultando a atuação como um coordenador voltado apenas para as questões pedagógicas
2.1.1 Contexto Histórico 
De acordo com registros históricos, a Coordenação Pedagógica sempre esteve presente no sistema administrativo das insituições de ensino, pois era um mecanismo que servia de controle sobre as ações pedagógicas e até mesmo hierárquico que apenas sofreu alterações nos períodos históricos e acabou por designar formas de atuação ou execução de atividades correspondentes ao cargo com base no contexto social de cada época. 
Para que fique mais prático entender como se deu o surgimento e a estabilidade da Coordenação Pedagógica no sistema educacional do Brasil, Pinto (2011) afirma ser mais adequado fazer menção a alguns momentos importantes na histórica de educação, pois se trata de tempos em que foram marcantes a ponto de reconhecer a necessedade de se ter profisisonais que anteriomente eram denominados de especialistas da educação, que estivera adiante da direção escolar.
O autor menciona o primeiro momento em que houvera a presença de um profissional que supervisionava as práticas educativas, período da catequisação dos jesuítas, período em que o governo português enviou ao Brasil a primeira expedição colonizadora chefiada por Martim Afonso de Souza. Os indígenas ficaram sobre a vigilância dos portugueses, e a igreja católica tinha como objetivo ensinar ou educar dentro dos preceitos ou princípios de sua religião ou do sistema social português.
Neste fato histórico, surge então a figura de supervisores da educação, e entende-se que a partir deste caso, já existira uma definição específica para a função de coordenação pedagógica, para a terminologia do educador que era chamado na época de “prefeito dos estudos” e suas obrigações trabalhistas. 
Com base na proposta de ensino para os jesuítas, Pinto (2011, p.81) afirma que o prefeito dos estudos tinha um conjunto de regras a cumprir, e as principais seriam:
[...] organizar os estudos, orientar e dirigir as aulas, de tal arte que os que as frequentam, façam o maior progresso da virtude, nas boas letras e na ciência, para a maior glória de Deus. [...] lembrar aos professores que devem explicar toda a matéria de modo a esgotar, a cada ano, toda a programação que lhe foi atribuída. [...] ouvir e observar os professores [...] estipulada: ―de quando em quando, ao menos uma vez por mês, assista às aulas dos professores; leia também, por vezes, os apontamentos dos alunos. Se observar ou ouvir de outrem alguma cousa que mereça advertência, uma vez averiguada, chame a atenção do professor com delicadeza e afabilidade, e, se for mister, leve tudo ao conhecimento do P. Reitor.
Com base nesta afirmação, compreende-se que de fato havia um controle e fiscalização em todo o sistema burocrático de ensino, pois o Brasil passava por um processo de submissão no domínio territorial pelos portugueses. Logo, a figura do representante e coordenador na época, cuja função era totalmente diferente dos demais professores, não se encontra tão distante da realidade nos dias atuais, porque o Coordenadro Pedagógico conteporâneo ainda faz uso de medidas tradicionais dos tempos antigos (PINTO, 2011).
Um segundo momento histórico no século XVIII abordado pelo mesmo autor, foi a chegada da Revolução industrial, uma época marcada pelo desenvolvimento tecnológico, que mudou radicalmente o estilo de vida do homem, pois a mão de obra é substituída pela produção de mercadorias em série e maior exploração dos recursos naturais, e isso transfigurou os processos de produção e principalmente nas relações de trabalho. 
A partir daí, os trabalhos artesanais passaram a ser ampliadas em processos de produção técnica e fabril, fazendo surgir uma nova classe de trabalhadores que dependiam de atividades remuneradas nas indústria que estavam sendo implanatadas no inglatera, grupo denominado proletariado (PINTO, 2011). Desta forma, têm-sea necessidade da criação de novos cargos que vistoriasse, controlasse e observasse todo o processo de produção nas áreas internas das fábrias.
Logo, a supervisão ao acontecer diariamente e com mais rigidez, trás uma maior representação de como a Coordenação Pedagógica tem se constituído ao longo do tempo. A presença da mesma não se limitou apenas nas áres de produção e comércio, mas passou a ser incluída em outras organizações de atividades humanas como organizações de segurança nacional (exército), associações diversas, entidades até chegar aos campos de ensino público e privado, relata Pinto (2011).
Com algum tempo depois, o país busca garantir mais a sua independência. Pinto (2011) explana que nos anos 20, começou a ser implantado os primeiros centros de ensino, que na época eram nomeadas de escola de primeiras letras, somente nas regiões que possuiam o maior número de população. Nessas escolas o educador vivia sobrecarregado de funções, porque atém de exercer o seu papel na sala de aula, ao mesmo tempo supervisionava.
O autor destaca que essa responsabilidade mútua de ensinar e supervisar, resultava na aquisição de conhecimentos diferenciados, onde ele instruía os monitores e paralelamente a isso, fiscalizava suas próprias ações, com o interesse de ter alcançar resultados relevantes e positivos no processo de ensino-aprendizagem.
Assim, essas funções interligadas é uma característica que mostra como era o papel árduo do docente nesta fase, porque além da capacidade de ministrar os conteúdos programáticos de cada disciplina, controlava o desenvolvimento das atividades pedagógicas em cada matéria, acompanhado dos grupos de alunos (PINTO, 2011).
Em continuidade aos relatos do autor já citado, no fim da era monárquica e inicio do período republicano, surgem interesses por uma ensino mais qualificado. Isso foi o que motivou profissionais da educação a reunirem diversas propostas educativas e reverteu na criação e inauguração do “Conselho Superior da Instituição Pública, a Diretoria Geral da Instrução Pública e os Inspetores de Distrito” (PINTO, 2011, p. 82). 
Em seguida, no mesmo intervalo de tempo, a educação brasileira alcança um novo patamar evolutivo. O cargo de CP ganha um maior reconhecimento dentro das instituições. O mesmo autor explica que o fato da identidade do profissional ter ganho várias proporções é devido às conquistas influentes na educação, como a criação do Departamento Nacional do Ensino (DNE), Conselho Nacional de Educação (CNE) e da Associação Brasileira de Educação (ABE). 
Tal conquista, que é uma convicção de um marco histórico para os profissionais da educação, foi preciso pôr em prática o desligamento de cada função que antes era amontoadas na profissão da docência (PINTO, 2011). Com essa divisão, foi determinado que os diretores das escolas teriam a responsabilidade de admiistrar e o CP de acompanhar, observar e controlar as atividades pedagógicas. 
Essa divisão na visão de Saviani (1999), foi uma medida considerável que especificou e diferenciou a utilidade dos setores administrativo e técnico, ou seja, uma condição que foi essencial para efetivar a “figura do supervisor como distinta do diretor e também do inspetor. Com efeito, na divisão do trabalho nas escolas [...] cabe ao diretor a “parte administrativa”, ficando o supervisor com a “parte técnica” (SAVIANI, 1999, p. 26).
É importante frisar que o Manifesto dos pioneiros da Educação Nova que ocorreu em 1932 foi o que fortaleceu o reconhecimento da Pedagogia como uma das ciências que rege a educação, que exigia dentre vários critérios, “a natureza científica à educação evidenciando o caráter racional e técnico da mesma” (PINTO, 2011, p. 83). Ou seja, a educação passa a ter uma nova concepção para um ensino qualificado, e essa qualidade, na visão dos educadores precursores, só seria possível mediante a capacitação técnica e específicas para os colaboradores nas escolas, estando assim, capacitados para atuar e fazer uso de técnicas proficientes na educação infantil.
A criação do curso Pedagogia, como um requisito preparatório e formal para legalização profissional para professores, foi um acontecimento marcante no ano de 1939 citado por Pinto (2011). A intenção era que houvesse a formação de profissionais para ministrar disciplinas específicas para o curso normal, bem como os técnicos em educação. 
Após algum tempo, houve a criação de uma campanha para formalizar um convênio entre Brasil e Estados Unidos entre os anos 1957 a 1963. A ação era chamada de Campanha de Aperfeiçoamento e Difusão do Ensino Secundário (CADES), amparada pela lei 34.638 de 14 de novembro de 1953. O convênio tinha como objetivos, modernizar as propostas de ensino, formar surpeviores para atuarem no campo de ensino, principalmente capacitar aqueles que já trabalahvam nas instituições, mas que não possuiam nenhuma formação técnica (PINTO, 2011).
Na época da prevalência do regime militar no Brasil, que se estendou por vinto anos a partir de 64. Houve mudanças na grande curricular do curso Pedagogia, pois foi preciso que o formação de professores estivesse de acordo com a situação momentânea. O CNE aprovou um parecer 252 inserido na resolução de nº 2 de 1969 que certificava a reestruturação do curso:
[...] instituindo as habilitações em administração, inspeção, supervisão e orientação, e prevendo a existência da Supervisão Pedagógica para, além das quatro primeiras séries, as quatro últimas, ou seja, o, então, ginásio Müller (2011, p. 13).
Diante dessa restruturação, para uma melhor organização e capacitação da equipe que formava a direção escolar, torna-se claro que os profissionais passaram a buscar uma formação mais específica, para futuramente compor o corpo docente e administrativo da escola. Ele complementa que tais mudanças se tornaram de fato concreta em 1971, quando houve a difusão da Lei de nº 5692, diretriz que específica a necessidade de se preparar pessoas exclusivas que ocupassem o cargo de supervisor, para o 1º e 2º graus.
Müller (2011) também discorre sobre a evolução histórica do CP. Ele conta que as discussões se ampliaram nos anos 80, período em que o Brasil encontrava-se em um processo de redemocratização política, com novas perspectivas de melhorias para a educação, pois a sociedade não se agradava mais da função antiga desempenhada pelos supervisores (controle, centralização, fiscalização da função do educador).
A queda da ditadura e o surgimento da democracia no contexto político, foi o que permitiu uma maior flexibilidade na tomada de decisões. A partir daí, passou a ser extinta a figura do supervisor nos centros de ensino e que retornou com novas configurações na década de 90, após a determinação da Constituição Federal de 1988 (MÜLLER, 2011).
Mais adiante nesta época, o desenvolvimento da tecnologia trouxe bons resultados na avaliação econômica brasileira, porque as novas tendências do mercado influenciaram bastante na diversificação do trabalho pedagógico, na política interna das instituições e resultou de acordo com Müller (2011) na valorização do supevisor como profissional adequado e proficiente para coordenar e organizar todo o funcionamento e propostas pedagógicas para a escola.
Com isso, o retorno do supervisor tem como base as orientações que constitui a LDB, decretada no mesmo período. A Lei de Nº 9.394, apresentada em 20 de dezembro de 1996, põe em indício uma nova concepção mais aberta do que vem a ser uma gestão democrática e a sua importância para o processo de esnino-aprendizagem escolar (BRASIL, 1996).
Finalmente, os conceitos e avaliações que procuram projetar um perfil adequado para a supervisão educacional e que persistiram em todos esses momentos que marcam a história da educação no Brasil, continuam fortemente no ambiente acadêmico, pois com base nos materiais bibliográficos, a escola pública carece de uma coordenação pedagógica que visa libertar e promover a democracia.
Além do mais, que esteja pautada em novos ideais, renovadoras e tenha o estudante como o principal objeto da educação e, paralelamentea isto, o CP seja um instrumento que apoia o crescimento dos alunos, principalmente no que diz respeito a superação dos desafios deles no dia a dia.
2.2 A Gestão Escolar e o Segmento da Coordenação Pedagógica
A escola passa a estar presente em um novo contexto evolutivo. Como foi abordado anteriormente, a mesma passa a ser influenciada pelas opções interativas que surgem devido os processos de aproximação entre as diversas sociedades e nações por conta da globalização, facilitando no desenvolvimento do homem.
Diante dos desafios complexos e visíveis na sociedade, é fundamental que todas as pessoas que estão interligadas neste processo, possam sentir-se amparados, desafiados, valorizados e acima de tudo, respeitados, declara Braun (2013). 
Uma organização bem estruturada resulta no bom desempenho de instituições mediante a valorização da equipe que lidera. Seguindo este parecer do autor, a Coordenação Pedagógica tem sua função reconhecida como uma base que determina o aperfeiçoamento do ensino na escola, pensando no desenvolvimento do aluno e na adequação dele com o ambiente.
Isso porque a escola passa a contar com:
[...] uma equipe de apoio, coordenando o planejamento pedagógico para qualificar a ação do coletivo da escola, vinculando e articulando o trabalho a Proposta Pedagógica de cada instituição. Possibilitando também a construção e o estabelecimento de relações entre todos os grupos que desempenham o fazer pedagógico, refletindo e construindo ações coletivas (BRAUN, 2013, p.16).
Diante dessas atribuições que juntas fortalecem o papel do educador, fica claro que o CP é quem articula todo o projeto político-pedagógico da escola, de forma reflexiva, procurando sempre incluir colaboradores. Vasconcellos (2002), delineia o CP como um ser qualificado, o qual carrega consigo uma enorme responsabilidade enquanto coordenador.
Em seguida, o autor descreve que o CP a partir do momento em que assume o cargo, deve se comprometer totalmente e atuar com sabedoria e dinamismo, e usufruir de habilidades para resolver problemas e tomar decisões. Para ele, o referido profissional deve se limitar as teorias científicas, porque precisa motivar e estar ao lado dos professores, estando sempre atualizado, buscando fontes de informações e refletindo constantemente sobre sua prática (VASCONCELLOS, 2002).
A sabedoria não flui só por exercer uma função por muito tempo, porque a experiência não é um quesito que forma o profissional, critica Nóvoa (1992). O autor defende que a capacitação do CP não vem pela contagem do tempo de profissão, mas da reflexão em que foi posta em prática e que ocasiona na construção do saber acima da profissão. 
Diante dessa explanação do autor, é necessário destacar que o trabalho deve acontecer com a colaboração de todos, assim o coordenador deve estar preparado para mudanças e sempre pronto para motivar sua equipe, pois o trabalho em equipe é fonte abundante de superação e valorização dos profissionais.
O que pode beneficiar o professor em todas as suas decisões tomadas de forma consciente e reflexiva, levando em consideração o contexto social em que o aluno está inserido. É o trabalho do CP que é intencional e que está sempre relacionado com a proposta de ensino oferecido pela escola, ou seja, pode-se afirmar, que favorece o próprio repensar do coordenador sobre a sua atuação (BRAUN, 2013). 
De acordo com as caracterizações de Braun (2013: p.17):
[...] O professor, como também o coordenador, consciente de sua prática, das teorias que embasam e das teorias que cria e desenvolve ao resolver problemas diários, é um profissional inserido no processo de formação contínua, em busca de mudanças e fundamentações criteriosas para a sua prática.
O professor passa por um processo de transformação, pois ele não mantém o mesmo comportamento, sempre demonstra interesse em buscar conhecimento, em adquirir novas habilidades, aplicar e fazer uso de recursos que gere novas perspectivas de aprendizagem para o aluno. Isto porque, “[...] o aprimoramento do processo ensino-aprendizagem, preconizado pela supervisão escolar, não depende tanto de diretrizes preestabelecidas e de planos prontos [...] (LÜCK, 2011, p. 21).
Em outras palavras, em muitas situações o trabalho do CP apresenta resultados satisfatórios não porque seguiu-se uma orientação com exatidão, mas que foi executada mediante as condições de trabalho do professor com intuito de complementar e juntos alcançar objetivos planejados.
A escola necessita ser um espaço/tempo de reflexão e discussão da pratica docente, no sentido de estimular e oportunizar a formação continuada de maneira significativa. O professor necessita de um suporte metodológico, cientifico e profissional, com a proposta de romper a barreira do ativismo, até porque novas práticas de ensino só nascem com a recusa do individualismo, em que teoria e pratica se fundem numa formação no íntimo da escola, onde nada se inventa, tudo se recria, sendo que as experiências pessoais e pedagógicas tem grande influência na práxis dos educadores (BRAUN, 2013).
Para uma educação de qualidade torna-se necessário vincular as práticas pedagógicas a uma sólida condução teórica, incumbindo a formação docente à unidade e coerência de um discurso que envolva a pratica reflexiva, de interação comunicativa a educação inserida em um contexto sociocultural
Sendo assim, ressalta-se a importância de as escolas contarem com o segmento de coordenação Pedagógica, pois este deve ser visto como um aliado, um apoio e um auxilio importantíssimo na luta por uma educação de qualidade, buscando refletir sobre as práticas pedagógicas, sobre as dificuldades do dia a dia, oportunizando momentos de troca e de construções de conhecimentos.
2.3 Coordenador Pedagógico (CP): identidade, atribuições e saberes de acordo com a LDB
Qualquer profissão presente em órgãos ou entidades públicas requer técnicas e habilidades específicas, mas quando se trata do CP, os estudiosos preferem avaliar o perfil com base nos propósitos e significados de sua existência, e principalmente, discutir o que torna a sua função, atribuições e saberes importantes para a escola.
De acordo com o documento oficial intitulado Leis de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) de nº 9.394/96, em especial o seu artigo 64, o CP é conceituado com um profissional que está presente em muitos setores de uma instituição. A sua colaboração abrange desde a organização dos processos educativos até o desfecho de conflitos. Logo, o seu cargo permite assumir várias atividades na gestão escolar, acompanhado do corpo docente (BRASIL, 1996).
No artigo 64, observa-se que a formação de especialistas no campo da educação, seja para:
[...] administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional (BRASIL, 1996, p.43).
Por mais que não se tenha uma descrição exata da função do CP, através da LDB entende-se que as atribuições da profissão em questão apontam para a orientação educacional, o planejamento, que requer uma formação específica que é o curso de Pedagogia.
Vasconcellos (2011) explica que a formação em Pedagogia traz novos conceitos para uma melhor capacitação administrativa, trabalha estratégias que visam garantir a aprendizagem do aluno. Assim, o CP em conciliação com os professores, elabora o Projeto Político Pedagógico (PPP) e assegura sua execução.
O PPP de acordo com Lopes et al (2016) é um documento responsável por nortear a maneira como a escola planeja suas ações estratégicas e estabelece metas para conseguir evoluir no processo de ensino e aprendizagem. É importante a gestão trabalhar em coletividade, que melhore a qualidade de ensino, pois sem essa colaboração em equipe, o CP se transforma num “quebra-galho” com suas ações fragmentadas. 
Os autores Lopes et al (2016) mencionam os que estão envolvidos com o PPP na escola:
· Os alunos: crianças, adolescentes,jovens e adultos, sujeitos principais do processo educativo da escola;
· Os professores: profissionais da Educação, imprescindíveis e responsáveis pelo ensino e pela aprendizagem dos alunos;
· A equipe gestora: profissionais que regem toda essa orquestra, “empoderados” para gerir, orientar, conduzir, moderar e mobilizar todos os envolvidos com o intuito de entrelaçar os caminhos de cada um e de todos, em um alinhavo potencializador;
· Outros funcionários: profissionais dedicados ao bem-estar de toda a comunidade escolar, muitas vezes esquecidos no que se refere ao ensino e aprendizagem, mas potenciais parceiros no processo educativo da escola;
· Os pais ou responsáveis: pessoas que confiam os filhos à escola para compartilhar sua Educação, sujeitos ocultos ou não, mas parceiros na educação das crianças, adolescentes e jovens;
· A comunidade externa: a comunidade do entorno da escola, pessoas e entidades que podem estar envolvidas direta ou indireta- mente no processo educativo da instituição.
Diante disso, fica claro que as estratégias e metas estabelecidas não dependem apenas do gestor escolar ou dos professores, é um material que cujas propostas dependem do esforço coletivo, da parceria participativa dos pais e da comunidade, para que no final tenha se colaboradores somam com os objetivos prescritos no documento, com sugestões e opiniões.
Além disso, Libâneo, Oliveira e Toschi (2012, p. 503) ressaltam que a Coordenação Pedagógica:
[...] tem como principal atribuição a assistência pedagógico-didática aos professores para que cheguem a uma situação ideal de qualidade de ensino (considerando o ideal e o possível); ajuda-nos a conceber, construir e administrar situações de aprendizagem adequadas às necessidades educacionais dos alunos[...] 
De acordo com o autor acima é preciso que o CP tenha uma articulação constante junto aos professores, e além disso, é fundamental que ele integre para o contexto escolar as famílias e comunidade, auxiliá-los nas situações do dia a dia na escola, sendo o mediador entre os professores e a família.
Integrar as famílias na escola é um prescrito na LDB. Muitos pesquisadores afirmam que falta ser executado este requisito, já que na realidade nem sempre este fundamento “é considerado quando se forma o vínculo entre diretores/as, professores/as, e coordenadores/as pedagógicos e a família do aluno” (SILVA; SAMPAIO, 2016, p. 130)
A importância do vínculo entre família e escola é referente aos aspectos que influenciam no desenvolvimento e aproveitamento do aluno, e consequentemente influencia na função do educador. Esses aspectos nas visões de Libâneo, Oliveira e Toschi (2012), seriam as relações dos pais no ambiente familiar, os cuidados com a saúde dentro e fora da escola, a sua trajetória como estudante, o aproveitamento de determinadas séries e disciplinas, o relacionamento com outros alunos e docentes.
Isso demonstra que o CP precisa ter acima de tudo flexibilidade para encarar os fatos, buscar meios de minimizar as dificuldades, e buscar estratégias que facilite a sua adaptação em diversas situações, especialmente naquelas que não são agradáveis. Sua identidade se resume em um conjunto de características que o diferencia em sua profissão (LIBÂNEO; OLIVEIRA; TOSCHI, 2012)
Em conformidade aos autores do parágrafo anterior, André e Vieira (2006) afirmam que o CP é um profissional que está em constante conexão com os docentes, alunos e pais. A sua função retrata a identidade de quem planeja e organiza as atividades, media os conflitos internos, ser um apoio nas situações emergenciais e, principalmente, está centrado na importância do PPP da escola e na necessidade de envolvimento dos professores em todos os processos.
As abordagens anteriores confirmam pontos que representam a identidade, atribuições e saberes do CP, porque ele desfruta de habilidades distintas que qualificam a sua atuação e diante disso, é responsável por contribuir com a formação continuada dos educadores da escola.
O coordenador pedagógico é o elemento do quadro do magistério em que pertence a um sistema de supervisão de ensino estadual, de estrutura hierárquica definida legalmente, desempenha funções de assessoramento ao diretor da escola a quem está subordinado. Sua situação funcional é definida legalmente, para exercer suas atribuições dispõe de autoridade por delegação e pela competência (LOMANICO, 2005, apud OLIVEIRA; GUIMARÃES, 2013, p. 96).
O CP por ter suas atribuições que o define como uma autoridade por delegação e pela competência, ocorre situações em que ele se sente constrangido em tomar uma medida adequada e acaba por omite questões que resultam no mal andamento do trabalho pedagógico. 
O educador e filósofo brasileiro Paulo Freire, em seu livro “Pedagogia da Autonomia”, faz algumas colocações que enfatizam a importância de se diferenciar os termos “autoridade” e “autoritarismo” para o CP. Ele afirma que tomar decisões, orientar, estabelecer atividades, cobrar a produção senda individualmente ou coletividade não significa impor autoritarismo, porque as atitudes citadas fazem parte da função do CP (FREIRE, 1996). 
Todavia, o autoritarismo de acordo com o autor, faz referências às práticas antidemocráticas e antissociais. É quando se impõe algo pela força, e geralmente as decisões se restringem às vontades do próprio indivíduo ou de pessoas estritamente ligadas a ele – seja no âmbito pessoal, profissional, acadêmico, governamental (FREIRE, 1996).
Desta forma, quando existe autoridade, as pessoas agem motivadas pelo líder que a detém, visualizando o alcance do objetivo. Quando é o autoritarismo que prevalece, as pessoas também agem, porém não existe motivação; existe medo, censura e ameaças.
Apesar de Freire (1996) referir-se ao trabalho do professor, consideramos que o professor ao exercer a função de CP, pode praticar sua função com a mesma autoridade, na qual, o autor sugere. Desse modo, o professor/coordenador precisa ser valorizado e ser clarificado para o corpo docente sua tarefa, desmistificando, dessa forma, seu campo de atuação, inclusive para ele mesmo, para que de fato, reconheça-se como um docente que tem funções específicas na escola.
Reconhecer as funções dele é uma tarefa árdua, é evidente que sua formação tanto inicial, quanto continuada são fundamentais para um bom trabalho pedagógico. Entretanto esta função não pode se resumir a um conjunto de títulos, é preciso uma reflexão crítica sobre sua a prática. 
Apesar de tantas dificuldades, desafios e atribuições do CP a serem enfrentadas na escola, as exigências que são muitas, os apelos da gestão democrática onde acredita que todas as soluções para os problemas da escola são resolvidas ou parcialmente minimizadas por ele, resulta em um profissional que encontra-se sobrecarregado, já que o bom desempenho da escola se tem pelos resultados administrativos, e o CP não é o único responsável para resolver os problemas no ambiente escolar.
Assim sendo, o CP tem como uma das principais marca a formação continuada do professor no campo em exercício e que lhe é conferida pelo cargo que ocupa. Para se exercer a função de coordenador pedagógico é preciso se ter coragem para definir metas e sagacidade para aventurar-se, por conseguinte, descobrir o que tem dificultado o seu trabalho. Logo, a identidade deste profissional está cada vez mais forte dentro do ambiente escolar e que acima de tudo vem ganhando reconhecimento.
3 O COORDENADOR PEDAGÓGICO (CP) E A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES
O CP é um profissional encarregado da formação continuada dos professores na escola. O seu trabalho diz respeito a necessidade de manter o corpo docente atualizado, para que fiquem sempre atentos às mudanças que podem acontecer no cenário da educação. Constantemente, ele busca refletir sobre os componentes curricular, motivando na escolha de outras estratégias que trazem benefícios para o aluno.
O autor Rosa (2004) explica que o CP se encontra no processo de auto formação, junto a aprendizagem, fazendo o uso de novas tecnologias diariamente,especialmente da informática. Este administrador pedagógico organiza as reuniões para que os professores estejam ativos nas atividades que ele propõe, e por isso, motiva a participação deles.
A formação continuada é uma preparação baseada no contexto escolar, a sua ocorrência é contabilizada como carga horária complementar do professor e o seu funcionamento nunca pode interferir nos horários de trabalho do professor. De acordo com a Lei de nº 11.738, de 16 de julho de 2008, que institui o piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica, o professor ter um terço de seu período de trabalho na semana destinado às atividades extraclasse (BRASIL, 2008).
Desta forma, o professor deve:
[...] a) participar de atividades durante o horário complementar docente; b) organizar seus diários de classe; c) elaborar e corrigir atividades avaliativas; d) planejar aulas; e) participar de atividades de formação continuada; f) descansar; g) fazer suas refeições. E a escola deve garantir que o horário complementar docente seja destinado à formação continuada, acompanhado pelo coordenador pedagógico” (CANDAU, 2003, p. 58).
A formação continuada é uma forma de promover o compartilhamento de experiências articuladas no contexto da escola. A autora Candau (2003) relata que o professor participa de momentos de reflexão e busca intervir no exercício das práticas pedagógicas. No compartilhar das experiências, todos os docentes participantes percebem que o seu trabalho tem um valor inestimável para os colegas e isso consolida ainda mais a identidade do profissional que ele é.
Por isso, é importante que o CP transforme o espaço em um ambiente favorável, pois para que este processo entre os professores de fato ocorra e que as práticas de ensino não fiquem ocultas, é preciso ser nítido ao conhecimento de todos, e ao mesmo tempo, servindo de apoio nas atividades práticas. 
É compreensível que o CP é incumbido de elaborar e desenvolver atividades significante que visa demonstrar a importância da formação continuada no processo de ensino-aprendizagem, pois, o papel do educador não está limitado a sala de aula, pelo contrário, ela se estende nos encontros de horário complementar, na análise sobre os problemas que surgem na instituição, no planejamento e na avaliação constante do seu trabalho (CANDAU, 2003).
Os educadores enfrentam situações difíceis na escola, situações estas que envolvem seus alunos, o conhecimento, sem contar os momentos complicados que necessitam de uma solução ágil. Os professores em equipe buscam resolver os conflitos na atitude reflexiva, com bastante diálogo, sugerindo possíveis soluções durante a mediação feita pelo CP, contando com um processo de registro formal.
Fornecer assistência pedagógica e didática aos docentes, dirigir equipes de estudos, dinamizar o projeto pedagógico como sendo um requisito modelo e referencial para a formação continuada, supervisionar, incluir novas propostas de ensino que motive a utilização de diversos recursos tecnológicos, são algumas atividades de competência do CP, na visão de Libâneo (2004).
Há um documento intitulado “Circular E/DGED nº 37”, divulgado em 13 de julho de 1998 e que direciona a atenção para as atribuições dos coordenadores pedagógicos constituídos. O material aborda o papel do CP em dois aspectos bases: a primeira é de que o CP deve criar e manter um fórum de discussão com todos os segmentos da comunidade escolar, no propósito de promover a permanência do aluno na escola, bem como a sua conclusão em apresentar bons resultados (RIO DE JANEIRO, 1998). 
A segunda é de que o CP deve participar de atividades que o mantém atualizado, na perspectiva de que a escola em que atua esteja avançando e se desenvolvendo, em virtude do compartilhamento de informações e experiências entre si durante o ano letivo. Assim, ele sempre terá hábito de analisar as suas necessidades, procurar melhorias, sem deixar de lado o momento da troca de experiências (RIO DE JANEIRO, 1998).
Por este motivo, é que os ambientes mencionados a cada dia são vantajosos, para construir e reconstruir o saber. Para a professora Candau (2003: p. 55-58) “o lócus da formação a ser privilegiado é a própria escola estimulando os processos coletivos de reflexão e intervenção na prática pedagógica concreta”, ou seja, o que importa é a escola incentivar tais práticas na gestão.
A escola é o principal ambiente para se estimular reflexões acerca das práticas pedagógicas, O conhecimento e a experiência profissional refletem sobre questões que permeiam a profissão docente. Os estudos consideram o professor como sujeito inserido num debate para além do campo de sua atuação.
Para muitos escritores, o CP é o gestor da aprendizagem e o mobilizador da formação continuada, é ele quem garante a organização das reuniões para a troca de experiências. Charlot (2005) caracteriza o CP ao destacar as expressões: “mediador”, “catalisador”, “articulador”, “agregador” de orientações e “construtor de sentidos” na educação escolar. 
Além do mais, no exercício da função, torna-se nítido sua personalidade, se dispõe a dividir suas ideias, seu conhecimento, seus recursos literários, sendo visto como um “artesão” que cria, molda as relações travadas entre os demais professores que atuam em uma determinada escola. 
As atitudes do profissional se dão pela concepção e visão da escola como um todo, em seguida, pelo convívio interativo entre os professores e do interesse de gerenciar as relações da equipe administrativa. 
Geglio (2005, p.116) apresenta suas definições e alega que o CP é, primeiramente, um:
[...] articulador do processo de ensino-aprendizagem da escola, incluindo a formação continuada docente. Sua atuação se reflete na cumplicidade dos professores na relação entre pares na troca de conhecimentos. Para os coordenadores pedagógicos a formação continuada docente é relevante uma vez que reverte num crescimento significativo na aprendizagem do aluno.
Assim, diante dessa definição, entende-se que as funções do CP enquanto gestão escolar, é: estimular a participação dos professores no processo de formação, os quais serão beneficiados por praticar medidas que eleve o desempenho de suas práticas pedagógicas, favorecendo a tomada de consciência dos professores em suas ações e conhecimento do contexto escolar onde estão presentes.
3.1 Identidade Profissional do Coordenador Pedagógico e sua atuação
É fundamental que o CP planeje seu tempo com moderação, sempre respaldado no objetivo de aperfeiçoar e qualificar o seu trabalho. Formar, transformar, articular e supervisionar são suas atribuições a medida em que ele mediar a organização escolar e o desempenho dos professores quanto as atividades propostas, sempre centralizado naquilo que compete a sua função.
Desta forma, ele consegue atingir resultados satisfatórios na formação continuada dos docentes e, consequentemente, apresenta também um amplo rendimento como Coordenador. A professora Egito (2014) argumenta sobre a importância do CP e cita como exemplo, um estudo denominado “A importância do coordenador pedagógico no contexto social”
Ela discorre que neste estudo o CP não exerce um trabalho aleatório, mas segue uma agenda de atividades qualitativas, tornando o ambiente escolar dinâmico e produtivo, alcançando melhorias acima do que foi proposto ou idealizado diante das necessidades. Ele é responsável por observar, argumentar e planejar de acordo com os objetivos estabelecidos como meta (EGITO, 2014).
Para compreender a dimensão real e a grandeza da responsabilidade do que é ser um CP, é necessário especificar algumas particularidades que estejam a favor do profissional. Não é correto traçar um perfil negativo do CP, pois de acordo com as pesquisas, é possível exercer a função com êxito.
Saber ouvir, identificar qual é o momento certo para falar e manter uma comunicação saudável, clara e objetiva, são atitudes que potencializam o desempenho do CP na escola, pois desta forma, ele mantém um bom relacionamento com os professorese isso facilita para ele dar sugestões, propor ideias e os professores se sentem mais à vontade para opinar durante as reuniões (EGITO, 2014). 
O CP é um profissional que precisa ouvir mais e atentar sobre as necessidades dos professores. É preciso que ele tenha uma linguagem clara e objetiva e presar pelo bom relacionamento, pois só assim ele conseguirá ter aceitação de suas sugestões e os professores se sentirão mais livres para apresentar sua opinião. Ser um bom comunicador não quer dizer que o CP saiba de tudo por ser autêntico no seu discurso ou na sua prática, demonstra que procura saber e que está disposto a ajudar quando for necessário e isso gera um elo de confiança com os professores ao longo do tempo.
Vasconcellos (2002) aprova as orientações e afirma que todo relacionamento se constrói e se manter se houver confiança. Entretanto, ele adverte que: 
[...] isto não se faz com discursos vazios ("podem confiar em mim"), mas com atitudes concretas no cotidiano do trabalho, onde o coordenador revela, de fato, a que veio e a quem está servindo; temos de mostrar aos professores que estamos com eles, no sentido de ajudá-los a terem um trabalho mais adequado do ponto de vista pedagógico, portanto mais realizador, com menor grau de sofrimento e desgaste (VASCONCELLOS, 2002: p. 86).
É necessário, também, que o CP não limite suas práticas apenas aos conhecimentos teóricos, mas que amplie o acompanhamento e estimule os professores quanto ao trabalho pedagógico, porque o conhecimento é necessário, mas ter percepção e sensibilidade para identificar as necessidades dos alunos e do corpo docente é o que torna a função do CP significativo para a Educação (EGITO, 2014). A partir daí, ele deve buscar meios de solucionar as problemáticas, manter-se atualizado e buscar informações para fortificar a sua atuação. 
As diversas atividades que competem ao CP são complexas, logo, não é fácil o professor assumir este cargo, porque quem assumi precisa elaborar recursos que estejam baseado na realidade, e isso, requer mudanças nas práticas pedagógicas e isso gera indecisões, desconfiança, medo, mas isso pode se ternar diferente se ele souber trabalhar em equipe e prezar pela ética, explica a autora.
Vasconcellos (2002) repassa algumas instruções importantes e argumenta que se o CP que exercer um trabalho qualificado, ele precisa primeiramente, fazer com que seu trabalho seja de fácil entendimento, seja claro e objetivo, evitar quaisquer expressões que represente sarcasmos, evitar indiretas, evitar o fluxo de informações desnecessárias (fofocas) e que não soma para o seu trabalho.
Caso ocorra reclamações pessoais, ser um profissional discreto e que mantenha os pedidos dos professores reservados e em sigilos, pois para ele, a ética representa o indivíduo ter responsabilidades, assumir seus atos e não provocar conflitos e no fim sempre promover o bem.
Diante disso, vale ressaltar que o CP deve sempre valorizar seus colegas de trabalho, não dar preferência para uma minoria, mas que avalie e acompanhe a todos que colaboram na escola, pois só assim ele conseguirá bons resultados e os desafios do dia a dia serão superados. Afinal, é a confiança que manterá o relacionamento saudável do corpo docente e juntos enfrentarão todas as dificuldades na escola (VASCONCELLOS, 2002).
O CP estando ciente da sua função, passa a se tornar um profissional capacitado, que se garante na organização do seu tempo e das atividades, sem deixar a desejar em suas obrigações e, além disso, todas as suas ações serão compreendidas e favoráveis aos professores. Assim, ele terá mais segurança e firmeza para não se deixar levar pelos conflitos, encontrará sentido para a sua prática, terá uma compreensão coletiva acerca desse sentido junto aos que estão com ele no ambiente escolar.
3.2 Formação continuada do Corpo Docente 
A formação continuada é um assunto de interesse do poder público, das universidades, centros de pesquisas e, principalmente, dos professores. Ao abordar sobre este assunto, faz-se necessário fazer a associação de alguns elementos importantes: formar, instruir, educar, habilidade e criatividade (MARIN, 1995). A expressão continuada significa andamento, sistemática, em sequência, em processo.
O termo “continuum” é uma palavra considerada adequada na opinião de Marin (1995), para representar a formação de professores na ideia de educação continuada, dando o sentido do que é a formação no contexto educacional, pois tem como eixo e base principal: o conhecimento. 
É interessante destacar a definição de formação continuada na visão de alguns estudiosos. Para Alarcão (1998), se trata de um processo dinâmico, onde o educador está sujeito as mudanças, e através da fonrmação contínua faz as adaptações que ele não idealiza, mas que são exigidas em profissão com o tempo.
Outro autor como Demo (2000), acredita que para se ter um profissional capacitado na educação, é preciso que ele tenha uma formação inicial qualificada e dê continuidade a ela, justificando que ensinar é uma ação complexa, e por isso, a formação é entendida como um sistema que incrementa o lado profissional do docente.
Vários programas de formação continuada foram criadas nos ultimos anos e alguns deles hoje tem-se tornado um objeto de estudo que apontam problemáticas, mas que sugerem propostas inovadoras, a fim de motivar a reflexão na área do ensino. Imbernón (2009) ressalta que, o professor que se dispõe a participar da formação continuada, encontra uma oportunidade para identificar e analisar os erros e acertos e busca conhecer mais aquilo que pode ser o apoio para crescer e avançar.
Cada programa renovador para a formação contínua de professores tem uma base financeira de investimento elevado, entretanto, mesmo com o esforço de participar, o retorno esperado ainda não tem sido satisfatório, com relação a aprendizagem dos alunos, como é apresentado na descriçao dos documentos da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE e do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), expõe Niz (2017).
Os poucos resultados que se tem adquirido pelos programas de capacitação docente, são identificados e observados nos: quesitos de aprendizagem dos discentes, nas lacunas da política de formação, nas inovações para a prática pedagógica, e também na, ampliação do trabalho coletivo através do relacionamento entre coordenador pedagógico e o corpo docente (NIZ, 2017).
Por isso, é preciso que haja uma reformulação nos modelos de formação continuada predominantes na política de apereicoamento profisisonal, com o propósito de que o professor tenha uma base conceitual e o aprefeicoamento técnico de suas habilidades, para assim serem expandidas e qualificadas, pois assim, o docente consegue atender de acordo com a perspectiva que é esperada pela referida profissão
De acordo com os materiais bibliográficos que abordam a respeito de formação continuada, diversos países enfrentam problemas semelhantes. Uns promovem a formação para professores que estão afastado do campo escolar, e isso se torna escassos já que eles não estão diante da realidade do contexto escolar, outra caracteristica é que as avaliações sistemáticas não são suficientes e acarreta na descontinuidade e a ausência na articulação com as orientações manifestada na formação (VEZUB, 2005, apud NIZ, 2017).
Outro ponto relavante a ser colocado em questão são as inúmeras abordagens e estratégias que são disponibilizadas na formação para docentes. Alguns pontos acabam se tornando uma referência para os questionamentos da área, afirmam Gatti e Barretto (2009). Em outros países, ao professor é proposto uma conexão de aprendizagens aos dos alunos, é também proposto assimilar os processos de mudança tanto pessoal quanto profissional e possibilitar o desenvolvimento profissional dos professores experientes e recém-formados.
É nítido a apreensão de se ter um profissional mais capacitado atuando nas escolas, pois se um país luta para que o cidadão tenha uma formação básica, logo, espera-se que os índices de criminalidadee a mortalidade infantil reduzam, haja mais oportunidade de emprego e outros benefícios. Nos estudos apresentados pela professora Gatti (2011), é possível observar que as escolas no Brasil, necessitam da formação continuada, para que eles consigam vencer os desafios da realidade escolar, logo (GATTI, 2011, p,13):
o panorama é tal que não se concebe mais uma oferta educacional pautada apenas pela formação inicial e/ou pela prática acumulada dos docentes. A mudança no sentido esperado exige e apoia-se na formação contínua e, portanto, na atualização dos recursos humanos.
A formação continuada existe para moldar o professor, porque na prática o seu trabalho acaba apresentando diversas deficiências que acabam atingindo um nível instável. A partir daí, os estudos mostram que a formação continuada surge para formar o professor em um sujeito sabedor de conhecimentos gerais e pedagógicos, sendo um mecanismo que supri as deficiências deixadas pela formação inicial. 
Com base nos argumentos da autora, é preciso que a formação docente possua uma base política bastante examinada e ponderada, porque:
[...] quando se parte do princípio de que a formação inicial foi insuficiente, é porque se acredita que as competências, as habilidades e os conhecimentos imprescindíveis para o trabalho docente não foram trabalhadas – ou não foram adequadamente apropriados -, o que priva o professor dos recursos necessários para exercer sua profissão docente (GATTI, 2011, p.18).
Algumas teorias têm a formação continuada como um recurso importante mostrar que a educação é dinâmica, e requer do educador novas metodologias, novos conhecimentos que diversifiquem os processos de ensino-aprendizagem (GATTI, 2009). Porém, ha uma outra sugestão na formação: o destaque o professor, sujeito que muda a realizade da educação, pois este faz uso de estratégias que minimiza as necessidades dos professores e passa a direcionar sua atenção para as situações do cotidiano, em que os alunos se fazem presentes.
As propostas sitemáticas tem como foco a organização e a melhoria do funcionamento da escola no geral, sem dar maior ênfase as questões particulares do corpo docente. Muitos materiais questionam tais propostas e expõem sua defesa em favor da atuação de agentes externos, para planejar e complementar a administração escolar, justificando que projetos de formação continuada não devem ser elaboradas por professores e muito menos pela escola, já que eles passam a maior parte do tempo ocupados e não podem se distanciar de suas atividades.
Há uma dificuldade mencionada nas pesquisas sobre as Secretarias de Educação (SE) quando a questão é realizar a formação continuada. Nos materiais das professoras Barreto (2002), André (2009) e Gatti (2011), as SE ao executarem a formação docente, os professores se ausentam de suas salas e as mesmas fazem a substituição de docentes, já que os alunos não deve ficar sem aula. 
A dificuldade está na retirada do professor do seu ambiente de trabalho (sala de aula), pois na maioria dos casos, as SE não possuem professores disponíveis para substituir e, por isso, acatam por não realizar a formação docente e usam também da justificativa de não possuírem um local apropriado para a formação continuada.
Os autores Alvarado-Prada, Freitas e Freitas (2010) defendem a concepção de que o professor adquire conceitos na academia, mas se desenvolve no contexto de seu trabalho, porque para eles é na escola que a complexidade do ensino mostra onde deve ocorrer a mudança. Assim sendo, a escola é um espaço formador, trnasformador e as propostas da formação continuada precisam ser integradas nesse ambiente, afim de atender as necessidades dos discentes e da gestão escolar. 
Os mesmos autores sugerem aos professores realizar a formação continuada no seu próprio meio de trabalho, refletir e avaliar suas ações pedagógicas baseada na sua realidade, e em outras que estão interligadas aos acontecimentos políticos, teorias, experiências, concepções, e até em outras situações que possam contribuir para sua auto formação, pois assim, eles não ficariam restrito apenas a um espaço ou a um curso em espera. Os projetos e atividades de formação docente ocorrem no ambiente escolar, no entanto:
[...] são necessárias condições que os viabilizem como, por exemplo, a organização da gestão institucional na qual seja previsto o tempo e diversos recursos para sua realização. A escola não é a única responsável por esta formação, embora seja uma instituição educativa e/ou de formação de professores. O espaço escolar depende de relações com outras instâncias, como o próprio Estado em seus diferentes níveis, a família e todas as organizações instituídas socioculturalmente para que ela se desenvolva (ALVARADO-PRADA; FREITAS;FREITAS, 2010, p. 371).
Efetivar uma formação continuada requer dedicação de tempo e recursos, por conta disso, a escola não é a única responsável para dispor da formação, é necessário manter vínculo com outros campos. Niz (2017) discuti que a discordância nas propostas para formação continuada se resume em duas noções: professor e grupos escolares.
No primeiro (professor), a formação continuada tem como foco o professor, e acredita-se que ele ao participar, está escolhendo uma oportunidade para se capacitar e alcançar outros resultados proficientes, resultando numa melhoria na qualidade educacional. No segundo, nao tem como exclusividade o professor, mas de grupos atuantes no compo escolar: direção, coordenação e corpo docente. Na atualidade, a formação é perceptível quando os alunos são motivados, logo, eles se sentindo bem na sala de aula e decidido a aprender é sinal de que a escola está cumprindo com o seu papel social (NIZ, 2017).
O papel social da escola compreende no desafio do aluno ao estimular sua curiosidade, desenvolvimento do raciocínio lógico, comunicação, colaboração, associação e comparação. Isso não é suficiente para mudar a situação da educação brasileira, é preciso acompanhar e refletir a cerca da formação continuada, para que esta atenda os professores no seu desempenho e dê condições para que os alunos assimilem os conteúdos socioculturais, complementa a autora. 
Todavia, propor uma formação continuada é um tarefa complexa, porque o professor exerce várias atividades, além de ensinar os conteúdos, instrúi os alunos a como viverem em sociedade, prepara-os para terem capacidade de criticar e refletir sobre as questões sociais que eles identificam no seu meio. Alguns prercursores da educação como o filósofo Durkheim (1952), defendia que o sentido da educação era repassar para as gerações futuras o legado cultural.
Já outros sucessores como Mello (2000) reconhecia o professor competente pela sua capacidade de domínio didático e do saber transmitido com organização e de maneira mais prática para o aprendiz. Portanto, é um grande desafio promover a formação de docentes que estão ativos do desempenho de inúmeras funções, e além disso, a baixa valorização e as condições de trabalho precárias tem refletido na desigualdade escolar, bem como a demora na superação das dificuldades na escola.
3.3 Posicionamento do Coordenador Pedagógico diante das dificuldades no seu papel de formador 
Tem sido comum haver momentos de discussões sobre o comportamento do 
CP dentro da escola. Sabe-se que este colaborador ocupa um cargo muito importante, porém, pouco valorizado mesmo exercendo inúmeras atividades no decorrer do dia. Isso tem provocado muitos debates relacionados as dificuldades, resistências, incompreensões e até mesmo quanto a igualdade no meio profissional.
As autoras Lima e Santos (2007) contam que hoje muitas metáforas são criadas para indicar o papel do CP. Expressões como “Bombril”, “bombeiro” e “salvador da escola” dão a entender de que o CP possui mil e uma utilidades, ele é quem apaga os fogos dos conflitos dos professores e alunos e o responsável que responde pelo desempenho dos professores na prática cotidiana e também pelo aproveitamento dos alunos.
Não se restringindo apenas as essas atribuições, o CP viveacarretado de tarefas na escola, tem uma rotina corriqueira é buscar melhorias que beneficiem os alunos no processo de ensino-aprendizagem. Devido as cobranças e um grande quantitativo de tarefas acaba dificultando o desenvolvimento de seu trabalho. 
Umas das grandes dificuldades mencionada por Bartman (1998), é que o CP não tem uma definição clara do que é sua função e quais os principais objetivos que ele precisa conquistar. Não possui uma percepção clara de quais são as necessidades do corpo docente, não tem consciência do seu papel, tem facilidade de elogiar, mas se intimida na hora que é preciso fazer uma crítica, quando critica não instrumentaliza ou apenas cobra dos professores e não os orienta.
Isso influencia de forma negativa a função social da escola, pois impede a articulação entre a pedagogia da sala de aula e a institucional e, consequentemente, prejudica a formação humana de todos que frequentam a escola. Isso pode ser mudado, afirma Almeida (2006). A autora defende que o CP pode ser um instrumento de mudanças das práticas pedagógicas, ao articular bom base nos valores, atitudes, convicções, ao sensibilizar suas dimensões políticas, humano-interacionais e técnicas, reveladas em sua prática. 
O CP ao ter a atitude de se posicionar como formador do corpo docente, automaticamente assume a responsabilidade de lutar pela melhoria da qualidade de ensino. Essa qualidade se consegue com a colaboração da equipe escolar, da comunidade, estando cada um consciente de suas atribuições que compete ao seu espaço de atuação que é delimitado.
Para tanto, faz-se necessário ter um posicionamento mais definido, diante das atividades que de fato consolidem o papel do CP a favor de uma aprendizagem significativa, que garanta a afinidade coletiva, a qualidade da coordenação e dos docentes. Através da formação continuada pode-se fazer uso de estratégias que visam despertar nos professores o interesse por sua formação além de outras questões integradas na carga horária complementar.
A Professora e Dra.ª Oliveira (2013) desenvolveu um estudo nas escolas públicas no Rio de Janeiro denominado “A função gestora do Coordenador Pedagógico na formação continuada docente”. Através de sua pesquisa, ela chegou a uma concepção de que 4 atividades podem ser bastantes úteis e precisam serem executadas durante as reuniões, para então poder identificar as necessidades dos professores ali presentes, que são: dinâmicas, leitura de textos, trocas de experiências e a participação docente.
Ela defende que ensinar presume: o envolvimento emocional, além da interação humana, gera prazer e compromisso com o trabalho pedagógico e que deve ser lidado de maneira planejada. Por isso, a dinâmica é uma ferramenta importante, que fortalece as relações afetivas, contribui na descontração do ambiente de estudos e serve para introduzir algum assunto a ser discutido, afim de que o CP tenha praticidade nas dinâmicas para transformá-las em materiais pedagógicos (OLIVEIRA, 2013).
O CP precisa ter um posicionamento mais diversificado, porque “[...] os saberes docentes são plurais, acadêmicos, experienciais e curriculares, mas, ao mesmo tempo, eles não são compartimentados e sim integrados [...]” (TARDIF, 2004, p. 36). Observa-se que, os professores tendem a compartilhar coisas em comum no início das reuniões para despertar uma discussão e na aplicação de dinâmicas, os saberes tanto do CP quanto dos professores participantes são valorizados.
A segunda atividade (leitura de textos), que geralmente ocorre nos horários complementares têm a finalidade de promover debates referentes aos problemas relatados nas reuniões. Oliveira (2013), explica que os parágrafos introdutórios dos textos devem levantar questões relevantes para gerar debates e conter mensagens de motivação. 
O texto é útil nos aspectos social, afetivo e incentivador (OLIVERIA, 2013). Em concordância sobre os benefícios da atividade leitura de textos, os professores Tardif (2004) e Candau (2003) abordam que o texto, por ser um recurso que serve como ponto de partida para debates, não pode ser utilizado de qualquer forma e muito menos o CP deve fazer uso de qualquer texto. Devido ao pouco tempo de dedicação para a formação continuada, os autores recomendam o uso de textos simplificados e concisos.
Tardif (2004) e Candau (2003) esclarecem que o texto deve tratar apenas de assuntos de interesses dos professores, porque os professores precisam da oportunidade de manifestar seus problemas alusivos as suas práticas na sala de aula, e a partir dela fazer uma autoavaliação. Desta forma, o CP elevará a autoestima profissional do corpo docente e dentro de sua função estará estimulando e promovendo debates, dando voz aos professores participantes para que nos encontros, eles exponham suas ideias, respeitando as opiniões distintas e experiências construídas no cotidiano da sala de aula.
A terceira atividade (troca de experiências) de acordo com Oliveira (2013), representa os momentos de diálogo, em que os educadores compartilham suas experiências sejam boas ou ruins. Para ela, as “trocas” são consideradas como um fator positivo que funciona como estímulo aos professores para a participação deles nas reuniões na escola.
Tardif (2004) revela que a atividade do professor é marcada pelas:
[...] relações humanas que constituem o fazer cotidiano do professor, por isso, a importância das “trocas” na construção das relações docentes. O processo cotidiano de formação continuada concentra-se nas situações vividas pelas práticas, através dos pares, no ambiente de trabalho. Há uma necessidade de haver uma afirmação do trabalho feito em sala de aula. O professor sente a necessidade de externar através da fala o processo de trabalho que ele desenvolve em sala de aula (Tardif, 2004, p.118- 291).
As trocas de experiências, por serem resultados das situações vividas pelas práticas, são mantidas ocultas pelos professores, porque em muitas situações ele se sente solitário, mas a partir do momento em que é ouvido pelos colegas e pelo CP, o sentimento que prevalece nele e a de valorização. Por isso, é importante que o CP tenha em mãos materiais que possam servir como fonte de informação e que esteja ligado aos anseios dos professores e tais informações irão enriquecer as ações pedagógicas na sala de aula (OLIVEIRA, 2013).
A função do professor geralmente é planejar, colocar em prática o seu planejamento, avaliar e retornar ao ciclo inicial. As trocas de experiências estão inclusas nesse processo, por isso, que o diálogo franco é comparado pela autora Oliveira (2013) como um fórum, onde os problemas são apresentados para o grupo de acordo com as orientações repassadas pelo CP, para que se busque soluções coletivas. Portanto, discutir assuntos de real necessidade para o corpo docente na visão de Tardif (2004) beneficiará o professor, pois o seu conhecimento reflete na mistura do cotidiano com a prática, e o CP estará dando à ele a atenção precisa para as suas necessidades, recursos e limitações.
Na quarta atividade (participação docente), o CP deve gerenciar a participação dos professores para que aconteça de forma ágil, dinâmica e objetiva durante o desenvolvimento das atividades nos encontros, afirma Oliveira (2013). O professor atende uma demanda de atividades, elabora os planejamentos, debate os problemas na escola, preenche diários e outros tipos de registros interno, apresenta relatórios, corrige provas e etc. Por isso, é necessário um controle na participação, para que o CP consiga trabalhar com eles todas estas questões.
Para Candau (2003: p. 67), “o saber escolar docente e a cultura da escola contêm elementos que não são somente cognitivos, mas, que fazem parte do dia-a-dia da escola, incorporados na dimensão cultural da prática pedagógica”. Diante disso, a formação continuada é indispensável para o professor, porque é a través dela que ele é incentivado a refletir sobre suas ações e buscar melhorias práticas junto as intervenções do CP.
Coordenar a formação continuada não é algo simples, porque não há um

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