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Bárbara Lorena @queroresumo_ | 1 Sistema Digestório DEFINIÇÃO O trato digestório é um tubo oco que se estende da cavidade bucal ao ânus, sendo também chamado de canal alimentar ou trato gastrointestinal Tubo longo e sinuoso de 10 a 12 metros de comprimento (da cavidade oral ao ânus) FUNÇÕES Aproveitamento pelo organismo de substâncias Transformação mecânica e química das macromoléculas alimentares ingeridas Transporte de alimentos digeridos para os capilares sanguíneos da mucosa do intestino (água e sais minerais) Eliminação de resíduos alimentares não digeridos (Fezes) Estruturas Boca Faringe Esôfago Estômago Intestino Delgado Intestino Grosso Reto Ânus Órgãos digestórios acessórios Dentes Língua Glândulas Salivares Fígado Vesícula Biliar Pâncreas Órgãos Anexos gl. Parótida gls. Submandibulares gls. Sublinguais Fígado Pâncreas ETAPAS DA DIGESTÃO 1. Mastigação: quebra do alimento 2. Deglutição - Funcionamento mecânico da epiglote 3. Ingestão: - passagem do alimento 4. Digestão: estômago e duodeno 5. Absorção - maior parte no intestino delgado 6. Defecação ou evacuação - eliminação do que o organismo não precisa BOCA E CAVIDADE ORAL 1ª porção do canal alimentar LIMITES Parede anterior: lábios (rima bucal ou fenda labial); Paredes laterais: bochechas (mucosa jugal); Parede superior: palato duro Parede inferior: língua e músculos que formam o assoalho da boca (músculo inferior: miló-hióide, supra- hioideos) Parede posterior: palato mole, tonsila palatina e istmo das fauces (ou istmo da garganta) Istmo: Prega palatoglosso; Prega palato faríngeo; Úvula; Raiz da língua. Observação: As pregas na vista anterior formam o arco da cavidade bucal (Palatoglosso anterior e Palatofaríngea posterior). Bárbara Lorena @queroresumo_ | 2 É subdividida em dois compartimentos: Vestíbulo oral (freios labiais e lingual) Limite anterior: lábios; (superior e inferior) Limites laterais: mucosa jugal; Limite posterior: arcos dentais. Cavidade própria da boca: estão divididos pelos processos alveolares e dentes. Bochecha Próximo ao 2º molar encontramos: Papila parotídea: local onde desemboca o ducto da glândula parótida. Cavidade própria da boca Anterior Arcos dentais Superior Palato Inferior Assoalho Palato duro (Anterior, ósseo) Processo palatinos da maxila + lamina horizontal do osso palatino Palato mole (Posterior, muscular) Assoalho bucal Área em forma de ferradura entre a arcada dentária inferior e a língua (sulco sublingual) Observação: O palato separa a cavidade nasal da cavidade bucal. Observação: Fazem saliência na cavidade bucal: gengivas, dentes e língua. Língua Ligada por músculos: osso hioide, mandíbula, palato mole, processo estiloide e ao assoalho da boca (por mucosa); Relacionada com a mastigação, deglutição, fonação e gustação Raiz: possui as tonsilas linguais Anterior as tonsilas: sulco terminal em formato de V Na região central tem o forame cego Anterior ao sulco terminal: papilas valadas ou circunvaladas Espalhado na língua: papilas maiores (fungiformes); papilas menores (filiformes) e na lateral da língua (papilas folhadas) Papilas: Folhadas Filiformes Fungiformes Valadas Posteriormente a língua: epiglote Prega central: prega glosso- epiglotica mediana Lateralmente: pregra glosso- epiglotica lateral Entre as duas: região de vale chamada de valécula Prega palatoglosso e prega palatofaríngeo Tonsila palatina Partes da língua 1. Dorso; 2. Margens; 3. Face interior; 4. Ápice; 5. Sulco terminal; 6. Tonsila lingual; 7. Pregas; 8. Valéculas; 9. Papilas Bárbara Lorena @queroresumo_ | 3 Músculos da língua mm. verticais mm. transversos mm. longitudinais m. genioglosso m. gênio-hióide m. milo-hióide Posteriormente: epiglote GLANDULAS SALIVARES Glândula parótida Está localizada lateralmente na face e anteriormente ao pavilhão do ouvido externo. Canal excretor: ducto parotídico Abre-se no vestíbulo da boca, ao nível do 2º molar superior (papila parotídea) Ducto protídeo perfura o músculo bucinador desembocando na papila parotídea Glândula submandibular Situada abaixo da mandíbula Canal excretor: ducto submandibular Abre-se no assoalho da boca, abaixo da língua, próximo ao plano mediano; Ducto submandibular e desemboca nas carunculas (direita e esquerda lateralmente ao freio da língua) Abaixo da mandíbula Glândula sublingual É a menor das três, situando-se lateral e inferiormente a língua, sob a mucosa que reveste o assoalho da boca. Sua secreção é lançada na cavidade bucal, sob a porção mais anterior da língua, por canais que desembocam independentemente por uma série de orifícios no assoalho da cavidade da boca. Possui vários ductos sublinguais por onde desemboca a glândula Funções 1. Umedecimento; 2. Lubrificação; 3. Proteção; 4. Secreção da saliva; FARINGE Tubo que se estende da boca até o esôfago; A parte bucal da faringe comunica- se com a cavidade bucal propriamente dita através do istmo das fauces; A parte laríngea comunica-se com anteriormente com o adito da laringe e posteriormente é continuada com o esôfago; Possui musculatura estriada; Deglutição Bárbara Lorena @queroresumo_ | 4 1. Elevação do palato mole 2. Bloqueio da continuidade entre a parte nasal da faringe e o restante deste tubo muscular 3. O alimento é impedido de passar a nasofaringe e, eventualmente, de penetrar na cavidade nasal. 4. A cartilagem epiglótica fecha o adito da laringe, evitando que o alimento penetre no trato respiratório. 3 porções: 1. Nasofaringe; 2. Orofaringe (da úvula até a epiglote); 3. Laringofaringe: estende-se da margem superior da epiglote e das pregas faringoepiglóticas até a margem inferior da cartilagem cricóidea, onde se estreita e se torna contínua com o esôfago. Mantem relações com C4-C6. Músculos 1. m. constritores médio e inferior da faringe 2. m. palatofaríngeo 3. m. estilofaríngeo 4. m. salpingofaríngeo Esses músculos elevam (encurtam e alargam) a faringe e a laringe durante a deglutição e a fala. ESÔFAGO Tubo muscular que continua a faringe e é continuado pelo estômago; Inicia-se na 7ª vértebra cervical; No tórax, o esôfago situa-se ventralmente a coluna vertebral e dorsalmente a traqueia, estando próxima a aorta; A luz do estomago aumenta, durante a passagem do bolo alimentar por meio de movimentos peristálticos; 3 segmentos: 1. Cervical; 2. Torácico; 3. Abdominal; Hiato esofágico; 4 constrições: Cricóidea Aórtica Diafragmática Cárdica Bárbara Lorena @queroresumo_ | 5 ESTÔMAGO Forma de J; Localizado no hipocôndrio esquerdo; 4 regiões: Cárdia Fundo Corpo Pilórica Curvatura menor Curvatura maior Interna: pregas gástricas Longitudinais (conteúdo líquido) Corrugadas (conteúdo sólido) Região de antro pilórico (quimo) em direção ao intestino delgado (duodeno) Cárdia: Válvula que impede o refluxo do alimento para o esôfago. Está situada logo acima da curvatura menor do estômago. É assim denominada por estar próximo ao coração. Orifício de entrada do estômago – óstio cárdico ou orifício esofágico inferior. Piloro: Válvula muscular poderosa ou esfíncter que impede que o bolo alimentar passe ao intestino delgado prematuramente. Orifício de saída do estômago – óstio pilórico Pouco antes da válvula pilórica encontramos uma porção denominada antro-pilórica. ABDOME: GENERALIDADES Diafragma É uma lâmina musculotendínea (músculos intermediados por tendões) que separa a cavidade torácica da cavidade abdominal Exerce importante função da mecânica respiratóriaEstruturas que atravessam o diafragma Artéria aorta Veia cava inferior Esôfago Hiato ártico Foram da veia cava inferior Hiato esofágico Hiato: Abertura para a passagem de estruturas Peritôneo É uma membrana serosa que reveste a cavidade abdominal. Função: diminuição de atrito e o combate contra infecções; Formação: Lâminas Parietal (parede) Visceral (vísceras) Espaço entre os lâminas Cavidade peritoneal Dobras Omentos Mesentério O omento tem como função fazer a ligação entre vísceras da cavidade abdominal (estômago ponto de referência). Maior: faz a ligação entre a grande curvatura do estomago com o cólon transverso (intestino grosso) Bárbara Lorena @queroresumo_ | 6 Menor: faz a ligação entre pequena curvatura estomago com o fígado; Mesentério (parede posterior); prende a víscera na parede do abdome (dobra do peritônio que prende a víscera a parede posterior do abdome) Mantem o intestino preso no abdômen permitido a sua manutenção no lugar Retroperitônio: Espaço anatômico localizado atrás da cavidade abdominal INTESTINO DELGADO Duodeno Inicia-se no óstio pilórico e termina ao nível de brusca angulação, a flexura duodeno jejunal; Orgão bastante fixo (quase todo retroperitoneal), acolado á parede posterior do abdome; Apresenta forma de um arco em forma de U, aberto para a esquerda e cranialmente, que “abraça” a cabeça do pâncreas; Desembocam os ductos colédoco (que traz a bile) e pancreático (que traz a secreção pancreática); Apresenta 4 partes: 1) Parte Superior ou 1ª porção – origina- se no piloro e estende-se até o colo da vesícula biliar. 2) Parte Descendente ou 2ª porção – é desperitonizada e encontramos a chegada de dois Ductos: Ducto Colédoco – provêm da vesícula biliar e do fígado (bile) Ducto Pancreático – provêm do pâncreas (suco ou secreção pancreática) 3) Parte Horizontal ou 3ª porção 4) Parte Ascendente ou 4ª porção JEJUNO E ÍLEO Jejuno: por não ter limite nítido na sua continuação com o íleo, pode ser descrito em conjunto com este = Jejuno-íleo. Constitui a porção móvel do intestino delgado, iniciando-se na flexura duodeno- jejunal e terminando no início do intestino grosso, onde se abre pelo óstio íleo-cecal ao nível da junção íleo-ceco-cólica. Apresenta numerosas alças intestinais e está preso a parede posterior do abdome por uma prega peritoneal ampla, o mesentério; IRRIGAÇÃO Artéria Mesentérica superior Toda a porção terminal do intestino delgado e intestino grosso até a flexura (ou curvatura) cólica esquerda. Artérias jejunais, ileais e cecais Bárbara Lorena @queroresumo_ | 7 Formam arcos (artérias arcadas); porção final na parede da víscera formam os vasos retos. Acompanhando o movimento de motilidade do intestino Ramos da artéria mesentérica inferior Flexura (ou curvatura) cólica direita INTESTINO GROSSO: Mais calibroso e mais curto que o intestino delgado; Hautros: dilatações delimitadas por sulcos transversais; Tênias: três formações em fitas, que correspondem a condensação da musculatura longitudinal e o percorrem em quase toda extensão; Apêndices epiplóicos: acúmulos de gordura salientes na serosa da viscera; O intestino grosso é subdivido nos seguintes segmentos: Cécum: segmento inicial, em fundo cego, que se continua no cólon ascendente. O horizontal que passa ao nível do meio da papila íleo-ceco-cólica, onde se abre o óstio ileocecal. Um prolongamento cilindróide, o apêndice vermiforme, destaca-se do cécum, no ponto de convergência das tênias; Cólon ascendente: segue-se ao cécum e tem direção cranial, estando fixado a parede posterior do abdome. Alcançando o fígado e, sob este, se reflete para continuar no cólon transverso. A flexão, que marca o limite entre os dois segmentos, é denominada flexura cólica direita; Cólon transverso: bastante móvel estendendo-se da flexura cólica direita, onde continua o cólon ascendete, á flexura cólica esquerda, onde se flete para continuar no cólon descendente; Cólon descendente: fixado á parede posterior do abdome, inciando-se na flexura cólica esquerda e terminando, após um trajeto aproximadamente vertical, na altura de um plano horizontal que passa pela crista ilíaca; Cólon sigmóide: é a continuação do cólon descendente e tem trajeto sinuoso, dirigindo- se para o plano mediano da pelve onde é continuada pelo reto; Reto: continua o cólon sigmóide e sua parte final, estreitada, denominada canal anal, atravessa o conjunto de partes moles que oblitera inferiormente a pelve óssea (períneo) e se abre no exterior através do ânus. IRRIGAÇÃO Artéria Porção irrigada Artéria Ileocólica Íleo e ceco Artéria cólica D Colo ascendente Artéria cólica média Colo transverso Artéria cólica E Colo descendente Artéria sigmóidea Sigmóide Artéria retal Reto e canal anal Porção direita até a flexura cólica esquerda 1. Artéria mesentérica superior 2. Artéria cólica média 3. Artéria reta 4. Artéria ileocólica 5. Artéria cólica direita Flexura cólica esquerda ao reto 1. Artéria mesentérica inferior 2. Artéria cólica esquerda 3. Artéria marginal 4. Artéria reta 5. Artéria sigmóidea Bárbara Lorena @queroresumo_ | 8 DRENAGEM Vasos menores da periféria para vasos maiores A veia porta é formada pela união das respectivas veias. VEIA PORTA Veia mesentérica superior Veia mesentérica inferior Veia esplênica Tênias do cólon Haustros Apêndices epiplóicos Ceco e Apêndice Colo Ascendente Transverso Descendente Sigmóide Flexuras Cólica E Cólica D Reto Canal anal Observação: ceco e apêndice vermiforme possuem variações anatômicas: Ascendente na pelve (30%), retrocecal (>50%), pré-ileal e pós-ileal. Bárbara Lorena @queroresumo_ | 9 FÍGADO É a maior glândula do organismo, e é também a mais volumosa víscera abdominal; Sua localização é na região superior do abdômen, logo abaixo do diafragma, ficando mais à direita; O fígado apresenta duas faces: 1. Diafragmática 2. Visceral. O fígado é dividido em lobos. A Face Diagramática apresenta um lobo direito e um lobo esquerdo, sendo o direito pelo menos duas vezes maior que o esquerdo. A divisão dos lobos é estabelecida pelo Ligamento Falciforme. Na extremidade desse ligamento encontramos um cordão fibroso resultante da obliteração da veia umbilical, conhecido como Ligamento Redondo do Fígado; A Face Visceral é subdividida em 4 lobos 1. Direito (porção maior) 2. Esquerdo (porção menor) 3. Quadrado (ao lado da vesícula biliar) 4. Caudado (ao lado da veia cava inferior) Entre os lobos caudado e quadrado há uma fenda transversal, a porta do fígado, por onde passam os elementos que constituem o pedículo hepático: artéria hepática, veia porta, ducto hepático comum, além de nervos e linfáticos; A bile não flui diretamente do fígado para o duodeno. Isto é possível porque na desembocadura do colédoco há um dispositivo muscular que controla a abertura e fechamento deste ducto. Quando fechado, a bile reflui para vesícula biliar onde é armazenada e concentrada. A contração da vesícula, eliminando o seu conteúdo no colédoco através do ducto cístico, coincide com a abertura da desembocadura do colédoco no duodeno. IMPORTANTE 1. Ducto hepático direito (lobo direito) 2. Ducto hepático esquerdo (lobo esquerdo) 3. Formam o ducto hepático comum Bárbara Lorena @queroresumo_ | 10 4. Vesícula - Ducto cístico 5. Ducto hepático comum + Ducto Cístico = Ducto Colédoco 6. Ducto colédoco desemboca na papila duodenal maior juntamente com o ducto pancreático principal. Vesícula biliar: armazenamento da bile (ação detergente - quebra de moléculas de gordura) Ligamentos: Ligamento redondo Ligamento falciforme: Ligamento coronário (direito e esquerdo) Ligamento venoso Ligamento triangular (nas extremidades). PÂNCREAS O pâncreas produz através de uma secreção exócrina o suco pancreático que entra no duodeno através dos ductos pancreáticos, uma secreção endócrina produz glucagon e insulina que entram no sangue. O suco pancreático age no processo digestivo (enzimas digestivas) e produz hormônios (insulina, somatostatina e glucagon). Produz diariamente 1200 – 1500 ml de suco pancreático; Situa-se posteriormente ao estômago, em posição retroperitoneal, estando portando fixado a parede abdominal posterior; O pâncreas divide-se em Cabeça (aloja- se na curva do duodeno), Colo, Corpo (dividido em três partes: anterior, posterior e inferior) e Cauda; O suco pancreático é recolhido por ductos que confluem, quase sempre, em dois canais: o ducto pancreático e o ducto pancreático acessório (menor e inconstante). Na sua terminação o ducto pancreático se junta ao ducto colédoco (fígado e vesícula biliar) para desembocar no duodeno por um óstio comum (ampola hepatopancreática). Entretanto, o ducto pancreático pode, também, desembocar separadamente no duodeno. 1. Ducto pancreático principal 2. Ducto pancreático acessório 3. Ducto pancreático + Ducto colédoco = Ampola Hepatopancrática Possui o esfíncter hepatopancreático responsável pelo controle da abertura e fechamento da ampola na papila duodenal maior. REFERÊNCIAS NETTER, F. H. Atlas de anatomia humana. 6 ed