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02 Religião e ciência, saúde e espiritualidade_ um encontro possível_1

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CULTURA RELIGIOSA
02. Religião e ciência, saúde e
espiritualidade: um encontro possível?
Por: THOMAS HEIMANN
 
 
Ciência e Religião são duas "instituições" detentoras de grande força e poder na cultura humana. De uma
indiferenciação inicial em tempos primitivos, essas duas forças foram, gradativamente, não apenas se
afastando, mas colocando-se em posições opostas e antagônicas. Fatos como retratação forçada de Galileu ao
propor sua teoria heliocêntrica e a morte de Giordano Bruno por suas convicções de Deus na sua relação com o
universo – ambas patrocinadas pela Inquisição na Idade Média – exemplificam o cenário conturbado que
caracterizou o relacionamento entre essas duas áreas. Esses conflitos, após o advento da modernidade,
viveram momentos de grande tensão, por exemplo, com a discussão envolvendo o criacionismo e o
evolucionismo. Nessa aula virtual, porém, queremos aprofundar algumas possibilidades de interação e diálogo
entre Ciência e Religião, Medicina e Espiritualidade, além de analisar um fenômeno religioso sob a ótica
interdisciplinar e inter-religiosa. 
Ciência e Religião: duas áreas distintas 
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Conforme afirma Paiva, há uma diferença significativa entre os conceitos de ciência e religião, sendo dois
modos diferentes de conhecer o mundo e o ser humano, que envolvem tanto a fonte do conhecimento quanto
os critérios de verificação de cada uma. Para a religião, especialmente a Ocidental, a fonte do conhecimento é
uma revelação transcendente, e os critérios de verificação advêm dessa revelação. A fé nessa revelação,
mesmo que não seja plenamente compreendida lógica e racionalmente, é o paradigma da constituição da
verdade. Nesse paradigma, inserem-se as três grandes religiões monoteístas: Cristianismo, Judaísmo e
Islamismo. Diversos teólogos, porém, não desprezam a razão humana como fonte de conhecimento do mundo,
vendo-a também como um dom de Deus à humanidade. Já para o conhecer científico, a fonte de todo o
conhecimento é a força natural da razão e dos sentidos, e os critérios de verificação são fornecidos por
procedimentos empíricos guiados pela lógica (PAIVA, 2000, p. 16).
Para o teólogo Gerd Theissen, a modernidade realmente depôs o regime de autoridade e poder religioso que
estava instituído há séculos. Se antigamente a religião estava no governo, e a ciência era a oposição, nos dias
de hoje se verifica exatamente o inverso (apud BRAKEMEIER, 2006, p. 10). Portanto, o poder do século XXI
está nas mãos não mais da Igreja ou da religião, mas da ciência, a ponto do teólogo protestante Brakemeier
afirmar a inversão da ordem, geradora de um certo paradoxo, próximo a uma divinização da própria ciência. 
O fulminante dinamismo da ciência acabou atribuindo-lhe, por sua vez, a aura de uma religião. A
ciência tornou-se, ela própria, objeto de fé. Ela ultrapassou a religião tradicional e constitui-se no
credo da pessoa moderna. (BRAKEMEIER, 2006, p. 18)
Há algum tempo, trabalhos e afirmações que aproximassem a espiritualidade da ciência pareceriam ideias
sentidas como completamente ilegítimas e estranhas aos preceitos religiosos e científicos, tal como explicam
Horta et al.:
Ciência e religião eram campos historicamente opostos, pelo menos na cultura do ocidente. O apego
da cultura ocidental por um pensamento linear (causalista e simplificador) e seu encantamento pelos
avanços tecnológicos e sua crença numa filosofia empirista – em síntese, a adição ocidental ao
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positivismo estrito – configuram um conjunto de condições que, provavelmente, proporcionaram o
isolamento e estimularam os conflitos entre religiosidade e pensamento científico. (HORTA et al.,
2004)
Os modelos de relação entre Ciência e Religião
Diferentes modelos de relação entre Ciência e Religião já foram propostos, sendo o modelo do físico Ian
Barbour o mais conhecido. Vamos acrescentar, nesta aula, outros elementos além dos já descritos no Capítulo 2
do livro texto. 
Analisando o modelo conflito pelo lado da religião, os fundamentalistas bíblicos criticam a Ciência,
especialmente pelo fato de ela desconsiderar os relatos bíblicos, interpretados literalmente, acusando a ciência
de querer "brincar de Deus". A Ciência é vista como uma ofensa ao discurso dogmático religioso, da qual as
religiões não querem ou, no seu entender fundamentalista, não podem abrir mão. 
Para Brakemeier, a convivência inamistosa ao longo da história criou uma relação de suspeita recíproca entre
Ciência e Religião: 
A religião temia a destruição da fé mediante a racionalidade científica, enquanto a ciência se defendia
contra o perigo de ver restrita sua liberdade pela religião ou até mesmo de ver prescritos os resultados
de suas investigações. (BRAKEMEIER, 2006, p. 17)
O segundo modelo de Barbour é o da independência. Esse modelo afirma que não pode haver interação ou
diálogo entre as duas áreas, porque ambas utilizam métodos de investigação contrastantes, bem como
linguagens distintas. Uma baseia-se na razão e em fatos, tendo um caráter de objetividade; a outra baseia-se na
fé e em valores, sendo de caráter subjetivo. Seria como duas retas paralelas que não se tangenciam em
momento algum, permanecendo isoladas sem nenhuma contribuição mútua entre elas.
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Segundo Johannes Kepler, astrônomo e teólogo, um dos mais renomados cientistas do século XVI, seria abusar
da Bíblia querer deduzir dela informações científicas. Para Kepler, a Bíblia trata de assuntos relativos à
salvação, e não de informações científicas sobre a natureza (PETERS e BENNET, 2003, p. 46-7). Kepler,
portanto, parece exemplificar o modelo da independência entre as duas áreas, proposto por alguns estudiosos. 
O terceiro modelo é o do diálogo. Para Barbour, esse modelo pressupõe alguns paralelos metodológicos entre
as duas áreas, bem como questões que não são respondidas pela Ciência e podem ser auxiliadas pela
Religião, especialmente referindo-se às questões existenciais do ser humano. Diante da morte, portanto, a
religião, fé e espiritualidade encontram ampla aceitação por parte da ciência médica, especialmente no que
tange ao aplacar a angústia do doente e na inserção da dimensão da esperança.
O quarto modelo proposto por Barbour é a integração, que envolve a teologia natural (o mundo revela aspectos
sobre Deus), a teologia da natureza (que incorpora as descobertas da ciência que auxiliam a reformular a
teologia à luz destas descobertas) e a síntese sistemática (que combina Ciência e Teologia numa única
estrutura) (PETERS e BENNET, 2003, p. 46-7). Talvez esse modelo seja quase idealista, sendo dos quatro
tipos de integração o mais desafiante.
Para fixar e relembrar os diferentes tipos de relações existentes entre Ciência e Religião, verifiquemos a figura
abaixo. A primeira sintetiza o modelo de Barbour e a segunda a do teólogo Augustus Nicodemus:
A. MODELO DE RELAÇÃO DE IAN BARBOUR
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B. MODELO DE RELAÇÃO DE AUGUSTUS NICODEMUS 
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PETERS, TED e BENNET, Gaymon (Orgs.). Construindo pontes entre a ciência e religião. São Paulo:Edições Loyola: UNESP, 2003.
A obra é uma coleção de ensaios que retratam o "novo diálogo entre ciência e religião". Reúne autores de
várias religiões, culturas, contextos científicos e geográficos engajados em construir as pontes entre as duas
áreas com mútuo enriquecimento. Fruto de anos de um esforço concentrado, conduzido por centenas de
pessoas ao redor do mundo, sintetiza um trabalho interdisciplinar tanto no seio de universidades e seminários
como também de paróquias, escolas e outros fóruns públicos.
A relação entre Medicina e Religião, espiritualidade e saúde
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Como já foi amplamente demonstrado no livro texto, há fortes relações entre Medicina e Religião, espiritualidade
e saúde, desde os seus primórdios. Tal relação sofreu um baque após o advento da modernidade, mas vem
sendo retomada por diferentes grupos de pesquisa, que com estudos científicos têm procurado demonstrar os
benefícios da fé e espiritualidade para a promoção da saúde integral do ser humano. 
A influência da religiosidade/espiritualidade tem demonstrado potencial impacto sobre a saúde física,
definindo-se como possível fator de prevenção ao desenvolvimento de doenças, na população
previamente sadia, e eventual redução de óbito ou impacto de diversas doenças. As evidências têm-
se direcionado de forma mais robusta e consistente para o cenário de prevenção. (GUIMARÃES e
AVEZUM, 2007, p. 93)
Uma curiosidade na relação entre Medicina e Religião está inclusive no símbolo da Medicina, o bastão de
Esculápio/Asclépio, que retrata uma cobra enrolada em um bastão. É curioso observar que não só na cultura
grega, mas também na cultura judaico-cristã há um relato que aponta para imagem da serpente enrolada em
um bastão como símbolo da cura, que é a passagem bíblica do livro de Números 21.7b-9, que diz:
Moisés orou ao Eterno em favor do povo, e ele disse: "Faça uma cobra de metal e pregue num poste.
Quem for mordido deverá olhar para ela e assim ficará curado." Então, Moisés fez uma cobra de
bronze e pregou num poste. Quando alguém era mordido por uma cobra, olhava para a cobra de
bronze e ficava curado.
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A partir dos relatos acima, seria uma impropriedade teórica, uma negação da história, ignorar a íntima
relação da origem da medicina com o campo religioso ou mitológico. É na busca do significado dos
símbolos que conseguimos construir a nossa própria história, e a ciência médica não pode se furtar a
esse olhar que desvela a sua própria essência, que é a arte da cura e promoção de saúde,
intimamente ligada a templos, ritos e sacerdotes.
Análise de um fenômeno religioso: doença mental ou possessão?
Uma interpretação de práticas de libertação espiritual e exorcismo
em uma ótica multidisciplinar
Esse é, indiscutivelmente, um tema muito delicado e polêmico para se tratar em uma disciplina acadêmica.
Porém, como é um fenômeno presente em muitas religiões, vale o desafio de olharmos para ele.
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Para que se levante a possibilidade de um diagnóstico positivo de possessão, é necessário que um indivíduo
apresente, de forma clara e significativa, uma série de sintomas, indicados na tabela a seguir, levando-se
também em conta nesse diagnóstico a frequência, a duração e a intensidade dos sintomas. O filme Stigmata
(1999), mesmo que não trate da questão da possessão, traz cenas que praticamente sintetizam todos os
sintomas descritos neste texto, dando uma visão concreta (um pouco exagerada) do que aqui estamos tratando.
Tabela 1 Sintomas relacionados à possessão
É prudente afirmar, porém, que a ciência já consegue provar que muitos desses sintomas podem ser explicados
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à luz da fisiologia humana, como, por exemplo, em momentos de muita tensão, extrema força e insensibilidade
à dor em função de descargas de adrenalina, o que é chamado de sansonismo (relativo ao personagem bíblico
Sansão).
Wegner, ao abordar essa temática, faz referência aos critérios que a Igreja Católica Apostólica Romana levanta
para indicar uma possível possessão, descritos no Rituale Romanum (escrito séculos atrás). São eles (apud
WULFHORST, 2004, p. 126):
o possesso deve falar diversas palavras de uma língua estranha ou entender o que alguém diz em uma
língua desconhecida;
deve ser capaz de relatar fatos secretos ou acontecidos em lugares distantes;
deve demonstrar forças que excedam a sua idade e transcendam a possibilidade de que a natureza
humana dispõe.
Diante desse tema, que desperta inúmeras dúvidas sobre a sua etiologia, isto é, de onde surgem e por que se
manifestam as possessões nos indivíduos, segue uma série de possíveis interpretações para o fenômeno, que
transversalizam a Medicina e a Religião.
#video1#
Visões religiosas diferentes da possessão
Vamos examinar como as diversas religiões tratam do fenômeno que, mesmo não sendo considerado o mesmo
em cada uma delas, estruturalmente se mostra muito semelhante.
Religiões afrobrasileiras – Afirmam que os eguns, espíritos zombeteiros de pessoas falecidas, podem
importunar ou atormentar os vivos. Nos cultos afro, diversas entidades também incorporam ("ocupam",
"baixam") nos indivíduos (médiuns), porém, essas entidades não são vistas como espíritos malignos. 
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Doutrina espírita (Allan Kardec) – Não crê em demônios, mas em espíritos obsessores de "pouca luz".
Andrade define obsessão como a ação persistente que um espírito mau exerce sobre um indivíduo, cujas
características podem ir desde uma simples influência moral, sem sinais exteriores perceptíveis, até a
perturbação completa do organismo e das faculdades mentais (apud WULFHORST, 2004, p. 55). Essa
obsessão pode ser de três tipos ou graus: a) obsessão simples: o sujeito é perseguido tenazmente pela
ação mental de um espírito; b) fascinação: mais grave, pois o espírito passa a controlar os pensamentos e
o raciocínio do obcecado, como um processo parasitário; c) subjugação: há um domínio quase total do
espírito sobre a pessoa, moral e corporalmente. As formas de combater a obsessão são a prece, a
fluidoterapia (passes e água magnetizada), a participação em reuniões mediúnicas de desobcessão e
exercício constante do bem (ibid., p. 56-57).
Religiões cristãs históricas/tradicionais – Admitem a possessão, mas só depois de acurada
investigação do caso, o que implica levantar todas as possíveis causas racionais para os fenômenos,
incluindo diagnósticos médicos e psicológicos. Essas Igrejas também diferenciam os conceitos de
tentação, influência e possessão demoníaca.
Religiões neopentecostais – Afirmam que os demônios atuam intensamente, podendo ser todos os
males físicos e mentais sinais de possessão demoníaca. Em movimentos carismáticos, a possessão e o
exorcismo são práticas "comuns", fazendo parte do cotidiano religioso.
Islamismo – Também acredita em demônios. Considera que Satanás e seus filhos, os anjos caídos,
chamados de gênios, demônios e duendes, podem desobedecer a Deus e possuir o corpo das pessoas.
Tais espíritos maus precisam ser expulsos por meio do ritual em que se lê o Alcorão e se fazem súplicas
pela libertação do possesso.
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Judaísmo – Acredita que espíritos de pessoas que já faleceram (os dibbuks) podem atormentar os vivos.
Hinduísmo – Desde os Vedas, textos antigos e sagrados dos hindus, já há menção dos chamados
exorcismos medicinais, nos quais se usavam mantras e frases objetivando conjurar e expulsar os
demônios.
 A prática do exorcismo nos dias de hoje
Há dois tipos básicos de exorcismo praticados nos dias atuais: o público e o privado.
Privado – A pessoa atormentada é levada para um local reservado. Não há público ou plateia. Os
exorcistas (padres ou pastores) realizam o rito de exorcismo, que implica uma "guerra" entre o exorcista e
o possuído, o que pode ser traduzido como uma batalha entre o próprio Deus (na pessoa de Jesus) e o
demônio. São os exorcismos praticados pelas Igrejas tradicionais (como a católica), sempre depois de
acurada investigação psiquiátrica. A Igreja Católica, a partir do Concílio Vaticano II (década de 1960),
decretou que apenas alguns sacerdotes poderiam expulsar demônios. Já no ano 2000, foi lançado pela
Igreja Católica um manual oficial de exorcismo, buscando-se regulamentar a prática desses rituais.
Público – Está presente em alguns cultos evangélicos de cunho neopentecostal (e em alguns movimentos
pentecostais e carismáticos). São os chamados cultos de libertação ou sessões de descarrego. Nesses
cultos, normalmente os demônios manifestam-se em várias pessoas, que são publicamente exorcizadas. 
Essas questões nunca encontrarão unanimidade, nem sequer consenso, na discussão religiosa e científica.
Porém, fenomenologicamente, ninguém duvida que elas, de fato, existam em nossa sociedade. 
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Para um aprofundamento e melhor compreensão desse complexo assunto, sugerimos que você leia o artigo
científico intitulado Diagnóstico diferencial entre experiências espirituais e psicóticas não patológicas e
transtornos mentais: uma contribuição de estudos latino-americanos para o CID-11. O artigo está disponível no
site Scielo.
Concluímos este capítulo retomando a necessidade de Ciência e Religião, Medicina e Espiritualidade
colocarem-se em uma postura de abertura e diálogo crítico e construtivo, tendo em mente a promoção da saúde
integral do ser humano. 
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[...] a ciência e a religião constituem pilares fundamentais de conhecimentos construídos pela
humanidade ao longo de sua existência. Ambos com erros e acertos julgados pelos próprios seres
humanos a cada época de sua história de 500 mil anos. Ao longo dessa história, não existiram povos
sem religião, nem povos sem curiosidade (científica) para entender os fenômenos da natureza. Assim,
ciência e religião compõem a unicidade antropológica da espécie humana; integrá-las deverá ser uma
questão de tempo e de sabedoria (AZEVEDO, 2013, p. 476).
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AZEVEDO, Eliane S. Breves considerações na convergência ciência e religião. Cad. CRH, Salvador, v. 26, n.
69, p. 469-476, Dez. 2013. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S0103-4979201300030>. Acessado em: 31
Ago. 2016. 0004.
 
BRAKEMEIER, Gottfried. Ciência ou religião: quem vai conduzir a história? São Leopoldo: Sinodal, 2006.
GUIMARÃES, H. P.; AVEZUM, A. O impacto da espiritualidade na saúde física. A. / Rev. Psiq. Clín. 34, supl. 1;
88-94, 2007.
HORTA, Cristina et al. A religiosidade e suas interfaces com a medicina, a psicologia e a educação.
Disponível em: <http://www2.unifesp.br/dpsiq/polbr/ppm/especial07.htm>. Acesso em: 18 mar. 2016.
PAIVA, Geraldo José de. A religião dos cientistas: uma leitura psicológica. São Paulo: Edições Loyola, 2000.
PETERS, TED e BENNET, Gaymon (Orgs.). Construindo pontes entre a ciência e religião. São Paulo:
Edições Loyola: UNESP, 2003.
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WULFHORST, Ingo. (Org.). Espiritualismo/espiritismo: desafios para a Igreja na América Latina. São
Leopoldo, RS; Genebra, CH. Federação Luterana Mundial, 2004.
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