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Rev. Cient. Sena Aires. 2016 Jan-Jun; 5(1): 70-8. 
 
 A ENFERMAGEM NA AVALIAÇÃO E CONTROLE DA DOR 
PÓS-OPERATÓRIA 
 NURSING IN EVALUATION AND CONTROL OF POSTOPERATIVE PAIN 
 Viviane Silvestre de Souza1, Marcelo Moreira Corgozinho2. 
Como citar: 
Souza VS, Corgozinho MM. A enfermagem na avaliação e controle da dor pós-operatória. Rev. Cient. Sena Aires. 
2016;5(1): 70-8. 
 
RESUMO 
A dor é o quinto sinal vital que deve ser registrado ao mesmo tempo e 
no mesmo ambiente clínico em que também são avaliados os outros 
sinais. Uma avaliação segura e eficaz do paciente, na qual alterações 
endócrinas e metabólicas decorrentes do trauma anestésico-cirúrgico 
sejam consideradas e, ainda, a criação de padrões e critérios de 
avaliação para a assistência prestada ao paciente neste período e 
avaliação dos mesmos. O controle da dor pós-operatória envolve 
basicamente o uso de AINEs, opióides, por diversas vias e métodos, uso 
de meios físicos e intervenções de natureza comportamental cognitiva, 
como técnicas educativas, de relaxamento, distração e imaginação 
dirigida entre outras. O presente estudo foi desenvolvido através de 
pesquisas bibliográfica indexados nas bases de dados: Scielo e Lilacs, 
com os seguintes descritores: Dor, Pós-operatório, Avaliação, Controle 
e Enfermagem. O objetivo deste estudo é descrever sobre a atuação da 
enfermagem na avaliação e controle da dor pós-operatória. É função da 
enfermagem implementar a terapêutica adequada visando a prevenção 
e o alívio da dor, responsabilizando-se pela avaliação da mesma no 
período pós-operatório visando a promoção do conforto ao paciente com 
o alivio da dor.. 
Descritores: Dor; Pós-operatório; Avaliação; Controle; Enfermagem. 
 
ABSTRACT 
Pain is the fifth vital sign to be recorded at the same time and in the 
same clinical environment which are also evaluated in other signals. An 
appraisal of safe and effective patient in which endocrine and metabolic 
alterations resulting from the anesthetic-surgical trauma are 
considered and also the creation of standards and evaluation criteria 
for patient care in this period and their evaluation. The control of 
postoperative pain basically involves the use of NSAIDs, opioids, by 
various routes and methods, use of physical and cognitive behavioral 
interventions, such as educational techniques, relaxation, guided 
imagery and distraction among others. . The present study was 
developed through literature searches of existing articles, indexed in 
databases: Scielo, bireme, and lilacs, with the following descriptors. 
Pain, Pain in the postoperative pain assessment by nurses, the 
importance of pain. The aim of this study is to describe on the nursing 
assessment and control of postoperative pain. It is the job of nursing 
implement drug therapy for the prevention and relief of pain, taking 
responsibility for the evaluation of the same in the postoperative period 
for the promotion of comfort to the patient with pain relief. 
Descriptors: Pain; Post-operative; Evaluation;Control; Nursing. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
R
EV
IS
Ã
O
 
Souza VS, Corgozinho MM. 
 
 
 Rev. Cient. Sena Aires. 2016 Jan-Jun; 5(1):70-8. 
 
71 
 
INTRODUÇÃO 
 
A agência Americana de Pesquisa e Qualidade em Saúde Pública e 
Sociedade Americana de dor descreve a dor como o quinto sinal vital que deve 
ser registrado ao mesmo tempo e no mesmo ambiente clínico em que também 
são avaliados os outros sinais. Dor foi conceituada pela Associação 
Internacional para Estudos da Dor (IAP) como uma experiência sensorial e 
emocional desagradável, associada a um dano real ou potencial dos tecidos, ou 
descrita em termos de tais lesões.1 
A ocorrência de dor pós-operatória depende da influência de fatores 
culturais, psicológicos como ansiedade, depressão, medo, entre outros, da 
extensão durante o trauma durante a intervenção cirúrgica, da habilidade 
técnica do cirurgião, das doenças prévias, do local e do tipo da incisão.2 
Com relação ao tipo de cirurgia, a intensidade da dor no pós-operatório 
está mais na dependência do local operado do que da gravidade do 
procedimento. Portanto, a qualidade do tratamento da dor instituído no pós-
operatório é a única variável onde a equipe pode e tem a obrigação de interferir 
visando uma recuperação mais tranquila do paciente.3 
A dor pós-operatória é constante ou desencadeada pelos movimentos e 
sua intensidade é influenciada, entre outros fatores pelo local da incisão, 
extensão do trauma tecidual, presença de drenos e de fatores individuais, de 
natureza física, cultural ou emocional e por circunstâncias ambientais.4 
A dor é uma das razões mais comuns da busca por cuidados médicos, e 
quando não controlada é responsável pelo aumento de complicações pós-
operatórias. Pacientes que tem a intensidade da dor avaliada e registrada 
sistematicamente apresentam considerável redução do quadro doloroso, 
quando comparado aos que não são monitorizados. 5 
A dor pós-operatória é constante ou desencadeada pelos movimentos e 
sua intensidade é influenciada, entre outros fatores, pelo local da incisão, 
extensão do trauma tecidual, presença de drenos e de fatores individuais e por 
circunstâncias ambientais.4 
O trauma advindo do ato operatório implica em alterações fisiológicas e 
emocionais que, se não adequadamente controladas, predispõem os doentes a 
complicações e podem afetar a recuperação do indivíduo, a dor merece 
destaque, pois é um fenômeno muito frequente no pós-operatório e pode 
resultar em sofrimento e exposição dos doentes a risco desnecessário.6 
Como consequências ocorre a diminuição da expansibilidade da caixa 
torácica, dificuldade para a ventilação profunda, dificuldade de eliminação das 
secreções do trato respiratório, podendo ocasionar atelectasia e infecções 
respiratórias. Além disso, o indivíduo tende a se alimentar menos, pelo 
desconforto da dor, o que pode agravar quadros de desnutrição e influir na 
cicatrização da ferida cirúrgica.7 
Os instrumentos usados para avaliar a dor podem ser unidimensionais 
ou multidimensionais. Os instrumentos unidimensionais avaliam somente uma 
das dimensões da experiência dolorosa, são designados para quantificar apenas 
a severidade ou a intensidade da dor e têm sido usados frequentemente em 
hospitais e/ou clínicas para se obterem informações rápidas, não invasivas e 
válidas sobre a dor e a analgesia. Os instrumentos multidimensionais, é um 
instrumento simples, sensível e reprodutivo, permitindo análise contínua da 
dor, Que de outro lado, são empregados para avaliar e mensurar as diferentes 
dimensões da dor a partir de diferentes indicadores de respostas e suas 
interações. As principais dimensões avaliadas são a sensorial, a afetiva e a 
avaliativa.5, 8 
Souza VS, Corgozinho MM. 
 
 
 Rev. Cient. Sena Aires. 2016 Jan-Jun; 5(1):70-8. 
 
72 
Geralmente a “dor no pós-operatório imediato é avaliada 
qualitativamente para verificar se existe correlação entre a mesma, a cirurgia e 
os demais processos fisiopatológicos que acompanham o ato anestésico 
cirúrgico”.9 
Atualmente, tem-se discutido muito sobre a implantação de métodos de 
avaliação da dor, pois esses contribuem para uma avaliação mais efetiva e um 
cuidado adequado. A equipe de Enfermagem deve ter conhecimento dos 
métodos de avaliação da dor padronizados no setor de atuação, para terem 
domínio da sua aplicação.10 
A equipe de enfermagem é quem, pela maior proximidade com o paciente, 
identifica, avalia, notifica e controla a dor pós-operatória. Nesse sentido, o 
objetivo deste estudo é descrever sobre a atuação da enfermagem na avaliação 
e controle da dor pós-operatória.1 
 
MÉTODO 
 
O presente estudo foi desenvolvido através de pesquisas bibliográficas de 
artigos já existentes, indexados junto às bases de dados: Scientific Electronic 
Library Online (Scielo), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da 
Saúde (Lilacs) e Google Acadêmico, com os seguintesdescritores: Dor, Pós-
operatório, Avaliação, Controle e Enfermagem. 
 Para a seleção dos artigos utilizou-se como critérios de inclusão o 
período de publicação entre os anos de 2001 e 2010, no idioma português. 
Foram excluídos os textos que tratavam de dor em outros contextos clínicos, 
bem como os anos anteriores ao critério de inclusão. As informações foram 
discutidas com base no exercício profissional de enfermagem. 
 
RESULTADOS 
 
A enfermagem na avaliação da dor pós-operatória 
 
A experiência dolorosa é um fenômeno individual e, para caracterizá-la, 
devem ser realizadas avaliações sistemáticas. O registro de tais informações 
permite que os dados sejam compartilhados entre diversos plantões e a equipe 
multiprofissional, possibilitando melhor assistência.1 
A equipe de enfermagem é quem efetivamente convive mais tempo com o 
cliente; desta forma, se faz necessário que saiba conhecer os sinais de dor para 
assim buscar intervir corretamente no seu alívio.11 
A Enfermagem deverá realizar um exame físico detalhado, inspecionando 
o local da incisão e identificando outros desconfortos como drenos, cateteres, 
sondas, cânulas, etc. verificar sinais vitais, observar sinais de desconforto no 
leito; movimentação e comunicação verbal e não verbal.9 
Dor é uma experiência pessoal e subjetiva, com tendências a alterações 
e cronicidade. Tendo em vista essas complicações, torna-se necessário avaliá-la 
regularmente usando instrumentos apropriado.12 
As características da dor também devem ser avaliadas, incluindo o seu 
início, local, irradiação, periodicidade, tipo de dor, duração e fatores 
desencadeantes. É importante observar as reações comportamentais e 
fisiológicas da dor, tais como: expressão facial, inquietação, posicionamento 
protetor, insônia, ansiedade, irritabilidade, sudorese, palidez, taquicardia, 
taquipnéia, hipertensão, entre outros.11 
Uma avaliação segura e eficaz deste paciente, na qual alterações 
endócrinas e metabólicas decorrentes do trauma anestésico-cirúrgico sejam 
consideradas e, ainda, a criação de padrões e critérios de avaliação para a 
assistência prestada ao paciente neste período e avaliação dos mesmos.13 
Souza VS, Corgozinho MM. 
 
 
 Rev. Cient. Sena Aires. 2016 Jan-Jun; 5(1):70-8. 
 
73 
A utilização de instrumentos padronizados para mensurar e avaliar as 
características da dor tem se mostrado efetiva como estratégia para o registro 
de dados sobre a dor e analgesia. As avaliações quando realizadas e registradas 
sistematicamente podem contribuir para a melhora do manejo do fenômeno 
doloroso, porém, poucos são os serviços que utilizam esses instrumentos 
(Tabela 1).1 
Embora seja destacada a necessária competência do enfermeiro e de 
outros profissionais no manejo da dor, a Sociedade Americana de Dor relata a 
deficiência da equipe multiprofissional para avaliar e aliviar a dor, como razão 
mais comum para que pacientes hospitalizados não tenham alívio da dor. Assim 
o pouco conhecimento por parte dos enfermeiros sobre a dor e seu tratamento 
pode constituir-se numa das principais barreiras para promoção de conforto 
nessa situação.2 
A avaliação e a documentação efetiva da dor pode, isoladamente, 
melhorar a comunicação entre os profissionais que assistem o paciente. Dentre 
os profissionais que assistem o paciente.14 
A enfermagem pode utilizar várias escalas para mensurar a intensidade 
da dor do paciente sendo que cada uma tem suas vantagens e limitações. 
Portanto, iniciar a avaliação da dor questionando sua intensidade, localização e 
tipo de intervenção podem parecer primário, porem demanda a escolha de 
escalas a serem utilizadas de acordo com a idade, habilidades de comunicação, 
prejuízo cognitivo e físico do paciente, deve-se utiliza instrumentos simples e de 
fácil manuseio.5 
 
Escalas de avaliação da dor 
 
A experiência dolorosa é evento muito mais amplo, não se resumindo 
apenas à intensidade. As características da dor também devem ser avaliadas, 
incluindo o seu início, local, irradiação, periodicidade, tipo de dor, duração e 
fatores desencadeantes. É importante observar as reações comportamentais e 
fisiológicas da dor, tais como: expressão facial, inquietação, posicionamento 
protetor, insônia, ansiedade, irritabilidade, sudorese, palidez, taquicardia, 
taquipnéia, hipertensão, entre outros. È essencial que o enfermeiro saiba 
reconhecer a importância dos sinais e sintomas na previsão e no impedimento 
das complicações no pós-operatório.5,15 
O enfermeiro de participar de forma ativa na avaliação e tratamento, 
garantindo a oferta analgésica e de forma adequada, sendo assim, deve ser 
capaz de prever um evento doloroso durante a realização de um procedimento 
diagnóstico terapêutico, para poder programar medidas para minimizar ou 
prevenir a ocorrência de dor. A eficácia do tratamento e o seu seguimento 
dependem de uma avaliação e mensuração da dor confiável e válida.11 
Existem vários métodos para avaliação da dor e cada um tem o seu uso 
em diferentes situações clínicas, são instrumentos utilizados para quantificá-
la, e sua estrutura pode possuir várias forma.12 Nesse sentido, segue abaixo e 
exposição das principais escalas de mensuração da dor (Tabela 1). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Souza VS, Corgozinho MM. 
 
 
 Rev. Cient. Sena Aires. 2016 Jan-Jun; 5(1):70-8. 
 
74 
Tabela 1. Principais escalas de avaliação da dor. 
Fonte: Scopel E, Alencar M, Moraes RC.16 
 
Dentre as escalas utilizadas na avaliação da dor, destacam-se as escalas 
unidimensionais, provavelmente relacionadas à praticidade de uso. Entretanto, 
não se pode desprezar a possibilidade de avaliação multidimensional. 
A mensuração da dor é extremamente importante no ambiente clínico, 
pois se torna impossível manipular um problema dessa natureza sem ter uma 
medida sobre a qual basear o tratamento ou a conduta terapêutica. Sem tal 
medida, torna-se difícil determinar se um tratamento é necessário, se o prescrito 
é eficaz ou mesmo quando deve ser interrompido.10 
Na visão da maioria dos pacientes em pós-operatório, a prioridade do 
atendimento deve ser dada à mensuração da intensidade da dor e avaliação da 
analgesia. Por isso, a gestão da dor pós-operatória deve ser tratada como uma 
das prioridades nos hospitais, já que é um dos principais componentes da 
satisfação do paciente no tratamento e também porque o seu alívio é direito 
humano.14 
 
ESCALAS 
UNIDIMENSIONAIS 
 
DESCRIÇÃO 
Escala de Estimativa 
Numérica (EN) 
Neste instrumento os pacientes avaliam a sua dor em 
uma escala de 0 a 10 ou numa escala de 0 a 5 categorias, 
com 0 representando "nenhuma dor" e 5 ou 10 indicando "a 
pior dor imaginável". 
Escala Analógica 
Visual (EAV) 
Escala analógica visual (EAV): consiste em uma linha 
reta, desenhada ou impressa, de tamanho determinado, com 
os descritores verbais ausência de dor e a pior dor possível 
em cada uma de suas extremidades, respectivamente. 
Usualmente a EAV consiste em uma linha de 100mm com 
uma linha transversal em cada extremidade, acompanhada 
dos descritores citados sidade da sua dor atual. O observador 
deve medir a distância entre o descritor: ausência de dor e a 
marcação feita pelo paciente em centímetros. 
Escala Verbal (EV) o paciente quantifica a sua experiência dolorosa 
utilizando descritores como ausência de dor, dor branda, dor 
moderada, dor intensa e dor insuportável26. 
Escala de Faces (EF) A escala é composta por cinco expressões, as quais 
variam da expressão sem dor até a dor insuportável, sendo 0 
= sem dor, 1 = dor leve, 2 = dor moderada, 3 = dor forte, 4 = 
dor insuportável. 
 
ESCALAS 
MULTIDIMENSIONAIS 
 
DESCRIÇÃO 
O Desenho da 
Localização da Dor 
O desenho da localização da dor nos fornece uma 
representação gráfica do local onde o paciente está sentindo 
dor e sua distribuição. 
Questionário de McGill O MPQ é uma escala multidimensional que avalia a 
experiência dolorosa nas dimensões:sensorial, afetiva e 
avaliativa e é baseada em palavras que os pacientes 
selecionam para descrever sua dor. 
Prontuário da 
Percepção da Dor (Pain 
Percpetion Profile - PPP) 
 
O PPP é um instrumento multidimensional e seu 
objetivo é fornecer dados quantitativos em relação as 
diferentes dimensões da experiência dolorosa. Este 
prontuário é composta de quatro partes. A primeira parte 
mensura os limiares de detecção, de tolerância e de 
desconforto e a segunda parte utiliza o método de estimação 
de magnitude para estabelecer a função relacionando as 
estimativas do sujeito para uma séria controlada de 
intensidades físicas de estímulos elétricos. A parte três utiliza 
técnicas psicofísicas para quantificar a avaliação do sujeito 
nas diferentes dimensões da experiência dolorosa. 
Souza VS, Corgozinho MM. 
 
 
 Rev. Cient. Sena Aires. 2016 Jan-Jun; 5(1):70-8. 
 
75 
Consequências da dor no pós-operatório 
 
A dor é uma sensação desagradável que varia de intensidade e 
localização. Manifesta-se em cada individuo de maneira única, mesmo que ele 
passe por situações de injurias semelhantes, pois a percepção da dor, e da 
reação a ela está na dependência da realidade da cada um.11 
O controle da dor pós-operatória é o primeiro passo para a diminuição da 
morbi-mortalidade dos pacientes cirúrgicos, pois permite a realização de 
fisioterapia e deambulação precoces e diminui o “stress” físico e psicológico 
destes pacientes3. 
Além disso, a não mobilização do paciente, decorrente da dor, aumenta 
o risco de ocorrência de pneumonia e trombose venosa no período pós-
operatório, havendo relação direta destes eventos com o aumento da morbi-
mortalidade do paciente cirúrgico.3 
O adequado tratamento da dor no pós-operatório, não é apenas uma 
questão fisiopatológica, mas também uma questão ética e econômica. O controle 
da dor evita sofrimento desnecessário, proporciona maior satisfação do paciente 
com o atendimento e reduz os custos relacionados a possíveis complicações, 
que determinam maiores períodos de internação. Devido a isto o manejo da dor 
aguda no pós-operatório imediato, vem obtendo valorização conforme os 
benefícios do paciente são alcançados e cabe a enfermagem contribuir e 
alcançar essas metas.9 
Vale lembrar que as complicações pós-operatórias mais comuns são: 
depressão cardiorrespiratória, alterações neurológicas e renais, dor, hipotermia, 
náuseas e vômitos, distensão abdominal e soluço. Dentre estas, as do trato 
respiratório são as mais frequentes.13 
Dor resulta em alterações respiratórias, hemodinâmicas e metabólicas, 
que predispõem o doente à instabilidade cardiovascular, maior consumo 
energético e proteico e redução do volume ventilatório. Dor não controlada pode 
estar associada a arritmias cardíacas, atelectasia e pneumonias e depleção 
proteico-calórico, entre outros.6 
A dor também reduz a movimentação e a deambulação precoces, 
favorecendo o aparecimento de trombose profunda, principalmente em idosos e 
naqueles submetidos a cirurgias extensas. Além disso, interrompe o sono, o que 
pode resultar em maior desgaste físico, fadiga e menor motivação para cooperar 
com o tratamento.17 
A dor diminui a expansibilidade da caixa torácica, causa maior 
dificuldade para ventilação profunda e eliminação das secreções do trato 
respiratório, podendo ocasionar atelectasia e infecções respiratórias. O 
indivíduo tende a se alimentar menos, pelo desconforto da dor, o que agravar 
quadros de desnutrição e influenciar na cicatrização da ferida cirúrgica. 
Podendo haver alteração transitória da função cognitiva pela dor, alterações do 
sono e administração de opiáceos, principalmente em idosos4,18 
O estresse para o cliente cirúrgico poderá ser causado de acordo com a 
sua percepção. As respostas aos estressores também estão sujeitas a sua 
capacidade de adaptação, pelo fortalecimento do equilíbrio orgânico e 
psicológico.19 
Existem pacientes que acreditam que a dor e o sofrimento são condições 
que devem ser suportadas, outros podem hesitar a informar sua dor porque não 
querem ser vistos como queixosos, considerando reclamar como sendo um sinal 
de fraqueza, ou não querem tomar analgésicos, devido os efeitos colaterais ou 
porque necessitam ser educados; deve-se conversar com o paciente sobre dor, 
assim que ele chegar ao hospital, explicar que sua administração é parte 
fundamental no seu cuidado e a importância de que ele relate quando sentir 
dor, nesse sentido, o uso de materiais impressos, como folhetos pode ajudar.5 
Souza VS, Corgozinho MM. 
 
 
 Rev. Cient. Sena Aires. 2016 Jan-Jun; 5(1):70-8. 
 
76 
 
A enfermagem no controle da dor pós-operatória 
 
O tratamento da dor pós-operatória deve ser feito de forma regular e não 
de demanda, atendendo as necessidades individuais de cada paciente, devendo 
haver familiaridade com a técnica e as drogas escolhidas, especialmente por 
parte da equipe medica e de enfermagem, que cuida do paciente.3 
Identificar a dor no pós-operatório é a primeira etapa na intervenção 
terapêutica, da equipe de enfermagem, para o alívio da dor. A equipe deve ter 
conhecimento à respeito do conceito de dor e efeitos deletérios sobre o 
organismo; prevenção e tratamento farmacológico; informações sobre 
antecedentes de dor associadas, para que os dados obtidos direcionem a 
enfermeira no planejamento de ações e na avaliação das intervenções de 
enfermagem.9 
O fenômeno doloroso compreende mecanismos neurais periféricos e 
centrais. Há, devido ao trauma cirúrgico, a produção de substâncias 
inflamatórias algiogênicas inflamatórias. Disto resulta a recomendação de se 
utilizar analgésicos que contribuam para o controle da inflamação (AINH).6 
O controle da dor pós-operatória envolve basicamente o uso de AINEs, 
opióides, por diversas vias e métodos, uso de meios físicos e intervenções de 
natureza comportamental cognitiva, como técnicas educativas, de relaxamento, 
distração e imaginação dirigida entre outras.18 
No pós-operatório, cabe ao anestesiológista a escolha da droga, da via, e 
da dose, visto que é o profissional mais apto a fazê-lo, e cabe à enfermagem 
administrar, observar e monitorar o paciente devido a qualquer intercorrência 
que venha ocorrer.9 
O controle da dor no pós-operatório pode envolver o uso da tecnologia 
sofisticada como cateteres peridurais e sistemas para analgesia controlada pelo 
paciente (ACP). A analgesia por cateter peridural compreende a infusão de 
morfínicos no sistema nervoso central. Uma das extremidades do cateter fica 
localizada junto à duramater e a outra exteriorizada. A Analgesia Controlada 
pelo Paciente (ACP) é conceito fundamentado no princípio do retro-controle. Ao 
sentir dor, o doente pode dispor de dose adicional de analgésico, de modo 
independente.6 
A utilização do cateter peridural (CPD) para analgesia é uma das 
ferramentas eficazes para controle e alívio da dor pós-operatória. A analgesia 
peridural promove uma analgesia segmentar prolongada e efetiva, com pequeno 
ou nenhum para efeito.12 
Entre os medicamentos utilizados para analgesia, vale ressaltar os anti-
inflamatórios não esteroides (AINE). Nessa categoria de fármacos estão 
incluídas as drogas que agem através da inibição da ciclooxigenase (COX), 
bloqueando a conversão do ácido araquidônio em prostanóides conhecidos 
como prostaglandinas e prostaciclinas e tromboxanos, envolvidos no processo 
inflamatório e na sensibilização dolorosa central e periférica. No Brasil os AINE 
que pode ser utilizados via endovenosa se restringem ao cetoprofeno (100 a 
300mg/dia), ao tenoxicam (20 a 40mg/dia) e cetarolaco) 10-30mg/dia).20 
Já a dipirona e do acetaminofeno, apesar de serem os analgésicos e 
antipiréticos mais populares, seus mecanismos de ação permanecem 
controversos. A dose recomendada de dipirona é de 15mg/kg a cada 6 horas e 
do acetoprofeno é de 12mg/kg a cada 4 a 6 horas.21 
Os Opiáceos, analgésicos narcóticos, têm sua açãoanalgésica através da 
ocupação de receptores um, kappa e delta, que reforçam a ação fisiológica das 
endorfinas e a das vias inibitórias noradrenérgicas e serotoninérgicas. Os mais 
usados são tramadol; meperidina; morfina; fentanil; sufentanil; nalbufina e 
buprenorfina.3 
Souza VS, Corgozinho MM. 
 
 
 Rev. Cient. Sena Aires. 2016 Jan-Jun; 5(1):70-8. 
 
77 
Os anestésicos locais atuam sobre os canais de sódio das terminações 
nervosas, bloqueando a transmissão do estimulo nociceptivo. Com o objetivo de 
proporcionar somente analgesia, mantendo a sensibilidade táctil e motricidade. 
O anestésico local deve ser empregado em baixas concentrações dando-se 
preferência a bupivacaína em aplicações intermitentes ou infusões continuas. 
Os mais usados são: levobupivacaina; ropivacaina e bupivacaina.20 
A dor pós-operatória quando tratada precocemente torna-se mais fácil de 
ser manipulada do que aquela estabelecida ou intensa. A reavaliação da dor é 
parte integrada do processo efetivo da administração da dor, sendo que sua 
frequência vai depender das condições clinicas do paciente, sugerindo a 
necessidade de reavaliações mais ou menos frequentes. Pacientes com dor 
aguda devem ter sua dor reavaliada não mais do que uma hora após 
administração analgésica, ou a cada relato na variação da dor, se o 
medicamento não reduzir a dor a um nível aceitável, deve ser perguntado ao 
medico sobre a possibilidade de reavaliação no plano de cuidado. A necessidade 
de promover o alívio da dor, do estresse e do desconforto aos pacientes é uma 
constate na vida dos enfermeiros. A queixa de dor deve sempre ser valorizada e 
respeitada, devido ao desconforto que ela manifesta.5,11,22-23 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O enfermeiro tem que ter um amplo conhecimento das alterações 
fisiológicas induzidas pelo ato cirúrgico, estando apto a detectar precocemente 
alterações que possam comprometer a evolução positiva do quadro clínico do 
paciente. 
Devido à proximidade que a equipe de enfermagem tem com o paciente, 
é que identifica e notifica a dor, através das escalas unidimensionais ou 
multidimensionais. 
A avaliação da dor no pós-operatório é uma experiência sensorial na qual 
a equipe de enfermagem é quem, pela maior proximidade com o paciente, 
identifica, alivia e notifica a dor. 
As escalas utilizadas pela enfermagem na avaliação da dor são as 
unidimensionais e as multidimensionais, que permite a equipe de enfermagem 
de varias formas, avaliar a intensidade da dor da for. 
O Enfermeiro não é o único profissional responsável a implementar o 
tratamento a dor, mas ele tem grande responsabilidade na monitorizarão da 
resposta do paciente. Os medicamentos mais usados no controle da dor são os 
analgésicos, anti-inflamatórios, opiáceos e analgesia controlada pelo paciente 
através de cateter peridural. O início da utilização desses medicamentos é feito 
de forma crescente, ou seja, aumenta a dose conforme a intensidade da dor, se 
ela é leve, moderada, intensa, ou intensa não controlada. 
Quando a paciente interna para a realização de um procedimento 
cirúrgico, uma das preocupações é saber se vai sentir dor. O ato cirúrgico em si 
já é estressante, e entre os cuidados que a enfermagem presta, existe a 
preocupação em promover conforto ao paciente. A Enfermagem deve, antes de 
tudo, prevenir, avaliar, controlar e aliviar a dor. 
 
 
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