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DOR CRIANÇA ESCALA DE DOR DOR NO RECÉM-NASCIDO ⚫ A International Association for the Study of Pain (IASP) define dor como ⚫ “uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada a lesões reais ou potenciais”. IASP - 1979 ⚫ “A inabilidade de comunicar verbalmente a dor não nega a possibilidade de o indivíduo a ter experienciado e sua necessidade de receber o tratamento adequado para o seu alívio”. (IASP, 2011) ⚫ “Dor é o que o paciente diz ser e existe quando ele diz existir” McCAFFERY (1983) ⚫ Estrutura da Dor ⚫ Dor Somática visceral - Dor direta e referida, ocorre quando os estímulos que vão produzir a sensação de dor que provêm das vísceras. ⚫ Dor Somática não visceral - ocorre quando os estímulos que vão produzir a sensação de dor provêm da periferia do corpo (pele, músculos, periósteo, articulações) ou de tecidos de suporte do organismo. ⚫ Psicogênica - Nenhum mecanismo nociceptivo ou neuropático pode ser identificado. ⚫ Além disso, há sintomas psicológicos suficientes para estabelecer critérios de distúrbio doloroso somatoforme, depressão, ou outro diagnóstico da classificação DSM-V, comumente associados com queixas de dor. ⚫ DURAÇÃO ⚫ Aguda - Uma sensação de curta duração (menos de 6 meses), em resposta a um trauma específico; Tem a função de alerta; ⚫ Geralmente desaparece com a resolução do processo patológico. ⚫ Crônica - Dura mais de 6 meses; Abuso de medicamentos; Insônia; Impede a execução de outras funções; ⚫ Sensação de desamparo e desespero; Depressão. ⚫ PERCEPÇÃO DA DOR PELA CRIANÇA: ⚫ A percepção da dor é multidimensional e varia quanto à: ⚫ Qualidade, ⚫ Intensidade, ⚫ Duração, ⚫ Localização e imagem simbólica, de acordo com características individuais de cada ser. ⚫ O recém-nascido sofre inúmeras experiências dolorosas logo nos primeiros dias de vida, como: A administração de vitamina K intramuscular. Perfuração cutânea para a dosagem de glicose no sangue. Teste do Pezinho. ⚫ Recém-nascidos admitidos em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTINs) são expostos, constantemente, a procedimentos dolorosos de intensidades variadas, como: ⚫ Cirurgias; ⚫ Aspirações de cânula traqueal; ⚫ Punções venosas, entre outros. Principais afecções dolorosas em Pediatria ✔ Cólicas infantis; ✔ Otite média; ✔ Faringite aguda; ✔ Gengivoestomatites; ✔ Infecções urinárias; ✔ Fibrose cística. ✔ Dor associada a procedimentos; ✔ Dor nos membros – Artrite reumatoide ou artrite crônica juvenil; ✔ Dor do crescimento; ✔ Fibromialgia; ✔ Cefaleia; ✔ Anemia falciforme; ✔ Dor na criança com câncer; ✔ Dor dentária. ⚫ A associação entre as experiências de dor neonatal em recém-nascidos prematuros e as implicações do desenvolvimento destas crianças apontam para um ⚫ Impacto negativo ⚫ No crescimento pós-natal; ⚫ Desenvolvimento cerebral; ⚫ E efeitos negativos sobre a atenção e o desenvolvimento cognitivo, emocional e motor. A identificação da Dor ⚫ É de extrema importância para haver um manejo eficaz. ⚫ O autorrelato é considerado, pelos profissionais de saúde, um dos melhores instrumentos para a avaliação da dor. ⚫ No entanto, recém-nascidos não verbalizam sua dor. ⚫ Dessa maneira, é essencial que haja outros métodos conhecidos e utilizados pelos profissionais para avaliar a dor, como o uso de escalas de dor validadas. Estágio do desenvolvimento cognitivo Expressões Sensório-motor (0-2 anos) Lactente pequeno: Resposta corporal generalizada de rigidez e agitação, choro alto, expressão facial (sobrancelhas arqueadas juntas, olhos firmemente fechados, boca aberta e quadrada) Lactente maior: Resposta corporal localizada, choro alto, expressão facial de dor e medo, resistência física Estágio do desenvolvimento cognitivo Expressões Pré-operacional (2-7 anos) Choro alto, grito estridente expressões verbais (“Ai!”), batidas dos braços e pernas, tentativas de empurrar o estímulo, ausência de cooperação, necessidade de contenção física, agitada, irritável, necessidade de conforto. Estágio do desenvolvimento cognitivo Expressões Operações concretas (7-11 anos) Comportamento para ganhar tempo: “espere 1 min”, “não estou pronto”; Rigidez muscular, punhos cerrados, articulações brancas, olhos fechados, corpo tenso, membros contraídos, teste franzida. Estágio do desenvolvimento cognitivo Expressões Operações formais (11-14 anos) Menos protesto verbal, menos atividade motora, maiores expressões verbais: “está me machucando”, “dói”; Maior tensão muscular e maior controle do corpo. AVALIAÇÃO DA DOR NAS CRIANÇAS ⚫ Considera-se como norma de boa prática na avaliação da dor ⚫ Acreditar sempre na criança que refere dor; ⚫ Privilegiar a auto-avaliação a partir dos 3 anos, sempre que possível; ⚫ Dar tempo à criança para expressar a sua dor; ⚫ Ter sempre presente o comportamento habitual da criança ou de uma criança sem dor da mesma idade; ⚫ Dialogar com a criança (a partir dos 3 anos) / pais / cuidador principal, observar a criança e utilizar um instrumento de avaliação da dor; ⚫ Realizar a história de dor na admissão da criança ao hospital e na primeira consulta; ⚫ Manter o mesmo instrumento em todas as avaliações da mesma criança, exceto se a situação clínica justificar a mudança; ⚫ Utilizar de forma rigorosa as instruções metodológicas específicas de cada instrumento; ⚫ Em situação de dor intensa dar prioridade ao tratamento em detrimento da sua avaliação. História da dor ⚫ Consiste na colheita de informação que permita orientar a avaliação e o controlo da dor utilizando todas as fontes de informação documentais disponíveis, aliada à observação e entrevista dos pais /cuidador principal e da criança a partir dos 3 anos. Esta colheita deve ser realizada logo que possível considerando os seguintes parâmetros: ⚫ Características da dor (localização, intensidade, qualidade, duração, frequência e sintomas associados); ⚫ Fatores de alívio e de agravamento; ⚫ Uso e efeito de medidas farmacológicas e não farmacológicas; ⚫ Formas de comunicar /expressar a dor; ⚫ Experiências anteriores traumatizantes e medos; ⚫ Habilidades e estratégias para enfrentar a dor e outros problemas de saúde; ⚫ Comportamento da criança e ambiente familiar; ⚫ Efeitos da dor na vida diária; ⚫ Impacto emocional e socioeconômico. Avaliação da intensidade da dor ⚫ Consiste em quantificar a sensação dolorosa através de instrumentos válidos, seguros e clinicamente sensíveis, tendo em atenção o tipo de dor, situação clínica e idade da criança. ⚫ Apesar de existirem instrumentos para as várias idades pediátricas e situações clínicas, não existe uma solução universalmente aceite. ⚫ Esta avaliação deve ser feita de forma regular e sistemática a todas as crianças, desde o primeiro contato: no caso da criança internada, a avaliação deve ser feita, pelo menos, uma vez em cada turno de trabalho (8 / 12 horas). ⚫ O registo deve ser complementado no processo clínico com informação qualitativa de outros aspectos considerados úteis para interpretar a dor na criança, uma vez que a maioria destas escalas avalia a intensidade da dor. ⚫ De acordo com a idade, e por ordem de prioridade, recomenda-se a utilização dos seguintes instrumentos: ⚫ Recém-nascidos ⚫ EDIN (Échelle de Douleur et d’Inconfort du Nouveau-Né). De referência para Unidades de Cuidados Intensivos Neonatais; ⚫ NIPS (Neonatal Infant Pain Scale). Mais apropriada para prematuros e recém-nascidos de termo; ⚫ PIPP (Premature Infant Pain Profile). Útil para a avaliação da dor em procedimentos; ⚫ N-PASS (Neonatal Pain, Agitation & Sedation Scale). Útil para recém-nascidos em ventilação assistida. ⚫ Menores de 4 anos ou crianças sem capacidade para verbalizar: ⚫ FLACC (Face, Legs, Activity, Cry, Consolability). ⚫ Entre 4 e 6 anos ⚫ FPS-R (Faces Pain Scale – Revised). Válida a partir dos 4 anos; ⚫ Escala de faces de Wong-Baker. Válida a partir dos 3 anos. ⚫ A partir de 6 anos ⚫ EVA (Escala Visual Analógica); ⚫ EN (Escala Numérica); ⚫ FPS-R (Faces Pain Scale – Revised); ⚫ Escalade faces de Wong-Baker. BIIP (BehavioralI Indicators of Infant Pain): ⚫ A escala Indicadores Comportamentais da Dorno Lactente é uma modificação recente do Sistema de Codificação Facial do Recém-Nascido (NFCS), ⚫ Que inclui o estado de alerta do recém-nascido e a movimentação das mãos, tornando a avaliação comportamental mais específica e inserida na interação entre paciente e ambiente. ⚫ Considera-se dor quando a pontuação é >5. ESCALA BIIP EDIN (Échelle Douleur Inconfort Nouveau-Né) A Escala de Dor e Desconforto do Recém-Nascido foi desenhada para avaliar a dor persistente do recém- nascido criticamente doente. ⚫ A sua aplicação é fácil e prática, permitindo acompanhar o comportamento do paciente por períodos mais prolongados, a fim de adequar a terapêutica necessária. ⚫ Define-se dor quando a pontuação é >7. ESCALA DE EDIN Define-se dor quando a pontuação é >7. NIPS (Neonatal Infant Pain Scale) ⚫ A Escala de Avaliação de Dor no Recém-Nascido é composta por cinco parâmetros comportamentais e um indicador fisiológico, ⚫ Avaliados antes, durante e após procedimentos invasivos agudos em RN a termo e pré-termo nas primeiras 6 semanas após o nascimento. ⚫ A maior dificuldade reside na avaliação do parâmetro “choro” em pacientes intubados — nessa situação, dobra-se a pontuação da mímica facial, sem avaliar o “choro”. ⚫ Define-se dor quando a pontuação é >4. ESCALA NIPS Define-se dor quando a pontuação é >4. Manejo da Dor Intervenções Farmacológicas Não Farmacológicas Intervenções Farmacológicas Intervenções Farmacológicas Intervenções Não Farmacológicas Orientações importantes para a prática da avaliação em criança ⚫ Incluir a avaliação da dor como o 5º sinal vital; ⚫ A avaliação não é um elemento isolado, deve ser realizada de forma contínua: implementar intervenções, avaliar e reavaliar; ⚫ Educar e preparar a família para o cuidado em casa; ⚫ Os pais podem usar as orientações oferecidas com o objetivo de gerenciar a dor do seu filho; ⚫ Um facilitador poderá apoiar a implementação de avaliação da dor para todas as crianças, incluindo aqueles com comprometimento cognitivo; OBRIGADA
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