Região cervical

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO – UEMA 
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS – CCA 
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA 
DISCIPLINA DE ANATOMIA TOPOGRÁFICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REGIÃO CERVICAL 
Aluno: Pedro Henrique Santos Aguiar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Luís 
2021 
Disciplina de Anatomia Topográfica 
 
Roteiro Prático - Região do Pescoço (comparativo entre as espécies 
domésticas) 
 
1. Importância Clínica e Cirúrgica/Estrutura anatômica 
 
Antes do início do processo de dissecção, realize a inspeção e a palpação para 
a observação e percepção da veia jugular externa, laringe, traquéia, esôfago e 
os linfonodos cervicais superficiais, observando forma, tamanho, consistência, 
sensibilidade. Identifique a articulação atlantocciptal (local de coleta de líquido 
cerebroespinhal). Faça isso no cadáver e realize também no animal vivo. A 
veia jugular externa é usada para as venopunções e infiltrações de líquidos. A 
traquéia é o conduto dos gases do processo respiratório, e é usada para a 
entubação endotraqueal em anestesias inalatórias ou lavagem bronquial (com 
auxilio de cateter) para exame bacteriológico. O esôfago permite a passagem 
de sonda esofágica flexível para a retirada de conteúdo estomacal/gases ou 
passagem de alimento/medicamentos, ou desobstrução. Algumas destas 
estruturas podem ser submetidas aos procedimentos cirúrgicos (esofagectomia 
e traqueotomia). É possível ocorrer nas diversas estruturas desta região 
processos patológicos de ordem geral, tais sejam lesões cutâneas, 
inflamatórias, tumorais, principalmente obstruções do esôfago (parcial ou total) 
por corpo estranho/ estenose da luz, ocasionada por tumores (aneurisma) 
parasitários (sperirocerca). 
 
Procedimento de Dissecção (ventrolateral esquerda) 
 
 Incisão e rebatimento da pele, usando a linha média ventral, rebatendo a 
pele para o lado esquerdo; 
 Incisão e rebatimento da camada cutânea da pele (tela subcutânea), 
com exposição do músculo cutâneo do pescoço; 
 Dissecção do plano profundo com exposição das seguintes estruturas: 
Identificar: 
 Os músculos esterno-hióideo, esternotireóideo, visualizando a traquéia 
(observe seu formato de tubo cartilagíneo, em forma de anel ligado por 
membranas anulares); 
 Observe lateral aos primeiros anéis traqueais a presença da glândula 
tireóide, localize também a glândula paratiróide; 
 Tracione a traquéia lateralmente e exponha o segmento cervical do 
esôfago; 
 Lateralmente e a esquerda, observe a veia jugular externa, os músculos 
braquiocefálico, esternocefálico, afaste os músculos e encontre as 
estruturas mais profundas como o feixe vásculo-nervoso, formado pela 
artéria carótida, veia jugular interna e nevo vagossimpático, todos 
envoltos por uma bainha de tecido conjuntivo; 
 Veja no esqueleto os diversos tipos de vértebras cervicais (7) 
 
 
 
 
Atividade 
 
https://www.youtube.com/watch?v=qPVNsK_yRPQ – sobre as estruturas do pescoço. 
 
 
1. Identifique em cores diferente e descreva as principais características das 
vertebras cervicais. (Imagem de cão). 
 
 
1- Atlas 
2- Axis 
3- Vértebras cervicais 
8- Occiptal 
9- Processo transverso do atlas 
10- Forame alar do atlas 
11- Forame transverso do atlas 
12- Processo espinhoso do axis 
13- Forame vertebral lateral 
14- Forame transverso 
15- Processo transverso do axis 
16- Corpo do Axis 
17- Processo articular caudal 
18- Processo articular cranial 
19- Processo transverso- Tubérculo ventral 
 
 O osso Atlas permite a livre movimentação da cabeça, assim como não possui 
processo espinhoso; não possui um corpo, sendo composta por duas massas laterais 
unidas por um arco dorsal e um arco ventral (anel ósseo); lateralmente a cada massa, 
projeta-se o processo transverso formando as asas do atlas; a face cranial do arco 
ventral articula-se com os côndilos do osso occipital; a fóvea do dente na face caudal 
das massas laterais se articula com os processos articulares craniais da segunda vértebra 
cervical; propicia fixação para a musculatura responsável pela movimentação da cabeça. 
20- Processo transverso- 
tubérculo dorsal 
21- corpo vertebral 
22- Primeira costela 
23- Processo transverso da 
vértebra toráxica 
24- Processo espinhoso da 
vértebra toráxica 
25- Canal transverso 
https://www.youtube.com/watch?v=qPVNsK_yRPQ
 O osso Áxis apresenta corpo cilíndrico, crista ventral; extremidade cranial 
apresenta dente, articulando com o atlas; movimento de giro com o atlas; face articular 
caudal côncava; inserção de ligamentos e músculos. 
 
As vértebras cervicais ( de C3 a C7) apresentam: face ventral do corpo com crista 
mediana; processo espinhoso pouco desenvolvido; processo transverso se ramifica em 
tubérculos dorsal e ventral; C3 a C6 têm forame transverso; a C7 (vértebra de transição) 
apresenta processo espinhoso mais alto, ausência de forame transverso e fóveas 
articulares para o primeiro par de costelas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. Esquematize e descreva o trajeto do esôfago e da traqueia indicando as relações 
topográficas e possibilidades de uso médico-cirúrgico. Em relação a glândula 
endócrina principal, indique sua localização, função e possível patologia, 
diferenciando entre cão e bovino. 
 
 
O esôfago é caracterizado como um órgão tubular que como função a condução de 
alimento, representando um canal entre a faringe e o estômago. Esse órgão possui 
quatro camadas de tecidos, a túnica mucosa, submucosa, muscular e adventícia, sendo a 
camada mucosa constituída por tecido conjuntivo, vasos sanguíneos e glândulas 
mucosas, e a submucosa por pequenas glândulas que juntas liberam secreções 
glandulares essenciais. 
A traqueia é um órgão do sistema respiratório. Constituída por várias cartilagens 
hialinas que são conectadas por ligamentos. É um órgão revestido por uma mucosa 
respiratória representada pelo epitélio ciliado pseudoestratificado constituído por 
glândulas secretoras de muco, sendo a sua camada externa composta por uma adventícia 
de tecido conjuntivo frouxo, conectando a traqueia aos órgãos vizinhos, na região 
cervical. 
Em relação as regiões topográficas, o esôfago tem início dorsalmente à cartilagem 
cricóidea da laringe e fim na região cárdia do estômago. Ao adentrar a cavidade 
torácica, localiza-se dorsalmente à traqueia e percorre a parte do mediastino da pleura. 
Nessa perspectiva, a traqueia se estende desde a cartilagem cricóidea da laringe, 
atravessa o espaço visceral do pescoço à coluna cervical e ao músculo longo do colo 
para adentrar a abertura torácica. Sendo assim, a parte cervical da traqueia possui uma 
posição mediana em comparação com o esôfago, além de ventralmente se conectar aos 
músculos hioideos. Na cavidade torácica, o esôfago passa ao lado esquerdo da traqueia, 
de modo que na cavidade torácica ele se posicione na face lateral da região esquerda 
traqueal. 
Dentre as possibilidades médico-cirúrgicas: Exames endoscópicos na traqueia para 
avaliação de tosse crônica ou dispneia; Traqueostomia; Tireoidectómica; Hemiplegia 
laríngea. 
A glândula tireoide é localizada dorsolateralmente à traqueia, tendo variação de acordo 
com as espécies na localização entre as cartilagens traqueais. Tem como principal 
função a produção de hormônios T3 e T4, importantes para os processos metabólicos do 
organismo e processos de crescimento e desenvolvimento, após um longo processo 
fisiológico de ligação entre iodeto e tirosina, sendo regulados pela tireotrofina. O 
excesso ou a deficiência dos hormônios da tireoide podem acarretar problemas de 
hipotireoidismo em cães e hipertireoidismo em gatos, além de outras possíveis 
patologias oncológicas, lesões e miocardiopatia tireotóxica.Essa glândula no cão tem 
formato de lobos ovais e longos, localizados dorsolateralmente sobre a traqueia, entre o 
5º e 9º anel traqueal. Já no bovino, a tireoide tem formatos de lobos triangulares 
achatados localizados dorsolateralamente na transição entre a laringe e a traqueia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. Observe a imagem da região cervical (Figura A - visão superficial e Figura B – 
visão profunda, lateral esquerda e Figura C – em vista ventral) e indique as 
estruturas anatômicas, acrescendo função e aplicação médica. 
 
 
1- Músculo temporal: Elevação da mandíbula, atuando em conjunto com outros 
músculos. 
2- Músculo parotidoauricular: : Direciona a orelha caudal e ventralmente. 
3- Glândula parótida: Secreção de conteúdo salivar. 
4- Ramo bucal dorsal do nervo facial: Inervação da musculatura 
5- Músculo masseter: Elevar e conduzir a mandíbula na face lateral. 
6- Ramo bucal ventral do nervo facial: Inervação da musculatura. 
7- Veia facial e músculo digástrico: Baixar a mandíbula e abrir a boca e irrigação 
sanguínea. 
8- Músculo milohióideo: Elevação e sustentação da língua. 
9- Linfonodos mandibulares: Auxilia o sistema imunológico. 
10- Ramos cutâneos dos nervos cervicais: Inervação da musculatura. 
11- Glândula mandibular e r.cervical do nervo facial: Suprir a produção de saliva e 
inervação da musculatura. 
12- Veia linguofacial e músculo esternohióideo: Irrigação sanguínea e 
movimentação do membro torácico. 
13- Veia maxilar: Irrigação sanguínea. 
14- Veia jugular externa e músculo esternocefálico: Irrigação sanguínea e 
delimitação do sulco jugular. 
15- Músculo cleidocervical: Sustentação 
16- Músculo esternocciptal: Flexão da cabeça e pescoço. 
17- Músculo esternomastóideo: Flexão da cabeça e pescoço 
18- M.Cleidobraquial e nervo supraclavicular ventral: Retração da cabeça e pescoço 
e inervação. 
19- Parte cervical do músculo trapézio: Fixação do ombro, elevação e abdução. 
20- Ramo dorsal do nervo acessório: Inervação. 
21- Músculo supraespinhoso: Extensão da articulação do ombro. 
22- Músculo omotransversário: Retração do pescoço. 
Figura A 
23- Músculo deltóide, parte escapular: Flexão da articulação do ombro. 
24- Músculo deltóide, parte acromial: Flexão da articulação do ombro. 
25- Nervo cervical 2: Inervação da região cervical 
26- Nervo cervical 3: Inervação da região cervical 
27- Nervo cervical 4 (nervo supraclavicular dorsal e intermédio. : Inervação da 
região cervical 
Dentre algumas aplicações médicas ou patologias, podemos citar: Tomografia 
computadorizada para analisar linfocentros e glândulas salivares, deformidade ou 
trauma nas vértebras (ataxia espinal), injeção subcutânea na região braquiocefálica, 
injeção intramuscular, punção espinal, ultrassonografia, hemiplegia laríngea, 
obstrução esofágica. 
 
 
 
1- Músculo rombóideo cervical 
2- Músculo rombóideo da cabeça 
3- Músculo esplênio 
4- Músculo serrátil ventral cervical 
5- Músculo serrátil ventral torácico 
6- Músculo intertransversário cervical médio 
7- Músculo intertransversário cervical ventral 
8- Músculo escaleno dorsal 
9- Músculo escaleno dorsal 
10- Músculo escaleno ventral 
11- Músculo longo da cabeça 
12- Músculo esternomastóideo 
13- Músculo cleidomastóideo 
14- Músculo esternocciptal 
15- Músculo temporal 
16- Músculo masseter 
17- Músculo longuíssimo da cabeça 
18- Músculo digástrico e veia maxilar 
19- Glândula tireóide 
20- Traqueia 
Figura B 
33- Nervo cervical 2 
34- Nervo cervical 4 
35- Primeira costela 
 
21- Músculo esternotiróideo 
22- Músculo esternohióideo 
23- Esôfago e veia jugular interna 
24- A.carótida comum e tronco vagossimpático 
25- Veia jugular externa 
26- Veia cefálica e artéria cervical superficial 
27- Artéria e veia axilar 
28- Músculo reto do tórax 
29- Músculo peitoral superficial 
30- Músculo peitoral profundo 
31- Plexo braquial 
32- Nervo cervical 1 
 
Dentre as possíveis aplicações clínicas ou cirúrgicas envolvendo essas regiões 
anatômicas, envolvem o uso do diagnóstico de imagem em exames como tomografia e 
ultrassom para identificar quaisquer anormalidades, aplicação de injeção subcutânea ou 
intramuscular, acesso à veia jugular para coleta de sangue. 
 
A. Músculo milo-hióideo; 
B. Glândula mandibular; 
C. Veia jugular interna; 
D. Cartilagem cricóide; 
E. Músculo esterno mandibular. 
 
 
 
 
Figura C 
Assista aos vídeos e cite as estruturas anatômicas envolvidas no processo da intubação 
orotraqueal. 
 
 
Intubação orotraqueal 
 
https://www.youtube.com/watch?v=5KgAcG3b5JU 
 
https://www.youtube.com/watch?v=ibZ8aV0lKbA 
 
https://www.youtube.com/watch?v=Banp1CZeT8w 
 
No cão, após a indução anestésica, abre-se a cavidade oral do animal e estica-se a sua 
língua para que o acesso à garganta seja possível; É feita então a passagem através da 
laringe do animal quando houver sua abertura alcançando o pulmão. 
 
Passagem de sonda oral 
 
https://www.youtube.com/watch?v=xW772ACB_bA – em felinos 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=23ka5jd4TD4 – como sondar o filhote 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=evnH7TNALwc – em equino 
https://www.youtube.com/watch?v=5KgAcG3b5JU
https://www.youtube.com/watch?v=ibZ8aV0lKbA
https://www.youtube.com/watch?v=Banp1CZeT8w
https://www.youtube.com/watch?v=xW772ACB_bA
https://www.youtube.com/watch?v=23ka5jd4TD4
https://www.youtube.com/watch?v=evnH7TNALwc
	A. Músculo milo-hióideo;
	B. Glândula mandibular;
	C. Veia jugular interna;
	D. Cartilagem cricóide;
	E. Músculo esterno mandibular.