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As fases da guerra

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Material complementar
A guerra dos 30 anos
Período palatino-boêmio
Os protestantes boêmios foram derrotados na Batalha da Montanha Branca, que aconteceu em 1620.
Essa fase da guerra, como vimos, foi iniciada quando os nobres boêmios rebelaram-se contra
a autoridade de Fernando II. Os rebeldes anunciaram, em 1619, que Frederico V era o novo
rei. Além disso, houve uma união das regiões da Boêmia, Morávia e Silésia contra a
autoridade do Sacro Império.
Esses atos deram início à Guerra dos Trinta Anos. Fernando II, que havia sido recém-eleito
imperador do Sacro Império, declarou guerra aos rebeldes. Nações estrangeiras ofereceram
apoio aos protestantes boêmios, mas dissidências internas entre luteranos e calvinistas
fizeram com que esse grupo se enfraquecesse.
Assim, em novembro de 1820, os protestantes foram derrotados pelos católicos, liderados por
Johan t’Serclaes Graaf van Tilly, na Batalha da Montanha Branca. Os protestantes então
foram derrubados do poder na Boêmia, muitos foram mortos, suas propriedades foram
tomadas, o protestantismo foi proibido nas regiões sob o domínio do Sacro Império, e o trono
boêmio passou a ser ocupado pelos Habsburgo de maneira hereditária.
Depois dessa vitória, os católicos do Sacro Império, apoiados por Espanha e Baviera,
partiram para a ofensiva e iniciaram um ataque contra o Palatinado, região ainda em mãos
protestantes. Frederico V foi definitivamente expulso, abrigando-se em Haia, nos Países
Baixos. Após a conquista do Palatinado, o governo dessa região foi entregue a Maximiliano I,
católico e aliado do Sacro Império.
Período dinamarquês
Esse período marca a internacionalização do conflito porque a expansão católica promovida
pelo Sacro Império em territórios protestantes, como o Palatinado, chamou a atenção de
alguns países protestantes, como as Províncias Unidas, a Dinamarca e a Suécia. A França
também alertou-se sobre o cenário, mas por outros motivos.
A França temia o fortalecimento da dinastia dos Habsburgo, uma vez que eles governavam a
Espanha e o Sacro Império. Assim, os franceses começaram a financiar grupos protestantes
para que estes se empenhassem na luta contra os católicos do Sacro Império, e o objetivo era
promover o enfraquecimento da referida dinastia. O rei dinamarquês, Cristiano IV, financiado
pela França, decidiu entrar no conflito para defender os protestantes.
A intervenção dinamarquesa fracassou, e o imperador Fernando II decidiu avançar mais ainda
contra os interesses protestantes, determinando que terras tomadas por eles, depois de 1555,
seriam devolvidas aos católicos. O rei dinamarquês retirou-se da guerra por meio do Tratado
de Lübeck, que determinou a manutenção das fronteiras dinamarquesas antes da guerra e
impôs que a Dinamarca não interviesse mais.
Período sueco
A partir de 1630, os suecos entraram no conflito, também por meio de incentivo dado pelos
franceses. As tropas suecas que invadiram o Sacro Império foram lideradas pelo próprio rei
sueco, chamado Gustavo Adolfo. Os suecos foram ao socorro dos protestantes por meio da
invasão da Pomerânia.
O avanço sueco foi bem-sucedido até 1632, mas tudo mudou quando Gustavo Adolfo foi
morto na Batalha de Lützen. Seus sucessores no comando não conseguiram desempenhar
bons papéis na guerra, e os suecos foram sendo progressivamente derrotados. Com esse
fracasso, um acordo entre protestantes e católicos foi realizado, mas ele não satisfez a França,
que decidiu, finalmente, intervir na guerra.
Período francês
Os franceses temiam o avanço do Sacro Império e dos espanhóis no conflito e, apesar de
serem católicos, decidiram enviar suas tropas para a guerra na defesa dos protestantes. Foi
uma ação de estratégia geopolítica, uma vez que os franceses sabiam que a derrota dos
Habsburgo beneficiaria a França, que se colocaria como potência europeia, e isso permitiria a
ela novas conquistas territoriais.
A invasão francesa, iniciada em 1635, contou com o apoio dos Países Baixos, da Suécia e dos
protestantes germânicos. O rei francês Luís XIII conseguiu mobilizar uma tropa de mais de
120 mil soldados. As forças suecas e francesas conseguiram, juntas, desgastar as tropas
católicas de germânicos e espanhóis.
O Sacro Império, governado por Fernando III, pressionado e sofrendo o impacto das derrotas
no campo de batalha, decidiu abrir negociação com franceses e protestantes pela paz a partir
de 1645. O Sacro Império sofreu novas derrotas no período 1645-1648, e o rei germânico foi
forçado a ceder, em seus termos, e daí foi emitida a Paz de Vestfália, em 24 de outubro de
1648.
Paz de Vestfália
A Paz de
Vestfália foi assinada em 1648, provocou profundas transformações na Europa e colocou fim na Guerra dos
Trinta Anos.
A paz de Vestfália provocou transformações profundas na Europa do ponto vista territorial e
das relações internacionais. Primeiramente, os grandes vencedores foram França e Suécia,
por isso, os dois obtiveram importantes ganhos territoriais. A França tomou Rossilhão da
Espanha, e do Sacro Império, obteve Alsácia e Lorena.
Os suecos, por sua vez, ficaram com a Pomerânia e receberam uma indenização financeira. O
Sacro Império foi obrigado a dar independência para a Suíça, e os espanhóis foram obrigados
a dar a independência para os Países Baixos. Por fim, os poderes do Sacro Império e da
Espanha foram reduzidos drasticamente, e a França iniciou o seu período de hegemonia na
Europa.
No âmbito das relações internacionais, a Paz de Vestfália foi um feito inovador, uma vez que
marcou o enfraquecimento dos assuntos religiosos nas questões que envolviam os interesses
do Estado. Com isso, os interesses seculares passaram a ser o maior fator para condução da
política externa das nações europeias.
Por fim, no aspecto religioso, o calvinismo ganhou força, tendo o seu direito reconhecido
como religião cristã. Assim, a religião de um local seria definida pelo seu próprio rei,
independentemente se ele fosse católico, luterano ou calvinista. Aquele que não concordasse
com a religião do rei, deveria mudar-se.
MORTOS
A Guerra dos Trinta Anos foi muito violenta, e os mercenários contratados constantemente saqueavam e
dizimavam as populações locais.
A Guerra dos Trinta Anos foi uma das mais violentas da história europeia. Durante sua
extensão, muitas das nações envolvidas montaram suas tropas com soldados mercenários, que
retiravam seu pagamento do saque de guerra. Assim, os soldados que lutavam não tiveram
misericórdia das populações locais.
Homens, mulheres e crianças eram mortos pelas tropas que guerreavam no território
germânico. As colheitas e vilas foram dizimadas, a peste espalhou-se pelo Sacro Império, e,
ao final de 30 anos, estima-se que o número de mortos foi de quatro milhões. Algumas
estatísticas apontam que esse número pode ter sido de oito milhões, e outras falam até em 15
milhões de mortos.
O Sacro Império foi retalhado, sofrendo com uma severa redução populacional e com graves
problemas econômicos causados pela destruição da guerra.
FONTE: https://www.historiadomundo.com.br/idade-moderna/guerra-dos-trinta-anos.htm
https://www.historiadomundo.com.br/idade-moderna/guerra-dos-trinta-anos.htm

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