Buscar

Orçamento Empresarial EAD UNIASSELVI-PÓS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 160 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 160 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 160 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ORÇAMENTO
Programa de Pós-Graduação EAD
UNIASSELVI-PÓS
Autoria: Valdecir Knuth
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Hermínio Kloch
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Equipe Multidisciplinar da 
Pós-Graduação EAD: 
Carlos Fabiano Fistarol
Ilana Gunilda Gerber Cavichioli
Cristiane Lisandra Danna
Norberto Siegel
Camila Roczanski
Julia dos Santos
Ariana Monique Dalri
Bárbara Pricila Franz
Marcelo Bucci
Revisão de Conteúdo: Bárbara Pricila Franz
Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2018
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
K74o
 Knuth, Valdecir
 Orçamento. / Valdecir Knuth – Indaial: UNIASSELVI, 2018.
 160 p.; il.
 
 ISBN 978-85-53158-17-1
1.Administração financeira – Brasil. II. Centro Universitário 
Leonardo Da Vinci.
CDD 658.15 
Valdecir Knuth
Possui Mestrado (stricto-sensu) em Ciências 
Contábeis com concentração em Controladoria, 
Especialização (lato-sensu) em Contabilidade 
Gerencial e Graduação em Ciências Contábeis.
 
Atualmente, é professor e pesquisador em cursos de 
Graduação (desde 1996) e Pós-Graduação (Especialização/
lato-sensu desde 2001) na área de Contabilidade 
com ênfase em Controladoria e Auditoria (Controles 
Internos/Sarbanes Oxley), Contabilidade Geral, Custos 
(principalmente nos seguintes temas: Gestão de Custos e 
de Resultados, Sistemas de Custeio, Método de Custeio e 
Orçamentos).
 
É autor de materiais de estudos nas áreas de Orçamento 
Empresarial, Empreendedorismo, Custos Industriais, 
Contabilidade de Custos, Engenharia Econômica, 
Controladoria, Contabilidade Social e Ambiental.
 
Atua como consultor empresarial nas áreas de 
custos e orçamentos. É sócio da empresa P2B 
Consulting Consultoria, Assessoria e Treinamento 
Empresarial Ltda.
Contador CRC – SC-022526/0-8
Sumário
APRESENTAÇÃO ..........................................................................07
CAPÍTULO 1
Conceito de Empresa ..................................................................11
CAPÍTULO 2
Tipos de Orçamentos e suas Aplicações .................................43
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
Implantação do Orçamento Empresarial .................................79
Utilização do Orçamento Empresarial ..................................101
Orçamentos e Projeções .........................................................129
APRESENTAÇÃO
Nas últimas décadas, as necessidades das pessoas e das empresas 
proporcionaram maior desenvolvimento tecnológico e também socioeconômico, 
ocasionando o aumento da complexidade no desenvolvimento das atividades 
operacionais e administrativas das empresas. 
Isso gerou a necessidade de as empresas aumentarem o volume de 
informações com qualidade, para possibilitar aos gestores o controle do processo 
de produção e tomar decisões estratégicas com maior assertividade, podendo 
prever os resultados futuros da empresa dentro de determinados parâmetros.
Neste contexto, os gestores perceberam novas necessidades no sentido de 
planejar as ações e buscar o controle da empresa, e o processo orçamentário 
tornou-se cada vez mais indispensável para a administração de qualquer negócio.
Para tanto, a disciplina de Orçamento irá fornecer condições para que você 
estude a elaboração e utilização do orçamento financeiro e da demonstração 
financeira. O objetivo é proporcionar a você o conhecimento e a prática na 
aplicação do orçamento, abrangendo diversas áreas dentro da empresa, de forma 
que possa contribuir com a melhoria dos resultados econômicos e financeiros. 
No capítulo 1 iremos estudar o conceito de empresa e como as atividades 
operacionais podem se constituir em um modelo de negócio, onde a empresa 
possa criar novos produtos e conceitos para a sua utilização.
Iremos abordar sobre o sistema empresa, sua definição e importância na 
elaboração e consecução do orçamento, uma vez que suas técnicas e aplicações 
estão relacionadas com um conjunto de atividades que envolvem vários 
profissionais, sendo que os setores devem estar integrados. 
Além disso, existem fatores externos à empresa, como as mudanças 
constantes no campo político e econômico que exercem profundo impacto no 
resultado da empresa e que também influenciam direta ou indiretamente no seu 
funcionamento. 
Analisaremos as características de um sistema organizacional, onde deve 
ser criada e estabelecida a missão da empresa, a qual representa a filosofia da 
empresa. A empresa deve ser vista e percebida como um sistema aberto, pois 
recebe algum tipo de influência de praticamente todas as áreas externas.
No capítulo 2, estudaremos os tipos de orçamentos e suas aplicações. Afinal 
de contas, é comum a existência de gestores que ainda se questionam da real 
importância de uma ferramenta orçamentária.
O orçamento serve como uma bússola para a empresa seguir, este irá 
evidenciar se a empresa está fora do resultado planejado ou não, e assim, permitir 
que os gestores possam tomar medidas preventivas e evitar situações piores no 
futuro. Este é um dos objetivos do orçamento, pois com as análises das variações 
das contas de receitas e despesas (assim como custos de produção) entre 
determinados períodos, irão alertar situações que mereçam especial atenção.
Neste caso, a empresa estará inserida no processo orçamentário que 
envolve Planejamento, Direção e Controle, para que o gestor possa não apenas 
planejar, mas também acompanhar os resultados e ter em suas mãos o controle 
dos resultados da empresa.
Neste capítulo, você irá estudar também os tipos de orçamentos, como 
o Orçamento Estático, o Orçamento Flexível, o Orçamento de Tendências e 
o Orçamento Base-Zero. Cada tipo de orçamento tem suas características 
especiais e todos podem, de alguma maneira, atender da melhor ou pior maneira 
as necessidades do gestor. 
No capítulo 3, estudaremos o que é o Plano Orçamentário e como é feita 
a implantação do orçamento nas empresas. A implantação do orçamento está 
intrinsicamente relacionada com o modelo de gestão da empresa, pois de nada 
adianta elaborar um orçamento ousado com projeções de crescimento além do 
cenário do mercado atual, se o modelo de gestão desta empresa é extremamente 
conservador.
O modelo de gestão da empresa, conservador ou arrojado, está vinculado 
com a cadeia de accountability, onde cada nível de gestão possui autoridade e 
responsabilidade para gerenciamento das atividades. Por esse motivo, há a 
necessidade de criar novas mentalidades na empresa.
No capítulo 4 vamos estudar a importância e as vantagens do controle 
orçamentário. O gestor deve ter em mente que em um mercado conturbado 
como o brasileiro, por exemplo, é de fundamental importância acompanhar 
todos os resultados fielmente. Além disso, há necessidade de observar os limites 
na elaboração do orçamento. Todas as previsões devem estar pautadas em 
expectativas realistas e não se deve, em nenhum momento, estabelecer metas 
inalcançáveis, pois o resultado na gestão seria catastrófico. Por esse motivo é 
importante que o orçamento seja elaborado pelo controller ou diretor financeiro 
por estarem envolvidos com a realidade econômica da empresa. Esta realidade 
deve estar pautada de acordo com os cenários econômicos vivenciados no país 
onde está situada a empresa. 
No capítulo 5 vamos estudar o orçamento operacional e suas projeções, 
principalmente as relacionadas com o orçamento de vendas e seus impactos 
tributários, o orçamento de estocagem dos produtos, o orçamento da mão de obra 
direta, o orçamento de unidades físicas em estoque, o orçamento da produção e, 
por fim, o orçamento de compras, consumo e estoque de materiais. 
É importante ler cada unidadecom atenção e fazer as atividades de 
aprendizagem. Mas, lembre-se! O conteúdo apresentado nesta disciplina tem 
a finalidade de enriquecer os seus conhecimentos e aumentar a capacidade 
de colocá-los em prática na sua vida profissional, o que resultará na melhoria 
do processo orçamentário e, consequentemente a melhoria dos resultados 
financeiros da empresa. Porém, busque mais informações e procure estar sempre 
atualizado, pois as exigências do mercado nos reservam desafios constantes e a 
busca do conhecimento aliada à determinação e ao saber fazer é fundamental. 
Tenha um excelente estudo!
Prof. Valdecir Knuth
CAPÍTULO 1
Conceito de Empresa
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo, você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
� Compreender o conceito de sistema empresa e correlacionar com as atividades 
no mercado.
� Entender a empresa como sistema aberto que recebe a influência de fatores 
externos à suas atividades.
� Entender a empresa como um sistema dinâmico que inter-relaciona as 
atividades internas com as atividades externas como fator determinante ao seu 
resultado.
� Analisar a influência dos fatores internos e externos que impactam no ciclo 
operacional da empresa e culminam com a geração do seu resultado.
12
 ORÇAMENTO
13
Conceito de Empresa Capítulo 1 
Contextualização
O desenvolvimento do orçamento das empresas é baseado no estudo 
do sistema empresa, pois é assim que se observa a interação e inter-relação 
do ambiente de cada departamento e as suas atividades geradoras para o 
desenvolvimento da empresa como um todo. A harmonia e sincronismo das 
atividades de cada departamento da empresa, obtidos de acordo com um bom 
planejamento operacional, pode promover o crescimento e desenvolvimento da 
empresa no mercado onde atua.
O estudo do sistema empresa permite identificar de que forma os ambientes 
interno e externo da empresa podem interagir com suas atividades operacionais 
e possibilitar que a empresa possa se adequar constantemente para se manter 
no mercado. Isso quer dizer que no ambiente interno deve existir, por exemplo, 
o número de funcionários contratados o suficiente para atender as demandas 
de trabalho da empresa. Quanto ao ambiente externo, pode-se citar como 
exemplo a variação da taxa de câmbio que pode influenciar no nível de vendas 
da empresa (se esta realiza exportações) ou no custo do produto, pois muitas 
empresas necessitam importar a matéria-prima da empresa. Desta maneira, para 
que o processo orçamentário seja elaborado de acordo com as necessidades 
da empresa em atendimento a realidade de mercado onde está inserida, é 
fundamental conhecermos a empresa como um sistema que interage internamente 
entre os seus departamentos ao mesmo tempo em que recebe influências do que 
acontece na sociedade.
Conceito de Empresa 
Na sociedade moderna, com o desenvolvimento tecnológico, grande parte da 
população em idade produtiva já teve algum tipo de envolvimento com empresas, 
seja como funcionário, sócios, acionistas, ou inclusive como prestador de serviços.
A empresa é a união de esforços financeiros, físicos e intelectuais, na 
aquisição de ativos que tem a finalidade de criar e transacionar produtos e serviços 
no mercado interno e/ou externo, que resultam na formação e circulação de capital 
que possa trazer benefícios econômicos atuais e futuros com utilidade social. 
Conforme Nascimento e Reginato (2009, p. 15), “[...] a decisão de investir ou 
não em novos ativos baseia-se, antes de tudo, no planejamento para, a seguir, 
analisarem-se os valores que serão comprometidos, o retorno esperado e o 
período necessário para se obtê-lo”. 
14
 ORÇAMENTO
A empresa é uma entidade constituída juridicamente, ou não, que desenvolve 
atividade econômica de produção, transformação, comércio ou prestação de 
serviços, que podem ter fins lucrativos, filantrópicos ou sociais. Padoveze (2009, 
p. 13) afirma que “a empresa é um sistema em que há recursos introduzidos, 
que são processados, e há a saída de produtos ou serviços”. Na mesma linha de 
raciocínio, Figueiredo e Caggiano (2008, p. 8) mencionam que “a empresa é uma 
unidade produtora que visa criar riquezas, transacionando em dois mercados, um 
fornecedor, outro consumidor”.
Sistema Empresa
Para que se possa compreender o que é e como funciona um sistema 
organizacional de uma empresa, deve-se conhecer como os departamentos da 
empresa integram uma organização, como desenvolvem a suas atividades para 
que possam garantir a sustentabilidade e perenidade da empresa no mercado. 
Para isso, faz-se necessário entender o que é um sistema.
Buscar-se-á em Beer (1969, p. 25) uma definição de sistema da seguinte 
forma: “qualquer coisa que consiste em partes unidas entre si pode ser chamada de 
sistema, podem ser apontadas como agregados de pedaços e peças [...]”. Para Bio 
(1985, p. 18), o sistema é “[...] um conjunto de elementos interdependentes, ou um 
todo organizado, ou partes que interagem formando um todo unitário e complexo”.
Nas empresas, nas atividades cotidianas, costuma-se ouvir que as “coisas” 
no seu ambiente de trabalho, funcionam corretamente quando existe a harmonia 
das atividades desenvolvidas pelas pessoas e que estão relacionadas entre si.
Para saber se é possível de se identificar, deve-se imaginar que a empresa 
irá desenvolver um novo tipo de produto para oferecer ao mercado. O setor de 
projetos irá desenvolver junto de sua equipe o desenho desse produto, as suas 
características, sua utilidade e funcionalidade dentre outros. O setor de Marketing 
verificará a aceitabilidade desse tipo de produto no mercado, com o uso de uma 
pesquisa de campo, objetivando identificar a viabilidade para a produção desse 
produto ou não. Pode ocorrer o inverso nesta fase, em que o setor de Marketing 
primeiro identifica as necessidades de mercado para, em seguida, projetar 
o produto que o mercado necessita. O setor de administração da produção 
necessita saber, a partir do setor de projetos, quais são os tipos de materiais que 
serão utilizados para a produção, assim como o cálculo do tempo estimado da 
produção. Nessa cadeia de atividades, o setor de compras realizará as cotações 
de preços e identificará os fornecedores com melhores preços, prazos e qualidade 
para que se possa planejar quanto poderia se gastar na aquisição de insumos e 
matéria-prima necessária à fabricação do produto. A área de custos apurará os 
15
Conceito de Empresa Capítulo 1 
valores necessários para a sua produção e identificará a margem de lucratividade 
ideal para manter a perenidade (a sobrevivência) da empresa no mercado.
Sobre o funcionamento da interatividade dos setores (departamentos), 
Bertalanffy (1977, p. 53) diz que: “[...] é necessário estudar não somente as 
partes e processos isoladamente, mas também resolver os decisivos problemas 
encontrados na organização e na ordem que os unifica, resultante da interação 
dinâmica das partes [...]”. 
Isso quer dizer que a empresa é naturalmente “dividida” em 
partes e essas interagem entre si?
Com toda a certeza SIM, pois cada departamento tem como 
compromisso atender o objetivo da empresa e para isso deve 
desenvolver e cumprir as suas atividades ou tarefas.
Como consequência, a empresa incorre na interação de forma 
harmoniosa até chegar ao produto final. Desta forma, podemos dizer 
que a empresa é um sistema, ou seja, um SISTEMA EMPRESA. 
E em relação às informações geradas em cada departamento?
A empresa, para funcionar bem, necessita de todos os departamentos em 
franca harmonia e funcionamento. As informações geradas no sistema de dados 
de um determinado departamento da empresa podem contribuir para que o gestor 
de outro departamento não tome decisões equivocadas.
Corrobora Nascimento e Reginato (2009, p. 106): 
O ambiente de controle é consequência direta do modelo de 
gestão, ou seja, depende da intenção dos gestores, da maneira 
como estesquerem conduzir a sua organização e do modo 
como essa intenção é repassada ao restante das pessoas que 
compõem a organização, para que sigam as mesmas diretrizes 
estabelecidas pela direção.
16
 ORÇAMENTO
A empresa precisa ser observada como um organismo vivo?
Isso quer dizer que a empresa não é um sistema fechado, a empresa é um 
sistema aberto que recebe a influência do resultado da interação das atividades 
dos departamentos da empresa, assim como de fatores externos como os 
econômicos, políticos e sociais.
As empresas possuem as mesmas características de interatividade das 
suas atividades, elas não diferem de uma em relação com as outras, pois estão 
inseridas em um macrossistema que fornece seus serviços para um conjunto de 
empresas que agregam seus bens ao produto final. 
As empresas devem estar preparadas para se adequarem 
às constantes mudanças que acontecem no mercado, pois isto é 
fundamental para a sua manutenção e sobrevivência.
Em outras palavras, ADEQUAR-SE E MELHORAR SEMPRE.
Kochanski (2000, p. 54) afirma que:
Quando uma organização passa a oferecer valor agregado a 
seus produtos e/ou serviços, o mercado reage naturalmente, 
exigindo que as demais organizações também passem a 
oferecer valor agregado a seus produtos e serviços, levando-
as a se tornarem mais competitivas. 
17
Conceito de Empresa Capítulo 1 
Em relação aos fatores macroeconômicos, Tung (1974, p. 29) demonstra que:
Nenhuma empresa pode, hoje, permitir-se o luxo de ignorar 
os acontecimentos do mundo exterior. A interdependência 
das empresas entre si e destas com o Estado em particular, 
é patente. A sobrevivência dos negócios depende, em grande 
parte, do conhecimento, dos fatos atuais e da previsão dos 
acontecimentos futuros, tanto no plano nacional, quanto no 
internacional. 
Quando as empresas respondem aos estímulos do mercado, estas procuram 
se adequar ou readequar a nova realidade econômica que é construída na 
sociedade em que está inserida e, nas constantes reestruturações, buscam a 
competitividade. 
Mas tudo isso é definido levando-se em consideração, conforme Cruz (1998), 
dois tipos de comportamentos: o operacional e o estratégico, pelos quais a 
empresa interage com o ambiente que a cerca e que se complementam entre si, 
dando um caráter holístico que toda organização deve ter.
Devemos tomar cuidado e observar que, com esse mercado 
dinâmico, muitas empresas também poderão desaparecer.
Apenas o cuidado não garante a sustentação da empresa no mercado. Tung 
(1974, p. 29) afirma que: “[...] em princípio é uma fase de constantes ajustes e 
reajustes, pois qualquer trabalho atual constitui apenas um teste para o futuro, cujo 
alvo é a meta do desenvolvimento global. O cenário financeiro-econômico nacional 
repercute sempre, direta ou indiretamente, sobre as atividades da empresa”.
Para entender como uma empresa transforma recursos materiais, humanos, 
financeiros, tecnológicos, dentre outros, em produtos e serviços que são 
destinados ao mercado, observe a figura a seguir:
18
 ORÇAMENTO
Mercado
Fornecedor
Recursos
materiais
Compras de 
Recursos
Serviços de 
apoio
Finanças
Estocagem 
de produtos
Entrega dos 
produtosTransportes
Manutenção
Estocagem 
de materiais
Produtos
e
serviços
Compro-
metimento 
da missão
Produção
Recursos
humanos
Recursos
financeiros
Recursos de 
informação
ContinuidadeEficiência
Valores 
econômicos
Valores 
econômicos
Eficácia
Resultado econômico
Recursos de 
tecnologia
Mercado
Consumidor
Acionistas, concorrentes, governo, sindicatos etc.
Figura 1 – Visão sistêmica da empresa
Fonte: Adaptado de Catelli (1999, p. 39).
Nessa figura, observa-se que, de forma bastante simplificada, a empresa é 
percebida como um sistema.
19
Conceito de Empresa Capítulo 1 
Então quer dizer que a empresa pode ser vista de forma 
sistêmica?
Naturalmente, diversos fatores externos à empresa, como o governo, 
as políticas econômicas, a relação entre fornecedores e clientes, podem 
frequentemente alterar a sua dinâmica. Isto significa que ao mesmo tempo em que 
a empresa precisa interagir no seu ambiente interno, também sofre a influência do 
ambiente externo, conforme se pode observar na figura a seguir:
Figura 2 − A influência do ambiente interno e 
externo na empresa (macrossistema)
Fonte: Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAex3kAC/
conceito-sistema-enfoque-sistemico?part=2>. Acesso em: 5 jan. 2018.
Pode-se observar na figura, que as empresas recebem do mercado 
fornecedor as matérias-primas e insumos que, de acordo com suas atividades 
operacionais e projetos dos produtos, serão processados, gerando novos 
produtos, que serão disponibilizados ao mercado consumidor.
Os demais fatores no ambiente próximo, respondem aos seguintes estímulos 
em relação à empresa:
20
 ORÇAMENTO
• fornecedores: devem atender às necessidades da empresa com 
materiais de qualidade, com pontualidade nos prazos de entrega e 
preços que estejam de acordo com o mercado;
• comunidades: necessitam que a empresa possa gerar emprego e 
renda para as pessoas que ali vivem e assim proporcionar satisfação e 
qualidade de vida onde está inserida;
• governo: necessita que a empresa possa gerar informações referentes 
à arrecadação tributária para que este possa atender as necessidades 
básicas da população como o saneamento básico, segurança, educação, 
saúde pública, transporte público e infraestrutura que possa atender com 
qualidade às necessidades da população;
• acionistas: estes esperam da empresa que recebam o retorno mínimo 
dos seus investimentos, para que estes possam continuar acreditando no 
potencial da empresa e assim manter os seus investimentos. A empresa 
deverá manter a qualidade da geração do caixa que é a formação da 
riqueza da empresa;
• sindicatos: estes esperam que a empresa atenda a legislação trabalhista 
em vigor e participe na negociação dos dissídios coletivos e regularize a 
participação dos funcionários nos lucros da empresa;
• comunicação: a empresa deverá deixar de forma transparente todas 
as decisões que os gestores venham a tomar para o desenvolvimento 
e crescimento, a fim de não gerar dúvidas em relação aos impactos que 
possam gerar ao meio ambiente;
• clientes: estes esperam da empresa que atenda suas necessidades 
na oferta de produtos e serviços de forma ética sem favorecimentos a 
determinadas pessoas ou grupos econômicos.
Em relação ao ambiente remoto, respondem aos seguintes estímulos em 
relação à empresa:
• cultura: ao adentrar em um novo mercado, os gestores da empresa 
deverão respeitar as determinações culturais locais, pois isso demonstra 
preocupação dos gestores para com a manutenção da história cultural 
da sociedade ou comunidade em que a empresa está inserida;
21
Conceito de Empresa Capítulo 1 
• educação: o preparo acadêmico e técnico das pessoas da comunidade 
poderão agregar novas propostas ao desenvolvimento das empresas. E 
é isso o que os gestores das empresas esperam: que as pessoas da 
comunidade possam melhor se preparar para o mercado de trabalho e 
assim contratar os melhores profissionais que se adequem à filosofia da 
empresa;
• legislação e tributos: a empresa sempre deverá salvaguardar o seu 
sistema de informações gerencial para que possa cumprir todos os 
aspectos legais (tributários, trabalhistas, comerciais, civis, penais, 
criminais, ambientais);
• economia: os aspectos do desenvolvimento da economia mundial, 
ou regional, onde a empresa está localizada também influenciam no 
desenvolvimento da empresa, pois se a economia vai bem, os resultados 
para empresa, quando bem gerenciada, também estarão de acordo com 
o almejado pelos acionistas ou investidores;
• tecnologia: o desenvolvimento tecnológico exerce fundamental 
importância e influência para o desempenho das atividades da empresa, 
pois a inovação tecnológica pode trazer benefícios para a empresa, 
como aredução no tempo da produção e consequentemente redução 
dos custos com mão de obra;
• concorrentes: para a empresa, a concorrência pode proporcionar 
oportunidades para a melhoria dos seus produtos e serviços, pois o 
mercado consumidor cada vez mais exigente pode buscar produtos na 
concorrência se a empresa assim não estiver adequada para atender 
essas necessidades;
• demografia: o desenvolvimento demográfico da comunidade onde a 
empresa está inserida, também exerce influência sobre a mesma, pois o 
contingente populacional pode caracterizar necessidades de a empresa 
implantar seu parque fabril em outra comunidade que tenha o contingente 
populacional adequado para contratar os seus colaboradores;
• clima: esse aspecto também exerce influência na qualidade da gestão 
da empresa, pois fatores climáticos como enchentes, calor, tempestades 
com constantes quedas de energia, pode afetar a produção e 
consequentemente a geração da riqueza;
22
 ORÇAMENTO
• recursos naturais: estes são de fundamental importância para a 
empresa, pois pode utilizar recursos hídricos como poços artesianos, 
que reduz substancialmente os gastos com água fornecida pelos órgãos 
competentes;
• política: a conjuntura política exerce fundamental influência no 
desenvolvimento das empresas, pois as políticas de desenvolvimento 
econômico e as aberturas de frentes de trabalho com propostas de 
desenvolvimento em determinadas regiões do país são fundamentais 
para que as empresas se instalem e desenvolvam economicamente 
determinada região;
• sociedade: as pessoas tendem a acreditar e investir na boa imagem das 
empresas, tanto considerando como um bom lugar para se trabalhar por 
parte de seus colaboradores, como o fato de a empresa agir dentro dos 
preceitos éticos; 
Todos esses fatores podem se constituir em oportunidades e ameaças à 
sobrevivência da empresa no mercado. Para garantir a sua continuidade é necessário 
que a empresa mantenha sua capacidade de mudanças e adaptações no seu 
ambiente interno, levando em consideração o que acontece no ambiente externo.
Características do Sistema 
Organizacional de uma Empresa
De acordo com o que estudamos na seção anterior, os departamentos que 
estão integrados e interagem entre si resultam em um sistema organizacional, 
no qual existe uma ordem hierárquica a ser respeitada em decorrência do 
agrupamento humano integrante da organização. 
Para que o sistema empresa tenha um bom funcionamento, este encontra-se 
dividido em vários subsistemas, que são os seguintes:
• institucional: este é denominado de matriz, pois coordena os demais 
subsistemas, compreende a missão, assim como crenças e valores da 
organização;
• gestão: esse subsistema é o responsável pelo processo de tomada de 
decisões, pois abrange as atividades de planejamento, gerenciamento 
e mecanismo de controle interno. Nascimento e Reginato (2009, p. 37) 
corroboram que “o modelo de gestão, por sua vez, origina-se das crenças 
23
Conceito de Empresa Capítulo 1 
e valores dos proprietários e principais executivos da empresa. Tais 
crenças e valores nascem e se mantém de acordo com as percepções 
do mundo em geral e do mercado em particular [...]”.
• organização: este determina como a empresa deve estar preparada 
(organizada) para o desenvolvimento das atividades, assim como definir o 
tipo de estrutura empregada (vertical ou horizontal), o grau de autoridade 
e atribuição de responsabilidade. Conforme Nascimento e Reginato (2009, 
p. 39) “tais diretrizes funcionam como ‘molas propulsoras’ que conduzem o 
sistema-empresa através da sinergia entre os seus elementos na interação 
do próprio sistema com o ambiente [...]”. O objetivo é assegurar que todas 
as atividades da organização sejam desenvolvidas de forma ética, sendo 
influenciadas pelo subsistema institucional.
• social: abrange o quadro de funcionários da empresa, incluindo-se nessa 
esfera a cultura e demais características inerentes ao capital intelectual 
da organização. Guerreiro (1996, p.171) destaca os seguintes fatores que 
envolvem este subsistema: “necessidades dos indivíduos, criatividade, 
objetivos individuais, motivação, liderança, treinamento etc.”.
• informação: de acordo com as necessidades que a atual dinâmica dos 
mercados como um todo impõe às empresas, este subsistema deve ser 
avaliado com considerável importância, pois consiste no conjunto de 
dados necessários para uma melhor tomada de decisão dos gestores da 
empresa. Guerreiro (1996, p. 172) enfatiza que: 
[...] dentre as inúmeras atividades executadas no âmbito da 
empresa, existem aquelas que objetivam basicamente a 
manipulação de informações. Elas geram essas informações 
através da manipulação (processamento) de dados 
derivados da execução das diversas atividades necessárias 
ao desenvolvimento das funções empresariais básicas. 
Essas atividades se caracterizam por três aspectos básicos: 
recebimento de dados, processamento e geração de 
informações.
As informações geradas nesta categoria devem alcançar um elevado grau de 
excelência na qualidade, ou seja, qualidade nas informações, eliminando a criação 
de atividades desnecessárias, o que resulta em um melhor procedimento de gestão. 
Na figura esquemática de uma empresa, a qual inclui os subsistemas, serão 
descritos a seguir:
24
 ORÇAMENTO
Figura 3 – Visão sistêmica da empresa, subsistemas e eficiência
Fonte: Adaptado de Padoveze (2009).
Um dos pontos fundamentais do funcionamento dos subsistemas com 
sinergia e eficácia é a existência de um objetivo a ser alcançado para onde 
convergem todas as ações. Assunto a ser visto na próxima seção.
Missão da Empresa
Atualmente, praticamente todas as corporações possuem na sua filosofia 
empresarial o conceito de missão.
A missão de cada empresa está intrinsicamente vinculada ao seu motivo 
de existência, e está correlacionada aos produtos e serviços que ela produz e 
oferece ao mercado, visando à satisfação de seu público-alvo. 
O próprio conceito de sistema envolve a ideia [sic] de partes 
que interagem para alcançar um objetivo em comum. Assim, 
os diversos componentes do sistema empresa interagem, para 
que esta atinja seus objetivos. Por objetivo entende-se o alvo 
ou desígnio a que se quer atingir. São vários os objetivos de 
uma empresa, que poderiam ser classificados por hierarquia 
de importância e temporaneidade. O objetivo fundamental, 
isto é, o mais importante e permanente, é a sua missão. 
(MOSIMANN; ALVES; FISCH, 1993, p. 19).
De acordo com Padoveze (2009), a missão constitui o propósito da empresa 
e do seu negócio, devendo comunicar interna e externamente esse propósito junto 
aos empregados e a sociedade em geral. Ela deve estar apresentada de forma 
25
Conceito de Empresa Capítulo 1 
clara, objetiva e breve. Deve compreender também as atividades da empresa, o 
mercado onde atua, os produtos e serviços que esta oferece, o seu diferencial no 
mercado e o seu papel em relação a seus concorrentes e às principais conquistas 
que deseja alcançar.
Como exemplo, veja a transcrição da missão da empresa Petrobras:
Atuar na indústria de petróleo e gás de forma ética, segura e 
rentável, com responsabilidade social e ambiental, fornecendo 
produtos adequados às necessidades dos clientes e 
contribuindo para o desenvolvimento do Brasil e dos países 
onde atua. (Fonte: Disponível em: <http://institutomontanari.
com.br/planejamento-estrategico/missao-visao-e-valores>. 
Acesso em: 8 jan. 2018.)
Veja também a missão da empresa de cosméticos Avon: 
Nossa Missão é ser:
Líder global em Beleza 
A marca de escolha das mulheres 
A líder em vendas diretas 
O melhor lugar para se trabalhar 
A maior Fundação para as mulheres 
A empresa mais admirada
(Fonte: Disponível em: <http://www.br.avon.com/PRSuite/
static/downloads/pdfs_releases/Release_VisaoMissao.pdf>. 
Acesso em: 8 jan. 2018.)
Observa-se que a missão da empresa deve ser definida com muita clareza, 
pois a partir dessadefinição, convergirá o sistema organizacional da empresa por 
meio dos seus subsistemas. 
Há, ainda, muitas empresas que não têm divulgadas a sua missão, ou seja, 
não está explícita; mas a partir do momento em que a empresa opta por explicitá-
la, deve considerá-la como diretriz permanente, direcionando as finalidades 
socioeconômicas como resultado das suas atividades. A missão da empresa está na 
“cabeça do proprietário”, e a falta de transparência pode levar a “punições injustas” 
de seus colaboradores; o gestor pode ser demitido por “não estar envolvido com 
a cultura da empresa” quando, na verdade, a missão da empresa é que não está 
exposta com clareza para todos. Se eventualmente houver um erro na evidenciação 
da missão, se não estiver clara, ou não tiver o seu foco nas atividades da empresa, 
esta poderá vir a se desvirtuar de seus reais propósitos, não permitindo aos gestores 
o conhecimento das necessidades imediatas da empresa. Como muitos gestores 
são contratados no mercado de trabalho, quando assumem seus cargos e funções 
na empresa, levam algum tempo para se adaptarem à cultura organizacional da 
empresa e consequentemente, absorver a ideia da missão da empresa.
Uma vez conhecido o que é um sistema organizacional e compreendendo a 
26
 ORÇAMENTO
importância de uma empresa ter a missão definida claramente, pode-se passar 
para o próximo assunto: os fatores que influenciam o desenvolvimento da 
empresa, como os financeiros, o mercado concorrente, a política econômica e 
social, entre outros. Isso se chama sistema aberto. 
A Empresa como Sistema Aberto 
Como visto na anterior, as empresas sofrem influências externas que podem 
contribuir ou comprometer o desempenho das atividades operacionais e assim 
leva-la ao sucesso ou ao fracasso. Conforme Coronado (2006, p. 6):
O ambiente nos mostra que, para satisfazer suas necessidades, 
os homens se associam e criam organizações, que podem 
ter os mais diversos objetos de interesse, como entidades 
comerciais, industriais, religiosas, políticas e desportivas, 
dentre outras.
Essas associações podem visar tanto os benefícios materiais, como 
bens e riqueza, como aos não-materiais, como religião, política, 
status, mas sempre almejando o bem-estar do próprio homem.
Desta forma, entende-se que em todas as áreas das atividades empresariais 
(mineração, alimentício, transporte, indústria, serviços, dentre outros) as empresas 
apresentam as concepções de um sistema aberto. Prossegue Coronado (2006, p. 6):
Administrar e organizar significa um grande desafio no melhor dos 
tempos. As dificuldades aumentam num ambiente de mudanças 
rápidas como o atual. Para ser um líder ou um profissional que 
ajude as empresas a se adaptarem e a promoverem mudanças, 
é fundamental conhecer o ‘sistema empresa’.
Desta forma, para que os gestores tenham conhecimento do sistema 
empresa, precisam estar preparados para conhecer o mercado onde a empresa 
atua e também entender as influências dos fatores externos que de forma 
relevante podem impactar nos resultados. Seguindo este raciocínio Tung (1974, 
p. 27) afirma o seguinte: 
No regime de livre comércio, o alvo da empresa é o maior 
lucro possível, conciliável com o seu crescimento a longo 
prazo e também com o bem-estar da coletividade, mediante 
o atendimento das suas necessidades. Para atingir esse 
objetivo, a tarefa da empresa seria a de determinar quais as 
necessidades ou desejos desta mesma coletividade, para 
depois organizar-se do ponto de vista da produção e da 
comercialização. Essa tarefa é contínua, pois as necessidades 
e os desejos dos homens sofrem alterações permanentes. Para 
que a empresa consiga maior lucro, cada setor de atividade 
deverá procurar aplicar métodos eficientes, a partir de uma 
análise acuradamente elaborada. 
27
Conceito de Empresa Capítulo 1 
Então, o que acontece fora da empresa pode influenciar nas 
decisões tomadas pelos gestores de cada departamento dentro da 
empresa?
Para reforçar essa concepção de que os acontecimentos externos da 
empresa podem refletir nas decisões dos gestores na administração da empresa, 
Bio (1985, p. 18) ressalta que:
Uma das implicações críticas dos conceitos de sistemas na 
Administração é justamente a concepção da empresa como 
um sistema aberto, pois tal visão ressalta que o ambiente em 
que vive a empresa é essencialmente dinâmico, fazendo com 
que um sistema organizacional, para sobreviver, tenha de 
responder eficazmente às pressões exercidas pelas mudanças 
contínuas e rápidas do ambiente.
No Capítulo 5, serão elaborados os orçamentos por várias áreas 
ou departamentos da empresa, e no modelo que será estudado 
você aprenderá que o orçamento da área de produção exerce 
influência sobre o orçamento de compras, e o orçamento da área 
financeira deve prever quanto será necessário para manutenção da 
continuidade da empresa. Veremos isso na prática. 
É de fundamental importância observar que a cada decisão tomada na 
empresa pelos seus gestores, inclusive por dirigentes políticos no âmbito 
empresarial, pode afetar o andamento das empresas e implicar na necessidade 
de novas tomadas de decisões, mudando estratégias e ações já previstas. 
Isso acarreta um esforço estressante e estafante, o que culmina em algo 
chamado “pressão psicológica”, pois dirigentes empresariais não querem 
manchar sua imagem e carreira por algum resultado não alcançado, uma meta 
não atingida, ou alguma decisão tomada de forma equivocada e ser punido com 
alguma demissão, o que de certa forma “mancharia o seu currículo”.
28
 ORÇAMENTO
Por esse motivo, é comum dizer que o gestor está à disposição da empresa 
24 horas por dia, pois precisa pensar nos problemas de hoje que ficaram para trás 
e que precisam ser solucionados amanhã, fora os novos problemas que surgirão 
amanhã nas empresas. E isso se torna uma “bola de neve”, principalmente para o 
gestor que adora desafios e chama para si os problemas para serem solucionados. 
Há gestores que alinham desafios da empresa e metas pessoais com o propósito 
de no futuro alcançar a presidência de uma grande empresa multinacional ou 
trabalhar em outro país. Com certeza deverá estar bem preparado para tal função.
Em outro exemplo: se determinadas empresas exportam alguns tipos 
de produtos, e na política econômica daquele país foi aplicada alguma lei 
protecionista referente a estes produtos, essas empresas deverão rever seus 
planos de expansão, pois assim não terão condições de buscar esses mercados. 
Por isso, é importante simular diversos cenários e analisar como a empresa 
reagiria a determinados acontecimentos no mercado. Isso pode prever diversos 
problemas futuros. Chiavenato (2000, p. 552) afirma que:
[...] é perfeitamente aplicável à organização empresarial. A 
organização é um sistema criado pelo homem e mantém uma 
dinâmica interação com seu meio ambiente, sejam clientes, 
fornecedores, concorrentes, entidades sindicais, órgãos 
governamentais e outros agentes externos.
As empresas que atuam no mercado nacional e internacional têm a 
necessidade de sempre estarem atualizadas e preparadas para as constantes 
e inevitáveis mudanças de mercado, as quais estão relacionadas aos aspectos 
financeiros, políticos, econômicos e fatores macroeconômicos, entre muitos 
outros aspectos e fatores que influenciam diretamente no seu desenvolvimento.
Enfim, pode-se afirmar que são as constantes mutações internas e externas 
das organizações, decorrentes do ambiente em que estão inseridas, o motivo que 
as levam à sobrevivência no mercado competitivo. 
A amplitude de acontecimentos nacionais e internacionais implica diretamente 
na empresa, o que a leva a realizar intercâmbios com o meio, por intermédio dos 
quais angaria pontos importantes necessários à sua viabilidade, capacidade 
reprodutiva e adaptativa, resultando em sua continuidade.
O mercado mundial é dinâmico e, diante disso, Kochanski (2000, p. 54), 
afirma categoricamente que “aquelas que aindanão se adequaram ou ainda não 
estão se adequando a este novo contexto mercadológico, irão sentir-se forçadas 
a adaptarem-se ou irão desaparecer do mercado rapidamente [...]”.
29
Conceito de Empresa Capítulo 1 
Schein (1987 apud NAKAGAWA, 1993, p. 23-24) também estabelece a sua 
concepção de empresa a partir do sistema aberto da seguinte forma: 
a) a empresa deve ser concebida como um sistema aberto, o que 
significa que ela se encontra em constante interação com todos 
os seus ambientes, absorvendo matérias-primas, recursos 
humanos, energia e informações, transformando-se em 
produtos e serviços, que são exportados para esses ambientes;
b) a empresa deve ser concebida como um sistema de 
múltiplas finalidades ou funções, que envolvem múltiplas 
interações entre ela e seus diversos ambientes. Muitas 
atividades dos subsistemas existentes na empresa não 
podem ser compreendidas sem que se considerem essas 
múltiplas interações e funções;
c) a empresa é constituída de muitos subsistemas que estão 
em interação dinâmica uns com os outros. Em vez de se 
analisarem os fenômenos organizacionais em termos 
de comportamento individual, cada vez se torna mais 
importante analisar o comportamento desses subsistemas, 
que sejam considerados em termos de coalizões, grupos, 
funções ou de outros elementos conceituais;
d) devido ao fato de que os subsistemas, em graus variáveis, 
são interdependentes, as modificações ocorridas em um 
sistema, provavelmente, afetam o comportamento dos 
outros subsistemas;
e) a empresa existe dentro de um conjunto de ambientes, 
alguns maiores, outros menores do que ela. Os ambientes, 
de diversos modos, fazem exigências e oferecem restrições 
à empresa e a seus subsistemas. O funcionamento total 
da empresa não pode ser compreendido, portanto, sem 
explícita referência a essas exigências e restrições e a 
maneira como ela os enfrenta a curto, médio e longo prazos;
f) as numerosas vinculações entre empresa e seus ambientes 
tornam difícil especificar claramente seus limites.
O relacionamento entre os cenários poderá implicar na continuidade da 
empresa, por isso Brito (2003, p. 31) entende que “[...] o processo de montagem 
de cenários deve ser visto como processo evolutivo, no qual frequência e disciplina 
são muito importantes [...]”.
No Capítulo 4 estudaremos de que forma os cenários podem 
influenciar e até interagir nas atividades das empresas e, por 
conseguinte, afetar ou não a elaboração do processo orçamentário
30
 ORÇAMENTO
A Empresa como Sistema Dinâmico
Pode-se entender que o “movimento sistêmico” que mantém a empresa em 
constante formação ou transformação, é influenciado pelo sistema dinâmico. A 
palavra “DINÂMICA” significa que todas as coisas se transformam com a influência 
de outros fatores ou mecanismos existentes. Isso significa que a empresa 
processa, executa e operacionaliza as suas atividades a partir do momento em 
que os gestores utilizam a força decisória para a tomada de decisões.
As coisas somente acontecem quando alguma pessoa do comando da 
empresa “faz acontecer”.
Catelli (1999, p. 39) corrobora que “[...] a empresa encontra-se 
permanentemente interagindo com seu ambiente. Como um sistema dinâmico, 
realiza uma atividade, ou um conjunto de atividades, que a mantém em constante 
mutação e requer que seja constantemente orientada ou reorientada para a sua 
finalidade principal”.
No capítulo 2 faremos o estudo do Orçamento Flexível. Você 
poderá estudar, analisar e entender que o orçamento deve permitir 
os ajustes necessários para adequar-se à realidade de mercado. 
O sistema externo e interno de uma empresa pode ser identificado conforme 
a figura a seguir:
31
Conceito de Empresa Capítulo 1 
Figura 4 – Contexto das atividades no sistema empresa
Fonte: O autor.
Ao se observar a figura anterior, para melhor compreensão, segue o exemplo: 
uma empresa do ramo industrial, conforme o conceito de sistema empresa, está 
inserida na produção em escala. Esta empresa interage desde o recebimento dos 
pedidos até a entrega do produto final aos seus clientes. Ela adquire a matéria-
prima que se encontra disponível no mercado e transforma essa mesma matéria-
prima em outros produtos que retornarão ao mercado sob a forma de produto 
pronto ou acabado.
Isso tem relação com a empresa como um ambiente dinâmico, pois a empresa 
exerce um papel fundamental no funcionamento da cadeia de relacionamentos. 
Como visto anteriormente, existem diversos fatores externos, como o mercado, 
a política econômica, o governo, a concorrência e a sazonalidade. Esses fatores 
influenciam tanto as corporações contratantes de produtos ou serviços como as 
32
 ORÇAMENTO
empresas de produção em escala. A primeira poderá fornecer insumos para a 
segunda, que produz em escala, somente se houver harmonia com os fatores 
externos. Qualquer anormalidade poderá colocar em risco as suas atividades e, 
como resultado, poderão faltar ou sobrar produtos no mercado.
Verificando-se essa dinâmica a seguir:
• as grandes corporações industriais fornecem os insumos necessários 
para empresas de menor porte, que transformarão os insumos em 
produtos acabados, ou prestarão serviços às grandes corporações. 
Em ambos os casos estas empresas também necessitam de outros 
serviços, como energia elétrica, mão de obra, água, telefone, material de 
expediente, dentre outros, movimentando a economia; 
• ao encerrar a produção ou a prestação de determinado serviço, a 
empresa de menor porte retorna os produtos elaborados para o seu 
contratante de serviços (as grandes corporações) e, através da entrega, 
conclui-se o processo produtivo; 
• as grandes corporações disponibilizam seus produtos ao mercado 
consumidor. Por sua vez, o mercado consumidor poderá ou não consumir 
esses produtos, dependendo dos estímulos provocados pelos fatores 
externos, como mercado, política econômica, governo, concorrência, 
sazonalidade, tendências da moda, dentre outros.
Esse processo se transforma em um ciclo, portanto, para a continuidade 
dos empreendimentos, faz-se necessário que todos os segmentos empresariais 
estejam em consonância com os estímulos externos e internos, formando uma 
cadeia de relacionamentos.
Se há consumo, há produção. O inverso poderá paralisar a 
economia.
Contudo, o que se observa na sociedade brasileira, é a concentração da 
maior renda em uma parcela menor da população, e isso se chama “acúmulo de 
riqueza”, o acúmulo de riqueza nem sempre se traduz em aumento de consumo, 
pois os extremamente ricos não necessitam gastar mais com bens de consumo 
uma vez que já possuem as suas necessidades atendidas; por consequência 
acumulam riqueza.
33
Conceito de Empresa Capítulo 1 
IBGE: 10% CONCENTRAM 43,4% DE TODA 
A RENDA RECEBIDA NO BRASIL
Em 2016, as pessoas situadas na parcela de 1% dos maiores 
rendimentos recebiam, em média, R$27.085, enquanto a metade de 
menor renda recebia R$747,00 em um país cujo rendimento médio 
mensal foi de R$2.149,00 Nesse mesmo ano, os 10% com maiores 
rendimentos concentravam 43,4% de toda a renda recebida no Brasil.
Os números que mostram a desigualdade e a concentração de 
renda no país integram o módulo Rendimento de todas as fontes da 
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, 2016.
Fonte: IBGE. Disponível em: <http://www.jb.com.br/pais/noticias/2017/11/29/ibge-10-
concentram-434-de-toda-a-renda-recebida-no-brasil/>. Acesso em: 8 jan 2017.
Então, pode-se afirmar que, no estudo do Sistema Empresa como um 
sistema dinâmico, a concentração de renda em menor parcela da população no 
Brasil pode influenciar nos resultados das empresas. Nos Estados Unidos da 
América, o efeito é inverso.
34
 ORÇAMENTO
POR QUE MAIS DE 400 MULTIMILIONÁRIOS NOS 
EUA NÃO QUEREM PAGAR MENOS IMPOSTOS
[...]
Pelo contrário, eles asseguram que estão dispostos a aceitar 
impostos mais altos se o dinheiro for investido em áreas comoeducação, fiscalização e infraestrutura, ou para garantir a continuidade 
de programas públicos de saúde destinados aos mais pobres.
"Tenho uma renda alta. Se ela sobe, não vou investir mais. 
Simplesmente vou poupar mais", disse Bob Crandall, ex-diretor-
executivo da companhia aérea American Airlines.
"Eles (republicanos) dizem que não podemos permitir que haja 
aumento de gastos, mas, ao mesmo tempo, que podemos dar aos 
ricos uma grande redução de impostos. Isso não faz sentido.
[...]
Fonte: Disponível em: <http://www.bbc.com/portuguese/
internacional-41997632>. Acesso em: 8 jan 2017.
Entende-se que, com a maior concentração de riqueza para os extremamente 
ricos, haverá maior poupança, não o maior consumo. Por conseguinte, se os 
governos não taxarem as altas rendas, pode ocorrer renúncia de receitas o que 
pode impactar nos programas sociais, dentre outros.
Você percebeu como é importante entendermos o SISTEMA 
EMPRESA como um SISTEMA DINÂMICO?
Qualquer alteração imposta pelo governo pode impactar nos 
resultados das empresas, pois nem sempre o vilão é a alta carga 
tributária no Brasil. A má distribuição de renda também não gera 
consumo.
35
Conceito de Empresa Capítulo 1 
Para reforçar esse pensamento, também buscou-se a contribuição de 
Chiavenato (2000), que diz o seguinte:
Como todos os sistemas sociais, as organizações são 
sistemas abertos, afetados por mudanças em seus ambientes, 
denominados variáveis externas. O ambiente não tem 
fronteiras e inclui variáveis desconhecidas e incontroladas. 
Por essa razão, as consequências dos sistemas sociais são 
probabilísticas e não determinísticas e o seu comportamento 
nunca é totalmente previsível. As organizações são complexas 
e respondem a muitas variáveis que não são totalmente 
previsíveis (CHIAVENATO, 2000, p. 553).
As empresas existem de acordo com as respostas aos estímulos 
externos ou internos.
De certa forma, pode-se afirmar que as empresas estão inseridas em sistemas 
abertos, que trocam produtos e serviços no ambiente em que atuam e que formam 
um elo entre o próprio mercado fornecedor de insumos e o mercado consumidor.
Pode-se afirmar que existe uma interface neste mercado, pois o que ocorre 
através da inter-relação entre um sistema e o ambiente em que está estruturado é 
chamado de interface. 
Essa interface propõe respostas aos estímulos do mercado onde a empresa 
está inserida, reconhecendo-se essas interações entre todos esses elementos.
Para muitos estudiosos da economia, a empresa responde aos estímulos do 
mercado exterior. Esses estímulos estão relacionados à sua produção (compra 
de insumos), controles internos, venda de produtos, contratação de mão de 
obra (aspectos sociais), dentre outras, com o objetivo da maximização dos seus 
resultados (em busca do lucro).
Entende-se que a interação de sistemas é complexa e a busca para a 
harmonização dos seus elementos acontece de acordo com o estilo de administrar 
de cada empresa.
36
 ORÇAMENTO
Modelo Conceitual de Sistema 
Empresa
Até o momento, foi visto que as empresas estão inseridas em um ambiente que 
se pode chamar de organismo vivo, pois todo o mercado, a produção, o consumo, 
as finanças, o planejamento, dentre outros fatores estão em constantes mutações. 
Para exemplificar o que vem a ser esse ambiente de inter-relações, apresentados 
na figura a seguir como sendo um modelo conceitual de sistema-empresa.
Figura 5 – Visão sistêmica da empresa
ENTIDADES REMOTAS
FUNÇÕES:
 
COMERCIAL
 
OPERACIONAL
 
FINANÇAS
VARIÁVEIS AMBIENTAIS
Resultado 
Econômico
Grandes 
Corporações
consumidores
– Dinheiro
– Informações
– Recursos
 Humanos
– Serviços
– Clientes
– Dinheiro
– Informação
– Recursos 
Humanos
– Serviços
– Fornecedores
– Mercadorias
– Transportes
AMBIENTE PRÓXIMO
CONCORRENTES
ATIVIDADES PRINCIPAIS
Estocar
Vender
Comprar
Movimentar
Transportar
Fonte: Adaptado de Coronado (2001, p. 69).
37
Conceito de Empresa Capítulo 1 
O Resultado Econômico – em destaque na Figura 5 – é o resultado da 
interação dos fatores oriundos das entidades remotas (econômica, social, política, 
tecnológica, dentre outras) com as variáveis ambientais (ambientes onde se 
desenvolvem as entidades remotas, como compras, vendas, transportes, dentre 
outros) que interagem com o ambiente interno da empresa, que, de acordo com 
as principais funções e atividades (como produzir, vender, dentre outras), geram o 
resultado almejado.
O RESULTADO ECONÔMICO pode ser o Lucro ou o Prejuízo.
A concorrência exerce um papel fundamental no sistema empresa, ela faz 
parte dos fatores externos da empresa que podem afetar o resultado econômico.
Pode ocorrer de diversas formas. As decisões que os gestores das empresas 
concorrentes tomam afetam positivamente ou negativamente. Se o gestor da 
empresa concorrente decidir baixar o preço e, por conseguinte, diminuir a qualidade 
dos seus produtos, corre o risco de afetar a manutenção da perenidade dos seus 
negócios no mercado. Entretanto, se o gestor da empresa concorrente decidir 
melhorar a qualidade dos produtos sem elevar demais seus preços, isto poderá afetar 
a perenidade dos negócios das outras empresas do mesmo ramo de atividades.
Portanto, uma empresa exerce, diretamente ou indiretamente, influência na outra.
De certa maneira, o resultado econômico é alcançado com a utilização de 
todos esses recursos, que são transformados em produtos ou serviços oferecidos 
ao mercado, que remuneram as suas atividades. Por sua vez, os consumidores 
em geral são aqueles que se utilizam desses produtos ou serviços das empresas. 
Mas essa cadeia produtiva encontra-se alicerçada em uma série de decisões 
tomadas pelos seus gestores. Coronado (2001, p. 97) explica que:
Decisões dizem respeito à identificação de eventos futuros. 
Eventos, por sua vez, referem-se à classe de transações, por 
exemplo, um conjunto homogêneo de transações de vendas 
forma o evento vendas. Logo, um evento econômico representa 
um acontecimento que modifica a estrutura patrimonial da 
empresa. 
Ressalta-se que esses resultados são reflexos das movimentações financeiras 
geradas pelas decisões tomadas, pois, com a escassez dos recursos financeiros 
no mercado, é preciso tomar decisões convenientes para não comprometer os 
38
 ORÇAMENTO
resultados da companhia. Essas decisões podem estar relacionadas ao tipo de 
recurso que a empresa necessita (a forma de financiamento), as habilidades 
desenvolvidas pelos profissionais e aos recursos tecnológicos disponíveis. Isso 
impacta nos resultados da empresa, e essas decisões estão fundamentadas 
nas ferramentas dos orçamentos, que são suficientemente capazes de fornecer 
informações para gerar os melhores resultados.
As ferramentas de ORÇAMENTOS são suficientemente capazes 
de fornecer informações para gerar os melhores resultados?
Já é possível compreender que as empresas podem ser determinadas como 
organismos vivos que interagem no ambiente social, econômico e outros. Esse 
dinamismo (ambiente dinâmico) é gerado pelo esforço da tomada de decisões 
dos seus gestores. Essas decisões podem afetar a continuidade (perenidade) dos 
negócios da empresa e, portanto, podem e devem ser determinadas com base 
nas ferramentas de orçamentos, que são elaborados a partir dos estímulos dos 
gestores em resposta ao mercado no seu ambiente de atuação.
Atividades de Estudos:
1) Para que o sistema empresa tenha um bom funcionamento, este 
é dividido em diversos outros subsistemas. Um dos aspectos que 
abordam esse tema está relacionado com a seguinte definição: “É 
o responsável pelo processo de tomada de decisões, pois abrange 
as atividades de planejamento, gerenciamento e mecanismo de 
controle interno”. Assinale a alternativa que corresponde a este 
subsistema:
a) ( ) institucional.
b) () organização.
c) ( ) gestão.
d) ( ) social.
39
Conceito de Empresa Capítulo 1 
2) Os fatores externos da empresa, como os relacionados às 
decisões governamentais, podem impactar nos resultados das 
empresas. De que forma políticas de distribuição de riqueza 
podem impactar na melhoria dos resultados das empresas?
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
Algumas Considerações
Neste capítulo você teve a oportunidade de conhecer a Teoria dos Sistemas 
e compreender que as empresas interagem como organismos vivos e sofrem a 
influência do ambiente interno e externo da empresa para a manutenção da sua 
sobrevivência.
Na organização empresarial, os departamentos são dependentes entre si 
na busca da realização dos seus objetivos. Diversos fatores externos à empresa, 
como o governo, as políticas econômicas, a relação entre fornecedores e clientes 
podem frequentemente alterar a sua dinâmica. O sistema organizacional de 
uma empresa é dividido em vários subsistemas, que são: institucional, gestão, 
organização, social, informação e físico-operacional.
Você aprendeu que a missão deve ser escrita de forma objetiva e breve, 
compreendendo as atividades da empresa, o mercado de atuação, os produtos 
e serviços oferecidos, a sua diferenciação e o seu papel em relação a seus 
concorrentes e às principais conquistas que se quer atingir. 
A empresa é uma organização compreendida como um sistema aberto, pois 
diversos fatores externos influenciam na tomada de decisões de seus gestores. A 
empresa é uma organização compreendida como um sistema dinâmico, pois realiza 
uma atividade, ou um conjunto de atividades, que a mantém em constante mutação 
e requer que seja constantemente orientada ou reorientada para a sua finalidade. 
40
 ORÇAMENTO
Por fim, o modelo Conceitual de Sistema Empresa é importante para 
identificar e apurar com mais facilidade o Resultado Econômico, levando em 
consideração a interação de fatores oriundos dos ambientes internos e externos 
da empresa, assim como a distribuição de renda como fator preponderante para a 
melhoria dos resultados da empresa.
Referências
BERTALANFFY, Ludwig Von. Teoria geral dos sistemas. Petrópolis: Vozes, 1977. 
BEER, Stafford. Cibernética e administração industrial. Rio de Janeiro: Zahar, 1969.
BIO, Sérgio Rodrigues. Sistemas de informação: um enfoque gerencial. São 
Paulo: Atlas, 1985.
BRITO, Osias Santana de. Controladoria de risco: retorno em instituições 
financeiras. São Paulo: Saraiva, 2003. 
CATELLI, Armando (Coord.). Controladoria: uma abordagem da gestão 
econômica - GECON. São Paulo: Atlas, 1999.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 6. ed. 
Rio de Janeiro: Campus, 2000.
CORONADO, Osmar. Controladoria no atacado e varejo: logística integrada de 
gestão sob a óptica da gestão econômica logisticon. São Paulo: Atlas, 2001.
______. Contabilidade gerencial básica. São Paulo: Saraiva, 2006.
CRUZ, Tadeu. Sistemas de informações gerenciais: tecnologia de informação 
e a empresa do século XXI. São Paulo: Atlas, 1998.
FIGUEIREDO, Sandra. CAGGIANO, Paulo César. Controladoria: teoria e 
prática. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
GUERREIRO, Reinaldo. A meta da empresa: seu alcance sem mistérios. São 
Paulo, 1996.
KOCHANSKI, Djone. Sistemas de gestão empresarial distribuídos como 
ferramenta competitiva. Leonardo: Órgão de Divulgação Científica e Cultural 
da Associação Educacional Leonardo da Vinci-ASSELVI, Indaial, v. 1, n. 1, 
jul./dez. 2000. p. 53-58.
MOSIMANN Clara P; ALVES Osmar de C.; FISCH, Sílvio. Controladoria: seu 
papel na administração de empresas. Florianópolis: UFSC – ESAG, 1993.
41
Conceito de Empresa Capítulo 1 
NASCIMENTO, Auster Moreira; REGINATO, Luciane (Orgs.). Controladoria: um 
enfoque na eficácia organizacional. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
 
PADOVEZE, Clóvis Luis. Controladoria estratégica e operacional. São Paulo: 
Cengage Learning, 2009.
SCHEIN, Edgar H. Psicologia organizacional. In: NAKAGAWA, Masayuki. 
Introdução à controladoria: conceitos, sistemas, implementação. São Paulo: 
Atlas, 1993.
TUNG, Nguyen H. Controladoria financeira das empresas: uma abordagem 
prática. 4. ed. São Paulo: Universidade de São Paulo, 1974. Edições 
Universidade Empresa.
42
 ORÇAMENTO
CAPÍTULO 2
Tipos de Orçamentos e suas 
Aplicações
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo, você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
� Compreender qual é a utilidade e aplicação do orçamento na empresa.
� Conhecer quais são os tipos de orçamentos e qual é o tipo de aplicação de 
cada um deles.
� Compreender qual é o tipo de gestão da empresa, que refletem os orçamentos.
� Entender qual é o tipo de comportamento que o orçamento influência nos gestores. 
� Analisar os tipos de orçamentos e identificar àquele que melhor se adapta à empresa.
� Analisar qual é o efeito que o orçamento exerce nos gestores quanto ao seu 
aspecto comportamental.
44
 ORÇAMENTO
45
Tipos de Orçamentos e suas Aplicações Capítulo 2 
Contextualização
Neste capítulo, serão estudados os orçamentos, os seus objetivos na 
determinação do resultado da empresa e os tipos de orçamentos existentes, 
dentre eles os orçamentos: estático, flexível, tendência e base zero.
O sistema de orçamentos é de fundamental importância, pois se refere 
à integração das informações dos diversos departamentos da empresa 
(importante observar que o sistema de orçamentos está em concordância com 
o sistema empresa). 
Em se tratando de resultados financeiros, deve-se ter o cuidado de observar 
que é assunto relacionado ao alcance das metas de trabalho dos gestores, 
considerando que a empresa deve atingir os resultados almejados da maneira 
mais eficaz possível. Assim, também será estudado o que refletem os orçamentos 
e os seus efeitos nas pessoas envolvidas no processo.
Aspectos Conceituais
É de conhecimento geral que no mundo empresarial os gestores possuem a 
necessidade de planejar as ações e buscar o controle da empresa, e a utilização da 
ferramenta orçamentária torna-se indispensável na boa gestão de qualquer negócio.
Com as mudanças no comportamento das pessoas, que levaram a mudanças 
na necessidade de consumo, a crescente expectativa do desenvolvimento 
tecnológico de novos produtos e o desenvolvimento do mercado, as empresas 
aumentaram a sua complexidade no desenvolvimento das suas atividades e 
dos seus controles internos. Para as empresas, tornou-se necessário aumentar 
o volume de informações com qualidade, com o objetivo de proporcionar aos 
gestores o controle do processo de produção e tomar decisões estratégicas, 
podendo assim, antever o futuro no resultado das empresas com a adoção das 
ferramentas orçamentárias. Segundo Nascimento e Reginato (2009, p. 16-17):
A dimensão de controle de dados e informações alicerça a de 
gestão. É nela que se mantêm os registros de todos os eventos 
e transações realizados na empresa. É, pois, a fonte supridora 
de dados e informações aos gestores e, principalmente, [...] no 
sentido de que esses usuários possam se munir de recursos 
informacionais que ofereçam o conhecimento detalhado e 
global da situação passada e atual da organização e possam 
projetar cenários que atendam às expectativas futuras da 
administração.
46
 ORÇAMENTO
Com isso, o processo orçamentário envolve a elaboração de planos 
detalhados das operações a serem cumpridos no âmbito produtivo com o objetivo 
de maximizar o lucro e otimizar o caixa. 
Por maximização do lucro, pode-se entender como o aumento do lucro com 
maior valor agregado nos preços dosprodutos e serviços.
A otimização do caixa se entende por alcançar o lucro referente às vendas 
efetuadas no caixa da empresa de acordo com os prazos negociados junto ao 
cliente. De nada adianta a empresa vender, apresentar mensalmente lucro na 
Demonstração do Resultado da Empresa se este lucro não se concretiza no caixa 
da empresa. Em pouco tempo, será transformada em uma empresa insolvente.
O planejamento para o resultado da empresa envolve a previsão dos custos 
e despesas de acordo com a estrutura das políticas existentes, além de fixar 
padrões para a atuação dos gestores que exercem poder de decisão na empresa.
De que forma pode-se conceituar um orçamento?
O orçamento pode ser conceituado como um planejamento 
de operações detalhado em todas as suas fases para um período 
futuro, buscando retratar formalmente as políticas, planos e metas 
estabelecidas pelos administradores, expressos em forma quantitativa.
Entende-se que orçar significa processar todos os dados constantes do 
sistema de informação e apresentá-los em forma de relatórios gerenciais, 
permitindo aos gestores terem uma visão do futuro da organização (de forma 
quantitativa) e poderem acompanhar de forma sistemática o cumprimento, ou 
não, do que foi orçado como fator primordial para a sobrevivência da empresa. 
Coronado (2006, p. 13) salienta que: 
Sabe-se da dificuldade de sobrevivência vivida pelas empresas, 
principalmente aquelas de pequeno porte, em um ambiente 
turbulento, no qual as mudanças são rápidas e constantes. 
Para sobreviver e prosperar nesse ambiente, as empresas 
precisam apresentar desempenho eficiente e eficaz. O 
empresário, muitas vezes, tem dificuldades de entender essas 
variáveis e, eventualmente, até para estabelecer parâmetros a 
fim de avaliar o desempenho da empresa.
47
Tipos de Orçamentos e suas Aplicações Capítulo 2 
Para Atkinson et al. (2000, p. 465), os orçamentos representam: 
Um papel semelhante no planejamento e no controle para 
gerentes que estão dentro de unidades empresariais e que 
são parte central no projeto e na operação de sistema de 
contabilidade gerencial. [...] Os orçamentos nas empresas 
refletem as condições quantitativas de como alocar recursos 
financeiros para cada subunidade organizacional, com base 
em suas atividades e nos objetivos de curto prazo. [...] Assim, 
um orçamento é uma expressão quantitativa das entradas 
de dinheiro para determinar se um plano financeiro atingirá 
os objetivos organizacionais. Orçamentação é o processo de 
preparação dos orçamentos. 
Portanto, o orçamento é o instrumento que descreve o plano geral das 
operações, orientado por objetivos e metas propostos pela alta cúpula diretiva da 
empresa para um determinado período. O orçamento é o método de planejamento 
e controle financeiro, vinculado aos planos operacionais e/ou de investimentos 
da empresa, com a finalidade de aperfeiçoar o rendimento de recursos físicos e 
monetários da empresa. Isto significa compreender de forma quantitativa o que 
“pode acontecer” com os recursos e resultados da empresa em períodos futuros. 
Conforme Nascimento e Reginato (2009, p. 158):
O orçamento financeiro compreende os efeitos que o 
orçamento operacional e os planos de investimentos de capital 
provocarão sobre a estrutura financeira da empresa. Essa 
parte do orçamento, ao contrário do orçamento operacional, 
representa a posição global da empresa e não de uma unidade 
de negócios em particular.
De certa forma, podemos tirar como conclusão que Orçamento 
nada mais é do que colocar à frente aquilo que está acontecendo 
hoje, processando todos os dados constantes do sistema de 
informação contábil de hoje e introduzindo os dados previstos para 
o próximo período, de acordo com as ferramentas para projeção que 
os gestores utilizam.
48
 ORÇAMENTO
O orçamento é a pura repetição dos relatórios gerenciais atuais, mas utiliza 
dados previstos. Lunkes (2003) explana sobre o orçamento, seu desenvolvimento 
e importância nas empresas:
- Na primeira fase predominou o orçamento empresarial, 
que teve como ênfase a projeção dos resultados e posterior 
controle. É um plano projetado para atender a um nível de 
atividade do próximo período.
- A segunda fase privilegiou o orçamento contínuo, que tem 
como ênfase a revisão contínua, removendo-se os dados do 
mês recém-concluído e acrescentando-se dados orçados para 
o mesmo mês do ano seguinte. A aplicação desse método está 
se tornando bastante frequente nas empresas.
- O passo seguinte foi o surgimento do orçamento de base 
zero (OBZ), com a projeção dos dados como se as operações 
estivessem começando da estaca zero e tivessem necessidade 
de justificar os gastos. No orçamento de base zero os gestores 
estimam e justificam os valores orçados como se a empresa 
estivesse iniciando suas operações.
- A quarta etapa apresenta o orçamento flexível em destaque 
com a projeção dos dados das peças orçamentárias em vários 
níveis de atividade. O orçamento flexível é projetado para 
cobrir uma gama de atividades, portanto, pode ser usado para 
estimar custos em qualquer nível de atividade.
- Posteriormente, surgiu o orçamento por atividades como uma 
extensão do custeio baseado em atividades, com projeção 
dos recursos nas atividades e o uso de direcionadores para 
estimar e controlar resultados. O orçamento por atividades usa 
a informação sobre os direcionadores no planejamento e no 
processo de avaliação.
- Finalmente, o orçamento perpétuo, que prevê o uso dos 
recursos fundamentado na relação causa-efeito. 
- Pode-se ainda considerar outros métodos, como o orçamento 
padrão, orçamento de tendência e orçamento incremental 
(LUNKES, 2003, p. 37).
O sistema orçamentário está baseado no modo de conduzir as ideias e 
progredir, passo a passo, nas ações que estão sendo implementadas na empresa 
e que podem ser confrontados os resultados entre o realizado e o orçado e apurar 
potenciais discrepâncias para as correções necessárias.
O sistema orçamentário da empresa precisa estar “conectado” de certa forma 
ao mercado, pois é de fundamental importância que as empresas planejem os 
seus objetivos e suas atividades sempre considerando as suas necessidades e se 
adaptando às novas realidades do mercado e que podem ter impacto nas empresas. 
49
Tipos de Orçamentos e suas Aplicações Capítulo 2 
Sabe-se da fundamental importância das ferramentas orçamentárias para as 
empresas. No Brasil, o orçamento passou a ser foco de estudo a partir de 1940, 
mas apenas a partir de 1970 as empresas o adotaram com mais frequência em 
suas atividades.
De modo geral, o processo orçamentário foi sendo adaptado às tendências 
das modernas teorias de gestão e atualmente deve apresentar as seguintes 
características:
• projeta o futuro da empresa no seu mercado de atuação;
• flexibiliza sua aplicação de modo a facilitar sua operacionalização e 
compreensão dos resultados; 
• deve ter a participação direta dos responsáveis na sua elaboração, 
acompanhamento e análise; 
• precisa ter um grau de acerto aceitável dentro da realidade da empresa e 
do mercado; 
• é adaptado ao ciclo operacional, o que possibilita verificar o custo versus 
benefício dos investimentos;
• demonstra capacidade para apresentar com rapidez possíveis problemas 
na relação entre gastos e retornos financeiros;
• permite o seu imediato ajuste operacional com encaminhamentos corretivos.
A partir da década de 80, com o acentuado processo de globalização, as 
distâncias globais desapareceram e as fronteiras deixaram de ser um obstáculo 
para o mundo dos negócios. Isso permitiu que as empresas adquirissem matérias-
primas em outros países com maior qualidade e até por vezes, com preços 
reduzidos. Inclusive, várias empresas tiveram oportunidade de construir suas 
fábricas em que os custos eram menores e com a possibilidade de oferecer seus 
produtos e serviços em qualquer parte do mundo. 
Como consequência, os padrões de consumo foram massificadose o capital 
financeiro passou a buscar uma melhor rentabilidade global. Contudo, a competição 
nunca foi tão acirrada quanto na atualidade, pois o mercado recebe constantemente 
novos produtos importados ou de concorrentes locais com preços mais baixos, e, 
com isso, a necessidade de maior produtividade e redução dos custos é cada vez 
maior. Figueiredo e Caggiano (2008) abordam que todo este processo impacta no 
contexto externo das relações contratuais das empresas e também no seu ambiente 
interno, criando a demanda por melhores práticas de gestão.
A empresa é uma instituição econômica que tem o objetivo de ofertar aos 
consumidores produtos e serviços necessários ou desejados pelas pessoas. Esses 
objetivos somente serão viabilizados se o lucro for alcançado. Assim, as atividades 
das empresas devem estar sincronizadas com as metas fixadas ao invés de serem 
realizadas de forma aleatória, isto é, necessitam ser planejadas e controladas. 
50
 ORÇAMENTO
Objetivos dos Orçamentos
O processo para a implantação das ferramentas orçamentárias nas empresas 
é demorado e requer muita negociação com os gestores, pois é uma mudança 
de filosofia, é uma mudança no pensamento do gestor da empresa e deve estar 
de acordo com a definição de ações globais e setoriais. Labes (2002, p. 43) 
afirma que as ações globais, ou seja, os planos, programas ou projetos macros 
da organização são precedidos pelas estratégias definidas de negócios. Nessa 
fase, são definidos os objetivos e as metas globais, tendo sempre em mente para 
quanto tempo futuro o planejamento considera. 
A implantação da ferramenta orçamentária envolve um árduo 
trabalho de negociação. O demonstrativo adicional que compara 
o que foi realizado na empresa com o que foi projetado tem por 
objetivo apresentar ao gestor as variações dos valores entre o 
orçado e o realizado das receitas e gastos, o que ocorreu dentro do 
previsto e fora do planejado para que assim se possa corrigir o que 
for necessário.
Na análise de variações de receitas e gastos para o controle orçamentário, 
Crepaldi (2012, p. 414) considera as seguintes probabilidades:
• relevância da variação: devemos avaliar o grau de 
importância da variação;
• erros de informação: tanto os dados de orçamento quanto os 
dados reais devem ser examinados para ter-se a certeza de 
que não há erros de informação;
• a variação deve-se a uma decisão: muitas vezes, a 
administração tomará decisões causadoras de variações, 
com o intuito de aumentar a eficiência ou atender a certas 
exigências. Pode-se, por exemplo, realizar um projeto 
publicitário especial e não planejado previamente;
• variações não controláveis: muitas variações são explicáveis 
em termos do efeito de fatores não controláveis, por exemplo, 
inflação;
• variações cuja causa não é conhecida: essas variações 
devem constituir motivo central de preocupação e devem 
ser cuidadosamente analisadas. Essas são as exceções que 
geralmente requerem a tomadas de medidas corretivas.
51
Tipos de Orçamentos e suas Aplicações Capítulo 2 
Assim, entende-se que as ferramentas orçamentárias possuem objetivos 
direcionados para o bom funcionamento das empresas. No entanto, Welsch 
(1983, p. 344) alerta para determinadas cautelas: 
[...] o analista deve reconhecer que essas análises envolvem 
distinções que dificilmente podem ser expressadas de uma 
maneira simples e concisa: portanto, devem ser usadas com 
cautela.
No que diz respeito à apresentação dos resultados das 
análises de variações, há dois enfoques. Em primeiro lugar, as 
análises podem ser feitas como parte de um relatório especial 
focalizando problemas específicos (não repetitivos) com os 
quais a administração está preocupada. Em segundo lugar, as 
análises podem ser incluídas na parte de ‘comentários’. 
Ao analisar as variações, Brookson (2000, p. 54) observa que: 
Identifique variações significativas, de modo a garantir que 
seu orçamento seja cumprido da melhor forma possível. Para 
escolher quais exigem uma análise mais detalhada, leve em 
conta a possibilidade de controlá-las, o custo estimado de 
investigá-las e as chances de que elas tornem a acontecer no 
futuro. As principais questões a considerar para a seleção do 
que deve ser examinado são: ‘Por que estudar essa variação?’ 
e ‘O que farei com ela depois de entendê-la?’. Se não houver 
utilidade prática, não perca tempo com isso.
 
Para se entender melhor o que significam os objetivos e sua aplicabilidade, 
buscou-se as citações de alguns autores. O objetivo do plano orçamentário:
[...] não é apenas prever o que vai acontecer e seu posterior 
controle. Ponto básico e, entendemos, fundamental, é o 
processo de estabelecer e coordenar objetivos para todas 
as áreas da empresa, de forma tal que todos trabalhem 
sinergicamente em busca dos planos de lucros. [...] No 
estabelecimento de objetivos haverá o envolvimento de 
todos, numa gestão participativa, ao mesmo tempo em que se 
delegará responsabilidades. Com isso, será possível a etapa 
final, que é o controle do orçamento e a análise do desempenho 
e de suas variações (PADOVEZE, 1997, p. 354).
Padoveze (1997) ainda afirma que deve existir o envolvimento de todos os 
setores e todos os responsáveis de cada departamento, e as atividades deverão 
“estar alinhadas” de forma congruente. Warren, Reeve e Fees (2001, p. 179) 
abordam que “o orçamento envolve (1) o estabelecimento de metas específicas, 
(2) a execução de planos para atingir suas metas e (3) a comparação periódica 
dos resultados efetivos com as metas”.
52
 ORÇAMENTO
O orçamento é constituído por planos específicos em datas e unidades 
monetárias que visam atingir objetivos programados. Tais objetivos, por vezes, 
podem ser baseados em orçamento empresarial por sazonalidade, por exemplo, 
a área têxtil que deverá acompanhar o mundo da moda. É o plano financeiro para 
implantar a estratégia da empresa em determinado exercício e, portanto, é uma 
ferramenta básica de gestão que pode ser de curto prazo ou de longo prazo.
O orçamento de curto prazo (geralmente um ano) é bastante detalhado 
e subdividido de acordo com as áreas da empresa. Sua função é quantificar os 
planos e estabelecer as metas operacionais que determinam o que fazer, quando 
fazer, como fazer e quais recursos utilizar. 
O orçamento de longo prazo orienta a realização dos objetivos estratégicos.
Com o sistema orçamentário, é possível emitir diversos tipos de relatórios 
que contêm informações gerenciais importantes para a gestão de uma empresa, 
como os seguintes: 
• relatórios de análise de desempenho por áreas de responsabilidade; 
• relatórios de análise de resultados, como a margem de contribuição por 
produto, 
• relatórios de investimentos em imobilizado, que possibilitam a 
identificação do pay-back;
• relatórios de performance econômica e financeira da empresa, como o 
Retorno Operacional sobre os Ativos Líquidos (ROAL) que é o resultado 
gerado em relação aos investimentos dos ativos descontando-se os 
impostos recuperáveis conforme sua aquisição; 
• demonstrações financeiras, como o balanço patrimonial, a demonstração 
de resultado de exercício e a demonstração do fluxo de caixa projetados.
Quando se trata de metas, na verdade, está-se falando em estabelecê-las 
para o resultado da empresa de forma global, mas sempre buscando “conectar” as 
atividades de cada departamento, uma vez que cada setor da empresa também 
possui suas metas individuais a serem atingidas. 
53
Tipos de Orçamentos e suas Aplicações Capítulo 2 
Em gestão, podemos compreender o seguinte:
- as metas como uma função administrativa de planejamento; 
- a execução dos planos e das ações, de acordo com o processo 
orçamentário, como uma função administrativa de direção; e 
- a comparação dos resultados como uma função administrativa de 
controle.
Em outras palavras, o Orçamento envolve: PLANEJAMENTO  
DIREÇÃO  CONTROLE.
a) Planejamento
É um conjunto de metas estabelecidas

Outros materiais