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Perícia Contábil e o Perito Contador

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PERÍCIA E AUDITORIA
Unidade 1 - O Perito Contador e a Perícia Contábil
	Nesta unidade nosso tema principal é a Perícia Contábil. Antes de conhecê-la propriamente, estudaremos a figura do perito contador, suas principais características e responsabilidades.
	Todo contador está sujeito às obrigações previstas no Código de Ética Profissional do Contabilista. Esse documento, de forma geral, determina os parâmetros necessários para o bom desenvolvimento da profissão contábil, seja pelos contadores, seja pelos técnicos de contabilidade.
	Se você, no futuro, exercendo a função de contador, seja em empresas privadas, empresas públicas ou, ainda, na função de empresário contábil, desejar exercer uma das especialidades da Contabilidade, denominada Perícia Contábil, deve atentar-se para algumas das características específicas que se deseja encontrar nesse profissional.
	Vamos relembrar qual o conceito de Perito Contador, de acordo com as Normas do Conselho Federal de Contabilidade?
	“2.1.1 - Perito é o contador regularmente registrado em Conselho Regional de Contabilidade, que exerce a atividade pericial de forma pessoal, devendo ser profundo conhecedor, por suas qualidades e experiência, da matéria periciada” (NBC 2 – Resolução CFC 1056/2005).
Característica Necessarias ao Perito Contador
	Conforme observamos, para o exercício da especialidade de perito contador são necessários alguns requisitos básicos:
	Deve ser contador, ou seja, profissional de nível superior;
	Deve ser registrado em Conselho Regional de Contabilidade;
	O profissional deve ser profundo conhecedor, por suas qualidades e experiência, da matéria a ser periciada.
	Com base nesses requisitos iniciais, podemos ver que um contador registrado no CRC pode fazer perícias, mas ele somente deve realizar tal serviço quando conhecer, tanto teoricamente, como na prática, por sua experiência profissional anterior, a matéria objeto da perícia.
	No entanto, não basta que o contador seja profundo conhecedor da matéria para ser considerado uma pessoa apta a fazer uma perícia contábil. Especialmente no âmbito judicial, onde pode ser, a qualquer momento, arguido o impedimento ou a suspeição do perito, as qualidades éticas e morais do perito contador também devem ser levadas em consideração.
	Vamos imaginar a seguinte situação: um perito contador pode ser nomeado em uma querela que envolve questões de ordem tributária. O juiz, ao consultar o curriculum vitae do perito em potencial, verifica que ele tem amplo conhecimento, tendo exercido a função de contador tributário em diversas empresas e realizado cursos de atualização recentes. Entretanto, ao consultar o nome do profissional em questão, descobre que o mesmo esteve envolvido em recente operação da Polícia Federal, como suspeito de desvio de recursos oriundos de evasão fiscal. Uma questão surge nesse momento:
	A tendência é que o juiz realize a nomeação de outro profissional, uma vez que, além de ser competente e possuir excelência intelectual, o perito deve ter excelência moral, que se traduz como o exercício de todas as suas funções com honestidade, retidão, ética e equidade.
	A essência dessas exigências reside na imagem do perito contador frente às partes que estarão sujeitas ao laudo elaborado por esse profissional. Dessa forma, nos requisitos éticos e pessoais, não basta que o contador seja honesto e ético, ele deve comprovar esse comportamento por meio de suas atitudes.
	Quanto aos requisitos educacionais, espera-se que o perito tenha conhecimentos avançados sobre o tema que se dispõe a periciar. Considerando-se que muitas vezes a perícia é realizada em face de elementos passados (livros contábeis, livros fiscais e documentos, entre outras evidências), deve o perito ter plena ciência de como determinado trabalho foi realizado, de forma a verificar a sua exatidão e o cumprimento de todos os requisitos, sob risco de realizar um trabalho com erros e falhas.
	Quanto aos requisitos jurídico-formais, sempre devemos lembrar que as perícias podem ser realizadas em três esferas:
·	Judicial;
·	Extrajudicial;
·	Arbitral.
 
 Quando realizada na esfera judicial, estará sujeita a determinados ritos processuais, típicos das atividades jurídicas. O ordenamento processual dos peritos está previsto no Código do Processo Civil, que em seu artigo 145 dispõe o seguinte:
	Art. 145. Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico, o juiz será assistido por perito, segundo o disposto no art. 421.
	§ 1o Os peritos serão escolhidos entre profissionais de nível universitário, devidamente inscritos no órgão de classe competente, respeitado o disposto no Capítulo Vl, seção Vll, deste Código. (Incluído pela Lei nº 7.270, de 10.12.1984)
	§ 2o Os peritos comprovarão sua especialidade na matéria sobre que deverão opinar, mediante certidão do órgão profissional em que estiverem inscritos. (Incluído pela Lei nº 7.270, de 10.12.1984)
	§ 3o Nas localidades onde não houver profissionais qualificados que preencham os requisitos dos parágrafos anteriores, a indicação dos peritos será de livre escolha do juiz. (Incluído pela Lei nº 7.270, de 10.12.1984)
	Podemos observar, então, que sempre que o perito, em geral, e o perito contador, em especial, estiverem executando atividades junto a algum Juizado, deverão comprovar os requisitos estabelecidos na Lei, que são em parte coincidentes com aqueles determinados pelo Conselho Federal de Contabilidade.
	A mesma obrigatoriedade se aplica aos profissionais que executarem serviços na área judicial trabalhista e às demais áreas judiciais, que utilizam o Código do Processo Civil em caso de inexistência de regra própria.
	No caso de perícias extrajudiciais ou arbitrais, aplica-se a analogia para a escolha dos peritos. Afinal, se duas partes resolvem eleger um árbitro para definir questões de natureza contábil, nomeariam um médico para tal função?
	No mesmo sentido, a legislação profissional impede que o técnico de contabilidade exerça funções que são típicas de contador. Logo, para executar uma perícia extrajudicial ou arbitral, também deverá ser um profissional de nível superior, com o respectivo registro no Conselho de Classe.
	Finalizando este assunto, abordaremos a questão da pessoalidade na função de perito contador. Quando nomeado em juízo, o perito é classificado, legalmente, como auxiliar da justiça. Essa função deve ser exercida na forma de pessoa física, pois uma pessoa jurídica não pode comparecer às audiências e assumir responsabilidades perante o juízo.
	O perito contador, mesmo que tenha uma empresa, pessoa jurídica constituída em sociedade com outros peritos contadores, realizará todas as funções de forma pessoal, ou seja, no caso de ocorrerem erros ou fraudes em trabalhos periciais, mesmo que o trabalho seja executado por auxiliares, a responsabilidade será única e exclusiva do perito.
Responsabilidade social, civil e criminal do perito contador
	Essa imagem traduz as responsabilidades que são assumidas pelo perito contador quando da execução de trabalhos periciais. Todos os olhares, das partes e do juiz, estão voltados para o perito, e do resultado do seu trabalho poderão ser tomadas decisões que influenciarão a vida dos envolvidos.
	A primeira questão a ser abordada, então, é a questão da responsabilidade social do perito contador. Como auxiliar da justiça, o perito atuará no pleno exercício de sua cidadania, cumprindo seus deveres de natureza civil e profissional, na busca da solução de litígios por intermédio da justiça, mediante a utilização de seus conhecimentos técnicos e científicos.
	Nos dizeres de Alberto (2002), do ponto de vista social, não há dúvida de que sua responsabilidade é (e deve ser) enorme, pois exerce a função de auxiliar da justiça, sendo esta um dos pilares da sociedade, pois, por intermédio da prestação jurisdicional (“dar a cada um aquilo que é seu, segundo o direito”), se garante a todos a paz e o progresso social
	Todavia, além de atender às responsabilidades sociais, quando aceito o trabalho de perito, o contadorficará sujeito a algumas questões civis e criminais. Nesse item destacaremos os deveres, os direitos e as penalidades a que o perito contador pode estar sujeito.
	Quanto aos deveres, sempre que for nomeado em juízo, o perito contador deverá aceitar o encargo, podendo escusar-se da indicação sempre que houver motivo legítimo para tal escusa. Entendem-se como justos e legítimos os seguintes motivos:
	Não ter conhecimento técnico sobre a especialidade da perícia em questão;
	Quando possui algum grau de parentesco, até segundo grau, com qualquer uma das partes da ação;
	Quando houver situações nas quais o perito possa ser considerado suspeito ou, ainda, impedido de realizar a perícia (a respeito deste tema, o Conselho Federal de Contabilidade possui uma norma própria, que consta em nosso material didático).
	Sempre que aceito o encargo de realizar uma perícia contábil, o perito deve cumprir estritamente os prazos determinados pelo Código do Processo Civil e, quando for o caso, os prazos determinados pelo juiz, no curso do processo. Essa é uma premissa da profissão do contador que, mesmo quando não está realizando perícias, se sujeita aos prazos estabelecidos pelas diversas legislações que tratam de aspectos fiscais, trabalhistas, contábeis, entre outros.
	Da mesma forma, quando solicitado pelo juiz ou pelas partes a prestar esclarecimentos a respeito do trabalho realizado. Considerando-se que o trabalho pericial é um trabalho de natureza eminentemente técnica, é natural que as partes, e o próprio juiz, leigos em assuntos contábeis, possam requerer esclarecimentos sobre o conteúdo do Laudo Pericial.
	Outro dever, previsto no Código de Ética do Contabilista, diz respeito ao dever de apreciar com imparcialidade o pensamento exposto em laudo pericial que lhe for submetido. Essa imparcialidade é uma das características do perito, mesmo que na função de assistente técnico contratado por uma das partes. Não deve haver uma opinião tendenciosa ou, ainda, subjetiva, mas, sempre que houver qualquer tipo de questionamento a respeito do trabalho realizado, este deve ser devidamente fundamentado em critérios técnicos.
	Quanto aos direitos, destacaremos alguns dos direitos do perito na execução de seus trabalhos. O primeiro direito do perito é o pleno acesso para pesquisar documentos e obter depoimentos de testemunhas que possam colaborar com a elucidação dos fatos objetos do litígio. Essa função deve ser exercida dentro do estrito cumprimento do dever pericial, sempre guardando sigilo dos fatos de que tomar conhecimento, só revelando tais fatos quando houver obrigação legal de fazê-lo.
	Outro direito que o perito contador tem é de receber honorários. A todo serviço realizado caberá uma remuneração pelos serviços prestados. Quando houver necessidade de realização de despesas, para cumprimento de atos processuais, o perito deve solicitar a antecipação de tais despesas para o cumprimento de diligências. Há casos, principalmente na esfera da Justiça do Trabalho, em que o reclamante pode não ter condições de realizar tais antecipações. Nesses casos, as despesas podem ser pagas somente no final do processo. Em situações específicas, quando o reclamante declara-se em situação de pobreza perante a justiça, pode ocorrer, a critério do juiz, a dispensa do pagamento dos honorários, sendo que, nesse caso, o perito estará executando suas funções em caráter social.
	Em relação às penalidades a que o perito pode estar sujeito, quando do não cumprimento do seu encargo de maneira adequada, há diversas situações nas quais podem ser aplicadas penalidades.
	A primeira situação seria no caso de o perito não cumprir o prazo que lhe foi determinado pelo Juízo para a realização de uma determinada perícia. Nesse caso, o perito estará sujeito a multa, em razão do prejuízo causado à ação. Anteriormente à edição da Lei 8.455/92, havia uma limitação das multas, que poderiam variar de 1 a 10 salários mínimos. Entretanto, após a edição da referida lei, a multa será arbitrada pelo juiz, o que pode vir a ser preocupante, principalmente em causas com valor elevado, uma vez que poderá haver estabelecimento de relação entre o prejuízo causado e o valor da causa.
	No caso de o perito prestar informações inverídicas, ou seja, se o conteúdo do laudo contiver informações incorretas que vierem a prejudicar qualquer uma das partes, o perito poderá ser condenado a indenizar a parte prejudicada, em caso de ocorrência de dolo ou culpa.
	O dolo decorre da intenção do agente em causar prejuízo a outrem, ou ainda, quando assume o risco de produzir tal dano. A culpa, por sua vez, decorre da existência de três fatores: imprudência, imperícia ou negligência. Dessa forma, no início da ação, se o perito não for conhecedor da matéria a ser periciada, deve recusar o trabalho, sob pena de, em caso de trabalho incorreto, vir a ser condenado a indenizar a parte prejudicada, em virtude de um laudo errôneo.
	Os dois fatores destacados acima (não cumprimento dos prazos e prestação de informações inverídicas) podem ainda acarretar, a critério do Juízo, em outras punições, como a inabilitação e a incursão em sanções penais.
	A inabilitação, pelo prazo de dois anos, poderá ser determinada pelo juiz, o que não permitirá ao perito exercer sua função em qualquer Juízo, por estar na condição de inabilitado. Alguns autores entendem que, como a Perícia é uma função auxiliar à justiça, a mesma decorre de extrema confiança que o juiz deposita no profissional. Dessa forma, ocorrendo a quebra de confiança, haveria inicialmente a inabilitação pelo período de dois anos, mas dificilmente o perito seria nomeado novamente, pois não haveria mais confiança no trabalho a ser executado.
	Como última sanção, temos a aplicação das penas previstas no Código Penal. Segundo o artigo 342 do Código Penal, se houver afirmação falsa, ou ainda, se o perito negar ou calar a verdade, em processo judicial ou administrativo, ou em Juízo Arbitral, estará sujeito à pena de reclusão, de um a três anos, e multa.
	Como pudemos ver, a figura do perito contador é de extrema importância, seja como auxiliar da justiça, seja exercendo a sua função social, no âmbito extrajudicial ou arbitral.
	Entretanto, como qualquer profissão de grande importância, também está sujeita a grandes responsabilidades e, quando não executada corretamente, pode resultar em penalidades a serem aplicadas ao perito contador, que podem impossibilitá-lo de exercer essa função por um determinado período de tempo.
	Para finalizar a presente unidade, convido vocês a realizarem a leitura de um texto que trata da perícia contábil e o mercado da mesma. O referido texto está no site do portal de contabilidade, onde já apresenta ao final dele as suas NBCs.
As Normas Brasileiras de Contabilidade - Normas Técnicas e Profissionais da Perícia Contábil
	A regulamentação da Estrutura das Normas Brasileiras de Contabilidade foi feita pela Resolução CFC 1.328/11.
	E leia sobre a Introdução às Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC)!!!O CFC, Conselho Federal de Contabilidade, como órgão máximo da representação da classe contábil no Brasil, considerando o processo de convergência das Normas Brasileiras de Contabilidade aos padrões internacionais, resolveu classificar as normas em Profissionais e Técnicas, portanto, em relação à perícia, esta mesma norma traz no seu artigo 3º, no subitem IV, a NBC PP – Normas Brasileiras de Contabilidade direcionada aos contadores que atuam como peritos contábeis, e no seu artigo 4º, no subitem VIII, a NBC TP – Normas Brasileiras aplicáveis aos trabalhos de Perícia, lembrando que quando escrita com PP, representa “Profissionais do Perito”, e TP, “Técnicas do Perito”.
Aplicações e Procedimentos da Perícia Contábil
	Este exemplo trata de uma Ação Ordinária que visa a Contestação de Cobrança de Duplicatas.
	O campo da perícia contábil é bastante amplo. Qualquer matéria cujo teor envolva o patrimônio das entidades, na qual haja um litígio envolvido, poderá ser objeto de uma perícia contábil.
	Vejam a imagem abaixo. Ela sintetiza,de forma abrangente, o que vem a ser uma perícia na área contábil:
	A lupa sobre os documentos representa a visão do perito a respeito dos documentos e papéis a serem periciados. Os documentos constituem a própria essência da perícia contábil, ou seja, são os registros contábeis e os documentos que servem de suporte à contabilização. Por fim, a calculadora simboliza a exatidão numérica que deve estar presente nos cálculos periciais.
	As perícias contábeis podem ser divididas em três grandes grupos, analisados a seguir: 
·	Avaliações e verificação de haveres;
·	Análises de valores patrimoniais; e
·	Análise e identificação de erros ou fraudes.
	O primeiro grupo corresponde às avaliações e verificações de haveres. Neste tipo de ação tem-se como principal objetivo a verificação, por parte do perito, dos haveres patrimoniais que são de direito deste ou daquele patrimônio específico. Um exemplo típico de avaliação e apuração de haveres ocorre quando há a necessidade, seja judicial, seja extrajudicialmente, de verificação do “real” valor de uma empresa.
	Colocamos a palavra “real” entre aspas porque, no processo de construção de valores de uma empresa, há dois tipos de valores: os valores constantes dos livros contábeis, também conhecidos como valor patrimonial da empresa, e o valor do fundo de comércio, ou ainda, goodwill, utilizando-se a terminologia em língua inglesa. O fundo de comércio corresponde a fatores intangíveis não reconhecidos pela contabilidade, em virtude da sua dificuldade de mensuração. Vejamos o que diz o pronunciamento conhecido como CPC 04 – Ativo Intangível, a respeito do goodwill:
	Ágio derivado da expectativa de rentabilidade futura (Goodwill) gerado internamente.
	47. O ágio derivado da expectativa de rentabilidade futura (goodwill) gerado internamente não deve ser reconhecido como ativo.
	48. Em alguns casos, incorre-se em gastos para gerar benefícios econômicos futuros, mas que não resultam na criação de ativo intangível que se enquadre nos critérios de reconhecimento estabelecidos no presente Pronunciamento. Esses gastos costumam ser descritos como contribuições para o ágio derivado da expectativa de rentabilidade futura (goodwill) gerado internamente, o qual não é reconhecido como ativo porque não é um recurso identificável (ou seja, não é separável nem advém de direitos contratuais ou outros direitos legais) controlado pela entidade que pode ser mensurado com segurança ao custo.
	49. As diferenças entre valor de mercado da entidade e o valor contábil de seu patrimônio líquido, a qualquer momento, podem incluir uma série de fatores que afetam o valor da entidade. No entanto, essas diferenças não representam o custo dos ativos intangíveis controlados pela entidade.
	Como pudemos observar, a Contabilidade não dispõe de recursos para reconhecer o valor do goodwill nos livros contábeis. Entretanto, quando ocorre uma negociação de venda da empresa, ou ainda, uma operação de fusão, cisão ou incorporação, há a necessidade de determinação do valor total da empresa, ou seja, do valor patrimonial contábil acrescido do goodwill. Nesse caso, ao perito será determinado que avalie e estipule o valor provável da empresa como um todo, utilizando-se, para isso, das técnicas de avaliação patrimonial, como o Fluxo de Caixa Descontado, o Valor Presente Líquido, entre outros.
Outros casos nos quais podem ser aplicadas as avaliações, verificações e apuração de haveres incluem:
·	ações de alimentos: em casos de pensão alimentícia, quando o responsável por prover os alimentos omite patrimônio, existente em pessoas jurídicas, visando reduzir o valor a ser pago a título de pensão alimentícia aos seus dependentes;
·	ações de inventário: quando o de cujus (a pessoa falecida) possuía, dentre os bens a inventariar, créditos e outros bens relacionados ao patrimônio de empresas, poderá haver a necessidade de perícia contábil, visando determinar a quota parte devida, em função do pagamento da parcela ao cônjuge e/ou demais herdeiros;
·	dissoluções ou vendas de sociedade: quando os sócios, de forma amigável ou de forma litigiosa, resolvem promover a dissolução de uma sociedade, pode haver a necessidade de determinação do valor a ser distribuído entre os sócios, em virtude do encerramento das atividades da empresa. A mesma situação se aplica no caso de venda da sociedade para terceiros;
·	reclamatórias trabalhistas: um dos campos onde há maior número de ações na área de Perícia Contábil, no Brasil. A empresa está retendo, temporariamente, em seu patrimônio, haveres que são de propriedade do empregado, que deverão ser apurados por ocasião de sentenças na Justiça do Trabalho. Quando ocorrer a denominada liquidação da sentença, deverá haver a apuração dos valores devidos ao empregado (com as devidas retenções ao INSS, IRRF e depósitos ao FGTS), sendo que esses cálculos terão impacto direto no patrimônio dos empregadores, motivo pelo qual deve ser realizada por perito contador.
	O segundo grupo de perícias contábeis é aquele no qual são realizadas análises de valores patrimoniais. Esse tipo de perícia é imprescindível quando existe a necessidade de confirmação de um determinado ativo, passivo, receita ou despesa. Um caso típico onde se realiza esse tipo de perícia é quando se faz a verificação de livros e documentos, visando dar caráter de certeza a um determinado débito ou crédito.
	Imaginemos que, em determinada situação, uma empresa decide entrar com uma ação na justiça, visando o recebimento de uma venda realizada e ainda não paga pelo cliente. Se esse cliente for pessoa jurídica, deverão ser procedidas análises nos documentos, na escrituração contábil e na escrituração fiscal das empresas compradora e vendedora, com o objetivo de verificar a existência do débito correspondente. A empresa vendedora deverá possuir todos os documentos que comprovem a venda, tais como: pedidos assinados pelo comprador, nota fiscal emitida, tendo como destinatária a empresa compradora, comprovantes de entrega da mercadoria, entre outros. Nos livros fiscais de saída, deverão estar registradas as referidas notas fiscais e, no livro de registro de duplicatas (se houver), o respectivo crédito em aberto. Os lançamentos contábeis também deverão estar devidamente registrados, coincidentes em data e valores, registrando o direito na conta Duplicatas a Receber ou Clientes.
	A empresa compradora deverá possuir, se for o caso, documentos que comprovem o pagamento da referida compra, tais como recibos de pagamento, quitação da duplicata em estabelecimento bancário, cópia de cheque do pagamento efetuado, etc. No livro de entradas deverá haver o registro de compra de mercadorias, sendo que no registro contábil deverão constar, na conta de Fornecedores, a duplicata devida e o respectivo pagamento.
	Com base na análise e verificação de todos os livros e documentos, o perito emitirá um laudo, onde constarão os resultados das análises dos valores patrimoniais envolvidos. Ressalte-se que esse é um exemplo simplificado, ou seja, podem ocorrer diversas outras situações não abrangidas aqui.
	O terceiro e último tipo de perícia resulta na identificação de erros ou fraudes. Usualmente, esse tipo de perícia é realizado quando se quer identificar, por motivo de suspeitas, erros ou fraudes que promoveram alterações no patrimônio de determinada empresa.
	Você acha que erro e fraude são iguais ou não? Se diferentes, qual ou quais seriam as diferenças entre eles? 
	A primeira situação onde isso pode acontecer é quando da instalação de um inquérito, seja ele de natureza administrativa ou judicial. Outra situação onde ocorre a instalação de inquérito, podendo ser solicitado o auxílio de um perito contador, é durante as investigações das Comissões Parlamentares de Inquérito, que muitas vezes buscam investigar situações de desvio de finalidade na utilização de recursos públicos. Uma terceira situação possível é aquela que decorre de Recuperações Judiciais, ou ainda, de processos falimentares.
	Podem ocorrer casos em que as Demonstrações Contábeis encontram-sede tal forma desagregadas, visualizando-se uma situação econômico-financeira muito negativa, que haja indícios da existência de erros, ou ainda, de fraudes perante aqueles que esperam o término do processo para receber aquilo que lhes é devido.
	Nesses casos, o perito contador deve atuar com a máxima diligência, pois os crimes falimentares lesam a todos os credores, principalmente empregados e governo, que juntamente com os demais credores esperam pela liquidação da massa falida para o pagamento de seus créditos.
	A última questão decorre de fraudes e erros administrativos, que normalmente são apurados extrajudicialmente. Há diversas situações em que os administradores da empresa, ou ainda, os empregados, promovem atos fraudulentos, com o objetivo de lesar o patrimônio das entidades. O perito contador, tendo conhecimento profundo das atividades desenvolvidas pela entidade e das operações por ela realizadas, pode, por intermédio de uma investigação minuciosa, produzir provas que visem comprovar os referidos atos.
Exemplo prático de perícia contábil
1 - Resumo do conteúdo da ação:
Ação Ordinária, por intermédio da qual é contestada a cobrança de duplicatas de vendas mercantis, promovida pela empresa compradora ALFA (autora) contra o banco BETA e a fornecedora GAMA (réu), em virtude de cobrança de duplicatas, consideradas já pagas pela autora, de acordo com comprovantes de pagamento apresentados, somados aos autos da ação.
2 - Quesitos Formulados
2.1 Quesitos da empresa ré:
Quesito nº 1- A empresa compradora, autora da presente ação, possui os livros obrigatórios para a escrituração contábil e fiscal?
Quesito nº 2- Em caso afirmativo, a escrituração é realizada de forma regular, seguindo as normas legais pertinentes, respeitando todas as formalidades intrínsecas e extrínsecas?
Quesito nº 3- As referidas duplicatas mercantis, de que trata a presente Ação de Anulação de Cobrança, estão constando do Livro Diário e respectivo Balanço Patrimonial da empresa como Títulos a Pagar?
Quesito nº 4- Existem registros contábeis no Livro Diário da autora, coincidentes em dia, mês e ano, dos pagamentos das duplicatas que a empresa diz ter efetuado à fornecedora (ré) conforme recibos de nº 110 a 116 que juntou aos autos?
2.2 Quesitos da empresa autora:
Quesito nº 1- Existem registros, no Livro Diário da empresa fornecedora (ré), da venda realizada à empresa autora?
Quesito nº 2- Ocorreu a emissão de notas fiscais e respectivas duplicatas?
Quesito nº 3 - Consta da Contabilidade da empresa fornecedora (ré) o pagamento dessas duplicatas? Em caso afirmativo, em qual data?
3 - Diligências adotadas pelo perito
Investigação in loco no Escritório de Contabilidade onde se encontravam os livros e documentos objetos de exame.
Respostas.
Respostas aos quesitos da empresa ré:
Quesito nº 1- A empresa compradora, autora da presente ação, possui os livros obrigatórios para a escrituração contábil e fiscal?
Resposta ao quesito 1- Sim. Foram apresentados os livros de Registro de Entrada de Mercadorias nº 12 e o Livro Diário nº 5, nos quais estão registradas as operações de compras que se referem ao presente processo.
Quesito nº 2- Em caso afirmativo, a escrituração é realizada de forma regular, seguindo as normas legais pertinentes, respeitando todas as formalidades intrínsecas e extrínsecas ?
Resposta ao quesito nº 2- Na verificação efetuada não foi encontrada qualquer irregularidade, com atendimento a todas as formalidades extrínsecas e intrínsecas previstas na legislação.
Quesito nº 3- As referidas duplicatas mercantis, de que trata a presente Ação de Anulação de Cobrança, estão constando do Livro Diário e respectivo Balanço Patrimonial da empresa como Títulos a Pagar?
Resposta ao quesito nº 3- No Livro Diário nº 5 foram registradas as notas fiscais de compras no valor de R$ 75.000,00 (setenta e cinco mil reais), sendo que dessa forma ficam reconhecidos, nesses lançamentos, os valores a pagar à fornecedora (ré).
Quesito nº 4- Existem registros contábeis no Livro Diário da autora, coincidentes em dia, mês e ano, dos pagamentos das duplicatas que a empresa diz ter efetuado à fornecedora (ré) conforme recibos de nº 110 a 116, que juntou aos autos?
Resposta ao quesito nº 4- Não foram encontrados lançamentos de baixa das duplicatas objeto da ação, na conta de Duplicatas a Receber. Entretanto, no mesmo dia, mês e ano, foram encontrados lançamentos de entrada de recursos financeiros no caixa da empresa, debitando-se a conta Caixa e creditando-se a conta Adiantamento de Clientes.
4.2 Respostas aos quesitos da autora.
Quesito nº 1- Existe registro, no Livro Diário da empresa fornecedora (ré), da venda realizada à empresa autora?
Foram encontrados, no Livro Diário nº 5 da empresa fornecedora, à folha 32, registros da venda realizada à empresa autora.
Quesito nº 2- Ocorreu a emissão de notas fiscais e respectivas duplicatas?
Foi emitida a nota fiscal nº 1359, para acobertamento da referida operação, com emissão das duplicatas de nº 1359/01 e 1359/02, referente às duas duplicatas objeto da ação, conforme Livro de Registro de Saídas nº 14 e Livro de Registro de Duplicatas nº 8 da empresa ré.
Quesito nº 3- Consta da Contabilidade da empresa fornecedora (ré) o pagamento dessas duplicatas? Em caso afirmativo, em qual data?
Conforme já exposto anteriormente, no quesito nº 4 da empresa ré, não foram encontrados lançamentos de baixa das duplicatas objeto da ação, na conta de Duplicatas a Receber. Entretanto, no mesmo dia, mês e ano, foram encontrados lançamentos de entrada de recursos financeiros no caixa da empresa, debitando-se a conta Caixa e creditando-se a conta Adiantamento de Clientes.
Este é o relato.
( ... ), 18 de maio de 2002.
Como pudemos constatar, pelo conteúdo do laudo, a empresa fornecedora cometeu um erro de lançamento contábil, ao lançar a baixa de duplicatas a receber como Adiantamento de Clientes. Em virtude da não realização de baixa adequada, os valores foram objeto de cobrança pela empresa fornecedora e pelo banco, o que ocasionou o surgimento da ação.
Por intermédio da análise detalhada dos livros fiscais e contábeis, o perito contador pode constatar o erro, e relatar ao juiz, para que tome as devidas providências cabíveis.
Resumo:
Nesta unidade foram abordados conceitos relativos às características necessárias para o profissional contábil exercer a função de perito contador. Vimos questões relativas à ética profissional e requisitos educacionais, bem como no caso de atuação em casos jurídicos, questões de natureza jurídico-formal. Apresentou-se de forma complementar algumas questões relativas às responsabilidades sociais, civis e criminais do perito contador. Também foram demonstradas as Normas Técnicas e Profissionais Pertinentes ao Perito Contador, e através de exemplo prático de Perícia Contábil, foram vislumbrados os Procedimentos, a Investigação Técnica, Processo de Apuração de Haveres, Mediação e Arbitragem como meio de ilustrar o desenvolvimento do trabalho pericial.
Para discutir!!!!!
Convido vocês à leitura de um artigo sobre perícia contábil. Neste artigo, que é um estudo de caso pericial, todo o trabalho pericial desenvolvido foi realizado com o intuito de responder aos quesitos elaborados pelas partes e pelo juiz, na busca de elucidar as discussões da causa.
“A Importância do Perito Contábil para Juízes e Tribunais na Aplicação de Sentenças”, disponível em:<http://www.unifia.edu.br/revista_eletronica/revistas/gestao_foco/artigos/ano2015/importancia_perito_contabil.pdf>. Acesso em: 06 nov. 2015.
“Discutam os quesitos elaborados pelas partes e pelo juiz, sempre pensando na possibilidade de resolver a causa, se colocando no lugar do perito, e elaborem quantos quesitos mais forem pertinentes para a resolução da mesma.”
Unidade 2 - Auditoria
Origem da Auditoria
	Inicialmente, vou comentar sobre a origem da Auditoria. Muito bem. A prática da auditoria surgiu no século XV ou XVI, na Itália. Os precursores da contabilidade são os italianos, não sem razão, visto que o clero dessa época era o responsável pelos principaisempreendimentos estruturados da Europa moderna ou medieval. O reconhecimento oficial da prática de auditoria também ocorreu na Itália (Veneza), onde em 1581 foi constituído o primeiro Colégio de Contadores, em cuja admissão o candidato deveria completar aprendizado de seis anos como contador praticante e submeter-se a um exame. Primeiramente, os trabalhos realizados como auditoria eram bastante limitados, restringindo-se, em regra, à verificação dos registros contábeis, que visavam à comprovação de sua exatidão. Com a evolução da Ciência Contábil, que se tornou imprescindível às administrações das empresas, desenvolveu-se também, de forma notável, a técnica de auditoria, a ponto de hoje não ser um instrumento de mera observação, estático, mas também de orientação, de interpretação e de previsão de fatos, tornando-se mais dinâmica. Ainda em constante evolução, a técnica de auditoria é utilizada como peça importante na tomada de decisão pelos gerentes e/ou gestores privados e públicos.
As Normas Brasileiras de Contabilidade - Normas Técnicas e Profissionais da Auditoria
A regulamentação da Estrutura das Normas Brasileiras de Contabilidade foi feita pela Resolução CFC 1.328/11, cf já falamos e vimos o link http://www.portaldecontabilidade.com.br/nbc/normascontabilidade.htm (acesso em 06.11.2015) na unidade anterior, que nos fez uma “Introdução das Normas Brasileiras de Contabilidade”.
Como em Perícia houve a regulamentação em relação às Normas Técnicas e Profissionais, em Auditoria não poderia ser diferente. As Normas de Auditoria estão descritas na NBC PA – do Auditor Independente e a NBC PI – do Auditor Interno, que são as Normas Profissionais e, a NBC TA – de Auditoria Independente e a NBC TI – de Auditoria Interna, ambas Técnicas. Para tanto, acessem alguns links que serão esclarecedores quanto à estas Normas:
Saiba Mais!! http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-content/uploads/2013/01/NBC_PA_auditor_independente.pdf. (acesso em 06.11.2015) - este link traz tudo sobre a NBC PA – do Auditor Independente, abrangendo as NBCs PA 01, 11, 12, 13, 290 e 291 e Resolução CFC 1.019/05. Acesso em 06.11.2015 http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-content/uploads/2013/01/NBC_TA_AUDITORIA.pdf(acesso em 06.11.2015), traz sobre a NBC TA de Auditoria Independente, de NBC TA Estrutura Conceitua, NBC TA 200 à 810; Acesso em 06.11.2015 http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-content/uploads/2013/01/Auditoria_Interna.pdf. Acesso em 06.11.2015, sobre Auditoria Interna, NBC TI 01e NBC PI 01; Acesso em 06.11.2015
Conceitos e Classificações da Auditoria
Atualmente, Auditoria pode ser definida como o levantamento, o estudo e a avaliação sistemática de transações, procedimentos, rotinas e demonstrações contábeis de uma entidade, com o objetivo de fornecer aos seus usuários uma opinião imparcial e fundamentada em normas e princípios sobre sua adequação.
Com base na definição conceitual de auditoria, é possível classificá-la em dois tipos: a operacional e a contábil. Vamos diferenciá-las!
A auditoria operacional consiste em revisões metódicas de programas, organizações, atividades ou segmentos operacionais dos setores público e privado, com a finalidade de avaliar e comunicar se os recursos da organização estão sendo usados eficientemente e se estão sendo alcançados os objetivos operacionais.
A auditoria contábil, por sua vez, pode ser definida como o levantamento, o estudo e a avaliação sistemática de transações, procedimentos, rotinas e demonstrações contábeis de uma entidade, com o objetivo de fornecer aos seus usuários uma opinião imparcial e fundamentada em normas e princípios sobre sua adequação.
Ora, e como podemos classificar a Auditoria quanto às suas formas de realização e objetivos? Vamos ver!
A Auditoria na Área Contábil. Como vimos, é aquela realizada junto a área contábil e tem por objetivo identificar a adequação dos registros e procedimentos levados a efeito na empresa, a qualidade dos controles internos existentes, a observação das normas e regulamentos traçados pela administração, bem como a avaliação da correta aplicação dos Princípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade. Dentro dessa área, cabem as seguintes avaliações e exames: exatidão, fidedignidade, justeza, tempestividade da apresentação e da publicação das Demonstrações Contábeis, de qualquer relatório formal ou institucional, de natureza orçamentária, financeira, contábil ou tributária; fidedignidade, integridade, adequação, confiabilidade e utilidade dos registros orçamentários, financeiros, econômicos e contábeis; correção, eficácia e adequação dos controles da guarda, da divulgação, do arquivo, dos meios de consulta e da informatização da documentação pertinente à área contábil, bem como das formas de identificação, classificação, comunicação e divulgação das respectivas informações; adequação e eficácia dos controles, registros e meios de proteção dos ativos e da comprovação de sua existência real, utilidade, ociosidade e economicidade, bem como a comprovação da autenticidade dos passivos; eficiência, eficácia e economicidade na utilização de recursos e na administração contábil financeira e tributária de fundos e programas; cumprimento das políticas, procedimentos, normas legais e regulamentos, metas e objetivos compreendidos na área auditada; exame e avaliação das aplicações de recursos, observando o cumprimento de normas legais, institucionais e aspectos contratuais pertinentes; avaliação do alcance dos objetivos das operações financeiras, investimentos, imobilizações, obrigações, despesas, receitas, fundos e programas, etc.; exame e avaliação das fontes de recursos, observando os aspectos econômicos acerca da tempestividade de sua aplicação; exame e avaliação da rentabilidade das aplicações e sua contribuição na formação do resultado da empresa; transparência, adequação e tempestividade das informações, particularmente em relação aos Princípios Fundamentais de Contabilidade; emissão de opinião sobre as Demonstrações Contábeis, fundos e programas e planos de natureza financeira, instituídos ou administrados pela empresa; assessoramento ao Conselho Fiscal, em matéria compreendida no âmbito de sua competência específica.
Já a Auditoria na Área Operacional tem como objetivo maior assessorar a administração no desempenho efetivo de suas funções e responsabilidades, avaliando se a organização, departamento, sistemas, funções, operações e programas auditados estão atingindo os objetivos propostos com identificação de falhas e irregularidades no sistema operacional.
A Auditoria de Gestão atua em nível de gestão, ou seja, desempenha suas atividades participando de reuniões de diretoria, comitês operacional-financeiros, grupos envolvidos com projetos de qualidade total, etc. Ela trabalha em nível de planejamento estratégico, tático e no processo decisório decorrente da aplicação de sistemas, políticas, critérios e procedimentos.
A Auditoria de Sistemas Informatizados - os sistemas informatizados tiveram, com o passar dos anos, sua aplicação ampliada de tal modo que hoje é quase impossível imaginarmos uma entidade sem eles. Instituições financeiras, indústrias, comércio, serviços, tudo está estruturado no nível de controles sobre os sistemas informatizados. Dessa forma, o auditor interno não pode furtar-se à possibilidade de examinar e avaliar esses sistemas. O auditor interno envolve-se no processo de planejamento, desenvolvimento, testes e aplicação dos sistemas, preocupando-se com a estrutura lógica, física, ambiental, organizacional de controle, segurança e proteção de dados. Cabe a ele informar a administração sobre: adequação, eficácia, eficiência e desempenho dos sistemas e respectivos procedimentos de segurança em processamento de dados.
A Auditoria da Qualidade - teve grande expansão, pois, com o aumento da competitividade em função da globalização da economia e das exigências de novos mercados, passamos a conviver diariamente com novos conceitos em produtos e serviços, aos quais chamamos de qualidade. As normasISO 9000 definem claramente as exigências que devem ser perseguidas a fim de obtermos a qualidade. O auditor interno, mais uma vez, é chamado a dar sua contribuição, assessorando a alta administração. Podemos dizer que a Auditoria da Qualidade é uma avaliação planejada, programada e documentada, executada por pessoas independentes da área auditada, visando à verificação da eficácia de um sistema implantado, a fim de atingir os objetivos e padrões preestabelecidos, servindo como mecanismo de retroalimentação e aperfeiçoamento do próprio sistema. As Auditorias de Qualidade podem ser classificadas em internas e externas.
Acompanhe um exemplo:
Auditoria Interna da Qualidade – quando ocorre avaliação do plano de desenvolvimento do produto, para verificar o atendimento dos requisitos do cliente.
Auditoria Externa da Qualidade – avaliação de fornecedores de matérias-primas.
Vocês já devem ter ouvindo falar também da Auditoria Ambiental, talvez o ramo mais recente da Auditoria. Prática corrente em países do chamado primeiro mundo, é o ramo da Auditoria que examina e analisa os prováveis impactos que as empresas possam causar ao meio ambiente, com reflexo direto sobre a imagem delas no mercado e, consequentemente, sobre a captação de recursos, sob a forma de financiamentos ou lançamento de ações no mercado financeiro.
Lembramos que o trabalho da Auditoria deverá caminhar no sentido de formar opiniões consistentes, não apenas em relação aos custos dos empreendimentos, como também aos riscos ambientais previstos com sua implantação e às medidas compensatórias e reparadoras a serem tomadas. Um exame de auditoria em atividades com envolvimento relacionado ao meio ambiente deverá considerar a existência de um relatório de impacto ambiental. É preciso saber como e quanto a utilização predatória dos recursos naturais degrada a qualidade do meio ambiente, afeta a vida de uma população ou mesmo o valor de uma propriedade próxima às instalações da empresa.
Agora que já vimos algumas definições e conceitos sobre Auditoria e, estudamos também sua origem. Você deve estar se perguntando:
“De que forma podemos classificar a Auditoria? Como devemos iniciar os trabalhos de Auditoria? Ou, ainda, como devemos montar um programa de trabalho para a realização da mesma? Sobre as respostas a estes questionamentos, iremos estudar a partir de agora. Acompanhe!”Começamos falando sobre as FORMAS DE AUDITORIA. Muito bem. Ao desenvolver uma auditoria, pode-se escolher a forma pela qual ela deverá ser feita, podendo ser desenvolvida por profissionais vinculados à instituição, chamada auditoria interna, ou por profissionais sem vínculo institucional, denominada auditoria externa ou independente.
A auditoria interna é uma atividade de avaliação, independente dentro da organização, para a revisão da contabilidade, finanças e outras operações, como base para servir à administração. Podemos conceituá-la, também, como um controle gerencial que funciona por meio de medição e avaliação da eficiência e eficácia de outros controles. Deve ser entendida como uma atividade de assessoramento à administração quanto ao desempenho das atribuições definidas para cada área da empresa, mediante as diretrizes políticas e objetivos por aquelas determinados.
É um controle administrativo, que mede e avalia a eficiência de outros controles, além de examinar o grau de confiabilidade das informações e o desempenho das tarefas delegadas.
A auditoria interna cumpre um papel fundamental na empresa: subsidia o administrador com dados e informações tecnicamente elaborados, relativos às atividades cujo acompanhamento e supervisão o administrador não tem condições de realizar. Sendo assim, a auditoria interna o faz mediante o exame: da adequação e eficácia dos controles; integridade e confiabilidade das informações e registros; da integridade e confiabilidade dos sistemas estabelecidos para assegurar a observância das políticas, metas, planos, procedimentos, leis, normas e regulamentos, e da sua efetiva aplicação pela empresa; da eficiência, eficácia e economicidade do desempenho e da utilização dos recursos; dos procedimentos e métodos para salvaguardar os ativos e a comprovação de sua existência, assim como a exatidão dos ativos e passivos; e da compatibilidade das operações e programas com os objetivos, planos e meios de execução estabelecidos.
Seu trabalho apresenta como característica um maior volume de testes em função da maior disponibilidade de tempo na empresa para executar os serviços de auditoria. Não deve haver limitação, no âmbito da empresa, para atuação da auditoria interna. O auditor interno deve ter acesso a todas as áreas e informações, terreno no qual e para o qual desenvolverá seu trabalho. Naquelas áreas cuja tecnologia desconhece, no todo ou em parte, ele deve assessorar-se de profissionais habilitados, a fim de entender o processo, para poder avaliá-lo e julgá-lo, possibilitando, assim, que seu relatório seja emitido corretamente. Podemos exemplificar essa condição com referência a um trabalho desenvolvido numa área de Produção. Neste caso, o auditor interno se assessorará de um engenheiro, qualificado tecnicamente para que, quando solicitado e autorizado pela Diretoria, possa julgar determinada operação ou opinar sobre ela. Deve, ainda, prestar total apoio ao Conselho de Administração e ao Conselho Fiscal da entidade, bem como, se em empresa estatal, coordenar e controlar o atendimento ao Tribunal de Contas e aos órgãos de Controle Interno.
Os sistemas de controle não se limitam às áreas contábil e financeira, mas englobam os planos da organização e todos os métodos usados para proteger seus ativos, verificar a exatidão e fidedignidade de suas informações contábeis, financeiras, administrativas e operacionais, e promover a eficiência e eficácia operacional, bem como estimular a observância de normas e diretrizes da administração, inclusive no âmbito das empresas controladas e coligadas. A função básica da auditoria interna, de assegurar o sistema de controle interno eficaz, não desobriga os executivos das responsabilidades de verificação e controle nos seus respectivos setores.
A auditoria externa ou independente, parte do conceito de auditoria como o conjunto de procedimentos técnicos e legais que visam propiciar a emissão de um parecer ou opinião sobre as demonstrações contábeis, no sentido de verificar se estas refletem adequadamente a posição patrimonial ou financeira, o resultado das operações e as origens e aplicações de recursos da empresa examinada. Assim, a auditoria externa é feita por um profissional totalmente independente da empresa auditada. O objetivo do auditor externo é emitir uma opinião (chamado parecer) sobre as demonstrações financeiras. Note que o objetivo é apenas emitir um parecer sobre as demonstrações contábeis. Logo, conclui-se que a auditoria externa não é realizada para detectar fraudes, erros ou para interferir na administração da empresa, ou ainda, reorganizar o processo produtivo ou demitir pessoas ineficientes. Naturalmente, no decorrer do processo de auditoria, o auditor pode encontrar fraudes ou erros, mas o seu objetivo não é esse. Seu objetivo é emitir um parecer.
Os principais motivos que levam uma empresa a contratar o auditor externo ou independente são: a obrigação legal - as companhias abertas são obrigadas por lei; a imposição de bancos para ceder empréstimo; a imposição estatutária; a imposição dos acionistas minoritários; e para efeito de fusão, a incorporação cisão ou consolidação.
Observe que o parecer deve ser emitido por um profissional o mais independente possível da empresa auditada. Um banco, por exemplo, para conceder um empréstimo a uma sociedade, quer ter segurança de que as demonstrações financeiras apresentadas são confiáveis. O banco teria dúvidas caso a opinião fosse emitida por um profissional que tivesse vínculos com a empresa.
Caros alunos, agora iremos tratar do planejamento e do programa de auditoria, confira!
O planejamento é uma etapa fundamental para o sucesso do trabalho doauditor interno, sendo imprescindível que seja alocado o tempo adequado para sua realização. A tentativa de abreviar o tempo destinado ao planejamento, muitas vezes, redunda em problemas na execução, que poderão provocar acréscimo no tempo total de realização do trabalho, além de repercussões negativas em sua qualidade.
As variáveis básicas a serem utilizadas pela Auditoria em seu processo de planificação dos trabalhos são: a Materialidade, a Relevância e a Criticidade.
O programa de auditoria constitui o objetivo final do planejamento. É um plano de ação detalhado e se destina a orientar adequadamente o trabalho do auditor, facultando-se, ainda, sugerir oportunamente complementações quando as circunstâncias o recomendarem.
O programa de auditoria é uma definição ordenada de objetivos, determinação de escopo e roteiro de procedimentos detalhados, destinado a orientar a equipe de auditoria. Configura-se na essência operacional do trabalho de auditagem relativamente a uma área específica da Companhia ou a gestão de determinado sistema organizacional e deve estabelecer os procedimentos para a identificação, análise, avaliação e registro da informação durante a execução do trabalho.
O programa de auditoria será estruturado de forma padronizada e conterá minimamente: Sistema organizacional a ser auditado, Conceituação, Áreas envolvidas, Período, Objetivos, Cronograma dos trabalhos, Equipe de auditores internos, Custos envolvidos, Procedimentos, Questionário de Avaliação - Controles Internos Administrativos, Campo para observações dos auditores, Conceito dos auditores e as orientações gerais.
A utilização criteriosa do programa de auditoria permitirá a avaliação, em campo, sobre a conveniência de ampliar os exames (testes de auditoria) quanto à extensão e/ou à profundidade, caso necessário. O programa visa definir os meios mais econômicos, eficientes e oportunos para se atingir os objetivos da auditoria.
Para auxiliar na utilização do programa de auditoria, serão utilizadas marcas (símbolos) usuais de verificação. A principal função de tais marcas é evidenciar qual o tipo de revisão que foi efetuada sobre aquele item marcado. As marcas a serem utilizadas são:
 a) Conforme documento original examinado ( O )
b) Conforme registro do sistema informatizado (Δ)
c) Conferido ( √ )
d) Calculo conferido ( Σ )
e) Ponto de relatório ( X )
É importante que os programas de auditoria indiquem claramente o significado de cada marca ou símbolo empregado.
Controle Interno - Conceitos
O controle interno representa o conjunto de procedimentos, métodos ou rotinas com o objetivo de proteger os ativos de uma organização, produzir dados contábeis confiáveis e ajudar a administração na condução ordenada dos negócios da empresa. Ele deve ser entendido como quaisquer ações, métodos ou procedimentos adotados pela empresa, compreendendo tanto a administração, quanto os níveis gerenciais apropriados, relacionados com a eficiência operacional e obediências às diretrizes estratégicas, a fim de aumentar a probabilidade de que os objetivos e metas sejam atingidos. A alta administração e a gerência planejam, organizam, dirigem e controlam o desempenho de maneira a possibilitar com razoável certeza essa realização.
Os problemas de Controles Internos encontram-se em todas as áreas das empresas modernas.
Conforme apresentado, podemos entender o conceito de controles internos administrativos, ou sistema de controles internos, como sendo o conjunto integrado de componentes de controle e atividades utilizados pelas empresas para alcançar os seus objetivos e suas metas.
Os controles internos podem ser: Preventivos (aqueles que buscam evitar que fatos indesejáveis ocorram), Detectores (aqueles que detectam e corrigi fatos indesejáveis já ocorridos) e Diretivos (aqueles que provocam ou encorajam a ocorrência de um fato desejável).
Em linhas gerais, são objetivos dos controles internos: salvaguardar os ativos de prejuízos decorrentes de fraudes ou de erros não intencionais; Antecipar-se, preventivamente, ao cometimento de erros, desperdícios, abusos e práticas antieconômicas e fraudes; Assegurar a validade e a integridade dos dados financeiros e contábeis que serão utilizados pela gerência para a tomada de decisões; Incrementar a eficiência operacional e promover a obediência às normas internas; Assegurar aderência as diretrizes estratégicas, planos, normas e procedimentos da empresa; Vincular informações oportunas e confiáveis, inclusive de caráter administrativo/operacional, sobre os resultados e efeitos atingidos; Permitir a implementação de programas, projetos, atividades, sistemas e operações, visando a economicidade, a eficácia, a efetividade e a equidade.
Agora que vimos como podem ser os controles internos e seus objetivos, pergunto:
Os controles internos administrativos implantados nas empresas têm caráter prioritariamente preventivo e se prestam como instrumentos auxiliares de gestão relativamente a todos os níveis hierárquico-organizacionais.
O ambiente organizacional favorece a consciência sobre os controles internos administrativos. Um necessário ambiente de controle na empresa, fomentado pelas atitudes e ações dos gestores e empregados, inclui: valores éticos compartilhados; Filosofia e estilo de gestão; Estrutura organizacional; A delegação de responsabilidades; Política e prática da gestão de pessoas; Competência técnica dos profissionais; Canais de comunicação capazes de dar à gestão informações adequadas e fidedignas.
Veja qual o papel da Auditoria quanto aos controles internos. Acompanhe!
A Auditoria deverá, periodicamente, avaliar as práticas relativas à segurança da informação e recomendar, se apropriado, o incremento ou a implementação de novos controles e salvaguardas.
Na avaliação dos controles internos administrativos na empresa, a Auditoria deverá levar em consideração: a Relação custo/benefício - consiste na avaliação do custo de um controle em relação aos benefícios que ele possa proporcionar; a Qualificação adequada - treinamento e rodízio de funcionários - a eficácia dos controles internos administrativos esta diretamente relacionada com a competência, a formação profissional e a integridade do pessoal.
É imprescindível que haja uma política de pessoal que contemple:
a) Seleção e treinamento de forma criteriosa e sistematizada, buscando melhor rendimento e menores custos;
b) Rodízio de funções, com vistas a reduzir/eliminar possibilidades de fraudes;
c) Obrigatoriedade de funcionários gozarem de férias regularmente, como forma, inclusive, de evitar a dissimulação de irregularidades;
d) Delegação de poderes e definição de responsabilidades: a delegação de competência, conforme previsto em lei, será utilizada como instrumento de descentralização administrativa, com vistas a assegurar maior rapidez e objetividade as decisões.
Como exemplo de controles contábeis, podemos citar: sistemas de conferência, aprovação e autorização; segregação de funções (pessoas que têm acesso aos registros contábeis não podem custodiar ativos da empresa); controles físicos sobre ativos.
Já como exemplos de controles administrativos, citamos: análises estatísticas de lucratividade por linha de produtos; controle de qualidade; treinamento de pessoal.
Os controles internos sofrem periodicamente uma espécie de revisão com a finalidade de determinar qual a confiabilidade dos mecanismos existentes, para que possam definir quais e quando os procedimentos de auditoria serão utilizados e em qual extensão.
Essa avaliação é realizada mediante a aplicação de questionários que auxiliam na avaliação global do processo em estudo revelando o nível de controle interno.
Vamos ver quais são os passos para avaliação do controle interno:
1º - levantar o sistema de controle interno;
2º - verificar se o sistema levantado é o que está sendo seguido na prática;
3º - avaliar a possibilidade de o sistema revelar, de imediato, erros e irregularidades;
4º - determinar tipo, data e volume dos procedimentos de auditoria.
Normalmente, as empresas de auditoria preparamquestionários padrões de controle interno para serem preenchidos pelos auditores. Esses questionários funcionam como um guia, no sentido de evitar que o auditor omita a avaliação de uma parte importante das operações da empresa.
Vamos a um exemplo de questionamento. A seguir, segue um modelo resumido de questionário de controle interno, acompanhe:
Questões:
a.	As atribuições e responsabilidades dos funcionários, seções, divisões, departamentos e gerência estão claramente definidas nos manuais internos da organização?
b.	Os procedimentos sobre as principais atividades da empresa (vendas, recebimentos, compras, pagamentos, salários, registros contábeis, etc.) estão definidos nos manuais internos da organização?
c.	A empresa utiliza um manual de contabilidade (estrutura das contas, quando cada conta deve ser debitada e creditada, modelos padronizados das demonstrações contábeis e relatórios gerenciais internos e as práticas contábeis utilizadas) a fim de permitir o registro ordenado e consistente de suas transações?
d.	 A empresa usa um sistema orçamentário (receitas, despesas, compras de matérias-primas e bens do imobilizado, etc.)?
e.	Os valores incorridos são comparados com os orçados, sendo analisadas as variações anormais e/ou significativas?
Convido você a praticar um pouquinho.
Seguindo o exemplo acima apresentado, faça um questionário sobre os controles internos em um departamento de vendas. Como dica, dou a primeira questão:
“A contabilidade confere a sequência numérica das notas fiscais, verificando se todas foram recebidas e devidamente contabilizadas?”
Vamos lá, pratique!
Principais Órgãos Relacionados aos Auditores no Brasil Começaremos pela CVM – COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS, uma entidade autárquica vinculada ao Ministério da Fazenda. Ela funciona como órgão fiscalizador do mercado de capitais do Brasil. Para se exercer atividades de auditoria no mercado de valores mobiliários (companhias abertas e instituições, sociedades ou empresas), o auditor está sujeito ao prévio registro na CVM.
Para obter o registro na CVM, o auditor deve comprovar cumulativamente:
registro no CRC;
exercício de atividade de auditoria por um período não inferior a cinco anos, contados a partir da data de registro no CRC;
exercício atual da atividade de auditoria, mantendo escritório profissional legalizado, em nome próprio, com instalações compatíveis com o exercício de auditoria independente.
Agora, vamos conhecer o IBRACON – INSTITUTO BRASILEIRO DE CONTADORES, uma pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos. Tem como objetivo fixar princípios de contabilidade e elaborar normas e procedimentos relacionados à auditoria (externa e interna) e perícias contábeis. 
Muito bem. Temos também o CFC – CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE e CRC – CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE, que representam as entidades de classe dos contadores. A finalidade principal desses conselhos é o registro e a fiscalização do exercício da profissão de contabilista.
E, por último, o OIO – INSTITUTO DOS AUDITORES INTERNOS DO BRASIL, uma sociedade civil de direito privado, sem fins lucrativos. O principal objetivo é promover o desenvolvimento da auditoria interna, mediante o intercâmbio de ideias, reuniões, conferências, intercâmbio com outras instituições, congressos, publicações de livros e revistas e divulgação da importância da auditoria interna junto a terceiros.
Agora que conhecemos os órgãos relacionados aos auditores, vamos conhecer os relatórios de auditoria. Acompanhe!
O Relatório do auditor é o produto final do seu trabalho e, como tal, deve ser apresentado, visto e entendido pelo auditado, ou mesmo pelo usuário da auditoria. Considerado como veículo principal de relacionamento entre o auditor e a entidade auditada, o Relatório é um documento técnico e deve obedecer às normas de apresentação, formatação e objetivos. Ele é o ponto de ligação entre o trabalho planejado e o efetivamente realizado. É o instrumento que revela à administração da empresa a qualidade e a contribuição da Auditoria, suas constatações, opiniões técnicas e recomendações. Serve, também, como documento de avaliação do trabalho efetuado pelo auditor e pode ser enquadrado nas seguintes situações:
execução de um trabalho incompleto: sem examinar fatos relevantes, não reportando situações importantes;
execução de um trabalho com imperícia: exame dos fatos sem a constatação quanto a ineficiência e desacertos;
execução de trabalho com negligência: verificaram-se fatos desabonatórios que não foram relatados, ou foram com ineficiência, não possibilitando avaliações precisas.
O Relatório deve conter avaliações precisas dos fatos verificados, recomendando mudanças que visem sanar as irregularidades levantadas, estabelecendo controles e conferências que possibilitem eliminá-las em definitivo. O Relatório deve, além de ser objetivo, ser oportuno, possibilitando a adequada tomada de decisão pela administração da empresa.
Vejamos a importância do Relatório!
Muito bem. Para o Auditado, ele funciona como uma avaliação do seu trabalho e indica a necessidade de ações corretivas. Já para a Administração, ele é um indicador de avaliação do desempenho dos seus profissionais em suas funções. E, para a Auditoria, é, objetivamente, um dos meios pelos quais a alta administração julga e avalia a qualidade da auditoria.
Temos os Relatórios Preliminares, que são os relatórios periódicos, emitidos durante o andamento de uma auditoria. São aqueles que apresentam maior simplicidade na formulação e que são ágeis na discussão dos pontos junto ao auditado.
Existem também os Relatórios Finais, que são completos e abrangentes e incluem informações quanto à natureza dos assuntos, escopo do trabalho e índice de pontos e abordam, além dos fatos e recomendações, uma opinião geral sobre a área auditada.
Outra forma são os Relatórios Especiais, originários de trabalhos de natureza especial, como por exemplo:
a) compra de uma empresa;
b) avaliação de um projeto específico;
c) acompanhamento da fabricação de equipamento de grande porte adquirido pela empresa.
Tratam de:
·	assuntos confidenciais, que não podem ser tratados em relatórios normais;
·	trabalhos específicos, como a apreciação da atuação de executivos, as suposições de fraudes, etc.
O Parecer dos Auditores Independentes é o documento mediante o qual o auditor expressa sua opinião, de forma clara e objetiva, sobre as demonstrações contábeis nele indicadas. O auditor, através do parecer, assume responsabilidade técnico-profissional definida, inclusive de ordem pública. Portanto, é indispensável que tal documento obedeça às características das normas que regem seus trabalhos.
Entre os tipos de Pareceres de auditoria, destacamos os seguintes:
Parecer sem ressalva ou padrão;
Parecer com ressalva;
Parecer adverso;
Parecer com abstenção de opinião.
 O Parecer sem ressalva ou padrão: o auditor emite um parecer sem ressalva nas circunstâncias de exame efetuado de acordo com as normas de auditoria geralmente aceitas. Demonstrações financeiras elaboradas de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade, princípios contábeis adotados com uniformidade e demonstrações financeiras contêm todas as exposições informativas necessárias.
Já o Parecer com ressalvas é aquele que, no caso da emissão de um parecer com ressalvas, o parágrafo-padrão da opinião deve ser alterado de forma a deixar claro a natureza da ressalva e seu efeito sobre a situação patrimonial e financeira, o resultado das operações, as mutações do patrimônio líquido e as origens e aplicações de recursos, se esse efeito puder ser razoavelmente determinado.
Outra maneira de esclarecer a natureza da ressalva seria fazer referência, no parágrafo da opinião, a uma nota explicativa ou a outro parágrafo do parecer que descreva as circunstâncias. Na hipótese de a ressalva ser tão relevante que impeça o auditor de expressar uma opinião sobre a adequação das demonstrações contábeis, tomadas em conjunto, há a necessidade da negativa de opinião ou opinião adversa.
Temos também o Pareceradverso, que é aquele emitido quando o auditor possui informações suficientes para formar a opinião de que as demonstrações financeiras não representam adequadamente a posição patrimonial e financeira, o resultado das operações, as mutações do patrimônio líquido e as origens e aplicações de recursos, de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade. Esse fato ocorre quando o auditor constata que a transação é tão importante que não justifica a simples emissão de um parecer com ressalva.
Agora, quanto ao Parecer com abstenção de opinião, o auditor deve abster-se de dar opinião quando não obtém elementos comprobatórios suficientes para formar sua opinião sobre as demonstrações financeiras tomadas em conjunto. Esse fato ocorre, normalmente, em função do limite no escopo do exame ou incertezas que possam ter efeito bastante relevante sobre a situação patrimonial e financeira, o resultado das operações, as mutações do patrimônio líquido ou as origens e aplicações de recursos.
Resumo
Nesta unidade de estudo, foram aprofundados conhecimentos em uma das áreas de atuação da contabilidade que é a Auditoria. Estudou-se desde sua origem, até os tempos atuais, onde foi abordado seus conceitos básicos, tipos e formas. Viu-se como se faz o planejamento dos trabalhos de implantação de uma auditoria dentro das organizações empresariais, seguido de controles internos, sua importância e a quem compete a responsabilidade da empresa possuir um sistema de controle interno. Também foram vistos os órgãos relacionados aos auditores e os relatórios e pareceres de auditoria.

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