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Aspectos éticos envolvendo uso de animais para fins científicos, didáticos e tecnológicos Rosemary Viola Bosch/CRMV-SP Capacitação no Uso e Manejo de Animais de Laboratório REBIOTERIO TÉCNICO LEGISLAÇÃO X Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro Artigo 3o - Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. Decreto-Lei 4657, de 04/09/1942 LEI DOS CRIMES AMBIENTAIS 9605/1998 Dispõe sobre as sanções penais e administrativas às condutas e atividades consideradas lesivas aomeio ambiente. Art. 32 - Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. § 1º - Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos. RESOLUÇÃO CFMV 1138, DE 16/12/2016 Aprova o Código de Ética do Médico Veterinário üO Código de Ética do Médico Veterinário regula os direitos e deveres do profissional em relação a comunidade, ao cliente, ao paciente, a outros profissionais e ao meio ambiente. ü Os médicos veterinários no exercício da profissão, independentemente do cargo ou função que exerçam sujeitam-se às normas deste código. CAPÍTULO IV ˗ DO COMPORTAMENTO Artigo 13. É vedado ao médico veterinário: • praticar ou permitir que se pratiquem atos de crueldade para com os animais nas atividades de produção, de pesquisa, esportivas, culturais, artísticas ou de qualquer outra natureza; Capítulo X - Das Relações com o Animal e o Meio Ambiente Artigo 18. O médico veterinário deve: • usar os animais em práticas de ensino e experimentação científica, somente em casos justificáveis, que possam resultar em benefício da qualidade do ensino, da vida do animal e do homem, e apenas quando não houver alternativas cientificamentevalidadas........ CÓDIGO PENAL – DECRETO-LEI 2848, DE 7/12/1940 Artigo 13 Regulamenta o inciso VII do §1º do art. 225 da CF que estabelece procedimentos para o uso científico de animais e cria o Conselho Nacional de Controle da Experimentação Animal (CONCEA) Artigo 225 CF. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações........... VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. Art. 1º - A criação e a utilização de animais em atividades de ensino e pesquisa científica, em todo o território nacional, obedece aos critérios estabelecidos nesta Lei. Lei 11.794/2008 (Lei Arouca) • Dispõe sobre a composição do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal - CONCEA • Estabelece as normas para o funcionamento do CONCEA e de sua Secretaria-Executiva • Cria o Cadastro das Instituições de Uso Científico de Animais – CIUCA. Decreto 6.899, de 15 de julho de 2009 • A Lei 11.794/08, que regulamenta a utilização animal em nosso país, transformou o bem-estar dos animais não só em uma questão ética e humanitária, mas também em uma questão legal. • A percepção de que os animais de experimentação são seres sencientes e que seu uso pode contribuir para a geração de conhecimento deve ser acompanhada da inserção dos pesquisadores aos conceitos dos 3Rs: Redução, Refinamento e Substituição. • O não cumprimento das orientações para produção, manutenção ou utilização de animais em atividades de ensino ou pesquisa acarretará sanções administrativas e penais, caso sejam configuradosmaus-tratos. • O treinamento apropriado no manejo dos animais, antes do início de um projeto é responsabilidade da Instituição, seja ela pública ou privada. • O treinamento será fornecido conforme a necessidade e deve incluir aspectos técnicos e éticos em relação ao monitoramento dos animais. • As Instituições de Pesquisa deverão garantir que haja pessoas suficientes e com habilidades apropriadas para os cuidados dos animais. PRINCÍPIOS ÉTICOS NO USO DE ANIMAIS E CUIDADOS COM O BEM-ESTAR • Avalie se há alternativas ao uso de animais. • Preveja a extensão da dor e do distresse e encontre formas de evitá-los ou de minimizá-los. • Avalie a dor e o distresse antecipadamente e individualmente, visando o bem-estar dos animais. Distresse é um termo da psicologia e psiquiatria para o estresse excessivo, que é maior que o necessário a ponto de causar problemas, sofrimento. • Planeje o protocolo de pesquisa para durar o menor tempo possível. • Conheça a espécie a ser utilizada, o comportamento normal dela e seus sinais de dor ou distresse. • Considere se as técnicas propostas são as melhores possíveis. • Monitore os animais para verificar alterações no comportamento e sinais de dor e de distresse durante toda a realização do estudo. • Forneça tratamento paliativo para a dor dos animais, cuidados pré e pós-operatórios, camas confortáveis, temperatura e umidade ambientes nas faixas de conforto para a espécie, ruído mínimo, incluindo anestesia ou analgesia. • Submeta à morte humanitária, sem demora, qualquer animal que pareça estar sofrendo de dor ou distresse. • Avalie complicações imprevistas e determine se os critérios para intervenção e ponto-final humanitário são adequados. • Continue a revisar as técnicas, procedimentos e métodos para refiná-los sempre que possível. • Revise os Procedimentos Operacionais Padrão (POP) periodicamente. • Continue a revisar procedimentos voltados ao cuidado e à administração em instalações que contenham animais confinados. • Continue a revisar os procedimentos voltados para as boas práticas. • Faça relatórios à CEUA conforme necessário. RN 6 CONCEA, de 10/07/2012 Artigo 9º - Fica instituída a figura do Coordenador de Biotérios e do Responsável Técnico pelos Biotérios, na forma abaixo: I – o Coordenador de Biotério deverá ser profissional com conhecimento na ciência de animais de laboratório apto a gerir a unidade visando ao bem-estar, à qualidade na produção, bem como ao adequado manejo dos animais dos biotérios; II – o Responsável Técnico pelos Biotérios deverá ter o título de Médico Veterinário com registro ativo no Conselho Regional de Medicina Veterinária da Unidade Federativa em que o estabelecimento esteja localizado e assistir aos animais em ações voltadas para o bem-estar e cuidados veterinários. RN 6 - Art. 2º. Fica acrescido, na RN Nº 1, o art. 9º Artigo 9º - Aos pesquisadores, docentes, coordenadores e responsáveis técnicos por atividades experimentais, pedagógicas ou de criação de animais compete: I - assegurar o cumprimento das normas de criação e uso ético de animais;..... • Qualquer pessoa que execute de forma indevida atividades reguladas por esta Lei ou participe de procedimentos não autorizados pelo CONCEA será passível das seguintes penalidades administrativas: I - advertência; II - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 5.000,00 (cinco mil reais); III - suspensão temporária; IV - interdição definitiva para o exercício da atividade regulada nesta Lei. Controle da Experimentação • Leis • Comitês e comissões • Agências de fomento • Políticas editoriais Conceitos abordados Ética/Responsabilidade/Legislação Referências complementares COBEA. Princípios éticos na experimentação animal. Disponível em: <www.unics.edu.br/download.php?File=cobea_comep.pdf>. Acesso em: 28 fev. 2018. Constituição da República Federativa do Brasil. 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituiçao.htm>. Acesso em: 28 fev. 2018. Declaração Universal dos Direitos dos Animais. Assembléia da UNESCO, Bruxelas, 27 jan. 1978. Disponível em: <http://noticias.uol.com.br/ultnot/bichos/leiseprotecao/direitos.jhtm>. Acesso em: 28 fev. 2018. Lei 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais eadministrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9605.htm>. Acesso em: 28 dez. 2009. Lei 11.794, de 8 de outubro de 2008. Regulamenta o inciso VII do §1º do art. 225 da Constituição Federal, estabelecendo procedimentos para o uso científico de animais; revoga a Lei 6.638, de 8 de maio de 1979; e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11794.htm>. Acesso em: 28 fev.2018. BRASIL. Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal –CONCEA. Diretriz Brasileira para o Cuidado e a Utilização de Animais para Fins Científicos e Didáticos (DBCA), (2015). Disponível em: http://pages.cnpem.br/ceua/wp-content/uploads/sites/56/2015/06/DBCA.pdf BRASIL. Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal –CONCEA. Diretriz Brasileira para o Cuidado e a Utilização de Animais para Fins Científicos e Didáticos (DBCA), (2015). Disponível em: http://pages.cnpem.br/ceua/wp-content/uploads/sites/56/2015/06/DBCA.pdf RESOLUÇÃO CFMV 1138, de 16/12/2016 - Aprova o Código de Ética do Médico Veterinária REBIOTERIO
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