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Artigo completo - Glicerina

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RESUMO 
O incremento considerável na produção do Biodiesel, enquanto combustível de grande apelo 
ambiental, trouxe consigo um grande desafio, justamente neste âmbito: a correta destinação para a 
Glicerina, subproduto de sua fabricação. Através de um levantamento bibliográfico, procurou-se 
elencar informações sobre a mesma, métodos de purificação, aplicações atuais e promissoras, além 
de novos processos para sua obtenção na forma purificada. Tal composto químico que possui como 
princípio ativo o Glicerol, álcool de grande valor energético, é atualmente utilizada na indústria 
farmacêutica, de tintas, como plastificante para papéis, em lubrificantes, explosivos, tecidos, na 
indústria do tabaco, em alimentos e largamente utilizada em cosméticos. Sua purificação pode ser 
realizada via destilação Wurster e Sanger, esterificação, processo de troca iônica, dentre outros 
processos, alguns descritos em patentes. Novas aplicações como a utilização no enriquecimento de 
ração animal, produção de combustíveis e aditivos para os mesmos, supressão de poeiras, produção 
de nanocompósitos a partir de resina alquídica proveniente da glicerina, obtenção de propeno para 
produção de peças automotivas, demostram a versatilidade de tal produto. A Glicerina se mostra 
promissora como fonte para obtenção de combustíveis menos poluentes e também na substituição de 
compostos mais onerosos utilizados na indústria alimentícia, sem perdas nutricionais. 
Palavras chave: Glicerina, Biodiesel, Purificação, Aplicações. 
 
ABSTRACT 
The considerable increase in the production of Biodiesel, as fuel of great environmental appeal, 
brought with it a great challenge, precisely in this scope: the correct destination for Glycerin, a 
byproduct of its manufacture. Through a bibliographical survey, it was sought to list information about 
it, methods of purification, current and promising applications, and new processes for its production in 
the purified form. This chemical compound, which has as its active ingredient, glycerol, a high-energy 
alcohol, is currently used in the pharmaceutical industry, as a plasticizer for paper, lubricants, 
explosives, textiles, the tobacco industry, food and widely used in Cosmetics. Its purification can be 
accomplished via Wurster and Sanger distillation, esterification, ion exchange process, among other 
processes, some described in patents. New applications such as the use in animal feed enrichment, 
production of fuels and additives for the same, dust suppression, production of nanocomposites from 
alkyd resin from glycerin, obtaining propene for the production of automotive parts, demonstrate the 
versatility of such product. Glycerin is promising as a source for obtaining less polluting fuels and also 
for the substitution of more expensive compounds used in the food industry without nutritional losses. 
Key words: Glycerin, Biodiesel, Purification, Applications. 
 
 
 
01- INTRODUÇÃO 
 
A busca por fontes de energia alternativas em substituição ao petróleo e ao carvão, 
que ainda figuram como combustíveis utilizados em larga escala, já não se mostra 
como uma novidade. O uso da energia eólica, das marés, energia solar, dentre outras e de 
combustíveis alternativos como o Etanol e Biodiesel já são uma realidade, mostrando que a 
matriz energética mundial se encontra em um estado de transição. 
 
O Biodiesel mostra-se como uma excelente alternativa às fontes não renováveis de 
energia, tendo sua produção crescido de maneira relevante nos últimos anos. Tal 
combustível, porém, ainda figura com uma margem consideravelmente menor, se 
comparado com as fontes tradicionais, citadas acima. Mesmo que originado um 
combustível renovável, o processo produtivo do Biodiesel gera subprodutos, que carecem 
de uma correta destinação, preferencialmente voltada para o aproveitamento comercial. 
 
Além das impurezas presentes no Biodiesel, ao final do processo produtivo é gerado um 
subproduto que possui uma vasta gama de possibilidades de reaproveitamento: a 
Glicerina. Tal composto químico, que representa aproximadamente 10% da composição de 
cada tonelada de Biodiesel produzida, é mais denso em relação a este, possuindo em 
sua constituição impurezas e, comumente, 50 % de Glicerol, componente de alto grau 
energético. 
 
Neste contexto, preocupa-se que o excesso de glicerina oriunda da produção do biodiesel, 
a qual pode provocar uma poluição considerável, possa ser destinada de forma incorreta 
no meio ambiente. Sendo assim, a busca por alternativas que possam aproveitar o 
volume excedente de glicerol e agregar valor significativo á produção da indústria de 
biodiesel, tornou-se alvo de pesquisas no Brasil e no mundo. 
 
As aplicações da Glicerina, em diversos níveis de pureza, vão desde indústrias de 
insumos para animais à conservação de órgãos humanos, dentre outros vários tipos 
de uso. Um grande número de pesquisas foi realizado e tantas outras se encontram 
em andamento a fim de buscar novos meios para a utilização deste subproduto do 
processo de fabricação do Biodiesel, bem como o desenvolvimento e aprimoramento dos 
processos de purificação da mesma. 
 
Este trabalho busca expor uma série de aplicações da Glicerina, os avanços, 
possibilidades e dificuldades de melhoria no processo de retirada das impurezas presentes 
na mesma e também um panorama do segmento da indústria brasileira que trata da 
comercialização da Glicerina. 
 
02- OBJETIVOS 
 
 
2.1 - Objetivo Geral 
 
Demostrar a possibilidade de reaproveitamento da glicerina residual do processo de 
produção do Biodiesel em diferentes processos da indústria química. 
 
 
2.2 - Objetivos Específicos 
 
a) Apresentar informações sobre a glicerina, como subproduto da produção do Biodiesel, e 
seu processo de purificação. 
 
b) Mostrar as aplicações da glicerina em diferentes segmentos da indústria, bem como os 
benefícios advindos de tal uso. 
 
c) Elencar estudos que abordam novas possibilidades de aplicação da glicerina. 
 
03 - METODOLOGIA 
 
Para atender aos objetivos propostos foi utilizada a revisão bibliográfica como metodologia. 
 
04 - REFERÊNCIAL TEÓRICO 
 
4.1 - O Biodiesel, a Glicerina e sua purificação. 
 
A demanda por combustíveis alternativos, principalmente devido à crescente necessidade 
de se diminuir a emissão de poluentes na atmosfera, impulsionou e continua a incentivar 
diversas pesquisas. Um dos combustíveis que vieram para atender tal demanda é o 
Biodiesel, sendo já bastante utilizado ao redor do mundo. 
 
Uma das formas de obtenção do mesmo é a transesterificação, processo mais comum no 
Brasil, que consiste na reação entre um álcool de cadeia curta (metanol ou etanol) e 
matéria-prima lipídica (óleo vegetal, óleo e gordura animal e gorduras residuais) catalisada 
por hidróxido de sódio ou hidróxido de potássio. A cada 90 m³ de biodiesel produzido por 
transesterificação são gerados aproximadamente 10 m³ de glicerina. Em 2010 a produção 
de biodiesel, segundo dados disponibilizados pela ANP, foi de aproximadamente 2.400.000 
m³, sendo gerados aproximadamente 257.900 m³ de subproduto (glicerina), quantidade esta 
muito superior à necessidade atual do país (CASTRO, 2012). 
 
A glicerina é composta por impurezas e, principalmente por glicerol. Tal termo é até mesmo 
atribuído ao composto com elevado grau de pureza (puro), enquanto o termo glicerina 
aplica-se a produtos comerciais com graus de pureza distintas. A classificação da glicerina 
em relação ao grau de pureza é apresenta por Castro (2012) como: baixa - 50 a 70% de 
glicerol, média - 80 a 90% de glicerol e alta - acima de 99% de glicerol. O teor de água e 
metanol (ou etanol) são os principais responsáveis por essas variações. 
 
 
Figura 01: Esquema simplificado para a produção de Biodiesel, Adaptado de SANTOS (2009). 
 
O glicerol é retirado da mistura de ésteres após a reação, devido o mesmo ser mais denso 
que os ésteres;a separação é feita através de decantação ou centrifugação. Existe a 
possibilidade de reversão da reação de transesterificação, portanto, o excesso de álcool que 
tende a se comportar como solvente e que faz com que haja uma diminuição da eficiência 
da separação, não é eliminado. A inserção de água ao meio de reação, logo após a 
transesterificação completa faz com que a separação seja melhorada significativamente 
(CASTRO, 2012). A glicerina obtida após a decantação apresenta aproximadamente 50 % 
de glicerol, contaminantes como água e álcool, a maior parte do catalisador e sabões 
formados durante o processo. A glicerina não encontra aplicação direta no mercado nestas 
condições e necessita de um processo de purificação. 
 
Inicialmente o refino é realizado através da adição de ácido para quebrar os sabões 
formados em ácidos graxos livres (AGL) e sais. Os AGL’s são insolúveis no glicerol e ficam 
suspensos na superfície da mistura podendo ser retirados facilmente. Existe a possibilidade 
de se reaproveitar os mesmos, inserindo no processo de esterificação; os sais que ficam no 
glicerol precipitam dependendo do meio reacional. Após tal processo, o glicerol é submetido 
à evaporação para remoção do álcool em excesso, assim, nesta etapa, tem-se a glicerina 
(glicerol cru) que dispõe de aproximadamente 85 % de pureza, podendo ser comercializada 
a uma refinaria que aumentará ainda mais sua pureza para o grau alimentar (USP) entre 
99,5 a 99,7 %. Castro (2012) apresenta as técnicas de destilação a vácuo e troca iônica 
como forma para o aumento da pureza. 
 
Outros tipos de processos são utilizados para purificação da glicerina oriunda do processo 
de fabricação de biodiesel, como a destilação Wurster e Sanger. Na purificação da glicerina 
pelo processo de destilação de Wurster e Sanger a destilação da glicerina loira acontece 
sob condição de alto vácuo ( 600-1330 Pa absoluto) em temperatura acima de 190°C e 
abaixo de 200°C, com a injeção de vapor vivo, devido ao risco do glicerol polimerizar ou até 
decompor-se se a temperatura ficar superior a 200°C. O controle de temperatura possibilita 
a separação do glicerol da água, componentes estes miscíveis por condensação. A pureza 
obtida é de até 99 % para tal processo. A eliminação de odores (desodorização) ocorre em 
um vaso de alto vácuo (flash) com arraste de vapor, passando, em seguida, por um 
processo de clarificação com carvão ativado, sendo filtrado no final, para sua total 
eliminação. No final desse processo obtém-se ainda um glicerol impuro de menor valor 
comercial, no qual é referenciado como glicerina técnica ou industrial (MENDES, 2012; 
SERRA, 2012). 
 
Cabe citar também o processo de troca iônica, dada a sua relevância para a indústria. 
Segundo Mendes (2012), a purificação por troca iônica se resume na passagem da glicerina 
loira (bruta) por seguidos leitos de resina catiônica forte, resina aniônica fraca e de resinas 
mistas de cátion e ânion fortes. A eficiência desses leitos é de 90% no processo de remoção 
para soluções aquosas diluídas de glicerol, com composição de 20 a 40 % de material 
glicérico. Várias resinas estão disponíveis, para esse tipo e aplicação, no mercado como: 
resina aniônica Amberlite 1R 120 ou IRA 900 ou Duolite C20 e as resinas catiônicas fortes; 
IRA 93SP ou Duolite A 378 e as resinas aniônicas fracas da mesma linha; além das resinas 
de leito misto para tratamento final como C20 MB e A 101D todas da Rohm & Haas. As 
resinas Lewatit S100, MP 64 e Mp500 são fornecidas pela empresa Bayer para purificação 
nos moldes supracitados (MARÇON, 2010). 
 
A eliminação de alguns ácidos graxos livres, a cor, o odor e outros contaminantes minerais 
presentes ocorrem com a passagem do material através do leito de resinas. Após essa 
etapa a solução purificada de glicerina entra nos evaporadores de múltiplo estágio a vácuo, 
a pureza da glicerina obtida no final é de mais de 99%. O carvão ativado e a filtração em um 
filtro prensa podem ser usados para melhorar a aparência do glicerol obtido (MARÇON, 
2010). 
 
O processo de purificação da glicerina por troca iônica é a mais utilizada pelas empresas 
atualmente que, conforme explicado acima, consiste em o processo de diluição seguido de 
neutralização e evaporação. O custo elevado desse processo, contudo, é um problema 
significativo e, portanto, estudos para viabilizar sua implantação se fazem necessários. 
 
4.2 - Aplicações da Glicerina 
 
Como toda inovação vem acompanhada de dúvidas e incertezas, não é diferente no caso 
dos subprodutos advindos do processo de produção de Biodiesel, como a Glicerina. 
Diversas são as aplicações da glicerina no mercado sendo, atualmente, um importante 
insumo empregado em diversas áreas, como, nas indústrias farmacêuticas, alimentícias, 
indústrias de cosméticos, tabaco, têxtil, laboratoriais, entre várias outras. 
 
Uma das aplicações de destaque da glicerina, oriunda do biodiesel, é observada na 
alimentação animal. Pesquisas mostram que a glicerina aplicada neste segmento vem 
sendo estudada há muito tempo (Simon et al., 1996). Com o recente estímulo à produção de 
biodiesel, e a consequente disponibilidade de glicerina bruta, houve novo interesse no uso 
desse subproduto nas dietas. 
 
O aproveitamento da glicerina na nutrição animal diminui os gastos com grãos de milho e 
farelos de soja, propiciando ainda uma destinação satisfatória para o grande volume da 
mesma que tem sido gerado. Diante disso, a glicerina tem sido alvo de estudos em diversos 
ramos na alimentação animal, tais como: aves, suínos, ruminantes e coelhos. Tendo em 
vista seu alto índice de energia (4.320 kcal de energia bruta por kg para o glicerol puro), sua 
alta eficiência de absorção pelos animais e boa retenção de aminoácidos e nitrogênio 
(ROSTAGNO, 2005), tal aplicação para este subproduto se mostra bastante promissora. 
Diversos autores mostram os benefícios do uso da glicerina na nutrição animal: 
 
 Uso na Alimentação das Aves: A glicerina pode ser usada como um suplemento 
dietético por ser capaz de fornecer energia à dieta de frangos (Miller, 2006). 
 
 Uso na alimentação Suína: De acordo com estudos feitos por Gonçalves (2012), a 
utilização de até 16% de glicerinas semipurificadas vegetal e mista, nas fases de 
crescimento e terminação, proporciona redução de custo e não prejudica o 
desempenho e a qualidade de carcaça de suínos, entretanto a viabilidade econômica 
de sua utilização depende da relação de preços entre os ingredientes, especialmente 
milho e óleo de soja (ou outra fonte energética). 
 
 Uso na alimentação Ruminantes: Segundo Donkin (2008), a inclusão de glicerina na 
dieta de vacas leiteiras previne distúrbios metabólicos associados ao período de 
transição, sendo a recomendação para esta fase de 5 a 8% na matéria seca da dieta. 
 
 Uso na alimentação Coelhos: Retore (2010) defende que a glicerina nas formas bruta 
ou mista pode ser incluída no nível máximo estudado de 12%, enquanto que a 
glicerina bruta vegetal, pode ser utilizada em até 6% na dieta de coelhos em 
crescimento, analisando sempre o custo benefício para avaliar o melhor nível a ser 
utilizado. 
A glicerina tanto na sua forma bruta, quanto na forma purificada pode ser utilizada em vários 
outros segmentos. Como aditivo, o glicerol vem sendo empregado, também na alimentação 
humana. Na indústria alimentícia é utilizado como espessante de molhos e sobremesas e 
como umectante na fabricação de balas, refrigerantes e doces (SANTOS, 2009). 
 
A indústria cosmética, segmento de suma importância para a economia em diversos países 
do mundo, incluindo o Brasil, mostra um grande uso da glicerina, por esta ser uma 
substância umectante, encontrada em muitos cosméticos, produtos de hidratação como 
xampus e condicionadores de cabelo, tônicos capilares, loções, protetores solares, cremes 
pós-sol, géis, loções de barbear, desodorantes e maquiagem (bases,batons, etc.) (PEITER 
et al, 2016). 
As indústrias farmacêuticas também usam este subproduto na composição de diversos tipos 
de medicamentos, como: pomadas, elixires, xaropes, anestésicos, na composição de 
cápsulas, supositórios, antibióticos e anti -sépticos (SANTOS, 2009). 
 
A aplicação da glicerina semipurificada mostra-se, também, muito satisfatória na 
conservação de peças anatômicas. Tal uso permitiu a redução no custo, diminuição da 
liberação de gases tóxicos, armazenamento verticalizado sem o mergulho das peças em 
cubas, além de preservar as características morfológicas das peças anatômicas não 
interferindo na relação ensino-aprendizagem (CARVALHO et al, 2013). 
 
Vale a pena ressaltar que, além das aplicações citadas, estudos realizados mostram que o 
uso desse subproduto cresce com o avanço biotecnológico no segmento sustentável. 
Podem-se destacar pesquisas em que o glicerol bruto é utilizado como fonte de carbono 
para o crescimento de micro-organismos em processos fermentativos, pois contém 
elementos nutricionais como fósforo, enxofre, magnésio, cálcio, nitrogênio e sódio 
(APOLINÁRIO et al., 2012). O glicerol também é muito empregado nas formulações de 
meios de cultura, com a finalidade de inibir alguns tipos de bactérias, ou até mesmo ajudar 
no crescimento de outras. 
 
Vasconcelos (2012) apresenta um apanhado das aplicações tradicionais da Glicerina, 
alguns destes já citados anteriormente. Cabe ressaltar as propriedades amaciantes e 
flexibilização de fibras, quando usada em produtos têxteis (ABQCT, 2013). Na forma de 
acetinas, ésteres produzidos à base a partir do Glicerol, a mesma pode ser utilizada: na 
fabricação de explosivos, solvente para tintas e como gelatinizante (Monoacetato de 
Glicerol); como lubrificante, solvente e agente amaciante (Diacetato de Glicerol); e como 
plastificante na celulose (MOTA, 2009). 
 
 
 
Figura 02: Aplicações tradicionais da Glicerina. VASCONCELOS (2012, p. 60) 
 
 
4.3 - Novas Aplicações e Processos: 
 
Além das aplicações já estabelecidas na indústria, diversos estudos sobre novas formas de 
uso, bem como processos de purificação alternativos para a glicerina, já foram realizados e 
tantos outros se encontram em curso. Um dos principais fatores motivadores para a 
realização de tais pesquisas é a sobre oferta de glicerina no mercado, decorrente do 
aumento da produção do Biodiesel no mundo, conforme defendem Vieira e d’Arce (2008). 
 
Como alternativa aos métodos de purificação já conhecidos, Salvagianni et al (2010) 
propuseram um processo que compreende etapas de Acidificação, Decantação ou 
Centrifugação, Neutralização, onde incluiu as etapas de Precipitação por salting out, troca 
iônica e Desidratação por destilação azeotrópica. As principais vantagens advindas do 
processo são a possibilidade de utilização de qualquer álcool ou mistura alcoólica como anti-
solvente na etapa de precipitação, podendo os mesmos ser recuperados por evaporação e a 
operação da coluna de fracionamento da destilação azeotrópica em pressão atmosférica, 
reduzindo assim os custos do processo. O produto final possui ainda 99,5 % de Glicerol em 
sua composição. Abaixo é apresentado um desenho esquemático do processo idealizado 
pelos autores: 
 
 
Figura 03: Processo de purificação da Glicerina oriunda do Biodiesel. SALVAGIANNI et al (2012) 
 
Uma das possíveis novas aplicações foi proposta por Souza & Lopes (2010), quando os 
mesmos prepararam nanocompósitos espumados magnetizáveis, através da inserção de 
nanopartículas magnetizáveis em uma resina alquídica, esta última produzida a partir de 
glicerina, a fim de se obter produtos para recuperação ambiental em ambientes aquáticos. 
Os resultados de tal estudo foram de grande relevância, pois os nanocompósitos obtidos 
foram capazes de remover massas de petróleo em aproximadamente 300% em relação à 
massa utilizada. 
 
A utilização do Glicerol em outra aplicação de relevante cunho ambiental pôde ser 
observada em um trabalho em conjunto realizado pelo Grupo de Tecnologias Ambientais da 
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), coordenado pelo professor Rochel Lago em 
parceria com o professor Miguel Araújo Medeiros, da Universidade Federal do Tocantins 
(UFT), no qual um supressor de poeiras foi concebido com a utilização de tal produto. O 
Frag-Dust, nome atribuído por seus idealizadores, pode ser aplicado sobre a superfície de 
cargas de minério em vagões, formando uma camada resistente e maleável sobre a carga, 
que evita a liberação de particulados, seja pela ação da chuva ou do vento. O material pode 
ser produzido com o princípio ativo em baixíssimas concentrações, tendo ainda, um custo 
menor em relação aos produtos similares disponíveis no mercado, na ordem de 60%, de 
acordo com os idealizadores. A concepção deste produto inovador resultou em prêmios de 
renome internacional aos envolvidos, incluindo os primeiros lugares no Idea to product 
Global 2011, Estocolmo, Suécia, e no Global Startup Workshop 2012, realizado pelo 
Instituto de Tecnologia de Massachussetts (MIT), competições que incentivam ações 
voltadas ao empreendedorismo e inovações tecnológicas (VASCONCELOS, 2012). 
 
A geração de energia, na forma de biogás, se mostra como outra promissora forma de 
destinação da glicerina. Robra et al (2006), realizaram um estudo quantitativo e qualitativo 
acerca da introdução da glicerina como um co-substrato, associado à estrume bovino, em 
um processo de biodigestão, que resultaria na produção de biogás. O trabalho, os 
pesquisadores utilizaram biodigestores de bancada, tipo reator anaeróbico de fluxo 
ascendente com manta de lodo (UASB), adaptados para os testes e sob condições 
específicas de temperatura e agitação. Com a adição de apenas 5% de glicerina oriunda da 
produção de biodiesel, em relação ao volume do reator, obteve-se um aumento de mais 5 
vezes na quantidade de biogás produzido, demonstrando o quão promissora é esta 
aplicação. 
 
Outras aplicações como um combustível são também associadas ao uso deste subproduto. 
Gonçalves et al (2009) apresentaram o uso da glicerina em células à combustível como uma 
fonte alternativa com boas perspectivas, na qual as hidroxilas do glicerol são expostas à um 
processo de oxidação catalítica, originando um produto que pode ser aplicado em larga 
escala, à um custo reduzido. 
 
Em um estudo recente realizado por pesquisadores do Instituto de Catálises de Cardiff 
(CCI), no país de Gales, a glicerina foi convertida em metanol através de um mecanismo 
catalítico simples. A mesma foi reagida com água, para fornecer hidrogênio, mediante a 
utilização de óxido de magnésio (MgO) como catalisador, em uma reação de uma única 
etapa. Foi estimado um incremento de 10% na produção de combustível em relação à via de 
transesterificação convencional fato que, segundo coautor do estudo e vice-diretor do CCI, 
professor Stuart Taylor, demonstra o grande potencial da técnica utilizada no auxílio à 
redução das emissões de carbono, em detrimento ao uso de combustíveis fósseis (HAIDER, 
2015). 
 
Destaca-se ainda uma pesquisa premiada internacionalmente, de autoria do professor da 
Universidade do Tennessee, Philip Xiaofei Ye, na qual são investigados gargalos no 
processamento e obtenção de novos produtos a partir da glicerina. Tal estudo resultou em 
uma patente que aborda o uso de CO2 supercrítico como meio reacional para a desidratação 
do glicerol à acroleína catalisada por ácidos sólidos e CO2 gasoso como meio reacional 
para a oxidação parcial da acroleína à ácido acrílico catalisado por óxidos mistos. Yang et al 
(2012, p.06) citam ainda o glicerol em aplicações como: 
 
(...) um solvente orgânico de alto ponto de ebulição com a finalidade de 
melhorar a hidrólise enzimática da biomassa lignocelulósica durante o pré-
tratamento com organosolvidos autocalíticos atmosféricos.(...) comoum 
solvente verde para reações orgânicas (...) glicerol cru pode ser usado como 
combustível para gerar energia elétrica a partir de células microbianas 
combustíveis (...) 
 
Os estudos envolvendo a glicerina oriunda do biodiesel abordam ainda novas rotas para sua 
purificação, alternativas às rotas dispendiosas, tais como a destilação à vácuo. Almeida 
(2014) investigou uma nova rota tecnológica para obtenção de poliuretanos a partir da 
glicerina, na qual foi utilizada uma mistura entre o glicerol e um poli isocianato em um reator 
autoclave, sob agitação magnética, a 30 ºC. Os materiais obtidos, após a realização de 
ensaios que visaram avaliar determinadas propriedades físico-químicas e estruturais, 
mostram-se estáveis em uma ampla faixa de temperatura, demonstrando a eficácia da rota 
proposta para a obtenção de poliuretanos. 
 
Em mais pesquisa correlata, Delatorre et al (2011) estudaram a substituição de 
catalisadores ácidos e básicos por catalisadores enzimáticos. Os mesmos se apresentam 
como opção de maior apelo ambiental, possuindo outras vantagens e algumas 
desvantagens, quando comparados aos primeiros. O maior inconveniente observado foi a 
necessidade de uma enzima imobilizada em detrimento a enzimas livres, tendo em vista que 
estas se apresentam mais ativas. O estudo em questão confirmou tal necessidade, ao 
propor a “produção de suportes como matrizes para a imobilização de células, pois essas 
minimizam os efeitos causados pelo seu uso em ambientes adversos, tais como solventes 
orgânicos, variações no pH e altas temperaturas” (DELATORRE et al, 2011, p. 40). 
 
A conversão do Glicerol em Propeno, produto utilizado na fabricação de polipropileno, 
matéria-prima amplamente utilizada na fabricação de embalagens para produtos de limpeza 
e alimentos, peças automotivas e eletrodomésticos se mostra como um grande alternativa 
segundo defende um estudo desenvolvido na Universidade Federal do Rio de Janeiro 
(UFRJ) em 2006, em parceria com a petroquímica Quattor. Cabe citar que, o trabalho em 
questão gerou uma patente para a instituição e o planejamento de construção de uma planta 
piloto para a produção do propeno, Contudo a Quattor fora comprada em 2010 pela 
Braskem, empresa atuante nos ramos químico e petroquímico que observou problemas 
logísticos na operação idealizada, tendo em vista que a matéria prima, em sua maior parte, 
está localizada na região Centro-Oeste e planejamento de construção da fábrica seria para 
São Paulo, estado que concentra um polo de industrial químico (VASCONCELOS, 2012). 
 
5 - RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
Como se pôde perceber, são diversas as aplicações, estudos envolvendo métodos para 
reciclagem da glicerina residual. Dentre os processos de purificação da glicerina, a 
destilação de Wurster e Sanger, bem como o processo por troca iônica se mostram bastante 
eficientes, com pureza do produto final obtido na casa dos 99%. Todavia, o último citado se 
mostra como uma melhor alternativa, dado a sua simplicidade, menores custos envolvidos e 
uma pureza levemente maior que o primeiro método citado. 
 
Nota-se, conforme dados do portal BIODIESELBR (2006), apresentados abaixo, que o 
principal uso glicerina ainda é associado à indústria cosmética. Contudo, dado o 
crescimento exponencial da população mundial e consequente necessidade de aumento da 
produção de alimentos, a aplicação da glicerina na nutrição humana e animal ganha 
destaque, chegando a um crescimento de mercado previsto de 7,3 % ao ano entre 2012 e 
2018 (BIODIESEL MAGAZINE, 2013) 
 
Mercado mundial de glicerina segundo o portal BIODIESELBR (2006): 
 
 Síntese de resinas, ésteres 18% 
 Aplicações farmacêuticas 7% 
 Uso em cosméticos 40% 
 Uso alimentício 24% 
 Outros 11% 
 
Como a nutrição possui um peso significativo nos custos de produção dos animais, é intensa 
e constante a busca por novos ingredientes que possibilitem bons índices de desempenho 
com baixo custo (SILVA, 2010). Segundo MENTEN, MIYADA & BERENCHTEIN (2009) 
outro aspecto que justifica a aplicação desse coproduto da indústria de biodiesel na 
produção de alimentos para animais é que parte das matérias primas renováveis produzidas 
para atender finalidades energéticas retornarão à cadeia alimentar para gerar produtos de 
alto valor nutricional. 
 
No que se refere à importância e potencial associados ao uso do glicerol na alimentação 
humana, destacam-se a conservação de bebidas e alimentos tais como refrigerantes, balas, 
bolos, pastas de queijo e carne. Todas estas aplicações utilizam principalmente o sorbitol, 
sendo possível que o glicerol venha a tomar parte destes mercados (SANTOS 2009). 
 
No que a tange à crescente oferta de glicerina no mercado mundial, já citado como fator 
impulsionador de uma busca cada vez maior por pesquisas, o uso da mesma em produtos 
que fogem à matriz tradicional (entendam-se cosméticos e alimentos), desponta como uma 
alternativa viável. O uso deste subproduto em rotas tecnológicas modernas, envolvendo 
principalmente nanotecnologia, abre um amplo leque de possibilidades, visto que, grande 
parte dos produtos de alto valor agregado que circulam no mercado mundial têm algum 
envolvimento com a mesma. A problemática ambiental envolvendo o uso de 
nanocompósitos associados a glicerina, no tratamento de petróleo derramado nos oceanos, 
abordada por Souza & Lopes (2010), mostra a versatilidade e importância desta última. A 
contribuição, neste contexto, vai muito além do ganho tecnológico, mas também da 
conservação de toda uma fauna marinha que potencialmente seria afetada e dos milhões 
que seriam gastos na tentativa de recuperá-la. 
 
Fora observado, ainda, a importância do uso da glicerina como combustível em processos 
associados ao uso de biogás, células combustíveis e produção de metanol. O apelo 
ambiental e econômico destas aplicações, demostra que a glicerina tem um enorme 
potencial para figurar em posição de destaque na matriz energética mundial. 
 
6 - CONCLUSÃO 
 
A necessidade de se manter uma cadeia produtiva sustentável, na qual o impacto ambiental 
seja constantemente mitigado vem se mostrando, ao longo das últimas décadas, como algo 
que remete à própria sobrevivência da espécie humana. Promover a destinação adequada 
para os resíduos gerados nos processos industriais, agregando valor aos mesmos, constitui 
um dos grandes desafios da atualidade. 
 
A glicerina e suas variações representam um grande desafio no que se refere ao 
reaproveitamento de um subproduto gerado em outro processo. A demanda mundial por 
produtos que empregam a mesma em sua constituição é crescente, todavia, o aumento de 
sua geração, em virtude do crescimento no consumo do biodiesel, se mostra ainda mais 
contundente. 
 
O aumento na produção de alimentos para suprir o crescimento da população mundial, outra 
grande problemática contemporânea, mostra-se como uma grande oportunidade para 
reaproveitamento da glicerina, dadas as suas propriedades energéticas diferenciadas, em 
relação a outros constituintes atualmente utilizados. 
 
Entretanto, para viabilizar tal aplicação, com ganhos reais em termos econômicos, fazem-se 
necessárias mais pesquisas relacionas a processos de purificação menos dispendiosos e 
substituição de outros insumos alimentícios mais onerosos pela mesma. O emprego dos 
atuais avanços tecnológicos como suporte a essa demanda, deve ser contínuo, assim como 
a busca por novas aplicações. 
 
Em virtude das já mencionadas propriedades energéticas, a glicerina desponta ainda como 
uma matéria prima cada vez mais promissora na obtenção de combustíveis e aditivos para 
os mesmos, cabendo a mesma premissa mencionada à sua aplicação em alimentos: 
maiores estudos, na intuito de reduzir o custo associado ao processamento. 
 
A versatilidade e a enorme gama de produtos nos quais a glicerina já é aplicada, demostram 
que o potencial deste composto no auxílio àsolução de grandes desafios atuais, como a 
alimentação mundial e novas fontes de energia, sobrepõe a dificuldade em se estabelecer 
novas aplicações para a mesma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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