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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO
 
FICHAMENTO
Acad. Alisson Christian Magalhães de Lurdes¹
Cáceres / MT
	DIDIER JR, Fredie. Curso de Direito Processual Civil vol. I. 23ª ed. Salvador: Juspodivm. 2021, p. 35 -74.
	
INTRODUÇÃO
· Na introdução, o autor do livro “Curso de processo civil – vol. 1”, do professor Fredie Didier explicitou as questões que serão abordadas durante o curso de direito processual civil. O curso do livro visa um direito civil contemporâneo que relacione com as áreas do direito, como o direito matéria, direito processual, teoria geral do direito e direito constitucional. A partir dessa introdução, o autor salientou que criou um modelo teórico de introdução do conteúdo de direito processual, de modo que, o estudante compreendesse e aplicasse o direito seguindo as premissas estabelecidas no livro. 
	· Em primeiro plano, cabe ressaltar as questões abordadas durante o livro. Nesse viés, o livro irá abordar temas, como a relação do direito processual com o direito material, as transformações realizadas nas metodologias do meio jurídico refletidas na Teoria Geral do Direito e do direito Constitucional, e de que forma isso repercutiu no direito processual. Por fim, será abordado os modelos de sistema jurídico Civil Law e Common Law e esses se enquadram nos moldes do direito brasileiro. 
	2 . CONCEITO DE PROCESSO
· É afirmado que há inúmeros conceitos acerca do processo. De acordo com o livro “curso de processo civil – vol. 1”, do professor Fredie Didier, a compreensão do processo é relacionada a criação das normas jurídicas, ato jurídico complexo e relação jurídica. Já na perspectiva da Teoria da Norma Jurídica, o processo é relacionado a um método de produção de fontes de normas, sendo essas jurídicas ou não. A criação de normas só é realizada, por meio de atos processuais, denominados de processo legislativo, processo administrativo, processo negocial e processo jurisdicional.	
· A concepção de processo tratada no livro preza pelo método-processo, exercido pela jurisdição, em que a Constituição Federal e os direitos fundamentais são modelos a serem seguidos para o processo devido, seguindo os corolários. 
· Através da perspectiva processual da Teoria do Fato Jurídico - espécie de ato jurídico – é tratado o processo no plano dos fatos jurídicos, sendo um ato jurídico complexo. O ato jurídico complexo, estipula modos para ocorrência dessa mesma, essa questão é denominada de procedimento. O procedimento sendo um ato complexo que se sucede ao longo do tempo, ou seja, sucessivo, é um ato jurídico, bem como relaciona com outros atos jurídicos, no processo judicial e prestação jurisdicional. Seguindo ainda essa perspectiva, o processo pode estuda sob uma ótica que visa a eficácia dos fatos jurídicos. Seguindo essa lógica, é realizado conjuntos de relações jurídicas que relacionam com os sujeitos processuais. Dessa relação jurídica processual, ocorre combinações entre os sujeitos processuais - juiz-reú, autor- reú. 
· O processo é denominado como uma relação complexa devido as diversas relações jurídicas compostas por situações jurídicas que os sujeitos possuem titularidade em um processo. A relações processuais que derivam de outras relações processuais, bem como também relações processuais ordinariamente por fatos jurídicos processuais. 
· A compreensão do processo, como relação jurídica, deve ser seguida sob o viés da constituição no país, desprezando-se, assim, definições teóricas sobre o conteúdo da relação jurídica.
	3. TEORIA GERAL DO PROCESSO, CIÊNCIA DO DIREITO PROCESSUAL
CIVIL E DIREITO PROCESSUAL CIVIL
· As disciplinas jurídicas voltadas a elaboração, organização e a articulação dos conceitos fundamentais do direito processual são a Teoria Geral do Processo, Teoria do Processo, Teoria Geral do Direito Processual.
· Conceitos jurídicos fundamentais do processo: Para o direito positivo, tem grande importância para a abordagem cientifica do direito positivado. 
Exemplo: decisão, cognição, capacidade processual, capacidade postulatória, entre outros. 
	Ao relacionar a Teoria Geral do Processo a Teoria Geral do direito, observa-se que a primeira é parcial, uma vez que se preocupa apenas com os conceitos fundamentais do processo. Sendo, uma disciplina que segue um preceito epistemológico. 
		Dimensões da linguagem jurídica 
· Teoria Geral do Processo: É uma teoria geral, em que os conceitos jurídicos fundamentais processuais têm pretensão universal.
- Objeto: Ciência do Direito Processual. Sem preocupação com a Norma Jurídica. 
· Direito Processual Civil: É um aglomerado de normativas, em que regem o processo jurisdicional civil. (Plano normativo)
· Ciência do Direito Processual Civil: é um ramo do direito dogmático, na qual se dedica em criar diretrizes, apresentar fundamentos e oferecer subsídios, com o fim de obter a compreensão e aplicabilidade do Direito Processual Civil. (Plano doutrinário)
Observação: Para que não haja irregularidades no que tange a qualidade do trabalho doutrinário, é devido que não se confunda as linguagens da Teoria Geral do Processo, bem como a Ciência do Processo. 
· Parte Geral: São normas enunciadas em conjunto, com linguagem prescritiva. Determina o diploma normativo, possui normas com aplicabilidade em diversos temas jurídicos.
	4. PROCESSO E DIREITO MATERIAL. INSTRUMENTALIDADE DO PROCESSO. RELAÇÃO CIRCULAR ENTRE O DIREITO MATERIAL E O PROCESSO
	
· Jurisdição: é caracterizada com um encargo jurídico de situações jurídicas – situações substanciais - concretas em um processo. 
· Processo: é uma maneira de exercer o ato de jurisdição.
· Situação substancial: Existem vários exemplos de situações substanciais, como ativas, passivas, os direitos, etc. 
Obs: a situação jurídica afirmada pode ser denominada de direito material processualizado. 
· Instrumentalismo: Para a compreensão, estudo e estrutura do processo deve-se ter como noção a situação jurídica material, em que serve de instrumento de tutela. Ademais, é uma metodologia processual que realiza uma relação entre o direito processual e o direito material. A premissa estabelecida pela instrumentalidade, salienta que o direito material é colocado como o valor, em que irá proporcionar a criação, interpretação e a aplicabilidade das regras processuais. 
	5. ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DO PENSAMENTO JURÍDICO CONTEMPORÂNEO
· A) A Constituição como grande poder normativo no sistema jurídico de um país, sendo sua eficácia imediata e independente. Antes de 1988, essa premissa de que a constituição era uma fonte normativa era pífio, pois ela era tratada como uma carta de promessas que, frequentemente, não eram realizadas por parte de boa vontade dos legisladores e do governo federal. 
· Modelo de nação: Estado Constitucional.
· B) Teoria dos princípios: forma de reconhecimento da eficácia das normas. Uma forma de norma jurídica
· C) Reconhecimento do papel criativo e normativo que a hermenêutica jurídica possibilitou na atividade jurisdicional. Nesse sentido, é importante apontar-se que a atividade jurisdicional proporcionou uma função essencial para o desenvolvimento do direito, pois possibilitou a interpretação dos textos jurídicos/normativos e das normas jurídicas do caso concreto, para aplicação em casos que se encaixem com essas premissas. 
· D) Direitos fundamentais garantidos e expandidos. Respeito a dignidade da pessoa humana.
6. NEOCONSTITUCIONALISMO, NEOPROCESSUALISMO OU FORMALISMO VALORATIVO. A ATUAL FASE METODOLÓGICA DA CIÊNCIA DO PROCESSO
	
· A palavra Neoconstitucionalismo refere-se, possivelmente, a um positivismo jurídico reconstituído. 
Pela história do direito processual, o desenvolvimento do direito processual tende a ser divido em três fases, denominadas de praxismo, processualismo, instrumentalismo e o “neoprocessualismo”
· Praxismo: Sem quaisquer distinções do direito material para o processual. Estudo do aspecto prático do processo, sem se preocuparcom a ciência jurídica.
· Processualismo: Distinção do direito processual quanto o direito material. Desenvolvimento do pensamento cientifico relacionado as categorias processuais. 
· Instrumentalismo: Diferenças entre o direito processual e material, mas possuem uma relação de interdependência. O direito processual realiza efetivamente e concretamente o direito material. Ademias, torna-se objeto de estudo de outras ciências jurídicas. Preocupação com a justiça e a sociedade.
· Neoprocessualismo: É um repertório teórico, que remete a todas as fases anteriores apontadas e ao Neoconstitucionalismo. 
	7. A CIÊNCIA DO PROCESSO E A NOVA METODOLOGIA JURÍDICA
7.1. Constituição e processo. O art. 1 ° do CPC
· Após 2° Guerra Mundial, as civilizações ocidentais consagraram em suas cartas magnas, os direitos fundamentais processuais.
· Exemplo: Pacto de São José da Costa Rica, Convenção Europeia de Direitos do Homem, entre outros. 
· O art. 1° do CPC “processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código”. Nesse sentido, o enunciado do art. 1° do CPC salienta que a norma jurídica pátria só poderá ser interpretada, ordenada e disciplinada conforme o ditame estabelecido na Constituição Federal. 
· Força normativa da Constituição
7.2. Princípios processuais
· É uma “norma”, em que busca um “estado de coisas” que, por sua vez, só será alcançado por determinados comportamentos que realizam – ou vão realizar – necessidades praticas em que não há efeitos a progressiva promoção do fim em que se realiza. 
· Independência de regras jurídicas – eficácia de um princípio do processo 
· O princípio pode ter eficácia diretamente ou indiretamente. 
· A direta não necessita de atuação intermediária de outro princípio ou regra. 
· Direta – função integrativa: Essa função agrega a elementos não previstos em subprincípios ou regras. 
· Subprincípios ou regras - formas de delimitar o exercício do poder. 
· A indireta necessita de atuação intermediária de outras normas. 
· Princípios de um processo podem ser considerados subprincípios, regras, normas com complexidade menor. 
· Não há pretensão de exclusividade dos princípios. 
· Função interpretativa: Os princípios servem para interpretar normas legais, sendo que não há impedimentos para a realização do ato almejado. 
· Função bloqueadora: Essa função bloqueia aplicações de textos incompatíveis com o “estado de coisas” que é almejado. 
7 .3. A nova feição da atividade jurisdicional e o Direito Processual: sistema de precedentes, criatividade judicial e cláusulas gerais processuais
· Reconhecimento da eficácia normativa de determinadas orientações da jurisprudência; Exemplo: Súmulas.
· Poder criativo da atividade jurisdicional
· Cláusula geral – texto normativo – termos vagos – efeito jurídico: indeterminação legislativa e descaso com a estrutura lógica normativa.
· Cláusula geral – elemento de conexão que permite ao magistrado fundamentar a decisão em casos precedentemente julgados.
· Realização da justiça do caso concreto
· Cláusula geral - Reforça o papel da jurisprudência na criação de normas gerais. 
· Método – concretização – Cláusula geral 
· Devido processo legal – principal exemplo de Cláusula geral processual
· Infinitas as produções e manifestações doutrinárias a respeito das cláusulas gerais. 
7.4 Processo e direitos fundamentais
· O direito fundamental deve ser encarado na sua dimensão objetiva ou subjetiva. A dimensão objetiva, coloca os valores mínimos e impostos na ordem jurídica, interpretados e aplicados por todo ordenamento jurídico. Por outro lado, a dimensão subjetiva, são as normas que regem o direito positivo individual que atribuem posições de vantagem aos seus titulares. 
· O processo deve ser tutelado e estruturado adequadamente seguindo os direitos fundamentais previstos na Constituição de 1988. 
· Controle de constitucionalidade no direito fundamental – Quando a norma processual viola uma normativa constitucional de direito fundamental, cabe ao magistrado proceder o controle de constitucionalidade em relação ao processo. 
	8. A TRADIÇÃO JURÍDICA BRASILEIRA: NEM CIVIL LAW NEM COMMON LAW 
· Direito constitucional inspirado na constituição estadunidense;
· Direito infraconstitucional inspiração romano-germânica;
· Controle de constitucionalidade difuso - inspiração judicial estadunidense e concentrado – inspiração austríaca; 
· Codificações legislativas constantes – modelo Civil Law;
· Valorização dos precedentes judiciais – súmulas, etc. – Common Law;
· Assim, a tradição jurídica brasileira é miscigenada, uma vez que há inspirações de variados modelos jurídicos mundiais. Podendo-se denominar de Brazilian Law.
	9. O CPC E OS MICROSSISTEMAS PROCESSUAIS CIVIS
9.1. Nota introdutória
· Os tribunais devem realizar as suas decisões, bem como respeitar a integridade do direito, conforme posto no art. 926 do CPC.
- Exigir do interprete do direito, o relacionamento entre a parte e o todo mediante o emprego das categorias de ordem e de unidade. 
- Reconhecer os microssistemas normativos e decidir usando esses quando for o caso, conforme suas regras. 
9.2. Microssistemas surgidos durante a vigência do CPC-1973. Os casos dos microssistemas do processo coletivo, da arbitragem, dos Juizados Especiais e dos processos de controle concentrado de constitucionalidade dos atos normativos
· No século XX, precisamente nos anos 80, o direito processual civil brasileiro seguia a tendência do movimento jurídico denominado de descodificação;
· Processo civil – regulação por leis ou conjunto de leis extravagantes – CPC – 1973;
· Microssistemas processuais que se desenvolveram no período:
a) tutela coletiva - Lei n. 7.34 7 /1985 (Lei da Ação Civil Pública) e Código de Defesa do Consumidor, leis nucleares do microssistema;
b) arbitragem: Lei n. 9.307 /1996 e Convenção de Nova Iorque (Decreto 4.311/2002), atos normativos nucleares do microssistema; 
c) Juizados Especiais: Leis n. 9.099/1995, 10.259/2001 e 12.153/2009, leis nucleares do microssistema;
d) processos de controle concentrado de constitucionalidade: Leis n. 9.868/1999 e 9.882/1999, leis nucleares do microssistema. 
- Regulavam situações jurídicas que não haviam sido reguladas no CPC-1973.
- CPC – 1973 era retirado somente as normas gerais e os problemas de lacunas textuais das leis extravagante. (Aplicação supletiva e subsidiária)
· O CPC – 2015, por sua vez, dialoga-se com os microssistemas do processo civil da legislação extravagante.
-Incorporação de novas normas jurídicas;
-Pressuponha-se claramente;
-Eficácia direta, supletiva e subsidiária.
- Núcleo e fonte de normas gerais – CPC – 2015
- Fonte de normas jurídicas processuais específica para esses microssistemas
9.3. Microssistemas processuais (não exclusivamente civis} embutidos
dentro do CPC-2015
Incorporação de textos normativos relacionados a leis extravagantes: 
a) Bloco normativo que cuida da mediação e da conciliação (arts. 165-175, CPC);
- Marco regulatório da mediação e conciliação - Lei n° 13.140/2015 – já no CPC-2015.
- CPC e Lei n° 13.140/2015 com pontos que convergem, visto que tramitaram simultaneamente no Congresso Nacional.
b) As normas sobre cooperação internacional (arts. 26-41, CPC).
- Novos acordos internacionais de cooperação penais e não penais.
Microssistema de formação concentrada de precedentes obrigatórios e o microssistema de julgamento de casos repetitivos. Esses tipos de microssistemas, caracterizam-se como transversais, sem nível de estranhamento como os outros dois tipos de microssistemas.
	DIDIER JR, Fredie. Curso de Direito Processual Civil vol. I. 23ª ed. Salvador: Juspodivm. 2021, p. 35-188. p. 75 -103.
	Norma Jurídica Processual 
1. CONCEITO DE NORMA JURÍDICA PROCESSUAL
· (Processo) + (fato jurídico processual);
· A compreensão de processo se dá como um conjunto de fatos jurídicos, em que produzem um ato final e um feixe de situações jurídicasdecorrentes de fatos jurídicos 
· Por sua vez, o fato jurídico é considerado processual, na medida em que é colocado como um suporte fático de uma norma jurídica processual, bem como também tenha referido sobre algum processo, seja atual ou futuro. 
· Ademais, a Norma Jurídica Processual é a norma em que tem como resultado um fato jurídico processual. Consequente normativo – direciona-se a uma estrutura procedimental, sendo no presente ou futuro, criando, alterando e extinguindo as situações jurídicas processuais. 
	2. FONTES DA NORMA JURÍDICA PROCESSUAL
· Diversas fontes da norma processual;
· Constituição (normas processuais fundamentais), Lei Federal (principal fonte federal de normas jurídicas processuais), Tratados internacionais, Medidas provisórias, Precedentes, Negócios Jurídicos, Regimentos internos, Resolução do Conselho Nacional de Justiça, Lei estadual, Costume.
	3. APLICAÇÃO DA NORMA JURÍDICA PROCESSUAL NO TEMPO
· Arts. 14 e 1.046 CPC – Aplicação de normas processuais a processos novos;
· O processo – ato jurídico complexo de formação sucessiva-, compõe o tipo normativo, sucedendo-se no tempo. Sendo um ato jurídico processual, possui um objetivo comum num processo judicial, no caso, a prestação jurisdicional;
· Respeito aos atos processuais aplicados, art. 14 do CPC;
· Processo é relação jurídica emergida por ele e ato processual;
· O direito processual tem proteção constitucional - art 5º, XXXVI, CF/88;
· Leis novas não podem atingir direito já garantido;
	CAPÍTULO 3
Normas Fundamentais do Processo Civil
1. DIREITO PROCESSUAL FUNDAMENTAL
· 1° ao 12° art. do CPC-2015;
· São considerados materialmente fundamentais para o processo civil brasileiro, pois servem de orientação para a compreensão das normas jurídicas processuais civis pátrios;
· Normas fundamentais – perspectiva formal e material: 
Primazia do julgamento do mérito (art. 4°), da boa-fé processual (art. 5°) e da cooperação (art. 6°); Princípios, Normas, Regras, Postulados;
· Normas Fundamentais Constitucionais: 
- Devido processo legal, juiz natural, proibição de prova ilícita, (...);
· Normas Fundamentais infraconstitucionais:
- Princípio de respeito ao autorregramento da vontade no processo e o dever de observância dos precedentes judiciais (arts. 926-927 do CPC), (...);
	2. PRINCÍPIOS
2.1. Princípio do devido processo legal
2.1.1. Considerações gerais
· Na frase “Devido processo legal”, a palavra legal remete-se a “Direito”, e não a Lei;
· Devido processo legal, no Brasil, é a colocação de que todo sujeito com personalidade jurídica, ou seja, sujeito de direito tem o direito fundamental a um processo justo/devido/equivalente, (...) ; 
· Garantia contra os abusos por parte do Poder público e privado;
2. 1.2. Conteúdo
· O texto sobre o devido processo legal existe há séculos, precisamente, 1354 a. C.;
· Noção de devido processo legal como cláusula de proteção contra tirania – Decreto Feudal Alemão – 1037 a. C., que inspirou a Magna Carta de 1215 da Grã-Bretanha – documento da consagração do devido processo legal;
· Inúmeras compreensões ao longo do tempo sobre o devido processo legal;
· É um direito fundamental de conteúdo complexo; identificar cada exigência e denominações de forma individual, é uma vantagem, pois facilita a operação e solução sobre questões pelo intérprete do direito; 
· O devido processo legal está em construção ao longo do tempo, ou seja, evoluindo-se;
· Cria elementos necessários para o ideal de protetividade – O princípio do devido processo legal;
· Princípios da adequação, boa-fé processual e da efetividade;
2. 1.3. Devido processo legal formal e devido processo legal substancial
· Devido processo legal formal: é o devido processo legal, em que o conteúdo é composto pelas garantias processuais fundamentais;
· Devido processo legal substancial: é o processo em que não só observa as exigências formais, mas o processo que gera decisões jurídicas substancialmente devidas; 
· O Brasil assimilou a dimensão substancial do devido processo legal em suas decisões jurídicas;
· Aplicado a qualquer produção normativa;
· Art. 8° do CPC – órgão jurisdicional analisar a proporcionalidade e a razoabilidade ao aplicar o ordenamento jurídico;
2. 1.4. Devido processo legal e relações jurídicas privadas
· Teoria dos direitos fundamentais no âmbito privado – eficácia horizontal dos direitos fundamentais: 
a) Teoria state action: Nessa teoria, é negada qualquer eficácia dos direitos fundamentais nas relações privadas, pois entende-se que o único sujeito passivo daquele direito seria o Estado
b) Teoria da eficácia indireta e mediata: é uma teoria, em que os direitos fundamentais no âmbito privado e que a Constituição não investe os particulares em direitos subjetivos privados, o que acaba servindo de baliza para o legislador inflaconstitucional, devendo este, tomar como parâmetro os direitos constitucionais na elaboração legislativa do direito privado
c) Teoria da eficácia direta e imediata: é uma teoria privativa, por meio do direito fundamental, aplica-se na espera privada, podendo ser invocadas diretamente, não dependendo de mediação de legislador infraconstitucional, que, por conseguinte, privilegia-se a atuação do magistrado em caso concreto. (prevalece no Brasil)
· Extensão da eficácia direta – todos os direitos fundamentais são estendidos a todos – privado e público.
· STF e a Lei 11.127/2005 – entendimentos semelhantes quanto ao processo legal – A exclusão do associado decorrente de justa causa, é admissível, somente em havendo justa causa/ conduta contrária aos autos, possibilitando o exercício da ampla defesa, sob a observância do devido processo legal; 
· Nas relações privadas – ilícito a restrição de direitos sem observância do devido processo legal.
2.2. Princípio da dignidade da pessoa humana
· Art. 8° do CPC – Órgão julgador tem o dever de promover e resguardar a dignidade da pessoa humana;
· Princípio constitucional, sendo que os outros princípios e regras seriam derivação deste;
· Direito fundamental do conteúdo complexo – formado por todos os direitos fundamentais constitucionais ou não. 
· A argumentação jurídica pode possibilitar a humanização do processo civil, por meio do princípio da dignidade humana:
a) Normas processuais que proporcionam a proteção da dignidade humana;
b) Reconstruções de sentido sobre alguns artigos do CPC;
· Não é fácil a aplicação desse princípio, visto que a um enorme âmbito sobre isso; Fundamentação específica e relevante – art. 489,§ 1°, I e II, CPC); Limites no que tange a liberdade processual das partes – art.190 CPC;
	DIDIER JR, Fredie. Curso de Direito Processual Civil vol. I. 23ª ed. Salvador: Juspodivm. 2021, p. 104 - 143.
	
2.3. Princípio da legalidade
· O princípio da legalidade é decidir os atos em conformidade com o direito, não interpretado literalmente, mas compreendendo as fontes do direito no ordenamento jurídico; 
· É necessária uma observância quanto a proporcionalidade e razoabilidade, bem como uma interpretação teleológica, como afirma o art. 8° do CPC.
· Para não cair na inconstitucionalidade da lei, é necessário que o magistrado em observância sobre as leis, realizar o controle de constitucionalidade da lei que, dessa forma estará em conformidade com o direito. 
2.4. Princípio do contraditório
2.4. 1. Generalidades e a regra da proibição de decisão-surpresa
· CF/88 – Art. 5°, inciso LV: “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”;
· Aplicação do princípio do contraditório – âmbito jurisdicional, administrativo e negocial.
· Em um país democrático, o exercício do princípio do contraditório é efetividade da participação democrática em um processo. 
· A participação e influência nas decisões judiciais são garantias postas pelo princípio do contraditório;
· Dimensão formal do princípio do contraditório – É garantia de que as partes serão ouvidas em processo, tendo a oportunidade de comunicar-se sobre os fatosocorridos;
· Dimensão substancial do princípio do contraditório - Essa dimensão do princípio do contraditório põe-se como um poder de influência no processo, no sentido de que a parte seja ouvida, mas influencie na decisão do órgão jurisdicional, por meio de ideias, alegando fatos, etc. 
· Não é coerente com os valores democráticos a medida de decisão surpresa, uma vez que o princípio do contraditório impede que os órgãos jurisdicionais realizam processos sem a participação das partes envolvidas;
· Art. 10° do CPC “O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício”;
· Não é permitido ao juiz agir em um processo sem necessariamente ouvir as partes, pois isso fere o princípio do contraditório, na medida em que uma decisão é formada sem que as partes saibam, ocorre que estas acabam perdendo o seu poder de influência – Não podendo salientar como ocorreu o ocorrido com as suas versões. 
· 
2.4.2. Dever de o juiz zelar pelo efetivo contraditório
· Art. 139, inciso I, salienta que:
 "O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
 I - Assegurar às partes igualdade de tratamento".
· Os órgãos jurisdicionais têm o dever concretizar os princípios constitucionais, com intuito de que as normas de direitos fundamentais sejam concretizadas. 
· Para que haja uma “igualdade” no processo é preciso que o processo promova o efetivo do contraditório, bem como os outros princípios constitucionais;
2.5. Princípio da ampla defesa
· O princípio da ampla defesa está previsto no art. 5°, inciso LV, da CF/88;
· Conexão com o princípio do contraditório – Existe essa conexão, pois não há contraditório sem o exercício da defesa pelas partes; 
2.6. Princípio da publicidade
· Art. 5°, LX, CF/88 – direito fundamental à publicidade dos atos processuais;
· O direito fundamental possui duas funções:
a) Promoção da proteção das partes envolvidas no processo contra juízos arbitrários e secretos;
b) A permissão dos órgãos jurisdicionais controlar a opinião pública a respeito dos serviços de justiça;
· A publicidade processual possui duas funções:
a) Interna: A publicidade ampla para todas as partes, visto que é um direito fundamental para ocorrer um devido processo;
b) Externa: A restrição da publicidade para terceiros, por uma parte. A CF/88, art. 5°, LX, ressalta que a lei só pode restringir a publicidade dos atos processuais, na medida em que é exigido a defesa da intimidade ou do interesse público;
· Em relação ao segredo de justiça, é permitido somente a presença das partes, advogados, defensores públicos ou Ministério Público durante o julgamento do processo – art. 11°, parágrafo único, CPC-2015;
2.7. Princípio da duração razoável do processo
· CF/88 autoriza que o Brasil, participe e integre direitos internacionais reconhecidas pelo país, dando a eles hierarquia de norma constitucional. Desse modo, o princípio da duração razoável do processo, baseado no Pacto de São José, em seu art. 8°, 1, estende-se esse para a legislação brasileira, conferindo posição de direito e garantia fundamental;
· Critérios para a determinação do processo – concepção da Corte Europeia dos Direitos humanos:
a) Assunto em que seja complexo
b) No processo, o comportamento dos litigantes, procuradores, defesa e acusação;
c) A forma de atuação dos órgãos jurisdicional;
· No Brasil, acrescenta-se a análise da estrutura do órgão judiciário;
· Em um processo, o tempo necessário e adequado para a resolução deste deve ser o quanto necessário para o caso. 
2.8. Princípio da igualdade processual (paridade de armas)
· Tratar todos de forma igualdade em um processo judicial;
· Art. 7° do CPC – o princípio da igualdade processual;
· Aspectos analisados pelo princípio da igualdade processual:
a) O magistrado deve ser imparcial;
b) Acessibilidade a justiça de forma igualitária;
c) Acessibilidade as informações processuais, para o possível exercício do princípio do contraditório e da ampla defesa. 
d) Diminuir as desigualdades no que tange o acesso à justiça;
 2.9. Princípio da eficiência
· É um princípio que estrutura o modo de aplicação das normas jurídicas, para obter um determinado “estado de coisas”: gestão processual eficiente;
· A administração judiciaria, bem como o processo jurisdicional devem ser voltados para o princípio da eficiência, auxiliando na administração pública e privada de forma eficaz;
· A eficiência é um princípio atribuído ao procedimento, ou seja, encarado como ato. 
· É importante nesse momento, salientar sobre a eficiência e a efetividade em um processo. A eficiência é realizar um processo de forma satisfatória e a efetividade diz respeito a um processo que tem reconhecimento e afirmado, ou seja, que tenha conhecimento judicial da sua existência. 
Meios para aplicação do princípio processual da eficiência:
a) Observar e escolher o meio na qual irá será utilizado para executar a sentença;
b) Deve-se interpretar as normativas processuais de modo a proporcionar eficiência no processo;
c) A junção de causas pendentes que se relacionam, realizando-se, assim, a atividade instrutória, por autorização do poder jurisdicional, visando a redução de custos;
d) Técnicas de gestão processuais que visam a eficiência no processo;
e) Organização dos autos do processo, por intermédio do poder jurisdicional, Com o fim de obter a máxima do princípio da eficiência.
2.1 O. Princípio da boa-fé processual
2.10.1. Generalidades
· O princípio de boa-fé processual, disposto no art. 5° do CPC, salienta que deve-se agir de boas intenções no processo jurisdicional;
· Deve-se distinguir a boa-fé subjetiva da boa-fé objetiva. A boa-fé subjetiva é um elemento do suporte fático de alguns fatos jurídicos e a boa-fé objetiva é a norma de conduta.
2. 10.2. Fundamento constitucional do princípio da boa-fé processual
Há diversos fundamentos na constituição federal que fundamentam o princípio constitucional da boa-fé processual.
a) O objetivo fundamental da República Federativa do Brasil, de construir uma sociedade que seja justa, livre e solidária se encaixa como fundamento desse princípio, uma vez que há um dever fundamental de ser solidário com a sociedade, o que dá a entender que devesse agir com lealdade e confiança na administração do país;
b) Interpretação semelhante, o art. 1°, inciso III, concretiza-se a proteção da dignidade humana devido a promover bons intenções com cidadãos;
· O comportamento da boa-fé atinge todos os sujeitos processuais no sentido de buscar a justiça e a lealdade;
2.10.3. Destinatário da norma
· O destinatário da norma é a parte envolvida, bem como o órgão jurisdicional que participa do processo jurisdicional;
· Deve-se, por meio da boa-fé processual agir sobre o processo;
2. 10.4. Concretização do princípio da boa-fé processual
Aplicação da boa-fé processual objetiva:
a) Proibido a criação dolosa de posições em processo - agir de má fé no processo; 
b) Proibição de atos em desconformidade com ato anterior;
c) Proibição de realizar condutas ilícitas no que tange o direito processual;
d) O não exercício em tempo suficiente pode carretar na perda de poderes processuais, perdendo-se assim a confiança da parte no processo;
· Interpretações devem ser feitas seguindo esse princípio constitucional;
2. 11. Princípio da efetividade
· O princípio fundamental da efetividade processual é a realização executiva da tutela em um processo, por meio de tramites que auxiliam na satisfação integral e pronta do direito a parte merecedora de tutela executiva;
2.12. Princípio da adequação (legal, jurisdicional e negocial) do processo
2. 12.1. Generalidades
Dimensão legislativa, jurisdicional e negocial:
a) A dimensão legislativa ou adaptabilidade do processo: informa sobre as produções de regras processuais realizadas pelo poder legislativo;
b) A dimensão jurisdicional ou flexibilidade do processo: é a adaptação, por parte dojuiz, em um caso concreto, realizar procedimentos quanto as peculiaridades da causa na qual lhe foi submetida.
c) A dimensão negocial ou elasticidade do processo: é a adequação do procedimento pelas partes envolvidas no processo, de forma negocial. 
· Deve-se ater as circunstâncias no processo, pois um legislador em que usa inadequadamente o direito material no processo tem como consequência, a negação da tutela jurisdicional. Assim, obtendo-se um processo devido;
2. 12.2. Critérios de adequação
Aspecto subjetivo, objetivo e teleológicas 
A. Adequação subjetiva do processo: é a adequação do processo às regras processuais, sendo adequadas a cada parte que irão participar do processo;
B. Adequação teleológica: nesse aspecto de adequação, é realizado a partir de objetivos que a que se pretende alcançar no processo. Processo de conhecimento. 
C. Adequação objetiva: Esse aspecto sobre a adequação é dividido em três. Por sua vez, o legislador deve-se realizar adequações no procedimento, sob a tutela jurisdicional.
1. A tutela é diferenciada da evidência no que tange a natureza do direito do litigioso;
2. A evidência como se apresenta o direito material no processo;
3. Por fim, urgência em realizar a situação processual;
2.12.3. Adequação jurisdicional do processo
· Deve-se observar os critérios de adequação jurisdicional no processo;
· Nesse sentido, pode-se o magistrado obter poderes para moldar os processos às suas peculiaridades do caso concreto, com o fim de tutelar o direito material;
· Com o princípio da adequação, por motivo de inconstitucionalidade, por exemplo, permite que o magistrado interfira e corrija o procedimento por ferir algum direito fundamental processual, como o contraditório;
· Quando há uma inadequação procedimentais, cabe ao magistrado realizar a correção que o considera errônea, com o fim de adequar as peculiaridades do caso concreto, e assim, garantir os seus direitos fundamentais;
· Ademais, adequação procedimental possibilita que seja melhor apurado e acerto o processo;
· Previsão legal da adequação jurisdicional - arts. 139, IV, 297 e 536, §1 º, CPC;
2.12.4. Adequação negocial do processo
· É a adequação relacionada a negócios processuais celebrados por sujeitos processuais;
· Essa parte será abordada no princípio de respeito ao autorregramento da vontade no processo e na teoria dos fatos jurídicos processuais;
2.13. Princípio da cooperação e o modelo do processo civil brasileiro
2. 13. 1. Nota introdutória
· É devido salientar que há diversos modelos de direito processual em conformidade com o princípio do processo legal;
· Três modelos de processo baseado em viés iluminista se destacam na doutrina:
O modelo dispositivo, modelo inquisitivo e modelo cooperativo
2. 13.2. Princípios dispositivo e inquisitivo. Modelos tradicionais de organização do processo: adversarial e inquisitorial
· No processo, a organização não é necessariamente preciso a distribuição de funções que devam ser exercidas pelos sujeitos processuais, pois cada um sabe o que é o seu dever;
· Modelo adversarial: é o desenvolvimento de um conflito/disputa entre dois adversários diante do órgão jurisdicional passivo, no qual irá decidir o caso em questão. Nesse modelo, a atividade processual é desenvolvida pelas partes; (princípio adversarial)
· Modelo inquisitório: Nesse modelo, o órgão jurisdicional tem papel relevante no processo, pois realiza-se uma pesquisa jurisdicional. Já no modelo inquisitório, a atividade processual cabe ao órgão julgador; (princípio inquisitivo);
2.13.3. Processo cooperativo: um terceiro modelo de organização do processo. Princípios e regras de cooperação. Eficácia do princípio da cooperação
· O princípio de cooperação é modo pelo qual o processo civil deve estrutura-se no direito pátrio. Esse princípio tem como base o princípio do devido processo legal, da boa-fé processual, do contraditório e do respeito ao autorregulamento da vontade no processo;
· Consagrado pelo art. 6° do CPC;
· Nesse tipo de processo, o contraditório, realizado pelo órgão jurisdicional, propicia um diálogo processual, o que auxilia na decisão judicial;
· Desse modo, sem destaques nos sujeitos processuais, as partes cooperam para o andamento do processo, que a partir das discussões travadas ao longo do processo resultaram em resultados para ambas as partes, sendo positivo ou não, sendo realizado pelo magistrado;
· Modelo de direito processual civil cooperativo é o modelo adequado em relação a um regime democrático, bem como respeita princípio do devido processo legal;
· O princípio da cooperação imputa aos sujeitos processuais deveres, estes buscando um “estado de coisas”;
· Para o princípio da cooperação, não necessariamente necessita que existam regras jurídicas para a obtenção de sua eficácia, pois a inexistência de regra faz com que obtenha essa eficácia, por exemplo, pela realização do poder do magistrado;
· O órgão jurisdicional o dever de haver princípio do contraditório no processo; 
· Dever de esclarecimento: é o devido esclarecimento dos tribunais a respeito das alegações, pedidos e posições em juízo realizadas pelas partes ou não, com o fito de sanar as suas dúvidas, evitando-se decisões tomadas em percepções equivocadas;
· Dever de motivar: deixar claro as razões pelas quais motivaram a decisão proferida; 
· Dever de consulta: é um aspecto do dever de esclarecimento. É relevante aqui dizer que, os órgãos jurisdicionais não devem decidir com base em questão de fato ou direito, mas sim, por meio da consulta realizada pelo juiz as partes para entender a questão não alvitrada no processo;
· Apontar as deficiências das partes, com o fim de suprimi-las – dever de prevenção;
2.13.4. Dever de o juiz zelar pelo efetivo contraditório, princípio da cooperação e dever de auxílio
· É dever do juiz zelar pelo efetivo contraditório, princípio da cooperação e dever de auxílio, para que haja uma relação de cooperação e igualdade processual;
· O efetivo contraditório no processo é mais restrita e tem o dever processual de realizar situações processuais excepcionais;
2.14. Princípio do respeito ao autorregramento da vontade no processo
· É o princípio que segue o direito fundamental, liberdade. Nesse sentido, estabelece que todo sujeito é capaz de regular, definir os seus interesses jurídicos ou não, para a sua existência; (exercício da liberdade no processo)
· Outrossim, o respeito ao autorregulamento da vontade no processo, por meio do direito constitucional fundamental, convive com as atribuições de poderes ao órgão jurisdicional;
· Harmonização das tensões entre os poderes do Estado e a liberdade individual;
2.15. Princípio da primazia da decisão de mérito
· Esse princípio coloca que o órgão julgador dever ter prioridade na decisão de mérito, tê-la como objetivo e fazer o possível para a sua ocorrência;
· Previsto no art. 4° do CPC – solução integral do mérito, por direito;
2.16. Princípio da proteção da confiança
2.16.1. Proteção da confiança e segurança jurídica
· É um subprincípio do princípio da segurança jurídica. É uma dimensão subjetiva do conteúdo da segurança jurídica. Esses dois princípios se complementam, pois, a segurança é a faceta geral da confiança e a confiança o contrário;
· Previsão no princípio constitucional - §2° do art. 5° da CF/88 – Estado de direito;
· É a imposição da tutela a confiança de um determinado sujeito, que, por sua vez, se concretiza em princípio da segurança jurídica;
· A proteção da confiança é o usado para proteger os direitos individuais em face a quem exerce o poder estatal;
· O princípio da confiança engloba desde início até o final de um ato normativo praticados, sendo que a nulidade desta causa frustação da expectativa individual sobre o ato;
· 2.16.2. Pressupostos para a proteção da confiança
Elementos irradiados pelo fato jurídico - proteção da confiança 
A) Base da confiança
É qualquer ato normativo que serve de fundamento para um determinado comportamento do sujeito. Pode-se haver critérios para avaliar essa base de confiança;
B) Confiançanessa base
É a confiabilidade e cognoscibilidade no que tange ao conhecimento da base. Nesse sentido, é relevante salientar que não se pode confiar em algo desconhecido. Assim, deve-se haver uma imagem de base de confiança sólida para obter uma maior confiança legitima a quem será depositada;
C) Exercício da confiança
É o sujeito, por meio do exercício da confiança de base, exercer sua liberdade sob orientação do ato normativo e confiando no seu comprimento futuro. Por sua vez, a execução da razão da base de confiança é determinada pelo cidadão;
D) Frustação por ato posterior do Poder Público
É um elemento fático no princípio da confiança, devido a uma configuração de ato legítimo por meio da proteção jurídica, ao contrariamente, houver frustação na confiança da situação, torna-se um ato ilegítimo/ ilícito;
2.16.3. Princípio da proteção da confiança e o direito processual civil 
· Partindo do pressuposto de que processo jurisdicional é um produtor de normas, pode-se afirmar que este, serve-se de base para a proteção da confiança dos atos normativos;
· Para haver uma proteção jurídica adequada, é necessário que a confiança sobre os atos normativos seja aferida regularmente, pois é necessária uma estabilidade no que tange as normas para essa questão; 
· Desse modo, pode-se entender que o princípio da confiança é imprescindível para o Direito Processual Civil;
3.REGRAS
3.1. Regras da instauração do processo por iniciativa da parte e de desenvolvimento do processo por impulso oficial
· O processo civil se inicia por iniciativa da parte – CPC 2015;
· A instauração da execução, por parte do juiz, para impor a prestação de realizar ou não e dar coisa distinta de dinheiro, não é necessariamente preciso que a parte tenha sido provocada – art. 536 e 538;
· Há incidentes processuais em que o órgão julgador pode instaurar a execução, como conflito de competência – art. 951 do CPC de 2015;
3.1.2. Desenvolvimento do processo por impulso oficial
· Ao instaurado o processo, este desenvolve-se por impulso oficial, sem necessariamente de provocações pela parte requerente;
· É imprescindível salientar que na regra do impulso oficial, o autor desista do feito, tendo como consequência a extinção do processo sem exame do mérito – art. 485, VIII, CPC-2015;
· No processo é possível que as partes reestruturem negocialmente o andamento do processo, por meio do art. 190 do CPC;
· O impulso oficial não é estendido para a fase recursal, sendo necessária a provocação do interessado; 
· De acordo com a súmula n.106 do STJ, a prescrição em processo em que houve demora para a prestação do serviço jurisdicional, em que mesmo assim, realizou-se de forma péssima, não cabe o reconhecimento de prescrição intercorrente;
3.2. Regra da obediência à ordem cronológica de conclusão
3.2.1. Generalidades
· Cabe ao juiz, concretizando-se o princípio republicano da igualdade, observar a ordem cronológica da conclusão do processo, para saber o momento ao qual será proferido a decisão final – CPC, art. 12;
· A certificação, por meio do escrivão ou chefe de secretária/ servidor judiciário, de que o processo chegou ao fim para a decisão final, denomina-se de conclusão do processo. Esse julgamento final deve-se seguir todo uma ordem cronológica para chegar nessa conclusão;
· Pode-se haver que o órgão julgador possa decidir em desconformidade com a ordem cronológica, pois há também uma ordem preferencial, por alguns motivos que serão demonstrados nos autos; 
3.2.2. Regras que excetuam o dever de respeito à ordem cronológica de conclusão
I – Em audiência, as sentenças proferidas devem ser homologatórias de acordo com a improcedência liminar do pedido;
II –Julgamento de processos com casos repetitivos deve-se usar a aplicação de tese jurídicas firmadas em casos iguais;
III – Demandas repetitivas como julgamento de recursos ou incidentes de resolução;
IV – Com base nos arts. 485 e 932 do CPC - decisões proferidas;
V- O julgamento de embargos de declaração é o julgamento que é embargado e que precisa de um complemento. Nesse sentido, o processo já sentenciado tem preferência; 
VI – O julgamento de agravo interno - caso em que já foi julgado também, necessita-se de revisão de colegiado do relator para analisar o processo; 
VII – As preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça. Nesse sentido, o CNJ estabelece metas para priorizar julgamentos processos, como de processos ajuizados até determinado ano;
VIII – Os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal. Esse inciso estabelece prioridade sobre a observância da ordem de conclusão dos processos civis; 
IX – A causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada. Nesse caso, há o estabelecimento de regra geral executória, em que sempre que há urgência para reconhecimento por decisão fundamentada, o órgão jurisdicional pode julgar determinado processo, deixando de lado a ordem cronológica de conclusão;
3.2.3. Calendário processual e dever de observância da ordem cronológica de conclusão
 
Duas alternativas para essa questão:
a) Calendário em que há a marcação de audiência para a prolação da sentença, de modo a que se subsuma à regra exceptuadora do inciso I do § 2° do art. 12;
b) Ou a prolação da sentença não é ato que possa ser inserido no calendário;
3.2.3 Consequências do descumprimento da regra
· Nesse caso, o prejuízo ficará para os terceiros, em que estão em posição prioritária na lista. Decisão sem querer qualquer objeto do terceiro. Pode-se haver representação no CNJ, por parte do terceiro contra o juiz que proferiu algo errôneo, sob o comando do art. 12;
· Uma das partes pode-se, por sentir prejudicada, usar-se da ordem cronológica para obter reconhecer a suspeição do juiz que proferiu a sentença – art. 145, IV, CPC, o que pode-se, assim, obter a sua nulidade - art. 146,§ 6°, CPC;
3.2.5. Extensão da regra à atuação do escrivão ou chefe de secretaria
· O escrivão, bem com o chefe de secretária tem o dever de obedecer à ordem cronológica de recebimento, de modo a obter a efetividade e publicação dos pronunciamentos judiciais – art. 153 do CPC;
· Disponibilidade da lista de processos a consulta pública – art. 153, § 1°, CPC;
Exceções: 
a) Será efetivado atos urgentes, aos quais sejam reconhecidos pelo magistrado;
b) No que tange as preferências legais dispostas no art.153, § 2 º, CPC). Todo caso, deve-se formar listas próprias de decisões a serem cumpridas, de forma cronológica, em situações de urgência e nas preferências legais (art. 153, § 3º, CPC).
· Na ordem cronológica pode-se reclamar, a parte na qual se sentir preterida, salientando nos autos, ao juiz da causa, que requisite tais informações ao servidor, tendo prazo de dois dias – art. 153, §4°, CPC;
· O juiz, por sua vez, ao verificar a preterição, determinará, de forma imediata, o cumprimento do ato e instauração de processo administrativo disciplinar contra o servidor – art. 153, § 5°, do CPC;
3.2.6. Direito transitório
· Em ordem cronológica, o dispositivo legal CPC-2015, art. 1046, § 5°, determina que a primeira lista de processos em que irá ser julgada tem que observar a antiguidade da distribuição entre os já conclusos na data da entra em vigor do Código de Processo Civil de 2015;
4. Norma Fundamental de Interpretação do Código de Processo Civil: O Postulado Hermenêutico da Unidade Do Código
· A concepção hermenêutica sobre a Constituição, afirma que esta deve ser interpretada de forma a atingir o todo normativo, deixando de lado antinomias entre as normas extraídas da própria carta magna;
· Em relação a interpretação do Código de Processo Civil, cabe salientar que este, por sua vez, deve ser interpretado visando o conjunto de normas orgânicas e sendo coerente com isso – postulado interpretativo da unidade do código;
	REFERÊNCIAS 
DIDIER JR, Fredie. Curso de Direito Processual Civil vol. I. 23ª ed. Salvador: Juspodivm. 2021, p. 35 -188.
 Acadêmico do 3° semestre do curso de bacharelado em Direito da Universidadedo Estado de Mato Grosso – UNEMAT, Cáceres– MT.

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