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1ª Edição |Fevereiro| 2014 Impressão em São Paulo/SP Dificuldades de aprendizagem e suas patologias Carla Virgínia Diegues Gomes Marquart e Luiz Carlos Ferro Catalogação elaborada por Glaucy dos Santos Silva - CRB8/6353 Coordenação Geral Nelson Boni Professor Responsável Carla Virgínia Diegues Gomes Marquart e Luiz Carlos Ferro Coordenação de Projetos Leandro Lousada Revisão Ortográfica Célia Ferreira Pinto Projeto Gráfico, Dia- gramação e Capa Ana Flávia Marcheti 1º Edição: Fevereiro de 2014 Impressão em São Paulo/SP Dificuldades de aprendizagem e suas patologias Sumário Unidade 4 4.1. Transtorno de défict de atenção e hiperatividade 4.1.1. Quais são suas principais manifestações? 4.1.2. Como essas características se apresentam? 4.1.3. Por que o TDAH é um dos transtornos mais estudados na atualidade? 4.1.4. Existem características positivas no TDAH? 4.1.5. Que estratégias positivas de intervenção podem ser ado- tadas pelos professores em sala de aula? 4.1.6. Que intervenções podem ser adotadas para auxiliá-los no cumprimento dos deveres de casa? 4.1.7. Que abordagens de tratamento podem ou devem ser adotadas para tratamento do TDAH? 4.2. Transtorno de aprendizagem : Processamento audi- tivo central (PAC) 4.2.1. Como o PAC interfere nesse conjunto de habilidades ne- cessárias para analisar e interpretar os padrões sonoros? 4.2.2. Quais são as principais manifestações que podem ser per- cebidas no comportamento escolar das crianças portadoras? 4.2.3. RETOMANDO: Quais são as principais consequências e manifestações relacionadas ao PAC, nas crianças dentro do ambiente escolar? 4.2.4. Como lidar com crianças com PAC e minimizar seus im- pactos no processo de aprendizagem? 7 4.2.5. O que é o Processamento Auditivo Central? 4.2.6. Quais são as habilidades auditivas centrais? 4.2.7. O que são transtornos auditivos? 4.2.8. Quando cabe avaliar o processamento auditivo central? 4.2.9. Quais são os pré-requisitos para avaliação do PAC? 4.2.10. Como é a avaliação do processamento auditivo central? 4.2.11. Qual é o principal objetivo da avaliação do PAC? 4.2.12. O que fazer nas alterações de processamento auditivo? 4.2.13. O que devemos considerar quando lidamos com distúr- bios da comunicação humana? 4.3. Transtorno de aprendizagem : Dislexaia 4.3.1. Quais são as habilidades básicas das crianças disléxicas? 4.3.2. Em síntese, qual é a principal dificuldade apresentada? 4.3.3. Como o professor pode auxiliar essas crianças a minimi- zar os impactos indesejáveis da Dislexia e acompanhar a aula? 4.3.4. Que intervenções o professor pode fazer para favorecer o aprendizado dessas crianças? 4.4. Discalculia e acalculia 4.4.1. O que é a Discalculia? 4.4.2. Qual é a diferença entre Acalculia e Discalculia? 4.4.3. Quais são os subtipos de Discalculias? 4.4.4. Quais são as falhas e sintomas relacionados à Discalculia? 4.4.5. Como esses transtornos aparecem nos processos cognitivos? 4.4.6. Quais são os aspectos neuropsicológicos? 4.4.7. Como a Discalculia afeta os aspectos acadêmicos? 4.4.8. Qual é o comprometimento do desenvolvimento escolar de forma global? 4.5. Sugestões para a estimulação dos processos cognitivos 41 47 4.5.1. Peso, Espessura, Comprimento, Largura, Muito-pouco, Grande-pequeno etc 4.5.2. Exercícios de maturação para a noção de Quantidade, Comparação, Classificação, Categorização. 4.5.3. Exercícios pré-operatórios de maturação gráfica-sequên- cia de grafismos Questões Gabarito Referências Unidade 4 Esta quarta unidade trata, precisamente, dos trans- tornos de aprendizagem. 4.1. Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperativi- dade (TDAH) 4.2. Transtorno de Aprendizagem: Processamento Auditivo Central (PAC) 4.3. Transtorno de Aprendizagem: Dislexia 4.4. Discalculia e Acalculia 4.5. Sugestões para estimulação dos processos cognitivos 8 4.1. TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE . TDAH º É uma alteração do desenvolvimento da atenção, da impulsividade e da conduta governada por re- gras (obediência, autocontrole e resolução de pro- blemas), que se iniciam logo nos primeiros anos do desenvolvimento da criança. º Esse transtorno é significativamente crônico e não pode ser atribuído a atraso mental, surdez, cegueira ou algum outro déficit neurológico maior ou a alte- rações mais emocionais. (Barkley, 1982) 4.1.1. Quais são suas principais manifestações: Desatenção º Dificuldade em selecionar as informações relevan- tes e ignorar estímulos irrelevantes. º Dificuldade em manter a atenção numa mesma ativida- de durante o tempo necessário para realizá-la totalmente. Impulsividade º Dificuldade no processo de inibição dos impulsos, 9 necessário para conseguir esperar, saber, por exem- plo, aguardar sua vez na fila, terminar de escutar a pergunta para responder etc. º Agir de maneira pouco reflexiva: deixar escapar co- mentários inapropriados, fazer coisas que não gosta- ria de ter feito etc. Hiperatividade (“crianças elétricas”) º Excesso de atividade em relação à idade e às exi- gências do entorno. º A atividade excessiva não está dirigida à realização de um fim, ou seja, não visa alcançar a realização de seus objetivos. 4.1.2. Como essas características apresentam-se na vida escolar? º A criança esquece compromissos, perde material das tarefas e negligencia seus próprios interesses. º Os deveres escolares ficam comprometidos: cader- nos incompletos, anotações desorganizadas, tarefas “mal feitas” etc. 10 º Ao tentar fazer os deveres, logo após chegar da escola, apresenta fadiga excessiva. 4.1.3. Por que o TDAH é um dos transtornos mais estudados na atualidade? O Transtorno de Déficit de Atenção e Hipera- tividade (TDAH) é um dos principais fatores psico- neurológicos que comprometem a atenção. Crianças e adolescentes portadores de TDAH, na escola, são frequentemente rotulados de desinteressados, pro- blemáticos, desmotivados, avoados, malcriados, in- disciplinados, irresponsáveis e, igualmente de forma equivocada, considerados pouco inteligentes. Por causar um estigma tão pesado, o Transtor- no do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é considerado, atualmente, um dos transtornos psí- quicos infantis mais estudados. Sua sintomatologia principal é desatenção, hiperatividade e impulsivida- de, com prevalência entre 3% e 5% em crianças em idade escolar, sendo mais comum em meninos do que em meninas. Em adolescentes de 12 a 14 anos, pode ser encontrado numa prevalência de 5,8%. O Transtorno de Déficit de Atenção e Hipe- ratividade apresenta um padrão persistente de desa- tenção, hiperatividade e alguns sintomas hiperativo- -impulsivos, que não causam problemas aos seus portadores, apenas, no âmbito da vida escolar, mas 11 também na interação familiar, social e ocupacional. As crianças podem não prestar muita atenção a deta- lhes e, consequentemente, cometer erros grosseiros por falta de cuidado nos trabalhos escolares ou em qualquer outra tarefa. Esses adolescentes e crianças, com frequência, têm dificuldade para manter a atenção em tarefas ou atividades lúdicas, e consideram difícil persistir nas mesmas tarefas até a conclusão. Normalmente, dão impressão de estarem com a mente em outro local, ou de não estarem escutando o que está sendo dito. É comum iniciarem uma tarefa e pularem para outra antes do término, sem dar conta de qualquer incum- bência, principalmente das mais demoradas, de ma- neira satisfatória. 4.1.4. Existem características positivas no TDAH? º Esses alunos costumam ser mais criativos e têm habilidades verbais muito desenvolvidas. º 18% desses jovens, na idade adulta, tornam-se do- nos do próprio negócio. 4.1.5. Que estratégias positivas de intervenção po- dem ser adotadas pelos professores em sala de aula? º O professor pode proporcionar a esses alunos, es- 12 trutura, organização e constância, tais como, sempre manter a mesma arrumação das cadeiras ou carteiras na sala,cumprir uma programação diária na aula, ter regras claramente definidas etc. º Uma estratégica bem básica é colocar o aluno perto de colegas que não o provoquem, perto da mesa do professor. º Considerando que esses alunos desanimam fa- cilmente, o professor pode ser afetuoso com eles e encorajá-los com frequência, elogiar suas conquistas, mesmo que sejam pequenas. Dar-lhes responsabilida- des que eles possam cumprir, fazendo com que se sin- tam necessários e valorizados. Começar com tarefas simples e, gradualmente, mudar para mais complexas. º É fundamental propiciar um ambiente acolhedor e, se possível, fazer os colegas adotarem a mesma atitude. Nunca provocar constrangimento ou me- nosprezar o aluno. º Grande parte dos alunos com TDAH consegue melhores resultados acadêmicos, comportamentais e sociais, quando estão inseridos no meio de grupos pequenos. Favorece seu desenvolvimento e sua inte- gração proporcionar trabalho de aprendizagem em grupos pequenos. 13 º Convém favorecer-lhes oportunidades para movi- mentos monitorados, tais como uma ida à secretaria para entregar alguma coisa, levantar para apontar o lápis, levar um bilhete para o professor. º Auxilia em sua contenção de impulsos colocarem- -lhes limites claros e objetivos, ter uma atitude disci- plinar equilibrada e proporcionar-lhes, por meio do diálogo, avaliação frequente, com sugestões concre- tas que os ajudem a desenvolver um comportamento cada vez mais adequado. º É preciso assegurar que as instruções sejam sempre claras, simples e dadas uma de cada vez, evitando que haja o mínimo de distrações. º O professor precisa reparar se o aluno isola-se du- rante situações recreativas barulhentas. Isso pode ser um sinal de dificuldades de coordenação ou auditi- vas, que podem exigir uma intervenção adicional. º Para ser bem sucedido ao ensinar uma criança com TDAH, convém desenvolver métodos variados uti- lizando apelos sensoriais diferentes (audição: sons, músicas/ visão: imagens, desenhos, cores / tato: trabalho com massa, artes). No entanto, quando as novas experiências envolvem uma miríade de sensa- ções misturadas (sons múltiplos, movimentos, emo- 14 ções ou cores), esse aluno, provavelmente, irá preci- sar de tempo extra para completar sua tarefa. 4.1.6. Que intervenções podem ser adotadas para auxiliá-los no cumprimento dos deveres de casa? º O professor pode estabelecer um tempo diferen- ciado, que pode ser de 3 a 4 vezes maior que o atri- buído aos alunos sem o transtorno. º Por vezes, o aluno não realiza a tarefa porque não anotou em aula o que era para casa, por isso convém certificar-se que o aluno copiou a tarefa corretamen- te e guardou o material necessário. º As exigências precisam ser adequadas para que a quantidade de trabalho não exceda o limite da possi- bilidade de realização do aluno. 4.1.7. Que abordagens de tratamento podem ou de- vem ser adotadas para tratamento do TDAH? º Orientação à escola º Psicoterapia (TCC) º Tratamento fonoaudiológico º Acompanhamento psicopedagógico º Treino de técnicas de reabilitação da atenção 15 4.2. TRANSTORNO DE APRENDIZAGEM : PAC (ALTERAÇÃO NO PROCESSAMENTO AUDITIVO CENTRAL) O PAC é um transtorno de aprendizagem que afeta de alguma maneira e em algum grau o conjunto de operações, que o sistema auditivo da criança rea- liza, tais como: receber, selecionar, detectar, atender, reconhecer, associar e integrar os estímulos acústi- cos para posteriormente programar uma resposta. 4.2.1. Como o PAC interfere nesse conjunto de habilidades necessárias para analisar e interpre- tar os padrões sonoros? º O PAC gera alterações na audição, causando um impedimento ou dificuldade na habilidade de anali- 16 sar e/ou interpretar padrões sonoros. º Esse transtorno, por afetar de modo direto a cap- tação das mensagens sonoras, pode ser associado a diversas dificuldades de aprendizagem. 4.2.2. Quais são as principais manifestações que podem ser percebidas no comportamento esco- lar das crianças portadoras? º O PAC gera diversas alterações na comunicação oral, que também podem ser observadas nas construções das frases, quanto ao emprego das regras gramaticais. º A criança, por não conseguir acompanhar o anda- mento da aula, costuma ter comportamento agitado. º Observa-se oscilação do comportamento do aluno entre hiperatividade e apatia. º A memória auditiva (informações transmitidas através da comunicação oral) fica prejudicada. º O aluno com PAC tem notável dificuldade em com- preender as mensagens sonoras em ambientes ruido- sos, por não conseguir distingui-las dos demais sons. 4.2.3. RETOMANDO: Quais são as principais consequências e manifestações relacionadas ao 17 PAC, nas crianças dentro do ambiente escolar? º As crianças apresentam dificuldade em manter a atenção em ambientes ruidosos. º Diante disso, apresentam costumeira agitação excessiva. º A criança parece não escutar, e, ao mesmo tempo, mostra-se sensível a todos os sons do ambiente, até aos mais insignificantes, como o ruído de uma sim- ples caneta caindo no chão. º Por ter prejuízo na memória auditiva, a criança de- monstra confusão ao relatar um fato ou uma história. º No plano da escrita, observam-se inversões de letras. º Naturalmente, como resultado de todas essas di- ficuldades no contexto da sala de aula, onde a co- municação sonora tem importância predominante, ocorre prejuízo no aproveitamento escolar. Aliás, essa é uma consequência que acompanha esse trans- torno de aprendizagem, à semelhança do que acon- tece com os demais. 4.2.4. Como lidar com crianças com PAC e minimi- zar seus impactos no processo de aprendizagem? 18 º É fundamental reduzir o barulho em aula durante atividades que requeiram concentração. º Uma medida simples, mas costumeiramente eficaz é posicionar o aluno na sala de aula numa carteira colocada próximo ao professor, numa posição cen- tral da sala. º Se o professor, ao transmitir uma orientação ou explicação, falar em tom alto e de modo bem articu- lado, o aluno poderá captar melhor. º Auxilia a memória auditiva se, ao explicar um as- sunto, o professor usar frases curtas, com entonação e ritmo lento. º Fica mais clara a explicação, se o professor enfati- zar sempre a sequência das ideias: o começo, o meio e o fim. º Quando o professor fala e mostra na lousa, facilita o acompanhamento do aluno. 4.2.5. O que é o Processamento Auditivo Central? O que chamamos de processamento auditi- vo refere-se aos diversos processos envolvidos na detecção, na análise e na interpretação de eventos 19 sonoros. Estes processos acontecem no sistema au- ditivo periférico e no sistema auditivo central, come- çando a ser desenvolvidos logo nos primeiros meses de vida da criança. É, portanto, a partir da experien- ciação do mundo sonoro que aprendemos a ouvir. 4.2.6. Quais são as habilidades auditivas centrais? º Localização sonora: habilidade de localizar auditi- vamente a fonte sonora; º Síntese binaural: habilidade para integrar estímu- los incompletos apresentados simultaneamente ou alternados para orelhas opostas; º Figura-fundo: identificar mensagem primária na presença de sons competitivos. º Separação binaural: habilidade para escutar com uma orelha e ignorar a orelha oposta; º Memória: habilidade de estocar e recuperar estímulos; º Discriminação: habilidade para determinar se dois estímulos são iguais ou diferentes; º Fechamento: habilidade para perceber o todo quando partes são omitidas; 20 º Atenção: habilidade para persistir em escutar sobre um período de tempo; º Associação: habilidade para estabelecer correspon- dência entre um som não linguístico e sua fonte. 4.2.7. O que são transtornos auditivos? Acredita-se que o transtorno de audição pode envolver dois aspectos. A perda auditiva, que é um impedimento da capacidade de detectar energia so- nora, podendo ser classificada quanto ao grau e ao tipo. A alteração de processamento auditivo que se refere a um transtornoauditivo em que há um im- pedimento da habilidade de analisar e/ou interpretar padrões sonoros. 4.2.8. Quando cabe avaliar o Processamento Au- ditivo Central? Ao perceber-se os seguintes sintomas, cabe ava- liar-se o funcionamento do PAC: º Atenção prejudicada; º Dificuldade em escutar em ambiente ruidoso; º Dificuldade de compreender em ambiente ruidoso; 21 º Agitados, hiperativos ou muito quietos; º Fala muito “ãh?”, “o quê?”; º Prejuízo de memória sequencial auditiva e localiza- ção sonora; º Problemas de fala com trocas fonéticas: /l/ e /r/, /s/ e /ch/; º Alterações de escrita e leitura; º Dificuldades na percepção auditiva. 4.2.9. Quais são os pré-requisitos para avaliação do processamento auditivo central? Fazer na criança uma avaliação audiológica básica: º Audiometria tonal liminar e vocal; º Imitanciometria. A avaliação do processamento auditivo cen- tral deve ser feita após avaliação audiológica básica. Esta avaliação inicial fornecerá dados sobre as con- dições de detecção do som através da audiometria tonal liminar, condições de mobilidade do sistema tímpano-ossicular por meio das medidas de imitân- 22 cia acústica. 4.2.10. Como é a avaliação do processamento auditivo central? Para avaliar o processamento auditivo central por meio de testes especiais e comportamentais, utilizam-se estímulos verbais (sílabas, palavras e fra- ses) e não verbais especialmente gravados em mídias eletrônicas, de modo a permitir a apresentação de sons com as distorções necessárias. Estes estímulos sonoros são enviados ao indivíduo que será avaliado, através dos fones de um audiômetro de dois canais acoplado a um equipamento de som, utilizando iso- lamento em uma cabina acústica. 4.2.11. Qual é o principal objetivo da avaliação do processamento auditivo central? O objetivo da avaliação do processamento au- ditivo central é medir a capacidade do indivíduo em reconhecer sons verbais e não verbais em condição de escuta difícil. Desta forma, pode-se inferir sobre a capacidade do indivíduo de acompanhar a conver- sação em ambientes desfavoráveis; determinar as inabilidades auditivas, ter um parâmetro de medida quantitativo da qualidade da audição e contribuir 23 para o diagnóstico e tratamento de diversos trans- tornos recorrentes na comunicação oral e escrita. 4.2.12. O que fazer nas alterações de processa- mento auditivo? Nas alterações de processamento auditivo, a conduta principal é a fonoterapia. O desenvolvimen- to auditivo verbal envolvendo as habilidades auditi- vas de atenção seletiva; discriminação dos padrões temporais e de frequência dos sons da fala; localiza- ção; memória; fala e linguagem deve fazer parte do plano de terapia fonoaudiológica. O fonoaudiólogo, ao preparar um plano de terapia para as alterações de PAC, deve ter como objetivo principal criar con- dições para que o indivíduo possa se reorganizar, quanto aos aspectos envolvidos na comunicação no que se refere à utilização dos fonemas, da prosódia e das regras da língua. Para cada tipo de alteração, pode se organizar uma proposta de fonoterapia en- fatizando alguns aspectos que deverão ser predomi- nantemente treinados. 4.2.13. O que devemos considerar quando lida- mos com distúrbios da comunicação humana? Quando lidamos com os distúrbios da comunica- ção humana devemos considerar sempre as questões 24 A Dislexia é um transtorno genético e heredi- tário com impacto na área da linguagem. Tendo ori- gem neurobiológica e caracteriza-se pela dificuldade em decodificar o estímulo escrito. A Dislexia compromete, diretamente, a capaci- dade de aprender a ler e escrever com fluência, bem como a própria compreensão do texto. Esse impac- to torna-se perceptível também na compreensão e na construção de textos, bem como no estudo de auditivas em dois aspectos: quantitativo e qualitativo. 4.3. TRANSTORNO DE APRENDIZAGEM: DISLEXIA 25 línguas, especialmente no caso de língua estrangeira. Conforme a própria palavra dislexia mostra (dis = dificuldade + lexia = leitura), as crianças disléxicas têm dificuldade em estabelecer correspondência en- tre os sinais escritos e os sons. O indivíduo é incapaz de ler corretamente, apesar de sua percepção visual ser perfeita, e de poder soletrar as palavras ou mes- mo escrevê-las. 4.3.1. Quais são as habilidades básicas das crianças disléxicas? º As crianças disléxicas são capazes de utilizar seu dom mental para alterar ou criar percepções. º São crianças extremamente curiosas. º Apresentam uma forma diferenciada de pensar, en- quanto a maioria delas constrói o pensamento por meio das palavras; as disléxicas pensam em forma de imagens. º De acordo com essas peculiaridades, os disléxicos podem vivenciar o pensamento de uma forma mais intensa, como uma realidade. º A criança disléxica pensa e percebe a realidade ao seu entorno de forma multidimensional. 26 4.3.2. Em síntese, qual é a principal dificul- dade apresentada? É notável a dificuldade que as crianças disléxi- cas têm em conseguir estabelecer correspondência entre os sinais escritos e os sons. 4.3.3. Como o professor pode auxiliar essas crianças a minimizar os impactos indesejáveis da Dislexia e acompanhar a aula? º A utilização do acesso semântico para a leitura de textos facilitará a compreensão do que é lido. º A compreensão do texto lido não se baseia em monólogos internos. No caso da dislexia, portanto, não se ouve o que se lê, a menos que se leia em voz alta. Ao invés disso, compõe- se uma imagem mental acrescentando-lhe o significado. Desse modo, as pa- lavras que descrevem coisas reais não causam mui- to embaraço; ver a imagem é o mesmo que ver seu significado, por exemplo, o animal que chamamos de elefante é o significado literal da palavra elefante. º É natural e fácil buscar a atenção - o mais difícil é se concentrar. Precisamos perceber a diferença das duas habilidades: quando estamos prestando aten- ção, a consciência está espalhada e abrange tudo o 27 que está em volta, mantendo o interesse e a curio- sidade presentes e propiciando uma compreensão. º Quando estamos concentrados, a maior parte da atenção está fixada num foco. Em outras palavras, uma concentração intensa produz uma aprendi- zagem mecânica e de memorização, mas não uma compreensão plena da experiência. º A observação de procedimentos mentais e a com- preensão entre o objeto percebido e a evocação são fundamentais para compreensão. º A compreensão não é um “dom dos céus” reserva- do, apenas, aos leitores. Ela pode ser uma habilidade ensinada e apreendida, respeitando a dinâmica do funcionamento mental de cada um. º Propiciar à criança disléxica formas de compreen- der os textos, buscando como recurso não somente sons, sílabas e palavras, mas também suas emoções (prazer e interesse), esse é o nosso maior desafio. º Obviamente, ignorar as características e dificulda- des próprias das crianças disléxicas pode criar nelas uma verdadeira frustração, bem como uma situação de ambiguidade e instabilidade, que dificultará cada vez mais o aprendizado. 28 4.3.4. Que intervenções o professor pode fazer para favorecer o aprendizado dessas crianças? º Um recurso básico, mas funcional, é o professor trazer para perto de si essas crianças que apresen- tam dificuldades de aprendizagem e acompanhá-las de perto, ou seja, colocando-as, preferencialmente, sentadas numa carteira próxima a sua mesa. º Outro recurso é propiciar a elas oportunidade de ouvir o falante em nível de intensidade bem acima dos possíveis ruídos de fundo. º As orientações devem ser repetidas pelo professor, que deverá encorajar o aluno a repetir a orientação ouvida. º Usar frases simples, falar claramente e simplificar a mensagem, principalmente quando a informação for nova. º Quando houver necessidade de repreensão, a pior política é fazê-la em público, em voz alta, com forte carga emocional; funciona melhor fazer em particular, logo em seguida à transgressãoe de for- ma breve, sem carga emocional. º Não tome como ataque pessoal alguma observação inoportuna – isso ajuda a evitar um erro de poder, 29 diminui o seu estresse e o do aluno. º Subdividir tarefas a serem realizadas, em longo pra- zo, em tarefas menores com prazos menores, com passos sequenciais pré-estabelecidos, monitorando o avanço a cada dia. º Convém o professor buscar formas diversificadas de apresentar os conteúdos a serem trabalhados em aula (músicas, filmes, ilustrações, encenações, vídeos, montagens de peças etc.) º O professor deve sempre se lembrar de que, para o disléxico, “uma imagem vale mais do que mil palavras.” 4.4. DISCALCULIA E ACALCULIA A Discalculia é um dos transtornos de apren- dizagem que causa dificuldade no raciocínio ma- temático. Este transtorno, contudo, não é causado por déficits intelectuais da criança ou do jovem; nem tampouco por fatores ligados à percepção visual ou auditiva; da mesma forma, não está relacionada à má escolarização. Por isso, para chegar-se a esse diagnóstico, é importante não confundir a discalculia com esses fatores. 4.4.1. O que é a Discalculia? 30 º Discalculia é o distúrbio neuropsicológico carac- terizado pela dificuldade no processo de aprendi- zagem do cálculo, que se observa geralmente, em indivíduos de inteligência normal, que apresentam inabilidades na realização das operações matemáti- cas e falhas no raciocínio lógico-matemático. º É um transtorno que se apresenta como uma ima- turidade das funções neurológicas ou uma disfunção sem lesão. º Trata-se de um transtorno estrutural da maturação das habilidades matemáticas, referente, sobretudo, a crianças e que se manifesta por erros variados na compreensão dos números, habilidades de conta- gem, habilidades computacionais e solução de pro- blemas verbais. 4.4.2. Qual é a diferença entre Acalculia e Discalculia? A Acalculia ocorre quando o indivíduo, após sofrer qualquer espécie de lesão cerebral, como um acidente vascular cerebral ou um traumatismo crâ- nio-encefálico, perde as habilidades matemáticas já adquiridas. A perda ocorre em níveis variados para realização de cálculos matemáticos. 4.4.3. Quais são os subtipos de Discalculias? 31 García Kocs (1998) classificou a discalulia em seis subtipos, podendo ocorrer em combinações dife- rentes e, ainda, acompanhada de outros tipos de transtornos de aprendizagem: i) Discalculia verbal: dificuldades em nomear as quantidades matemáticas, os números, os termos, os símbolos e as relações. ii) Discalculia practognóstica: dificuldades para enu- merar, comparar, manipular objetos reais ou ima- gens, matematicamente. iii) Discalculia léxica: dificuldades na leitura de sím- bolos matemáticos. iv) Discalculia gráfica: dificuldades na escrita de sím- bolos matemáticos. v) Discalculia ideognóstica: dificuldades de fazer operações mentais e na compreensão de conceitos matemáticos. vi) Discalculia operacional: dificuldades na execução de operações e cálculos numéricos. 4.4.4. Quais são as falhas e sintomas relaciona- dos à Discalculia? 32 Os transtornos mais comuns são dificuldades em: º visualizar conjuntos de objetos dentro de um con- junto maior; º conservar e relacionar quantidade: a criança não compreende que 1 quilograma é igual a quatro paco- tes de 250 gramas; º sequenciar números a partir do conceito de núme- ro antecessor e de número sucessor; º classificar números; º compreender os sinais matemáticos usados nas operações ( +, - , ÷, ×); º montar operações matemáticas e entender os algoritmos; º entender os princípios de medida; º lembrar as sequências dos passos para realizar as ope- rações matemáticas (pula os passos e erra as operações); º estabelecer correspondência um a um entre dois conjuntos de elementos: por exemplo: não relaciona o número de alunos de uma sala à quantidade de carteiras nela existente; 33 º contar por meio dos numerais cardinais e ordinais; º compreender o enunciado de problemas e sua re- lação com a pergunta do problema, falhas no meca- nismo operacional; º realizar cálculos mentais; º falhas no raciocínio matemático. 4.4.5. Como esses transtornos aparecem nos processos cognitivos? Os transtornos advindos da Discalculia apare- cem nos processos cognitivos da criança na forma de: º falhas na memória auditiva; º dificuldades na reorganização auditiva: a criança é ca- paz de reconhecer o número quando ouve, mas, depois, tem dificuldade de lembrar do número com rapidez; º dificuldades na memória visual: a criança é capaz de reconhecer o número quando vê, mas, depois, tem dificuldade de lembrar do número com rapidez; º falhas na memória com relação a tarefas não-verbais; 34 º lapsos na memória de trabalho, quando a resolução do problema implica em contagens; º dificuldades nas habilidades visuais e espaciais; º dificuldades geradas por distúrbios de percepção visual; º dificuldades nas habilidades psicomotoras; º dificuldades por distúrbios de escrita: crianças com disgrafia têm dificuldade de escrever letras e núme- ros; º distúrbios de leitura*: apresentam dificuldade em ler o enunciado do problema. *Observação: para diferenciar a Discalculia da Dislexia, no que se refere à leitura de problema, deve-se observar que Indivíduos com distúrbios de leitura (como os disléxicos) podem ter mais facilidade para resolver o problema, quando o enunciado do problema é lido em voz alta, po- dem apresentar dificuldade na leitura do proble- ma, mas não na interpretação. 35 4.4.6. Quais são os aspectos neuropsicológicos? As áreas do cérebro afetadas são: º áreas terciárias do hemisfério esquerdo que dificul- ta a leitura e compreensão dos problemas verbais, compreensão de conceitos matemáticos; º lobos frontais dificultando a realização de cálculos mentais rápidos, habilidade de solução de problemas e conceitualização abstrata. º áreas secundárias occípito-parietais esquerdos di- ficultando a discriminação visual de símbolos mate- máticos escritos. º lobo temporal esquerdo dificultando memória de séries, realizações matemáticas básicas. 4.4.7. Como a Discalculia afeta os aspec- tos acadêmicos? O aluno discalcúlico (não tratado) pode apre- sentar problema de comportamento tais como: º inatividade: torna-se preguiçoso, não faz as tarefas, introvertido, triste, muito quieto, má vontade para ir para escola; 36 º indisciplinado: atrapalha o andamento da aula; º irritável: torna-se nervoso, questiona autoridade de forma inadequada; º impulsivo: age primeiro e pensa depois; º baixa autoestima: devido a críticas e punições de pais, professores e colegas; º inseguro: sente medo de novas situações; º no caso de adulto com discalculia: dificuldade em utilizar a matemática no seu cotidiano. 4.4.8. Qual é o comprometimento do desenvol- vimento escolar de forma global? Aos transtornos do cálculo acrescentam-se as di- ficuldades de aprendizagem da leitura e escrita, apre- sentando características que se veem no disléxico. 4.5. SUGESTÕES PARA ESTIMULAÇÃO DOS PROCESSOS COGNITIVOS Atividades que visam à maturação das funções executivas: Memória e Percepção Auditivas e Visuais 37 Ritmo e Seriação Abstração Noção do esquema corporal Noção de direita-esquerda Orientação espacial Noção de tempo-espaço 4.5.1. Exercícios de: Atenção Psicomotores Maturação Pré-numérica: com peso, espessura, com- primento, largura, muito-pouco, grande-pequeno etc. Exercícios de maturação para a noção de: quan- tidade, comparação, classificação, categorização. 4.5.2. Exercícios pré-operatórios de maturação gráfica-sequência de grafismos. 4.5.3. Exercícios específicos para a correção dos transtornos de Discalculia • Número/Numeral/Numeração; • Seriação Numérica/ Escalas Ascendentes e Des- cendentes; • Operações/ Cálculo Mental; • Problemas. 38 4.5.1. Exercícios de: Atenção Psicomotores Maturação Pré-numérica: com peso, espessura, comprimento, largura, muito-pouco, grande-peque-no etc. Exercícios de maturação para a noção de: quan- tidade, comparação, classificação, categorização. 4.5.2. Exercícios pré-operatórios de matura- ção gráfica-sequência de grafismos. 4.5.3. Exercícios específicos para a correção dos transtornos de Discalculia • Número/Numeral/Numeração; • Seriação Numérica/ Escalas Ascendentes e Descendentes; • Operações/ Cálculo Mental; • Problemas. 39 1. O que é o TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade)? 2. Como o PAC afeta a aprendizagem e como mini- mizar seus impactos? 3. Como identificar a Dislexia e auxiliar o processo de aprendizagem das crianças que são portadoras desse transtorno? 4. Como diferenciar a Discalculia de um simples de- sinteresse pela área de Matemática? 5. Os transtornos de aprendizagem têm só aspectos negativos? Justifique. Questões Gabarito 42 43 Unidade 4 1. O que é o TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade)? Consultar item 4.1. e sintetizar os principais pontos. 2. Como o PAC afeta a aprendizagem e como mini- mizar seus impactos? Em síntese, o PAC é um transtorno de aprendiza- gem que afeta de alguma maneira e em algum grau o conjunto de operações, que o sistema auditivo da criança realiza, tais como receber, selecionar, detec- tar, atender, reconhecer, associar e integrar os es- tímulos acústicos para posteriormente programar uma resposta. Consultar item 4.2.4., que explica como minimizar os impactos negativos do PAC, na aprendizagem em sala de aula. 3. Como identificar a Dislexia e auxiliar o processo de aprendizagem das crianças que são portadoras desse transtorno? A criança disléxica apresenta comprometimento da capacidade de aprender a ler e escrever com fluên- cia. Outro sinal é a dificuldade na compreensão e 44 na construção de textos, bem como no estudo de línguas, especialmente no caso de língua estrangeira. As crianças disléxicas têm dificuldade em estabelecer correspondência entre os sinais escritos e os sons. O indivíduo é incapaz de ler corretamente, apesar de sua percepção visual ser perfeita, e de poder soletrar as palavras ou mesmo escrevê-las. Consultar item 4.3.3., que explica como minimizar os impactos negativos da Dislexia. 4. Como diferenciar a Discalculia de um simples de- sinteresse pela área de Matemática? É natural que uma das consequências da Discalculia seja o desinteresse pela área de Matemática, mas para se diferenciar esse distúrbio do simples desinteresse, que, muitas vezes, ocorre até pela forma como essa disciplina é trabalhada em sala de aula, é preciso ob- servar os aspectos descritos nos itens 4.4.4. e 4.4.5. 5. Os transtornos de aprendizagem têm, só, aspectos negativos? Justifique. Retomar o item 4.3.1. 45 Referencias ^ 48 49 BATRO, Antônio M. Dicionário terminológico de Jean Piaget. Ed. Pioneira. São São Paulo 1974. 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