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FÁRMACOS IMUNOSSUPRESSORES --> Principais classes: Glicocorticoides - Inibidores de calcineurina- Agentes antiproliferativos/antimetabólitos- Anticorpos monoclonais --> terapia de ataque por ser de alto custo - --> Princípios - imunossupressores Abordagens multissequencial --> associação de medicamentos para menores doses, reduz toxicidade e aumenta o efeito - Cada tipo de transplante usa uma combinação e sequência diferente de medicamentos - Aloimunidade --> o corpo ataca um corpo estranho - órgão recebido - Doença enxerto versus hospedeiro (DEVH) --> órgão transplantado que ataca o hospedeiro - comum em transplante de medula - Efeitos sinérgicos - doses relativamente baixas - OBS.: a combinação de medicações é mais utilizado em protocolos de transplante, quando se trata de um único quadro clínico, como doenças imunes, usa-se apenas um medicamento via oral para manejo ambulatorial. --> Protocolo de indução intensiva e manutenção Indução --> anticorpos monoclonais (Muromonab- CD3) --> doses de ataque, imunossupressão rápida --> E.V - Manutenção --> inibidor de calcineurina, glicocorticoides e micofenolato --> via oral, menor custo - Rejeição --> glicocorticoides (altas doses) e anticorpos monoclonais --> situações agudas - GLICOCORTICOIDES --> ligação a elementos de resposta a glicocorticoides --> Supra ou infra-regulação da expressão gênica --> Ações imunossupressoras dos glicocorticoides: Reduz TNF-alfa, IL-1, ILA-4 e IL-2 (principal citocina de ativação linfocitária) - Reduz expressão de MHC e proliferação de linfócitos T - Imunidade celular é mais afetada --> suprimida --> efeito linfotóxico (mata linfócitos T) --> podem ser empregados em protocolos de tratamento de leucemia e linfoma - Aumenta o catabolismo de IgG - --> Mecanismo de ação: Mudança na expressão gênica- Corticoide ligado à proteína --> se dissocia da proteína plasmática e entra na célula --> se liga ao receptor citoplasmático --> proteínas de choque térmico se dissociam --> forma-se o complexo fármaco-receptor --> entra no núcleo e se ligam aos elementos de resposta a glicocorticoides (locais específicos do DNA) --> alterando a transcrição gênica (algumas proteínas produzidas para mais e outras para menos) - --> Propriedades gerais Uso em geral associado - Succinato de metilprednisolona (opção E.V)--> rejeição aguda do transplante - Usos: DEVH (transplantes de medula), esclerose múltiplas, reações alérgicas com imunossupressores. - Uso crônico --> efeitos adversos importantes (hiperglicemia, miopatia esteroide, osteoporose, estria, edema..) - Interrupção abrupta não pode ser feita --> insuficiência adrenal aguda por inibição da produção do cortisol endógeno - INIBIDORES DE CALCINEURINA --> São os mais potentes imunossupressores via oral --> Representantes: Ciclosporina e Tacrolimo Ciclosporina --> liga-se a ciclofilina - Tacrolimo --> Liga-se a FKBP- --> Inibição da calcineurina --> reduz IL-2, IL-3 e IFN-gama --> Inibe a ativação de linfócitos T --> Não são citotóxicos Página 1 de Fármacos imunossupressores --> Mecanismo de ação: Linf T ativado --> Ip3 --> aumento de cálcio --> ativa via da calcineurina --> ativa o fator nuclear de células T ativadas (NFAT) --> desfosforilando ele --> NFAT desfosforilado se liga ao DNA e estimula a transcrição do gene de IL-2 --> mecanismo fisiológico - O fármaco vai entrar no linfócito e se ligar a uma proteína citoplasmática (FKBP ou ciclofilina) --> complexo formado bloqueia a calcineurina --> reduz a produz de IL-2 - --> Farmacocinética: ciclosporina Alimentos reduzem a absorção --> administração em jejum - Biotransformação - CYP450 3A - polimorfismo genético --> Algumas pessoas tem mto citocromo e outras pouco, o que varia a relação dose-efeito dependendo da pessoa - Oral --> cápsula de 25, 50 e 100mg (absorção de 20 -50%) - Cápsula gelatinosa X microemulsão modificada --> a mudança da forma de apresentação do fármaco muda seu padrão de absorção / biodisponibilidade maior na microemulsão modificada - Parenteral - 50mg/ml --> não é muito utilizado pq gera muitos efeitos colaterais - Eliminação biliar (90%) e urinária (10%) --> pacientes com doença hepática a dose deve ser alterada - --> Reações adversas: Pouca toxicidade medular --> mielotoxicidade baixa- Aumenta a incidência de linfoma --> por que reduz a imunidade do paciente - Muito nefrotóxica- Aplicação E.V --> calafrios, mialgia febre, dispneia - Geralmente associada com corticoides --> para reduzir a dose - Algoritmo terapêutico - transplante renal --> nesse caso a ciclosporina vai ser o último fármaco do protocolo devido sua nefrotoxicidade - Obs.: Em pacientes que usam imunossupressores tem maior incidência de linfomas, tumores e infecções oportunistas --> Reações adversas: Nefrotoxicidade --> para reduzir esse efeito aplica-se um antagonistas de canal de cálcio (abre a artéria aferente e aumentar a filtração glomerular para diluir o fármaco) e infusão contínua (48 ou 72h) - Hipertensão, hiperglicemia, hiperuricemia, convulsões, hiperplasia gengival, hirsutismo, dislipidemia, hipercalemia - Efeito diabetogênico (hiperglicemia) – associação com glicocorticoides - --> Interações medicamentosas: Inibidores enzimáticos - bloqueadores de cálcio, fluconazol, eritromicina, omeprazol, cloranfenicol - Daines, IECA, Anfotericina B, Furosemida --> são nefrotóxicos e não podem ser usados associados - Diazóxido, glicocorticóides, GH --> hiperglicemiantes - --> Tacrolimo Interação com FKBP- Biodisponibilidade variável - Não altera ácido úrico (hiperuricemia) e LDL (dislipidemia) - É mais diabetogênico - Nome fantasia: Prograf --> oral, parenteral e pomada - --> Toxicidade similar a da ciclosporina Neurotoxicidade – convulsões, cefaleia, tremores - Nefrotoxicidade, hipertensão, hiperglicemia (maior), hipercalemia - ↑ risco de tumores secundários e infecções oportunistas - Pouca toxicidade medular - Menor dependência da bile- SIROLIMO E EVEROLIMO --> Mecanismos de ação: Sirolimo vai entrar na célula --> liga-se a FKBP --> o complexo formado bloqueia o receptor mTOR --> receptor de sinalização da proliferação - A IL-2 quando é formada se liga a um receptor de IL-2 que ativa mTOR --> ativando a proliferação de linfócitos T - Sirolimo + FKBP --> bloqueia a mTOR --> Bloqueando a sinalização da IL-2 --> ação na imunidade celular e humoral - Página 2 de Fármacos imunossupressores Complexo Sirolimo/FKBP-12 - Inibidores da mTOR (mammalian target of rapamicin) - ↓ ativação via IL-2, síntese protéica e divisão celular - Suprime produção de anticorpos - Uso apenas oral - Alimentos gordurosos – redução da absorção em 20% - Biotransformação hepática – interações medicamentosas - Não ajustar dose na doença renal --> não depende mto da eliminação renal - Tem eliminação predominantemente hepática - --> Não são nefrotóxicos Realizar profilaxia para Pneumocystis jiroveci --> Bactrim (antibiótico) --> fungo que ataca no trato respiratório - --> Toxicidade: Mielossupressão (trombocitopenia), hipertensão, hepatotoxicidade, hipertrigliceridemia e cefaleia Tratamento preventivo de rejeição no transplante renal (em associação) - Gravidez - C- MICOFENLATO DE MOFETILA --> Pró-fármaco – transformado em ácido micofenólico (forma ativa não é muito bem absorvido) Inibidor da inosina monofosfato desidrogenase --> enzima importante para produção de guanosina nos linfócitos que não tem via alternativas de produção dessa substâncias - ↓ síntese de guanosina --> Inibe biossíntese de ácidos nucleico - maior ação sobre linfócitos --> seletividade para linfócito -->reduz a proliferação linfocitária - Mais efetiva na prevenção da rejeição aguda e nefropatia crônica (não tem perfil nefrotóxico) - V.O. ou E.V. – 1g 2xdia - Circulação entero-hepática- --> Reações adversas: melhor tolerado Náusea e vômito -- Cefaleia - Mielossupressão (neutropenia) - Hipertensão - Diarreia - Susceptibilidade a infecções – citomegalovírus (infecção oportunista) - Gravidez - D- ANÁLOGOS DE PURINA --> Azatioprina (ativo) --> em vivo transforma-se um metabólito também ativo --> 6-Mercaptopurina OBS.: As duas apresentações são vendidas como medicação. A Azatiprina é usada mais para imunosupressão e a 6- Mercaptopurina mais usada na oncologia. Inibe biossíntese de ácidos nucleicos / dano ao DNA --> entram na sequência de DNA (análogos á adenosina) e causam erro na produção de material genético --> induz apoptose celular - Mecanismo geral --> não tem seletividade para linfócito --> é um mecanismo citotóxico geral --> seu mecanismo tem preferência por tipos celulares de maior proliferação --> linfócito é uma célula de proliferação rápida - Efeito tardio – semanas a meses - Utilizada na rejeição, reumatopatias, doença inflamatória intestinal crônica refratária - 3-5mg/kg/dia - --> Reações adversas Mielossupressão (dose dependente) - leucopenia, trombocitopenia e anemia - hemogramas (8 semanas iniciais) --> muito tóxico par a amedula - Hepatotoxicidade, alopecia e pancreatite - Gravidez - D - OBS.: 6-Mercaptopurina tem mais ações adversas Interações: Alopurino (bloqueia uma enzima chamada xantina oxidase --> uma das enzimas que participam da produção de ácido úrico) - essa mesma xantina oxidase destrói a Azatioprina - quando for usar os dois medicamentos necessário reduzir a dose de AZA em 70% --> para não acumular e gerar maior toxicidade ○ - METOTREXATO --> Inibidor da DHFR (diidrofolato redutase) - interfere com a síntese de timidilato - DNA Mecanismo: na síntese de DNA é necessário ácido fólico --> esse composto se apresenta em 2 formas: diidrofolato e tetrahidrofolato (forma ativa) --> a DHFR transforma o DI em TETRAhidrofolato --> com o metotrexato não há essa conversão --> não é possível produzir o timidilato --> não há síntese de material genético --> efeito citotóxico em células de proliferação rápida - Ajustar dose mesmo se insuficiência renal leve --> excreção renal principalmente - Página 3 de Fármacos imunossupressores Hidratação e alcalinização da urina --> ajuda na eliminação do fármaco e evita acúmulo do medicamento --> Dosagem: 30-40mg/m2/semana Pra reduzir o efeito adverso mielossupressor --> administração de Leucovorina (forma ativa do ácido fólico) – 10mg/m2 e.v. 6/6h (24h após iniciar metotrexato) --> assim não há uma citotoxicidade tão generalizada --> Medula consegue captar a leucovorina e manter a produção de DNA, já os linfócitos não. - Toxicidade: mucosite, mielossupressão e trombocitopenia - Pneumonite (crônico) - Potente indutor de aborto- --> Uso oral, intratecal e e.v. Doses acima de 25mg/kg – saturação oral (menos absorvidos) - Baixa penetração no SNC - Eliminação 90% renal – filtração e secreção tubular - Redução de excreção – salicilatos, DAINES e Cisplatina --> esses medicamentos podem gerar um acúmulo o metotrexato - HIDROXICLOROQUINA --> Agente antimalárico Reduz processamento intracelular do antígeno - Aumento do pH lisossomal e endossomal --> altera o processamento do antígeno --> reduz ativação linfocitária - Na reumato é um uso crônico por isso preconiza-se hidroxicloroquina que é um pouco menos tóxica que a cloroquina - Usos: artrite, lúpus, DEVH - Efeitos adversos: anorexia, labilidde emocional, cefaleia, visão borrada, cardiomiopatia e também prolonga o intervalo QT, dor abdominal, náusea, erupção cutânea - ANTICORPOS MONOCLONAIS --> Primeiro se sensibiliza uma cobaia para determinado antígeno --> faz-se a coleta de células B ativadas que produzem Ac --> essas células são fusionadas com células de proliferação rápida --> cria-se um hibridoma --> capacidade clonal de produzir anticorpos --> expansão clonal --> Pode se produzir anticorpos para qualquer antígeno --> Pode ser feito a humanização dessa Ac, retirando partes do Ac que sejam ligadas a substâncias próprias da cobaia --> a nomenclatura do Ac monoclonal mostra se ele passou ou não por esse processo --> evita reações alérgicas --> Melhores são os que terminam com -umab --> reduzida capacidade imunogênica Nem todas as nomenclaturas seguem essa regra- MUROMONABE - OKT3 --> Anticorpo direcionado contra CD3 (cluster of differentiation 3) – CD3 é uma proteína que está na superfície do linfócito e participa do reconhecimento de antígenos --> o Ac monoclonal bloqueia reconhecimento do antígeno --> reduz ativação linfocitária Não promove mielossupressão - Indução de anticorpos anti-OKT3 --> uso é recomendado em casos onde é necessário uma imunossupressão aguda --> seu uso crônico leva à produção de Ac contra o fármaco e reduz o efeito - Uso: reversão de rejeição aguda, imunossupressão inicial - 5mg/dia (1amp) – 10-14 dias --> aplicação subcutânea - O foco de uso é para pacientes transplantados- Rejeição renal - --> Efeito paradoxal --> inicialmente o Ac monoclonal pode hiperativar o sistema imune devido sua capacidade imunogênica já que ele não passa por processamento de humanização do Ac --> Tempestade de citocinas – síndrome de liberação de citocinas – 30min após administração Página 4 de Fármacos imunossupressores Pra evitar esse efeito paradoxal faz-se um pré- tratamento com glicocorticoides e anti- histamínicos ---> administra o Ac monoclonal para induzir uma imunossupressão maior --> depois mantém o efeito com outros medicamentos de uso crônico para imunossupressão (V.O) - Utilizado em associação com corticoides e azatioprina (V.O de uso mais crônico) – esquema sequencial - Febre, calafrios, cefaleia, diarreia e fraqueza generalizada - ANTICORPO ANTI-TNF alfa --> Adalimumabe, etanercepte, infliximabe TNF-α – citocina inflamatória --> reduz ativação linfocitárias e outros processos imunes - ↓ citocinas inflamatórias (IL-1 e IL-6) e moléculas de adesão - ↑ risco de infecções e malignidades- ANTICORPOS ANTI-IL2 (CD-25) --> Daclizumabe (Zenapax– 25mg/5mL para infusão) --> passou pelo processo de humanização do Ac --> menos efeitos com a imunogenicidade Antagonista do receptor da IL2 - Risco de anafilaxia - Meia-vida de 20 dias - Indicado para transplante renal – 1mg/kg 24h antes + 4 doses em intervalos de 14 dias - --> Basiliximabe (Simulect– 20mg pó e.v.) Transplante renal – 20mg e.v. 2 h antes e 4 dias após o transplante - Meia-vida de 7 dias- Página 5 de Fármacos imunossupressores
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