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A Libras é uma língua que pode unir surdos e ouvintes no aspecto cultural

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Nome: Francisco das Chagas Oliveira Pessoa 
Período: 2º semestre 
Disciplina: Língua Brasileira de Sinais – Libras 
Tutor: Daniele Siqueira Veras 
Curso: Letras – Licenciatura 
Tema: A Libras é uma língua que pode unir surdos e ouvintes no aspecto cultural
Olá meu caro(a) estudante. 
Chegamos a sua última atividade avaliava da disciplina de Libras. 
Espero que tenha aproveitado cada momento de nossos encontros, vamos agora colocar em prática tudo que aprendemos?  
Então, a partir de algumas questões abordadas e que são expostas no material de estudos, gostaria de conhecer um pouco de sua opinião e saber qual o conhecimento referente a Libras, a comunidade surda, e quais as curiosidades e expectativas em relação a disciplina. 
 
Podemos continuar?  
 
Mediante o material de estudos, me responda: 
Somente surdos podem pertencer a comunidade surda e fazer aquisição da Língua?  
Justifique a resposta. 
A Libras é uma língua que pode unir surdos e ouvintes no aspecto cultural
Antes de adentrarmos no tópico se somente os surdos podem fazer uso da Língua de Sinais, é importante que explanemos três temas: comunidade surda, cultura surda e identidade surda. Sabendo que a Libras é formada por uma gramática própria em que não há representação fonética para preposições, conjunções e artigos, podemos dizer que é uma língua que deu oportunidade de interação à comunidade surda (eles se expressam entre si usando uma linguagem própria). Nisso, a Libras deu voz a quem antes era obrigado a apenas ouvir e/ou fazer o que os ouvintes bem pretendiam (antes, os surdos eram vistos apenas como deficientes, mais precisamente por causa da visão medicinal desse grupo; com a Libras passaram a ser vistos e a se considerarem como um grupo minoritário, mas que não deixa de ter seu espaço individual e coletivo garantidos).
A comunidade surda é composta por surdos que se comunicam entre si, e também pode ser compostas por ouvintes, entretanto, os surdos são os que representam a grande maioria dessa comunidade. Por conseguinte, o ouvinte é basicamente um indivíduo que ouve as percepções sonoras, aquele que utiliza a audição como forma de comunicação (foi, na maioria das vezes, o protagonista que estipulava formas de como o surdo deveria se expressar). Exatamente por este motivo, o de não se tornar um impositor a um surdo, que é importante adentrar na língua de sinais, a fim de que possa conhecer mais profundamente como os surdos se comunicam e como ele mesmo, o ouvinte, pode respeitar esse grupo, ou até mesmo se identificar e pertencer à comunidade surda. Além do citado, o ouvinte deve buscar compreender que as pessoas surdas percebem o mundo com a visão, deve buscar compreender que a Libras é um elemento identificatório de cultura para o surdo, precisa buscar compreender o seguinte: como os surdos foram oprimidos historicamente, encontraram a Língua de Sinais uma das formas de poderem se expressar socialmente, interagindo e compartilhando experiências, quiçá. É importante dizer, em outras palavras, que é devido à dominância da cultura ouvinte sob os surdos na maior parte da história humana que estes criaram comunidades, em que podem demonstrar sua cultura linguística e seus valores
Vale ressaltar a adesão pela educação bilíngue como uma das formas de um ouvinte participar (ou vice-versa) de uma comunidade surda (a educação bilíngue abrange a Língua de Sinais – língua principal – e a língua portuguesa – língua secundária). Dessa forma, o aluno ouvinte poderá conhecer os mecanismos de comunicação dos surdos, e adentrando nesse mundo, ademais, perceberá que eles (os surdos) também tem sua cultura própria e que a cultura deles merece crédito e respeito, pois os surdos encontraram formas de se expressar que utilizam categoricamente a visão do espaço de comunicação. O contato com essa educação pode modificar positivamente, também, as relações familiares de um filho surdo com irmãos e pais ouvintes, porque permite que a família possa conhecer essa língua gesto-visual/ viso-corporal, aceitando-a e aprendendo sobre ela.
O ouvinte, além disso, precisa se colocar no lugar do surdo e entender que a surdez é uma consequência que surge no decorrer da vida, ou o próprio surdo nasce assim. Refletindo sobre essa colocação, o indivíduo ouvinte entenderá melhor do porquê que a Libras existe, e com qual finalidade ela serve. Acrescentando, pertencem à cultura surda aquelas pessoas que não tem audição e usam da Língua de Sinais para se expressar. Eis aqui a chave da proposição sobre se uma comunidade surda é formada apenas por surdos: aquele que estuda e se dedica à Libras também pertence à comunidade. Outro fator que corrobora que a Língua de Sinais e a Língua portuguesa se complementam no ensino bilíngue é que a primeira é a língua materna/natural/principal, enquanto que a segunda é uma língua que complementa o estudado na Libras. 
Citando outra forma de como o ouvinte pode compreender a importância da comunidade surda: é estudando e se aprofundando no contexto histórico da educação desse grupo que ocorrerá um entendimento de como eram vistos os surdos no passado e, analogicamente, salienta-se o que eles conquistaram e o que são, nos dias atuais. Cabe avaliar isto: segundo Strobel, os surdos tiveram sua história baseada em dois contextos – o doutrinário e o medicinal. O contexto doutrinário explicita: como os surdos não falavam, não poderiam ser perdoados dos pecados cometidos; para sua salvação a Igreja dispunha de membros clericais na assistência a essas pessoas surdas (padres/religiosos cuidavam da educação dos surdos). Já na visão medicinal, os surdos eram vistos como deficientes, assim como a surdez era vista como uma causa da patologia. E, foi diante desses dois contextos – principalmente o medicinal – que se criou o mito: todo surdo é mudo. (Aliás, ressalta-se alguns mitos que precisam cair por terra para que haja um primeiro encontro sobre a Libras e assim, o ouvinte possa compreender a identidade surda de forma intrínseca, quais sejam: a Libras é uma linguagem universal; a realidade representa a palavra; os sinais são gestos/gesticulações glorificados; as libras são icônicas, ou seja, que reproduz a realidade tal qual ela é; as Libras só expressam conceitos verídicos/concretos; as Libras não possuem gramática própria. Compreendendo e abandonando esses mitos supracitados, o ouvinte decerto terá uma melhor adequação à comunidade surda). 
Outros dois fatores que merecem destaque a respeito de como compreender uma comunidade surda são: a identidade e a cultura surdas. A identidade surda define-se por ser características pessoais/culturais baseadas em experiências visuais, fator importante no comportamento (utiliza-se apenas a Libras como forma de experiência); transmite-se a cultura e seu posicionamento aos demais surdos, inclusive. Esses compartilham estas experiências em grupos/encontros – os seus anseios, os seus sonhos e a sua cultura.
 Definindo a cultura surda temos o seguinte: os surdos preferem se relacionar frente a frente sem haver interrupção, pois isto (a interrupção) é considerado antiético. Preferem se relacionar, também, com outros surdos. O humor, uma das formas desse tipo de cultura, fica em torno de piadas, que têm os ouvintes e a falta de entendimento deles sobre surdez como foco principal. Os membros pertencentes a essa comunidade despertam-se para a arte teatral e para a poesia.
Segundo as autoras Soares e Lacerda, no âmbito da educação inclusiva, a maneira que a escola se organiza para a educação dos surdos (sua pedagogia) não favorece a compreensão da complexidade da surdez, prejudicando dessa forma os objetivos que os surdos almejam no ambiente social. Portanto, não atendem às necessidades dos que são surdos desejam, por assim dizer. Ainda conforme essas duas autoras, a formação dos sujeitos poderá existir a partir da relação surdo-surdo, a partir da relação surdo-ouvinte, a partir de relações que venham a incluir possibilidades inclusivas com a condição natural dos indivíduos surdos. Ainda para Perlin, outro pontoque contribui para a não compreensão inclusiva dos surdos em sala de aula é o fato de terem existidos preconceitos com esse grupo no tempo do império brasileiro, pois à época foi instituído o oralismo (o oralismo surgiu no Congresso de Milão, em 1880. Nesse evento, os ouvintes, aliados à visão terapêutica da surdez decidiram que a oralização era mais eficaz, iniciando-se o processo de oralização dos surdos) – em outro patamar, a educação bilíngue quebrou esse paradigma, propiciando aos surdos terem sua identidade, cultura e comunidade próprias.
O contato dos ouvintes com a Língua de Sinais permitirá uma visão melhor no intuito de valorizar essa língua, além do mais, professores fluentes em Libras, de preferência surdos, mas que podem ser professores ouvintes, também, podem aderir a isto: que encontrem métodos/meios de promover a coesão entre pessoas surdas e pessoas ouvintes explorando o campo histórico da educação surda, tais como o ensino do bilinguismo (um método mais eficaz e coerente nos dias atuais), logicamente associados a um intérprete. A aceitação deste em salas de aulas pode ser um importante meio de inclusão, também, dos alunos com surdez, assim como os pais dos surdos terem uma aproximação com a cultura surda, pois os pais desses alunos dos surdos servirão de apoio afetivo/emocional/psicológico/social para esses discentes. 
Portanto, em uma comunidade surda pode estar inserido um intérprete, um professor, a escola, o aluno, os pais – familiares, ouvintes etc. Enfim, um conjunto de sujeitos, que em constante esforço de conhecer a cultura surda podem introduzir os surdos social e psiquicamente na sociedade em que vivemos. 
9 de fevereiro de 2020, Viçosa do Ceará, CE
FONTES:
https://culturasurda.net/comunidades-surdas/
https://sereduc.blackboard.com/ultra/courses/_24972_1/outline/scorm/launchFrame?toolHref=https:%252F%252Fsereduc.blackboard.com%252Fwebapps%252Fscor-scormengine-BB5d2e2e7dd5953%252Fdelivery%3Faction%3DlaunchPackage%26content_id%3D_1803282_1%26course_id%3D_24972_1%26from_ultra%3Dtrue&courseId=_24972_1&contentId=_1803282_1
http://www.luzimarteixeira.com.br/wp-content/uploads/2010/04/diferentes-identidades-surdas.pdf
https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/biologia/a-cultura-surda-e-as-diferentes-identidades-surdas/65139
http://books.scielo.org/id/rp6gk/pdf/diaz-9788523209285-02.pdf 
http://ken.pucsp.br/dic/article/view/11620/8352
https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/22262/pdf/17

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