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ANATOMIA - SISTEMA DIGESTÓRIO

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SISTEMA DIGESTIVO
Moore: Região Oral 919 –941; Faringe 1020 –1027; Esôfago 1027 / 168 / 227 -230
Região Oral: compreende a cavidade oral + dentes + gengiva + língua + palato + tonsilas palatinas. Realiza processos mecânicos (apreensão, mastigação, insalivação e início da deglutição) e químicos (ação da amilase salivar no alimento). Divida em 2 partes:
· Vestíbulo da boca – espaço semelhante a uma fenda entre os dentes, a gengiva, os lábios e as bochechas. Comunica-se com o exterior através da rima da boca. O tamanho da rima é controlado pelos Músculos Periorais (Orbicular da boca + Bucinador + Risório + Depressores + Elevadores dos lábios). 
· Cavidade própria da boca – é o espaço entre as arcadas ou arcos dentais maxilares e mandibulares, cujo limite posterior é a orofaringe.
Limites da Boca:
· Anterior: lábios
· Laterais: bochechas
· Superior: palato duro
· Posterior: palato mole +istmo das fauces
· Inferior: região sublingual
LÁBIOS: 
· São pregas musculofibrosas móveis que circundam a boca.
· Estendem-se dos Sulcos nasolabiais e Narinas (lateral e superior) até o Sulco mentolabial (inferiormente).
· Possuem as funções de apreender o alimento, sugar líquidos, produzir a fala e osculação.
· ESTRUTURA: pele, muscular (M. orbicular da boca), submucosa (glândulas labiais), mucosa (epitélio escamoso estratificado). 
· Cobertos externamente por pele e internamente por mucosa úmida.
· Atuam como as Válvulas da rima da boca – contendo o Esfíncter que controla a entrada e saída da boca e dos sistemas digestores superiores e respiratório.
· São as válvulas da rima da boca controladas pelo músculo orbicular da boca.
· Comissura Labial – é o ponto de união dos lábios no canto da boca.
· Frênulos dos lábios – são pregas de margem livre da túnica mucosa na linha mediana, que se estendem da gengiva vestibular até a túnica mucosa dos lábios superior e inferior. (São pregas que se estendem da gengiva até a mucosa dos lábios inferior e superior. A superior é maior).
BOCHECHAS:
· São as paredes móveis da cavidade oral.
· LIMITES: anterior (região oral e mentual); posterior (região paratideomassetérica); superior (região zigomática); inferior (margem inferior da mandíbula). 
· ESTUTURAS: Pele (rica em pelos, glândulas sudoríparas e sebáceas); Tela subcutânea (corpo adiposo); Muscular (M. Bucinador, Maceter, Risório, Zigomático, Plastima). Os bucinadores são os principais, os quais são cobertos por corpo adiposo.
GENGIVA:
· Formada por tecido fibroso coberto por mucosa.
· A gengiva propriamente dita (fixa) é rósea, queratinizada e está presa aos colos dos dentes e aos processos alveolares da gengiva (livre), a qual é vermelho-brilhante e não queratinizada.
DENTES: (não cai na prova)
· Funções: cortar, reduzir e misturar o alimento à saliva; participam da articulação e ajudam na sustentação dos alvéolos dentais.
· Os dentes são inseridos nos Alvéolos dentais. Podem ser identificados como Decíduos (primário) ou Permanente (secundário) – por tipo de dente e por sua proximidade da linha mediana.
· São 20 dentes decíduos (crianças) e 32 permanentes (adultos), sendo eles incisivos, caninos, pré-molares e molares.
· Antes da erupção, os dentes em desenvolvimento situam-se nos arcos alveolares como Brotos dentais
· Formado por coroa, colo e raiz. A dentina é interna e cercada por esmalte na coroa e cemento na raiz.
· Sindesmose dentoalveolar/gonfose: une as raízes ao osso alveolar, é uma articulação fibrosa maleável com abundantes terminações sensoriais.
PALATO:
· Forma o teto curvo da boca e o assoalho das cavidades nasais.
· Separa a cavidade oral (mucosa oral) das cavidades nasais (mucosa respiratória) e da parte nasal da faringe. É dividida em 2 regiões: Palato Duro e Palato Mole.
1. PALATO DURO:
· Tem forma de abóboda (côncavo). 
· Seu espaço é ocupado pela língua.
· Acidentes anatômicos: fossa incisiva, forame palatino maior e menor (passagem de estruturas anterior e posterior, respectivamente).
· Os 2/3 anteriores tem um esqueleto ósseo formado pelos – Processos palatinos da maxila + Lâminas horizontais dos palatinos.
· A fossa incisiva é uma depressão na linha mediana do palato ósseo – passa o Nervo Nasopalatino.
· Forame palatino maior perfura a margem lateral do palato ósseo – os vasos e nervos palatinos maiores emergem desse forame e seguem anteriormente sobre o palato.
· Forame palatino menor (situado posteriormente ao forame palatino maior) – perfura o processo piramidal do palatino – os vasos e nervos palatinos menores emergem desse forame até o palato mole.
 2.PALATO MOLE:
· É o terço posterior móvel do palato, reforçada pela aponeurose palatina que se fixa do palato duro (fica suspenso na margem posterior do palato duro).
· Acidentes anatômicos: úvula (margem posteroinferior curva). 
· União com a língua pelos arcos palatoglosso e com a faringe pelos arcos palatofaríngeo.
· Não tem esqueleto ósseo – mas sua parte aponeurótica anterior é reforçada pela aponeurose palatina.
· Na parte posteroinferior o palato mole tem margem livre curva da qual pende um processo cônico – a úvula. 
· Na parte lateral, é continuo com a parede da faringe e é unido à língua e à faringe pelos Arcos palatoglosso e palatofaríngeo. 
· Fauces: transição entre a cavidade oral e a faringe. Fecha o istmo faríngeo durante a deglutição. Limites: (1) superior pelo palato mole, (2) lateral são os pilares das fauces composto pelos arcos, (3) istmo das fauces é o espaço entre os arcos e (4) assoalho é a língua.
· Istmo da faringe: espaço de passagem aéreo, limitado anteriormente pela úvula e posteriormente pela parede faringe.
· As tonsilas palatinas: são massas de tecido linfoide na parte oral da faringe. É delimitada pelas pregas palatoglosso (anterior) e palatofaríngeo (posterior).
· Rafe do palato: a partir da papila incisiva, é uma crista estreita e esbranquiçada.
· Musculatura: Com exceção do músculo Tensor do véu palatino (suprido pelo NC V3) – todos os outros músculos do palato mole são supridos pelo Plexo faríngeo de nervos. 
- Tensor do véu palatino. Ação: tensiona o palato mole e abre o óstio da tuba auditiva. Inervação: ramo mandibular do nervo trigêmeo (5º par craniano).
- Levantador do véu palatino. Ação: levanta o palato mole. Inervação: ramo faríngeo do nervo vago (10º par craniano).
- Palatoglosso. Ação: eleva a parte posterior da língua. Inervação: ramo faríngeo do nervo vago (10º par craniano).
- Palatofaríngeo. Ação: tensiona o palato mole e traciona as paredes da faringe. Inervação: ramo faríngeo do nervo vago (10º par craniano).
- Músculo da úvula. Ação: encurta a úvula e a traciona superiormente. Inervação: ramo faríngeo do nervo vago (10º par craniano).
LÍNGUA:
· Órgão muscular e móvel.
· Ocupa toda a cavidade da boca e parte da faringe
· Funções: gustação, fonação, deglutição, mastigação, limpeza da boca.
· 3 PARTES: raiz posterior (entre a mandíbula e o osso hióide), corpo (2/3 anteriores) e ápice anterior (ponta da língua que encosta nos dentes incisivos)
· 2 FACES: dorso da língua (parte mais extensa, superior e posteior) e ventre (face inferior - repousa sobre o assoalho da boca).
· Acidentes anatômicos: V-lingual (sulco terminal), forame cego (remanescente embrionário do ducto tireoglosso proximal), sulco mediano (divisor da língua) e as papilas. 
· O sulco terminal e o forame cego estão no dorso da língua, e possui a parte oral (corpo) e a parte faríngea (base). 
· O sulco terminal divide o dorso da língua transversalmente em uma parte Pré-sulcal (cavidade própria) e uma Pós-sucal (parte oral da faringe)
· Há também frênulo lingual (superfícies inferiores) e a raiz (se estende entre a mandíbula, o hióide e a face posterior da língua. 
· A mucosa da parte posterior da língua é espessa e móvel.
· A parte inferior da língua possui mucosa fina e úmida, separada do assoalho da boca pelo frênulo da língua.
· Todos os músculos da língua (exceção Palatoglosso) recebem inervação motora do Nervo Hipoglosso 
· Palatoglosso recebe inervação do Plexo faríngeo 
· Sensibilidade Geral (tato + temperatura) – Nervo Lingual· Língua comunica-se com a Laringe através das – Pregas Glossoepiglóticas
PAPILAS LINGUAIS:
· Circunvaladas: grandes e planas, anteriores ao sulco terminal em forma de “V”. Possuem botões gustatórios nas depressões.
· Foliadas: pequenas pregas na superfície lateral. Pouco desenvolvida.
· Filiformes: longas e numerosas com sensibilidade tátil, são paralelas ao sulco terminal exceto no ápice (+ comum).
· Fungiformes: formato de cogumelo, numerosas no ápice e nas margens da língua.
GLÂNDULAS SALIVARES:
· São as Parótidas – Submandibulares – Sublinguais
· O líquido viscoso transparente, insípido e inodoro (Saliva) secretado por essas glândulas tem as funções: Mantém a túnica mucosa da boca úmida; Lubrifica o alimento durante a mastigação; Inicia a digestão de amidos; Atua como “colutório” intrínseco; É importante na prevenção das cáries dentais. 
· Glândulas Salivares Acessórias (pequenas): Palatinas, Labiais, Bucais, Linguais, Molares.
· Glândulas Salivares Maiores:
 Parótidas (maiores): Localizam-se lateralmente à face é anteroinferior ao pavilhão auricular e posterior ao músculo masseter. 
· FUNÇÃO: secretar saliva (25%) do tipo serosa. Atravessam a glândula. N. facial, Artéria carótida externa e veia retro-mandibular. 
· ESTRUTURA: Porção Secretora – corpo; Porção Excretora – ducto parotídico; Papila parótidica.
· OBS: Ducto Parotídico Cruza o músculo Masseter e perfura o Bucinador.
· VASCULARIZAÇÃO: Artéria Temporal superficial (Carótida Ext)
· INERVAÇÃO: Sensitiva (N. Auriculotemporal e N. Auricular Médio); Parassimpática (N. Glossofaríngeo); Simpática (Plexo Carotídeo Externo).
Submandibulares: Localizam-se medialmente ao corpo da mandíbula. Relacionada com o músculo Milohióideo.
· FUNÇÃO: Secretar saliva (70%) do tipo Mista.
· ESTRUTURA: Porção Secretora: Corpo (inferior ao mús. Milohióideo) e Processo profundo; Porção Excretora: Ducto submandibular; Papila sublingual.
· OBS: Nervo Lingual cruza inferiormente o Ducto Submandibular.
· VASCULARIZAÇÃO: Artéria Submental (Ramo da Facial).
· INERVAÇÃO: Parassimpática (N. Lingual); Simpática (Plexo Coróide Externo).
Sublinguais: Localizam-se na porção anterior da região sublingual e superiormente ao músculo Milohióideo. 
· FUNÇÃO: Secretar saliva (5%) do tipo Mucosa.
· ESTRUTURA: Porção Secretora - corpo; Porção Excretora - ductos sublinguais menores e maiores. 
· VASCULARIZAÇÃO: Artéria Sublingual e Artéria Submental
· INERVAÇÃO: Parassimpática (N. Lingual); Simpática (Plexo Carotídeo Externo). 
 
 FARINGE:
· Estende-se da base do crânio até a borda inferior da cartilagem cricóidea e a margem inferior da vértebra C6, sendo contínua com o esôfago.
· É dividida em 3 partes: Nasal (Nasofaringe), Oral (Orofaringe), e Laríngea (Laringofaringe). 
· Fauces: transição entre a cavidade oral e a parte oral da faringe. Limite superior é o palato mole ou úvula e o Limite inferior é a língua, já os Limites laterais são 2 arcos (palatoglosso e palatofaríngeo)
· Ístmo: região estreita da fauces, entre os limites. 
1. Porção Oral (Orofaringe):
· Função digestória. 
· Estende-se do palato mole até a margem superior da cartilagem epiglótica.
· Limites: superior (palato mole), inferior (base da língua) e laterais (arcos palatoglosso e palatofaríngeo). 
· Acidentes anatômicos: tonsilas palatinas ocupando a fossa tonsilar (situada entre os arcos).
OBS: Mecanismo de Deglutição:
· Estágio 1: voluntário. O palato mole comprime o bolo alimentar e o leva até a parte oral da faringe. Há ação dos músculos da língua e do palato mole.
· Estágio 2: involuntário e rápido. A parte nasal da faringe é isolada pelo palato mole. A faringe alarga-se e encurta-se para receber o bolo alimentar.
· Estágio 3: involuntário. A contração dos três músculos da faringe força a descida do alimento em direção ao esôfago
2. Porção Laríngea (Laringofaringe):
· Estende-se da margem superior da cartilagem epiglótica até a margem inferior da cartilagem cricóidea, ou entre a cartilagem C4-C6.
· Comunica-se com a laringe pelo adito da laringe na sua parede anterior.
· Acidentes anatômicos: recesso piriforme separado do adito da laringe pela prega ariepiglótica.
 
ESÔFAGO:
· Limite superior: Borda inferior da cartilagem cricóide que equivale a borda inferior da 6ª vértebra cervical (é tbm o limite inferior da faringe).
· Tubo fibromuscular que conecta a faringe ao estômago. Inicia no hiato esofágico, na altura de T10. 
· Atravessa o hiato esofágico elíptico no nível da vértebra T10. Termina entrando no estômago no óstio cárdico do estômago, à esquerda da linha mediana, no nível da 7a cartilagem costal esquerda e da vértebra T11.
· Em seu terço superior (parte cervical) consiste em músculo estriado voluntário, o terço inferior é formado por músculo liso, e o terço médio tem os dois tipos de músculo
· Há peristalse reflexa quando o bolo alimentar chega aos dois terços inferiores.
· À direita está o lobo direito da glândula tireoide e a bainha carótica direita. À esquerda está o lobo esquerdo da glândula tireoide a bainha carótica esquerda.
· Fica em contato com a cúpula da pleura (cervical) na raiz do pescoço e o ducto torácico do lado esquerdo.
· Está fixado às margens do hiato esofágico no diafragma pelo ligamento frenicoesofágico, uma extensão da fáscia diafragmática inferior. Esse ligamento permite o movimento independente do diafragma e do esôfago durante a respiração e a deglutição.
· A parte abdominal do esôfago vai do hiato esofágico no pilar direito do diafragma até o óstio cárdico do estômago. A face anterior é coberta por peritônio da cavidade peritoneal, contínuo com aquele que reveste a face anterior do estômago. Encaixa-se em um sulco na face posterior (visceral) do fígado. A face posterior é coberta por peritônio da bolsa omental, contínuo com aquele que reveste a face posterior do estômago. A margem direita do esôfago é contínua com a curvatura menor do estômago; entretanto, sua margem esquerda é separada do fundo gástrico pela incisura cárdica existente entre o esôfago e o fundo gástrico.
· A junção esofagogástrica situa-se à esquerda da vértebra T11. A linha Z é onde se encontra mudança abrupta de mucosa esofágica para mucosa gástrica. Superior a essa junção, há o esfíncter inferior do esôfago que contrai e relaxa, permitindo a passagem de alimento e evitando o refluxo.
· Termina entrando no estômago pelo Óstio Cárdico na Junção Esofagogástrica Linha Z – é uma linha denteada onde a túnica mucosa muda de esofágica para gástrica Na Junção Esofagogástrica, a musculatura do diafragma que forma o Hiato esofágico, funciona como um Esfíncter Esofágico (atua diminuindo a velocidade do alimento deglutido). 
· Dividida em 3 partes: Cervical, Torácica e Abdominal. O que separa a parte cervical da torácica é a abertura superior do tórax; e o que separa a parte torácica da abdominal é o diafragma. 
· Há três constrições:
1. Cervical (esfíncter superior do esôfago): transição da faringe para o esôfago.
2. Broncoaórtica (torácica): uma constrição combinada, no local onde ocorre primeiro o cruzamento do arco da aorta e depois o cruzamento pelo brônquio principal esquerdo. 
3. Diafragmática: no local onde atravessa o hiato esofágico do diafragma, a aproximadamente 40cm dos dentes incisivos. 
Vascularização: parte cervical pelo ramo esofágico da artéria tireoidea inferior; parte torácica pelas artérias esofágicas ramos direto da aorta ou das artérias brônquicas; parte abdominal pelo ramo esofágico da artéria gástrica esquerda. (CAI NA PROVA)
Drenagem: é feita pelo sistema venoso porta: Veia esofágica drena para veia gástrica esquerda e esta drena para veia porta. Já a outra veia esofágica drena para veia ázigo, e esta drena para veia cava superior. (CAI NA PROVA) 
Inervação: plexo esofágico, formado pelos: Troncos Vagais (parassimpático), se tornam N. Gástrico Anterior e Posterior; Troncos Simpáticos Torácicos (simpático), por meio dos N. Esplâncnicos Maiores. 
OBS: Parassimpática (Aumenta o peristaltismo e abre os esfíncteres - Ativa o processo da digestão).Simpática (Diminui o peristaltismo e mantém o tônus dos esfíncteres - Retarda o processo da digestão). 
Correlações Clínicas:
· Hipertensão Porta: aumento anormal da pressão arterial no sistema venoso porta, no qual o sangue não consegue atravessar o fígado, causando uma inversão do fluxo na tributária esofágica. O aumento da resistência na veia porta causa uma paragem do fluxo sanguíneo, obrigando-o a regressar por vias colaterais - as conhecidas anastomoses porto-cava, que são quatro. Essas regiões não foram feitas para suportar o aumento do volume sanguíneo, que devido a esse retorno ficam ingurgitadas (veias varicosas). A anastomose ano-retal é chamada de hemorróida. No umbigo, forma-se a cabeça-de-medusa. Na anastomose gastro-esofágica forma-se a principal área de hemorragia esofágica, principal consequência da hipertensão portal.
· Varizes do Esôfago: Na Hipertensão porta (aumento anormal da pressão arterial no sistema venoso porta) o sangue não consegue atravessar o fígado através da Veia Porta, causando inversão do fluxo na tributária esofágica. O que leva ao aumento acentuado das Veias Submucosas, com formação de Varizes esofágicas. As varizes são mais frequentes em portadores de Cirrose Hepática. É o aumento acentuado das veias submucosas. Podem se romper e causar hemorragias graves, frequentes em portadores de cirrose.
· Pirose (Azia): sensação de queimação por causa da regugirtação de líquido gástrico ou alimentos para a parte inferior do esôfago, ferindo a mucosa do local. Pode estar relacionada com a Hérnia de hiato (protrusão de uma parte do estômago para o mediastino através do hiato esofágico do diafragma). 
CASO CLÍNICO: Hipertensão Portal é o aumento anormal da pressão sanguínea na Veia Porta Causa: 
· Ascite – com a obstrução ao fluxo portal o sangue se acumula em vasos que drenam para a veia porte e ocorre o extravasamento para o interior da cavidade abdominal.
· Circulação colateral abdominal – se desenvolve para descomprimir o sistema porta gerando varizes e hemorroidas.
· Varizes esofágicas – obstrução das anastomoses da veia gástrica esquerda e das veias ázigos. 
· Hemorroida – obstrução das anastomoses entre as veias hemorroidárias superiores e média e a veia hemorroidária inferior que drena para a Veia Cava Inferior. 
· Dispneia – síndrome hematopulmonar, caracterizada por vasodilatação funcional da circulação pulmonar.
· Esplenomegalia – sequestro sanguíneo pelo baço 
· Hérnia umbilical – liquido na cavidade abdominal
 
ESTÔMAGO:
· É a parte expandida do trato digestivo (entre o esôfago e o intestino delgado) especializada em acumular o alimento para prepará-lo química e mecanicamente para o duodeno. 
· Localizado na parte mais alta da cavidade abdominal = EPIGÁSTRIO.
· Mistura os alimentos e atua como reservatório; sua principal função é a digestão enzimática.
· O suco gástrico converte gradualmente a massa de alimento em uma mistura semilíquida, o quimo, que passa rapidamente para o duodeno. 
· O tamanho, o formato e a posição do estômago podem variar com: biotipo, postura, movimentos respiratórios e estado de enchimento.
· Em decúbito dorsal, encontra-se geralmente no quadrante superior direito e esquerdo, ou no epigástrio. Na posição ereta, o estômago desloca-se pra baixo.
· É dividido em 4 partes:
1. Cárdia: circunda o óstio cárdico, a abertura superior do estômago. O óstio cárdico em decúbito dorsal, está localizado posteriormente à 6ª cartilagem costal esquerda, a 2-4cm no plano mediano, no nível da T11. Interseção entre a mucosa esofágica e gástrica. É irrigada pela Artéria Gástrica Esquerda.
2. Fundo gástrico: parte superior dilatada, relacionada com a cúpula esquerda do diafragma, limitada inferiormente pelo plano horizontal do óstio cárdico. A incisura cárdica está situada entre o esôfago e o fundo gástrico. Em DD, está situado posteriormente à 6ª costela esquerda, no plano da LMC. Pode ser dilatado por gás, alimento, líquido ou combinação destes. Irrigado pela: Artérias Gástricas Curtas e Artéria Gastroepiploica esquerda. No fundo ficam os gases (por isso na radiografia fica escuro).
3. Corpo gástrico: a maior e principal parte do estômago, entre o fundo gástrico e o antro pilórico. Vai desde o óstio cárdico até a incisura angular – maior parte do estômago. 
4. Parte Pilórica: região afunilada de saída. O antro pilórico, sua parte mais larga, leva ao canal pilórico, sua parte mais estreita. O piloro (ou esfíncter pilórico) é um esfíncter de músculo circular liso que controla a saída do quimo através do óstio pilórico (abertura inferior do estômago) para o duodeno. Há esvaziamento qnd a pressão intragástrica supera a resistência do piloro. (Normalmente, o piloro encontra-se em estado de contração tônica, de modo que o óstio pilórico é reduzido, exceto quando dá passagem ao quimo (massa semilíquida). A intervalos irregulares, a peristalse gástrica faz o quimo atravessar o canal e o óstio pilórico até o intestino delgado, onde continua a mistura, digestão e absorção). Em DD, a parte pilórica do estômago está no nível do plano transpilórico (entre a incisura jugular superiormente e a crista púbica inferiormente). Em posição ortostática, a localização varia da L2 à L4. O óstio pilórico está cerca de 1,25 cm à direita da linha mediana. Irrigada pela: Artéria Gástrica direita e Artéria Gastroepiploica direita
· Há 2 curvaturas:
· Menor: forma a margem direita côncava mais curta do estômago. A incisura angular, parte inferior da curvatura, indica a junção do corpo gástrico com a parte pilórica do estômago. A incisura angular situa-se logo à esquerda da linha mediana
· Maior: forma a margem convexa mais longa do estômago. Possui a Incisura Cárdica. Segue inferiormente à esquerda da junção do 5° espaço intercostal e LMC; a seguir, curva-se para a direita, passando profundamente à 9ª ou à 10ª cartilagem esquerda enquanto continua medialmente para alcançar o antro pilórico.
OBS: Óstios – Aberturas. Cárdico – é a Junção Esofago-gástrica. Pilórico – é a Junção Gastro-duodenal. No estômago vamos ter a face anterior e posterior que serão delimitadas por bordas (Curvatura Menor e Curvatura Maior). Cada borda possui uma dobra acentuada chamada de Incisura.
Interior do Estômago:
· Possui coloração castanho-avermelhada, exceto na parte pilórica rósea.
· Coberta por uma camada de muco contínua que protege sua superfície contra o ácido gástrico secretado pelas glândulas gástricas. Quando contraída, a mucosa gástrica forma estrias longitudinais denominadas pregas gástricas (mais acentuadas em direção à parte pilórica e ao longo da curvatura maior, desaparecem qnd o estômago está cheio).
· Durante a deglutição, forma-se um sulco ou um canal gástrico temporário entre as pregas longitudinais ao longo da curvatura menor. A saliva e pequenos alimentos drenam ao longo do canal para o canal pilórico qnd o estomago esta vazio. O canal gástrico se deve à firme fixação da túnica mucosa gástrica à túnica muscular, que não tem uma lâmina oblíqua nesse local.
Relações do Estômago:
· É coberto por peritônio, exceto nos locais em que há vasos sanguíneos ao longo de suas curvaturas e em uma pequena área posterior ao óstio cárdico. 
· Anteriormente, relaciona-se com o diafragma, o lobo hepático esquerdo e a parede anterior do abdome. 
· Posteriormente, relaciona-se com a bolsa omental e o pâncreas; a face posterior do estômago forma a maior parte da parede anterior da bolsa omental. 
· Inferior e lateralmente, tem relação com o colo transverso.
· O leito do estômago, sobre o qual se apoia o estômago em decúbito dorsal, é formado pelas estruturas que formam a parede posterior da bolsa omental. Da região superior para a inferior, o leito do estômago é formado pela cúpula esquerda do diafragma, baço, rim e glândula suprarrenal esquerdos, artéria esplênica, pâncreas e mesocolo transverso. 
· O estômago fica preso aos 2 omentos: Omento Menor (que vai do fígado até a curvatura menor do estômago, é uma reflexão de peritônio, formado pelo ligamento hepatogástricoe hapatoduodenal); Omento Maior (vai da curvatura maior do estômago e início do duodeno até o colo transverso). O mesentério fixa o intestino delgado à parede abdominal posterior.
· 3 Reflexões de peritônio que cai na prova: omento maior e menor e mesentério. 
Vascularização: Tem origem no tronco celíaco e seus ramos. 
· Curvatura menor: artérias gástrica direita (ramo da hepática própria) e gástrica esquerda (ramo do tronco celíaco). 
· Curvatura maior: artérias gastromental direita (ramo da gastroduodenal) e gastromental esquerda (ramo da esplênica). 
· Fundo gástrico e parte superior do corpo gástrico: artérias gástricas curtas e gástricas posteriores (ambas são ramos da esplênica). A partir do momento que se origina a artéria gastroduodenal, a artéria hepática comum passa a ser hepática própria. 
OBS: RAMOS DO TRONCO CELÍACO: Gástrica Esquerda, Hepática Comum, Esplênica.
A hepática comum dá a gastroduodenal, qnd isso ocorre a hepática comum muda de nome e vira hepática própria, desta sai a gástrica direita. 
Drenagem: As veias gástricas acompanham as artérias em relação à posição e ao trajeto. 
· veias gástricas direita e esquerda drenam para a veia porta; 
· veias gástricas curtas e as veias gastromentais esquerdas drenam para a veia esplênica, que se une à veia mesentérica superior (VMS) para formar a veia porta. 
· veia gastromental direita drena para a VMS. 
· Uma veia pré-pilórica ascende sobre o piloro até a veia gástrica direita (utilizada para identificação do piloro). 
(VEIA ESPLENICA + VMS = VEIA PORTA).
CORRELAÇÕES CLÍNICAS:
Hérnia de Hiato: É a protrusão de uma parte do estômago para o mediastino através do Hiato Esofágico do diafragma. Tipos: Congênita; Paraesofágica (a cárdia permanece em sua posição normal, anteriormente ao esôfago (não ocorre regurgitação); Por deslizamento (a parte abdominal do esôfago, a cárdia e partes do fundo gástrico deslizam superiormente através do Hiato Esofágico para o tórax (ocorre regurgitação do conteúdo). 
Pirose (Azia): comum desconforto esofágico ou dor subesternal. Sensação de queimação da arte abdominal do esôfago. Pode ser causada pela regurgitação de pequenas quantidades de alimento ou líquido gástrico para parte inferior do esôfago (distúrbio de refluxo gastresofágico – DRGE). Pode estar associada à hérnia de hiato.
Estenose Pilórica Hipertrófica Congênita: hipertrofia do músculo liso no piloro que afeta muito mais os homens e lactantes. 
Úlceras Gástricas, Pépticas, Helicobacter pylori e Vagotomia: as úlceras gástricas são lesões abertas da mucosa gástrica, ao passo que as úlceras pépticas são lesões da mucosa do canal pilórico, ou, na maioria das vezes, do duodeno. A maioria das ulceras do estômago e duodeno está associado à infecção por uma bactéria específica (H. Pylori). 
Tumor Gástrico: Quando o corpo ou parte pilórica do estomago contém um tumor, a massa pode ser palpável. Esse tipo de câncer é mais comum em homens. Usando a Gastroscopia os médicos podem analisar o estomago, observando as lesões gástricas e fazendo biopsias. A drenagem linfática do estomago e a impossibilidade de remoção dos linfonodos cria um problema cirúrgico. A remoção dos linfonodos aórticos e celíacos e aqueles em torno do pâncreas são difíceis. 
 
 
 INTESTINO DELGADO:
· Formado pelo duodeno, jejuno e íleo.
· Principal local de absorção de nutrientes dos alimentos ingeridos. 
· Estende-se do piloro até a junção ileocecal, onde o íleo une-se ao ceco (a primeira parte do intestino grosso). A parte pilórica do estômago esvazia-se no duodeno, sendo a admissão duodenal controlada pelo piloro.
DUODENO
· 1ª e mais curta (25 cm) parte do intestino delgado, também é a mais larga e mais fixa. 
· Segue um trajeto em formato de C ao redor da cabeça do pâncreas. 
· Começa no piloro no lado D e termina na flexura (junção) duodenojejunal (nível de L2) no lado E. A junção duodenojejunal forma um ângulo agudo, a flexura duodenojejunal. 
· A maior parte do duodeno está fixada pelo peritônio. É parcialmente retroperitoneal.
· É dividido em 4 partes: 
1. Parte Superior: situada anterolateralmente ao corpo da vertebra L1. Seus 2 primeiros cm tem mesentério e são móveis, é a ampola (bulbo duodenal); os 3cm não possui mesentério e são imóveis pq são retroperitoneais. Ascende a partir do piloro e é superposta pelo fígado e pela vesícula biliar. O peritônio cobre sua face anterior, mas não há peritônio posteriormente, com exceção da ampola. A parte proximal tem o ligamento hepatoduodenal (parte do omento menor) fixado superiormente e o omento maior fixado inferiormente. No seu 1ºcm tem um grupo de células especializadas, denominadas células de Brünner, cuja função é a secreção de bicarbonato, que serve para ajudar a inativar o ácido que veio do estômago.
2. Parte Descendente: Mais longa (7 a 10 cm), desce ao longo das faces direitas das vértebras L1 a L3. Segue inferiormente, curvando-se ao redor da cabeça do pâncreas. Os ductos colédoco e pancreático principal entram em sua parede posteromedial. Esses ductos geralmente se unem para formar a ampola hepatopancreática, que se abre em uma eminência, chamada papila maior do duodeno (aonde sai a secreção alcalina -bile, para tamponar o ác clorídrico), localizada posteromedialmente na parte descendente do duodeno. É totalmente retroperitoneal. 
3. Parte Inferior (horizontal): 6 a 8 cm de comprimento, cruza a vértebra L3. Superiormente a ela está a cabeça do pâncreas e seu processo uncinado. A face anterior da parte horizontal é coberta por peritônio, exceto na parte em que é cruzada pelos vasos mesentéricos superiores e pela raiz do mesentério. Posteriormente, é separada da coluna vertebral pelo músculo psoas maior direito, VCI, aorta e vasos testiculares ou ováricos direitos.
4. Parte Ascendente: Curta (5 cm), começa à esquerda da vértebra L3 e segue superiormente até a margem superior da vértebra L2. Segue superiormente e ao longo do lado E da aorta para alcançar a margem inferior do corpo do pâncreas. Aí, ela se curva anteriormente para se unir ao jejuno na flexura duodenojejunal, sustentada pela fixação de um músculo suspensor do duodeno (ligamento de Treitz). Esse músculo é formado por uma alça de músculo esquelético do diafragma e uma faixa fibromuscular de músculo liso da terceira e quarta partes do duodeno. A contração desse músculo alarga o ângulo da flexura duodenojejunal, facilitando o movimento do conteúdo intestinal. O músculo suspensor do duodeno passa posteriormente ao pâncreas e à veia esplênica e anteriormente à veia renal esquerda.
Vascularização: As artérias do duodeno originam-se do tronco celíaco e da artéria mesentérica superior. Artéria gastroduodenal e seu ramo (artéria pancreaticoduodenal superior), supre a parte do duodeno proximal à entrada do ducto colédoco na parte descendente do duodeno. Artéria Mesentérica superior e seu ramo (Artéria pancreaticoduodenal inferior), supre o duodeno distal à entrada do ducto colédoco. As artérias pancreaticoduodenais situam-se na curvatura entre o duodeno e a cabeça do pâncreas e irrigam as duas estruturas. A anastomose das artérias pancreaticoduodenais superior e inferior ocorre entre a entrada do ducto biliar (colédoco) e a junção das partes descendente e inferior do duodeno. Na parte proximal, estendendo-se oralmente (em direção à boca) até inclusive a parte abdominal do esôfago, o sistema digestório é irrigado pelo tronco celíaco; na região distal, (afastando-se da boca) até a flexura esquerda do colo, o sangue provém da AMS. 
Drenagem: As veias do duodeno acompanham as artérias e drenam para a veia porta, algumas diretamente e outras indiretamente, pelas veias mesentérica superior e esplênica.
Drenagem Linfática: Os vasos linfáticos anteriores drenam para os linfonodos pancreaticoduodenais, localizados ao longo das artérias pancreaticoduodenais superior e inferior, e para os linfonodos pilóricos, situados ao longo da artéria gastroduodenal. Os vasos linfáticosposteriores seguem posteriormente à cabeça do pâncreas e drenam para os linfonodos mesentéricos superiores. Os vasos linfáticos eferentes dos linfonodos duodenais drenam para os linfonodos celíacos.
Inervação: derivam do nervo vago e dos nervos esplâncnicos (abdominopélvicos) maior e menor por meio dos plexos celíaco e mesentérico superior. Os nervos seguem para o duodeno via plexos periarteriais que se estendem até as artérias pancreaticoduodenais (ver também “Resumo da inervação das vísceras abdominais”, mais adiante).
JEJUNO E ÍLEO
· O jejuno (2ª parte do intestino delgado), começa na flexura duodenojejunal, onde o sistema digestório volta a ser intraperitoneal.
· O íleo (3ª parte do intestino delgado), termina na junção ileocecal, a união da parte terminal do íleo e o ceco. 
· Juntos, o jejuno e o íleo têm 6 a 7 m de comprimento.
· A maior parte do jejuno está situada no quadrante superior esquerdo (QSE) do compartimento infracólico, ao passo que a maior parte do íleo está no quadrante inferior direito (QID).
· A parte terminal do íleo geralmente está na pelve, de onde ascende, terminando na face medial do ceco.
· Mesentério é uma prega de peritônio que fixa o jejuno e o íleo à parede posterior do abdome. A origem ou raiz do mesentério tem direção oblíqua, inferior e para a direita. Estende-se da flexura duodenojejunal no lado esquerdo da vértebra L II até a junção ileocólica e a articulação sacroilíaca direita. O comprimento médio do mesentério, desde a raiz até a margem do intestino, é de 20 cm. A raiz do mesentério cruza (sucessivamente) as partes ascendente e horizontal do duodeno, parte abdominal da aorta, VCI, ureter direito, músculo psoas maior direito e vasos testiculares ou ováricos direitos. Entre as duas camadas do mesentério estão os vasos mesentéricos superiores, linfonodos, uma quantidade variável de gordura e nervos autônomos.
Vascularização: artéria mesentérica superior (AMS) irriga o jejuno e o íleo via artérias jejunais e ileais. A AMS origina-se da parte abdominal da aorta no nível da vértebra L I e segue entre as camadas do mesentério, enviando 15 a 18 ramos para o jejuno e o íleo. As artérias se unem para formar alças ou arcos, chamados arcos arteriais, que dão origem a artérias retas, denominadas vasos retos.
Drenagem: veia mesentérica superior drena o jejuno e o íleo, termina posteriormente ao colo do pâncreas, onde se une à veia esplênica para formar a veia porta.
Drenagem Linfática: Os vasos linfáticos especializados nas vilosidades intestinais que absorvem gordura são denominados lactíferos. Eles drenam seu líquido leitoso para os plexos linfáticos nas paredes do jejuno e do íleo. Por sua vez, os vasos lactíferos drenam para os vasos linfáticos entre as camadas do mesentério. No mesentério, a linfa atravessa sequencialmente três grupos de linfonodos: Linfonodos justaintestinais (localizados perto da parede intestinal); Linfonodos mesentéricos (dispersos entre os arcos arteriais); Linfonodos centrais superiores (localizados ao longo da parte proximal da MAS). Os vasos linfáticos eferentes dos linfonodos mesentéricos drenam para os linfonodos mesentéricos superiores. Os vasos linfáticos da parte terminal do íleo seguem o ramo ileal da artéria ileocólica até os linfonodos ileocólicos.
Inervação: As fibras simpáticas nos nervos para o jejuno e o íleo originam-se nos segmentos T8 a T10 da medula espinal e chegam ao plexo mesentérico superior por intermédio dos troncos simpáticos e nervos esplâncnicos (maior, menor e imo) torácicos abdominopélvicos. (As fibras simpáticas pré-ganglionares fazem sinapse nos corpos celulares dos neurônios simpáticos pós-ganglionares nos gânglios celíaco e mesentérico superior). As fibras parassimpáticas nos nervos para o jejuno e íleo provêm dos troncos vagais posteriores. (As fibras parassimpáticas pré-ganglionares fazem sinapse com os neurônios parassimpáticos pós-ganglionares nos plexos mioentérico e submucoso na parede intestinal). 
OBS: A estimulação simpática reduz a atividade peristáltica e secretora do intestino e atua como um vasoconstritor, reduzindo ou interrompendo a digestão e disponibilizando sangue (e energia) para “fugir ou lutar”. A estimulação parassimpática aumenta a atividade peristáltica e secretora do intestino, restaurando o processo de digestão após uma reação simpática. O intestino delgado também tem fibras sensitivas (aferentes viscerais). O intestino é insensível à maioria dos estímulos dolorosos, inclusive incisão e queimadura; entretanto, é sensível à distensão que é percebida como cólica (dor abdominal espasmódica).
 
INTESTINO GROSSO:
· Local de absorção de água para formação de fezes semissólidas que são temporariamente armazenadas e acumuladas para a excreção.
· É formado pelo ceco; apêndice vermiforme; colos ascendente, transverso, descendente e sigmoide; reto e canal anal.
· Os colos circundam o intestino delgado. 
· Pode ser distinguido do intestino delgado por: 
· Apêndices omentais do colo: projeções pequenas, adiposas, semelhantes ao omento .
· Tênias do colo: faixas espessas de músculo liso que representam a maior parte da camada longitudinal. Seguem por todo o intestino grosso. Sua contração tônica encurta a parte da parede associada, o colo adquire uma aparência sacular ou “de bolsas” entre as tênias, formando as saculações. São 3 faixas longitudinais distintas: tênia mesocólica (à qual se fixam os mesocolos transverso e sigmoide); tênia omenta (à qual se fixam os apêndices omentais); e tênia livre (à qual não estão fixados mesocolos nem apêndices omentais).
· Saculações: saculações da parede do colo entre as tênias
· Calibre (diâmetro interno) muito maior.
CECO 
· 1ª parte do intestino grosso; é contínuo com o colo ascendente. 
· É uma bolsa intestinal cega, que mede aproximadamente 7,5 cm.
· Situa-se na fossa ilíaca do quadrante inferior direito do abdome, inferiormente à sua junção com a parte terminal do íleo.
· Quando distendido por fezes ou gases, o ceco pode ser palpável através da parede anterolateral do abdome. 
· Situado a 2,5 cm do ligamento inguinal; é quase totalmente revestido por peritônio. Mas não tem mesentério. 
· Costuma estar ligado à parede lateral do abdome por uma ou mais pregas cecais de peritônio. A parte terminal do íleo entra no ceco obliquamente e invagina-se em parte para o seu interior.
· Na dissecção, o óstio ileal entra no ceco entre os lábios ileocólico e ileocecal (superior e inferior), pregas que se encontram lateralmente e formam cristas chamadas de frênulos do óstio ileal. O óstio é fechado por contração tônica, apresentando-se como uma papila ileal no lado cecal. A papila atua como uma válvula unidirecional relativamente passiva, que impede o refluxo do ceco para o íleo quando houver contrações para impulsionar o conteúdo para o colo ascendente e colo transverso.
· Vascularização: artéria ileocólica (ramo terminal da MAS).
· Drenagem: veia ileocólica (tributária da VMS).
· Drenagem Linfática: segue até os linfonodos no mesoapêndice e até os linfonodos ileocólicos situados ao longo da artéria ileocólica. Os vasos linfáticos eferentes seguem até os linfonodos mesentéricos superiores.
· Inervação: provém dos nervos simpáticos e parassimpáticos do plexo mesentérico superior. As fibras nervosas simpáticas originam-se na parte torácica inferior da medula espinal, e as fibras nervosas parassimpáticas provêm dos nervos vagos.
APÊNDICE VERMIFORME
· É um divertículo intestinal cego (6 a 10 cm) que contém massas de tecido linfoide.
· Origina-se na face posteromedial do ceco, inferiormente à junção ileocecal.
· Sua posição é variável, mas geralmente é retrocecal. 
· Tem um mesentério triangular curto, o mesoapêndice, originado da face posterior do mesentério da parte terminal do íleo. O mesoapêndice fixa-se ao ceco e à parte proximal do apêndice vermiforme.
· Vascularização: artéria apendicular (ramo da artéria ileocólica).
· Drenagem: veia ileocólica (tributária da VMS).
· Drenagem Linfática: segue até os linfonodos no mesoapêndice e até os linfonodos ileocólicossituados ao longo da artéria ileocólica. Os vasos linfáticos eferentes seguem até os linfonodos mesentéricos superiores.
· Inervação: provém dos nervos simpáticos e parassimpáticos do plexo mesentérico superior. As fibras nervosas simpáticas originam-se na parte torácica inferior da medula espinal, e as fibras nervosas parassimpáticas provêm dos nervos vagos. As fibras nervosas aferentes do apêndice vermiforme acompanham os nervos simpáticos até o segmento T10 da medula espinal.
COLO ASCENDENTE
· É a 2ª parte do intestino grosso. Segue para cima na margem direita da cavidade abdominal, do ceco até o lobo hepático direito, onde vira para a esquerda na flexura direita do colo (flexura hepática). Essa flexura situase profundamente às costelas IX e X e é superposta pela parte inferior do fígado.
· Coberto por peritônio anteriormente e nas suas laterais; mas tem um mesentério curto em aproximadamente 25% das pessoas. 
· É separado da parede anterolateral do abdome pelo omento maior. 
· Há o sulco paracólico direito (revestido por peritônio parietal), situa-se entre a face lateral do colo ascendente e a parede adjacente do abdome.
· Vascularização: provém de ramos da AMS, as artérias ileocólica e cólica direita. Essas artérias anastomosam-se entre si e com o ramo direito da artéria cólica média para formar um canal arterial contínuo, o arco justacólico (artéria marginal). Essa artéria é paralela ao colo e acompanha todo seu comprimento perto de sua margem mesentérica.
· Drenagem: segue por meio de tributárias da VMS, as veias cólica direita e ileocólica.
· Drenagem Linfática: segue 1º até os linfonodos epicólicos e paracólicos, perto dos linfonodos cólicos direitos intermediários e ileocólicos, e daí para os linfonodos mesentéricos superiores.
· Inervação: derivada do plexo mesentérico superior. 
COLO TRANSVERSO
· 3ª parte do intestino grosso, a mais longa e mais móvel.
· Atravessa o abdome da flexura direita do colo até a flexura esquerda do colo, onde se curva para baixo e dá origem ao colo descendente. 
· Situa-se anteriormente à parte inferior do rim esquerdo e fixa-se ao diafragma através do ligamento frenocólico. 
· A raiz do mesocolo transverso situa-se ao longo da margem inferior do pâncreas e permite livre movimento a essa região, sendo sua posição variável ao biotipo. 
· Sua posição é variável, geralmente pendendo até o nível do umbigo (nível da L3). 
· Vascularização: artéria cólica média (ramo da AMS), mas tbm pode receber sangue das artérias cólicas direita e média através de anastomoses (arco justacólico – art marginal). 
· Drenagem: pela VMS.
· Drenagem Linfática: se dá para os linfonodos cólicos médios, que, por sua vez, drenam para os linfonodos mesentéricos superiores.
· Inervação: plexo mesentérico superior via plexos periarteriais das artérias cólicas direita e média. Esses nervos conduzem fibras nervosas simpáticas, parassimpáticas (vagais) e aferentes viscerais.
COLO DESCENDENTE
· Ocupa posição secundariamente retroperitoneal entre a flexura esquerda do colo e a fossa ilíaca esquerda, onde é contínua com o colo sigmoide. 
· Peritônio cobre o colo anterior e lateralmente e o liga à parede posterior do abdome.
· Embora retroperitoneal, o colo descendente, sobretudo na fossa ilíaca, tem mesentério curto em aproximadamente 33% das pessoas.
· Como o colo ascendente, o colo descendente tem um sulco paracólico (o esquerdo) em sua face lateral.
COLO SIGMÓIDE
· Sua alça em forma de S com comprimento variável, une o colo descendente ao reto.
· Estende-se da fossa ilíaca até S3, onde se une ao reto. 
· O fim das tênias do colo, a aproximadamente 15 cm do ânus, indica a junção retossigmoide.
· Possui mesentério longo (mesocolo sigmoide) e com grande movimentação. 
· A raiz do mesocolo sigmoide tem fixação em formato de V invertido.
· Os apêndices omentais do colo sigmoide são longos; desaparecem qnd o mesocolo sigmoide termina. As tênias do colo também desaparecem quando o músculo longitudinal na parede do colo se alarga para formar uma camada completa no reto.
· Vascularização: irrigação arterial do colo descendente e do colo sigmoide provém das artérias cólica esquerda e sigmóidea, ramos da AMI. As artérias sigmóideas se dividem em ramos ascendentes e descendentes. O ramo superior da artéria sigmóidea superior anastomosa-se com o ramo descendente da artéria cólica esquerda, assim formando uma parte da artéria marginal. OBS: AMS que irriga a parte oral (proximal) à flexura (derivado do intestino médio embrionário), e a AMI que irriga a parte aboral (distal) à flexura (derivada do intestino posterior embrionário).
· Drenagem: drenagem venosa do colo descendente e do colo sigmoide é feita pela VMI, geralmente fluindo para a veia esplênica e, depois, para a veia porta em seu trajeto até o fígado.
· Drenagem Linfática: do colo descendente e do colo sigmoide é conduzida por vasos que seguem até os linfonodos epicólicos e paracólicos e depois através dos linfonodos cólicos intermediários ao longo da artéria cólica esquerda. A linfa desses linfonodos segue para os linfonodos mesentéricos inferiores situados ao redor da AMI. Entretanto, a linfa proveniente da flexura esquerda do colo também pode drenar para os linfonodos mesentéricos superiores.
· Inervação: A inervação simpática dos colos descendente e sigmoide provém da parte lombar do tronco simpático via nervos esplâncnicos lombares (abdominopélvicos), do plexo mesentérico superior e dos plexos periarteriais que acompanham a AMI e seus ramos. A inervação parassimpática provém dos nervos esplâncnicos pélvicos através do plexo e nervos hipogástricos (pélvicos) inferiores. 
RETO E CANAL ANAL
· Reto é a parte terminal fixa (basicamente retroperitoneal e subperitoneal) do intestino grosso. É contínuo com o colo sigmoide no nível de S3. 
· A junção ocorre na extremidade inferior do mesentério do colo sigmoide.
· O reto é contínuo inferiormente com o canal anal.
· Vascularização: artéria retal superior irriga a parte proximal (ramo da AMI), artérias retais médias direita e esquerda irrigam as outras partes e as artérias retais inferiores suprem a região anorretal e o canal anal.
· Drenagem: pelas veias retais superiores, médias e inferiores.
CORRELAÇÕES CLÍNICAS:
Dor Visceral Referida: a dor é uma sensação desagradável associada à lesão tecidual real ou potencial e mediada por fibras nervosas específicas para o encéfalo, onde sua avaliação consciente pode ser modificada. A dor orgânica originada de um órgão como o estômago varia de difusa a intensa; entretanto, a dor é mal localizada. Irradia-se até o nível do dermátomo, que recebe fibras aferentes viscerais do órgão relacionado. A dor referida visceral de uma úlcera gástrica, por ex, é referida na região epigástrica pq o estômago é suprido por fibras aferentes de dor que chegam aos gânglios sensitivos dos nervos espinais T7 e T8 e a segmentos da medula espinal via nervo esplâncnico maior.
Colite, Colectomia, Ileostomia e Colostomia: A inflamação crônica do colo (colite ulcerativa, doença de Crohn) é caracterizada por inflamação intensa e ulceração do colo e do reto. Em alguns casos é realizado a colectomia, na qual são removidos a parte terminal do íleo e o colo, bem como o reto e canal anal. Em seguida, é construída uma ileostomia para estabelecer uma abertura entre o íleo e a pele da parede anterolateral do abdome. A extremidade do íleo é exteriorizada e suturada à periferia de uma abertura na parede anterolateral do abdome para permitir a saída de seu conteúdo. Após a colectomia parcial, é feita uma colostomia ou sigmoidostomia para criar uma abertura cutânea artificial para a parte terminal do colo. 
Colonoscopia: O interior do colo pode ser observado através de um endoscópio de óptica inserido através do ânus e reto. Isso facilita a biópsias ou retirada de pólipos. A maioria dos tumores do intestino grosso ocorre no colo sigmoide e no reto.
Vólvulo do Colo Sigmoide: A rotação e a torção da alça móvel do colo sigmoide e do mesocolo (o vólvulo do colo sigmoide) resulta em obstrução do lúmene do colo descendente de qualquer parte do colo sigmoide proximal ao segmento torcido. Há constipação e isquemia da alça do colo sigmoide, que pode evoluir para impactação fecal (acúmulo irremovível de fezes comprimidas ou endurecidas) do colo e possível necrose do segmento acometido, se não for tratado. 
Hérnias Paraduodenais: alças de intestino que entram nas pregas e recessos ao redor da flexura duodenojejunal e causam estrangulamento.
Úlceras Duodenais: erosões inflamatórias na mucosa duodenal a 3cm do piloro. Pode perfurar a parede e causar peritonite (extravasamento de conteúdo na cavidade peritoneal).
Diverticulose: falsos divertículos (evaginações externas da mucosa do colo) ao longo do intestino que podem causar infecção e sua ruptura leva a diverticulite.
Pilorospasmo: caracterizado pela incapacidade do relaxamento do esfíncter pilórico, havendo dificuldade para passagem do alimento ao duodeno.

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