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Material de Apoio - Direito Tributário (Prof Guilherme Pedrozo)

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Prévia do material em texto

DIREITO TRIBUTÁRIO
Prof. Guilherme Pedrozo
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1 
 
 1 - TRIBUTO 
 
Ao iniciarmos o estudo do direito tributário, parte material, compreende-se 
necessário estudar o conceito de tributo e suas repercussões frente a matéria 
que será objeto de análise na presente obra. 
 
Leciona o artigo 3º do CTN que tributo é: 
 
 
 
Diante do referido acima exposto, compreende-se que tributo é toda 
prestação pecuniária compulsória, ou seja, uma vez prevista em norma criada 
pelo respectivo ente competente, ocorrendo o fato gerador e sem qualquer 
dispensa prevista na Constituição Federal (imunidades) ou em norma 
infraconstitucional (isenções ou convênios), terei de pagar tributo. Diante disto, o 
pagamento de tributo é obrigatório, compulsório. 
 
Outrossim o pagamento do referido tributo previsto em norma deverá ser 
realizado, via de regra, em dinheiro. Entretanto o próprio Código Tributário 
Nacional faculdade a possibilidade de pagamento de tributo mediante a dação 
em pagamento de bem imóvel, uma vez presente tal opção nas formas de 
extinção do crédito tributário. 
 
 
 
Mas questiona-se: será sempre possível realizar a extinção do crédito 
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, 
em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não 
constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada 
mediante atividade administrativa plenamente 
i l d 
Art. 156. Extinguem o crédito tributário: 
(...) 
XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma 
e condições estabelecidas em lei. (Incluído pela LCP nº 
104, de 2001). 
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2 
 
tributário, ou seja, o pagamento mediante dação em pagamento de bem imóvel? 
A resposta é negativa. Somente poderá ser assim realizada mediante a existência 
de alguns requisitos e observações: 
*Esquema 
 
 
 
Entretanto, além do ponto acima exposto, pergunta-se: poderão os entes 
competentes criarem norma infranconstitucional que estabeleça novas formas 
de extinção do crédito tributário, como por exemplo, dação em pagamento de 
bem móvel? 
Mediante análise legalista e constitucionalista, compreende-se que não, 
visto que a Constituição Federal, no seu artigo 146, é bastante clara que as 
normas gerais de direito tributário somente poderão ser realizadas pela União, 
mediante lei complementar. 
Da Dação em Pagamento do bem
Lei específica
Do ente competente
Não gera direito adquirido
Art. 146. Cabe à lei complementar: 
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria 
tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e 
os Municípios; 
II - regular as limitações constitucionais ao poder de 
tributar; 
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação 
tributária, especialmente sobre: 
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, 
em relação aos impostos discriminados nesta 
Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases 
de cálculo e contribuintes; 
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e 
decadência tributários; 
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3 
 
 
 
Entretanto cabe ressaltar que o Supremo Tribunal Federal vem afirmando, 
mais precisando através da ADI 2.405-MC, que os entes competentes poderão 
criar novas formas de extinção desde que constitucionais. Igualmente, diante 
deste contexto fático, lecionou o mesmo tribunal superior (ADI 1.917) que não 
poderão os entes públicos criarem extinção do crédito tributário mediante dação 
em pagamento de móvel visto que estaria realizando-se fraude ao sistema 
licitatório, infrigindo assim o artigo 37, XXI da Constituição Federal. 
 
Ainda sobre o conceito de tributo leciona o artigo 3º do CTN que 
nenhum tributo poderá ter caráter sancionatório, ou seja, ser forma de punição a 
qualquer pessoa. Por esta razão, compreende-se que se alguém vende drogas, 
pratica o jogo do bicho ou realiza crime ambiental, para este jamais poderá ser 
criado um tributo como espécie de sanção ou punição pelo ato realizado. Sobre 
isto leciona com magnitude Ricardo Alexandre1: 
 
“Aqui, uma importantíssima observação. O dever de 
pagar tributo – conforme será detalhado em momento 
oportuno 
– surge com a ocorrência, no mundo concreto, de uma 
hipótese abstratamente prevista em lei (o fato gerador). 
Portanto, se alguém obtém disponibilidade econômica 
ou jurídica de rendimentos, passa a ser devedor do 
 
1 ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 8. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São 
Paulo: MÉTODO, 2014. Página 72. 
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo 
praticado pelas sociedades cooperativas. 
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido 
para as microempresas e para as empresas de pequeno 
porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no 
caso do imposto previsto no art. 155, II, das 
contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da 
contribuição a que se refere o art. 239. 
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4 
 
imposto de renda (CTN, art. 43), mesmo se esses 
rendimentos forem oriundos de um ato ilícito, ou até 
criminoso, como a corrupção, o tráfico ilícito de 
entorpecentes etc. A 
justificativa para o entendimento é que, nesses casos, 
não se está punindo o ato com o tributo (a punição 
ocorrerá na esfera penal e, se for o caso, na 
administrativa e civil). A cobrança ocorre porque o fato 
gerador (obtenção de rendimentos) aconteceu e deve 
ser interpretado abstraindo-se da validade jurídica dos 
atos praticados (CTN, art. 118, I).” 
 
Mas, importante dizer que os frutos oriundos da atividade ilícita poderão 
ser tributados, visto que na forma do artigo 118, I do Códito Tributário Nacional 
vou abstrair a validade dos fatos jurídicos praticados pelo contribuinte. Logo para 
o direito tributário, aplicamos o princípio da pecunia non olet, ou seja, o dinheiro 
não tem cheiro. 
 
 
 
Diante disto muito embora não seja tributado o ato de comercializar 
drogas ou apontar jogo do bicho, os frutos e/ou rendas auferidas com a 
realização de tais atos, será tributada normalmente. 
 
Por fim, vale ressaltar que nenhum tributo será pago, sem lei que o 
estabeleça, atendendo ao princípio máximo da legalidade estrita na forma do 
artigo 150, I da Constituição Federal, bem como o administrador público deverá 
analisar objetivamente o que contido na norma (vinculação total) para tributar o 
Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada 
abstraindo-se: 
I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados 
pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem 
como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; 
II - dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos. 
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5 
 
contribuinte, não podendo assim realizar nenhum ato discricionário para à 
cobrança do mesmo. 
 
Depois de compreendermos o que é tributo, resta alertar sobre quais são 
as espécies de tributo que os entes competentes poderão criar. Assim diante 
desta análise, devemos compreender que tributo é um gênero onde apresentam-
se 5 (cinco) espécies tributárias: impostos, taxas, contribuições de melhoria, 
contribuições especiais e empréstimos compulsórios. 
 
 
 
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6 
 
2 – COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 
Mas afinal de contas, quem poderá criar o que compreendemos de 
tributo? Lembre-se que a Constituição Federal não criará nenhum tributo ou fará 
sua exigência, mas tão somente a nossa Carta Mãe entregará poderes para que 
os respectivos entes competentes (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) 
venham a criar as espécies de tributo. Leciona sobre isto Ricardo Alexandre2: 
 
“A Constituição Federal não cria tributos, apenas atribui 
competência para que os entes políticos o façam. Da 
mesma forma que os penalistas dizem que nãohá crime 
sem lei anterior que o defina, pode-se afirmar que não 
há tributo sem lei anterior que o defina. Assim, apesar 
de a Constituição Federal atribuir à União a competência 
para a criação do imposto sobre grandes fortunas (art. 
153, VII), a inércia legislativa faz com que esse tributo 
não exista no atual ordenamento jurídico. Enfim, para 
que sejam criados tributos, o ente tributante deve editar 
lei (ou ato normativo de igual hierarquia, diga-se, Medida 
Provisória) instituindo-os abstratamente, ou seja, 
definindo seus fatos geradores, bases de cálculo, 
alíquotas e contribuintes.” 
 
Antes de citar quais tipos de tributos os entes poderão criar, importante dizer 
sobre as características da competência tributária. 
 
a) Indelegável: nenhum ente poderá transferir a sua competência de 
criar e/ou majorar tributo para outro ente competente. 
 
 
2 ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 8. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São 
Paulo: MÉTODO, 2014. Página 106. 
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7 
 
 
 
 
Entretanto, muito embora indelegável a competência tributária, a 
capacidade ativa tributária poderá ser delegada para outra pessoa jurídica de 
direito público. Mas do que trata-se a capacidade ativa tributária? Exercer a 
capacidade ativa tributária não compreende-se o exercício da competência de 
criar e/ou majorar, mas sim o exercício administrativo de fiscalizar, executar as 
normas e arrecadar tributo em nome do ente competente. Leia-se os clássicos 
exemplos do ITR e IR Retido na Fonte. 
 
Também é importante dizer sobre a delegação da capacidade ativa 
tributária que somente e tão exclusivamente o ato de arrecadação poderá ser 
delegado para outra pessoa jurídica de direito privado na forma do artigo 7º, §3º 
do CTN. 
 
b) Facultativa: o ente competente e assim compreendido na forma do 
pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do 
§ 3º do artigo 18 da Constituição. 
§ 1º A atribuição compreende as garantias e os 
privilégios processuais que competem à pessoa jurídica 
de direito público que a conferir. 
§ 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, 
por ato unilateral da pessoa jurídica de direito público 
que a tenha conferido. 
§ 3º Não constitui delegação de competência o 
cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo 
ou da função de arrecadar tributos. 
Art. 8º O não-exercício da competência tributária não a 
defere a pessoa jurídica de direito público diversa 
daquela a que a Constituição a tenha atribuído. 
Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo 
atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar 
tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões 
administrativas em matéria tributária, conferida por uma 
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8 
 
texto constitucional somente criará o tributo de sua competência de assim 
desejar. Veja o que diz o artigo 145 da Constituição, onde refere-se claramente 
em poderão: 
 
 
 
Mas e se o exercício da competência tributária não for realizado? Muito 
embora defenda-se sua facultatividade, já existe posição de tribunal superior 
informando que o ente competente que abre mão de receitas, terá a penalidade 
da vedação das transferências voluntárias na forma da lei complementar 
101/2000. 
 
 
 
c) Irrenunciável: nenhum ente poderá abrir mão e/ou renunciar a 
competência tributária para qualquer outro ente ou pessoa jurídica, seja pública 
ou privada. 
 
d) Inalterável: a competência tributária não poderá ser alterada mediante 
norma infranconstitucional, podendo sim ser alterada mediante emenda 
constitucional. 
 
Após analisada as características da competência tributária, temos de 
saber quais são os tributos que os entes (União, Estados, DF e Municípios) 
poderão criar conforme texto constitucional. 
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios poderão instituir os seguintes tributos (...) 
Art. 11. Constituem requisitos essenciais da 
responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão 
e efetiva arrecadação de todos os tributos da 
competência constitucional do ente da Federação. 
Parágrafo único. É vedada a realização de 
transferências voluntárias para o ente que não observe 
o disposto no caput, no que se refere aos impostos. 
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9 
 
União
Impostos
Imposto de Importação
Imposto de Exportação
Imposto de Renda
Imposto Territorial Rural
Imposto sobre Operações Financeiras
Imposto sobre Grandes Fortunas
Imposto sobre Produtos Industrializados
Imposto Extraordinário Guerra
Imposto Residual
Taxa
Contribuição de 
melhoria 
Contribuições 
especiais
Contribuições Sociais
Contribuição Previdenciária de Servidor
Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico
Contribuição de Categoria ProfissionalEmpréstimo 
compulsório
*Esquema 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Das competências acima expostas da União, duas questões são 
extremamente importantes e tem recorrência em provas: será sempre e somente 
da União a competência para criar novos tipos de impostos (os chamados 
residuais) e novas contribuições sociais residuais. E tudo isto, mediante tão 
somente lei complementar. 
Art. 154. A União poderá instituir: 
I - mediante lei complementar, impostos não previstos 
no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e 
não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos 
discriminados nesta Constituição. 
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a 
sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, 
mediante recursos provenientes dos orçamentos da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, e das seguintes contribuições sociais: (Vide 
Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
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10 
 
Estados
Impostos
Imposto sobre Propriedade veicular
Imposto Transmissão Causa Mortis ou Doação
Taxa
Contribuição de 
Melhoria
Contribuições 
Especiais Contribuição Previdenciária de Servidor
 
 
Após análise da competência da União, vejamos a competência do Distrito 
Federal. 
*Esquema 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vale dizer que na forma do artigo 155 e 147 da Constituição Federal que o 
Distrito Federal terá competência cumulativa dos Estados e dos Municípios. 
Já os Estados poderão criar os seguintes tributos na forma do artigo 155 da 
Constituição Federal: 
*Esquema 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a 
garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, 
obedecido o disposto no art. 154, I. 
Distrito Federal
Impostos
Imposto Predial Territorial Urbano
Imposto Transmissão de Bens Imóveis
Imposto sobre Serviços
Imposto sobre Propriedade Veicular
Imposto Transmissão Causa Mortis ou Doação
Taxa
Contribuição de 
melhoria
Contribuições 
especiais
Contribuição Previdenciária de Servidor
Contribuição sobre Custeio de Iluminação Pública
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11 
 
Por fim, os Municípios na forma do artigo 156 da Constituição Federal 
poderão criar os seguintes tributos: 
 *Esquema 
 
 
 
Ainda, no que tange a competência para os mais variados tributos, faço-
me uso da tabela retirada do livro Direito Tributário Esquematizado, do Professor 
Ricardo Alexandre3: 
*Esquema 
 
CLASSIFICAÇÃO ESPÉCIES DEFINIÇÃO EXEMPLOS 
Quanto à 
competência 
impositiva 
Federais Criados 
privativamente 
pela União 
II; IE; IR; IPI; 
ITR; IOF; IGF 
Estaduais Criados 
privativamente 
pelos Estados e pelo 
DF 
ITCMD; ICMS; 
IPVA 
 
3 ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 8. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: 
MÉTODO, 2014. Página 237. 
Municípios
Impostos
Imposto Predial 
Territorial Urbano
Imposto 
Transmissão Bens 
Imóveis
Imposto Sobre 
ServiçosTaxas
Contribuiçãode 
melhorias
Contribuições 
especiais
Contribuição 
Previdenciária de 
Servidor
Contribuição sobre 
Custeio de 
Iluminação Pública
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12 
 
Municipais Criados 
privativamente 
pelos Municípios e 
pelo 
DF 
IPTU; ITBI; ISS 
Quanto ao 
exercício da 
competência 
Privativos A competência para 
criação é atribuída a 
determinado ente 
com caráter de 
exclusividade 
Impostos; 
empréstimos 
compulsórios; 
contribuições 
especiais 
Comuns A competência 
para criação é 
atribuída 
indiscriminadame
nte a 
todos os entes 
políticos 
Taxas e contribuições 
de melhoria 
 
Residuais A Constituição 
atribui à União 
competência para 
criar tributos não 
previstos 
ordinariamente 
Novos impostos e 
novas contribuições 
para a seguridade 
social 
 
Fiscais Finalidade 
arrecadatória 
IR; IGF; IPVA; ICMS; 
ITCMD; IPTU; ITBI; 
ISS; IEG; 
empréstimos 
compulsórios 
Quanto à finalidade 
Extrafiscais Finalidade 
interventiva 
II; IE; IPI, IOF; 
ITR; CIDE 
 Parafiscais Finalidade de 
arrecadar 
para atividades 
específicas 
Contribuições 
sociais e corporativas 
 
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13 
 
 
Quanto à 
possibilidade de 
repercussão 
Diretos Oneram 
diretamente a 
pessoa definida 
como sujeito 
passivo (não 
permitem a 
repercussão) 
IR; ITR; IPTU 
Quanto à 
hipótese de 
incidência 
Vinculados Cobrança 
depende de 
atividade estatal 
específica 
relativa ao 
contribuinte 
Taxas e contribuições 
de melhoria 
Não 
vinculados 
Cobrança 
independe de 
atividade estatal 
específica relativa 
ao 
contribuinte 
Impostos 
Quanto ao 
destino da 
arrecadação 
De 
arrecadaçã
o vinculada 
Os recursos 
arrecadados 
somente podem ser 
utilizados em 
atividades 
determinadas 
Empréstimos 
compulsórios; CPMF; 
custas e 
emolumentos 
De 
Arrecadação 
não 
vinculada 
Os recursos 
arrecadados 
podem ser utilizados 
em qualquer 
despesa 
prevista no 
orçamento 
Impostos 
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14 
 
Indiretos Oneram pessoa 
diferente daquela 
definida como sujeito 
passivo (permitem a 
repercussão) 
ICMS; ISS; IPI; IOF 
Quanto aos 
aspectos 
subjetivos e 
objetivos da 
hipótese de 
incidência 
Reais Incidem 
objetivamente sobre 
coisas, desprezando 
aspectos 
subjetivos 
IPTU; ITR; 
ITCMD; IPI 
Pessoais Incidem de forma 
subjetiva,levando em 
consideração 
aspectos pessoais 
do sujeito passivo 
IR 
Quanto às bases 
econômicas 
tributadas 
Sobre o 
comércio 
exterior 
Incidem sobre as 
operações de 
importação 
e exportação 
II e IE 
Sobre o 
patrimônio e 
a renda 
Incidem sobre a 
propriedade de bens 
móveis ou imóveis e 
sobre o produto do 
capital, do trabalho 
ou da 
combinação de 
ambos 
ITR; IPTU; IPVA; IGF; 
IR 
Sobre a 
produção e 
a circulação 
Incidem sobre a 
circulação de bens 
ou valores e sobre a 
produção de bens 
ICMS; ISS; IPI; IOF 
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15 
 
3 – LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR - PRINCÍPIOS 
Para que o ente público, através dos seus poderes constituídos, exerça a 
sua competência tributária será necessário balizar suas atividades nas limitações 
ao exercício do poder de tributar dispostos na Constituição Federal. Assim a 
nossa Carta Magna acaba pode ser uma espécie de filtro para o exercício da 
instituição e/ou majoração de tributos, servindo tais limitações assim 
precipuamente para a defesa dos contribuintes de qualquer tipo de cobrança 
arbitrária. 
 
Lembrando que tais limitações uma vez desrespeitadas irão gerar a 
inconstitucionalidade do ato ou da lei realizada pelo ente público competente. 
Ademais vale ressaltar que tais limitações dividem-se entre princípios e 
imunidades. 
 
3.1 – PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
Reza o artigo 150, I, da Constituição Federal que: 
 
 
 
Logo, conforme acima exposto, nenhum tributo poderá ser criado ou 
majorado sem lei que o estabeleça. Portanto, via de regra, somente o Poder 
Legislativo poderá criar ou majorar tributo, sempre mediante observação do 
devido processo legislativo. 
 
E o Poder Executivo, não poderá atuar na criação ou majoração de 
tributos? Obviamente que a Constituição Federal lhe reservou possibilidades, até 
como forma de controlar a economia e o mercado. Diante disto podemos afirmar 
que houve mitigação ao princípio da legalidade. 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas 
ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios: 
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; 
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16 
 
Poder Executivo -
Alterar alíquotas
Resolução 
Camex
Imposto 
Importação
Imposto 
Exportação
Decreto/Portaria
Imposto sobre 
Operações 
Financeiras
Imposto sobre 
Produtos 
Industrializados
a) 1ª Exceção ao Princípio da Legalidade: poderá o Poder Executivo da 
União mediante decreto, portaria ou resolução, alterar as alíquotas dos impostos 
(II, IE, IOF e IPI) abaixo descritos. Veja que alterar, a nossa acepção significa, 
majorar ou reduzir sem qualquer espécie de processo legislativo. 
*Esquema 
 
 
 
 
 
 
 
Importante ressaltar sobre a presente exceção que a Camex é o órgão de 
controle do comércio exterior do nosso país e está vinculada a administração 
pública federal, logo por esta razão lhe é possibilitada tal alteração de alíquotas. 
 
Ademais outro fato que pode-se questionar é da justificativa do porque é 
mitigado aqui o princípio da legalidade: tais impostos são extrafiscais, ou seja, 
servem para regular o mercado econômico. 
 
Por fim cabe dizer que tal possibilidade encontra-se respaldada em nosso 
texto constitucional no seu artigo 153,§1º da Constituição Federal: 
 
 
 
 
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: 
§ 1º É facultado ao Poder Executivo, atendidas as 
condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as 
alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e 
V 
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17 
 
b) 2ª Exceção ao Princípio da Legalidade: poderá o Poder Executivo 
igualmente por meio de decreto ou convênio, reduzir ou restabelecer as alíquotas 
de CIDE e ICMS Combustível. Mas por favor, não esqueça: aqui não trata-se de 
majoração, mas tão somente redução ou retornar o quanto era anteriormente as 
alíquotas. 
 
 
 
Sobre isto leciona Ricardo Alexandre4: 
 
“Com o advento da Emenda Constitucional 33/2001, 
foram previstas duas outras exceções ao princípio da 
legalidade no tocante a alterações de alíquotas. Ambas 
se referem à tributação de combustíveis. A primeira 
permite ao Poder Executivo reduzir e restabelecer as 
alíquotas da CIDE- combustíveis (o Presidente da 
República tem usado o Decreto como via normativa para 
o exercício da competência prevista no art. 177, § 4.º, I, 
b, da CF/1988). A segunda permite aos Estados e ao 
Distrito Federal, mediante convênio (realizado no âmbito 
do CONFAZ, conforme será estudado em momento 
oportuno), definir as alíquotas do ICMS-monofásico 
incidente sobre combustíveis definidos em Lei 
 
4 ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 8. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São 
Paulo: MÉTODO, 2014. Página 263. 
 
§ 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no 
domínio econômico relativa às atividades de importação 
ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás 
natural e seus derivados e álcool combustível deverá 
atender aos seguintes requisitos: (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 33, de 2001) 
I - a alíquota da contribuição poderá ser: (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 33, de 2001) 
b)reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, 
não se lhe aplicando o disposto no art. 150,III, b; 
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18 
 
Complementar (CF, art. 155, 
§ 4.º, IV).” 
 
 
c)3ª Exceção ao Princípio da Legalidade: poderá o Poder Executivo 
também por através de decreto, portaria, atualizar base de cálculo de tributo. Mas 
aqui é importante ressaltar: trata-se de mera atualização, recomposição da base, 
jamais podendo representar onerosidade ao contribuinte. 
Assim é importante também salientar que esta atualização deverá 
observar os limites estabelecidos pelos indexadores oficiais, ou seja, dentro de 
um máximo permitido observando-se estes índices. Tudo o que for superior aos 
indexadores, não poderá ser realizado pelo Poder Executivo, visto que tratar-se-
a de onerosidade, logo podendo ser realizado apenas por meio de lei. 
 
 
 
 
d) 4ª Exceção ao Princípio da Legalidade: poderá igualmente o Poder 
Executivo Federal mediante Medida Provisória criar ou majorar qualquer espécie 
tributária. Entretanto para que assim o faça terá de atender a dois requisitos: que 
o tributo possa ser criado por lei ordinária e que seja convertido em lei no mesmo 
ano de sua edição. 
 
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: 
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação 
da sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais 
oneroso. 
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do 
disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor 
tá i d ti b d ál l 
Súmula 160 STJ - É defeso, ao município, atualizar o 
IPTU, mediante decreto, em percentual superior ao 
índice oficial de correção monetária. 
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19 
 
Somente por Lei Complementar - Criação o Majoração
Imposto Residual - pela União - art. 154, I, da CF
Contribuição Social Residual - pela União - art. 195, §4º da CF
Empréstimo Compulsório - pela União - art. 148, da CF
Imposto sobre Grandes Fortunas - pela União - art. 153, VII, da CF
 
 
e) 5ª Exceção ao Princípio da Legalidade: poderá, por fim, o Poder 
Executivo alterar o prazo para pagamento de tributo por meio de decreto ou 
portaria. Compreende-se pela desnecessidade de norma visto tal matéria não 
está assim disposta no artigo 97 do CTN, ou seja, não sendo necessário lei para 
tal realização. 
Após vistos as exceções ao princípio da legalidade, pode-se questionar 
qual tipo de lei poderá instituir ou majorar tributo? Via de regra os tributos serão 
criados ou majorados mediante lei ordinária. 
Entretanto existem 4 exceções de tributos, estas pelas quais somente 
serão operacionalizadas (criadas ou majoradas) mediante Lei Complementar. 
Vale ressaltar que se apenas esta última espécie normativa citada poderá 
realizar, tais tributos não poderão ser criados igualmente por Medida Provisória. 
 
*Esquema 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente 
da República poderá adotar medidas provisórias, com 
força de lei, devendo submetê-las de imediato ao 
Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 32, de 2001) 
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou 
majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 
153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício 
financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até 
o último dia daquele em que foi editada. 
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20 
 
 
Outro ponto importante sobre o princípio da legalidade é sobre os 
incentivos ou benefícios fiscais. Na forma do artigo 150, §6º da Constituição 
Federal tais concessões somente poderão ser realizadas mediante lei, com 
exceção da isenção do ICMS que deverá ser realizada por meio de convênio na 
forma do artigo 155, §2º, XII, g, da Constituição Federal. 
 
Por fim, vale dizer ainda que se para criar ou majorar tributos será 
necessário norma legal, para sua extinção ou redução igualmente será 
necessário lei. Aplica-se aqui portanto o paralelismo de formas, ou seja, preciso 
de norma de nível hierárquico igual ou superior para extinguir ou reduzir os 
tributos. 
 
 3.2 – PRINCÍPIO DA ISONOMIA 
 
Reza o artigo 150, II, da Constituição Federal que: 
 
 
 
Diante do que compreendido pelo inciso supra citado todos terão 
tratamento igualitário perante a norma tributária, carecendo somente de um trato 
desigual aqueles que se apresentam em uma situação de desigualdade. 
 
Tal princípio está intimamente ligado ao princípio da capacidade 
contributiva (art. 145, §1º da CF) e o da não discriminação (art. 152 da CF). 
 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas 
ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios: 
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se 
encontrem em situação equivalente, proibida qualquer 
distinção em razão de ocupação profissional ou função 
por eles exercida, independentemente da denominação 
jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; 
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21 
 
 3.3 – PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE 
O presente princípio irá limitar a possibilidade da cobrança do tributo criado 
e/ou majorado. Diante disto, tal princípio irá limitar a possibilidade e atividade 
dos entes competentes de cobrarem os tributos por eles respectivamente 
realizados. Logo este princípio servirá para informar ao contribuinte quando ele 
deverá e poderá ser cobrado dos respectivos tributos uma vez realizados os 
fatos geradores dispostos na norma tributária. 
 
Mas desde já, lembre-se: como trata-se de limitação ao exercício da 
competência tributária, ele será observado apenas quando da criação ou 
majoração de tributo, visto que quando tratar-se de medida desonerativa (mais 
favorável) ao contribuinte, tal norma terá aplicação imediata. Igualmente para 
efeitos de Exame da Ordem, vale ressaltar que tal princípio trata-se de regra de 
eficácia e não de vigência. 
 
O princípio da anterioridade, com razão precípua da necessidade de evitar 
a surpresa aos contribuintes, é entendido conforme texto constitucional pela 
anterioridade do exercício e a anterioridade nonagesimal. 
 
 
 
Diante disto, na forma do artigo 150, III, B, da Constituição Federal, todo 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas 
ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios: 
III - cobrar tributos: 
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido 
publicada a lei que os instituiu ou aumentou; (Vide 
Emenda Constitucional nº 3, de 1993) 
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja 
sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, 
observado o disposto na alínea b; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
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tributo criado ou majorado somente poderá ser exigido no primeiro dia do 
exercício seguinte, ou seja, uma vez publicado, por exemplo no ano de 2017, 
somente poderá ser exigido no primeiro dia do ano de 2018. 
 
Entretanto, considerando que até 2003 apenas a Constituição Federal 
contemplava o presente artigo como princípio da anterioridade, ainda restava 
presente muitas surpresas aos contribuintes, visto que os tributos eram criados 
ou majorados no dia 28 de dezembro e já eram exigidos no dia 01 de janeiro do 
ano seguinte, ou seja, após apenas alguns dias da publicação. 
 
E para evitar esta surpresa, houve uma alteração no texto constitucional 
vindo a criar o princípio da anterioridade nonagesimal. Assim na forma do artigo 
150, III, C, da Constituição Federal, todo tributo criado ou majorado, somente 
poderá ser exigido após 90 (noventa) dias da publicação, justamente para evitar 
as surpresas acima citadas. 
 
Assim, via de regra, todos os tributos criados ou majorados deverão 
aguardar as duas anterioridades (requisitos cumulativos), ou seja, somente 
poderão ser exigidos no exercício seguinte da sua publicação somado a 90 
(noventa) dias igualmente da publicação. 
 
Entretanto, como tudo não são flores em qualquer área do direito, 
compreendeu por bem o constituintereservar a alguns tributos uma possibilidade 
de exigência mitigada, justamente para enfrentar o mercado econômico (política 
econômica e social) ou a necessidade de exigência do tributo. Assim positivou o 
constituinte, mitigando portanto os princípios da anterioridade: 
 
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23 
 
 
 
Logo, conforme positivado no parágrafo supra indicado, assim 
compreendeu o constituinte: 
 
o Terão exigência imediata, ou seja, mesmo que majorados ou criados 
poderão ser exigidos tão logo publicados: Imposto Importação, 
Imposto Exportação, Imposto sobre Operações Financeiras, 
Empréstimo Compulsório Guerra Externa ou sua Iminência, 
Empréstimo Compulsório Calamidade e Imposto Extraordinário 
Guerra. 
 
o Outrossim terão exigência respeitando apenas a anterioridade 
nonagesimal, ou seja 90 dias após a sua publicação, sendo portanto 
possível a sua exigência no mesmo ano de sua publicação: Imposto 
sobre Produtos Industrializados, Contribuições Sociais e CIDE/ICMS 
Combustíveis. 
 
o E terão exigência respeitando apenas a anterioridade do exercício, 
ou seja, podendo ser majorados em 28 de dezembro, publicados em 
29 e já exigidos no dia 01 de janeiro: Imposto de Renda (alíquotas, 
base de cálculo) e Base de Cálculo (apenas) de IPVA e IPTU. 
 
Pós análise das exceções dispostas no artigo 150, §1º da Constituição 
Federal cabe ainda dizer que conforme Informativo 757 do STF, revogação ou 
isenção de benefício fiscal, mesmo que parcial, deverá observar os dois 
princípios da anterioridade. Assim, se minha empresa goza de um benefício e 
Art. 150 da CF - § 1º A vedação do inciso III, b, não se 
aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV 
e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica 
aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 
154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos 
previstos nos arts. 155, III, e 156, I. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
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24 
 
este venha ser revogado, o fisco deverá aguardar as duas anterioridades para 
exigir o tributo cujo o qual minha empresa tinha benefício. 
 
Por fim, outra questão de grande valia sobre o princípio da anterioridade, 
é de que a modificação de prazo para pagamento, mesmo que venha antecipar 
a arrecadação/pagamento, não estará sujeita a anterioridade na forma da 
Súmula Vinculante nº 50 do STF. 
 
 
 3.4 – PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE 
Reza o artigo 150, III, A, da Constituição Federal que: 
 
 
 
 
 
Em face do que disposto na presente alínea a norma tributária não poderá 
retroagir, ou seja, não poderá atingir fatos geradores que ocorreram antes de sua 
vigência. Sendo assim, aplico a lei vigente, alíquota e base de cálculo que estiver 
em vigor quando da ocorrência do fato gerador. Logo conclui-se: a norma 
tributária, via de regra, não poderá retroagir justamente para preservar o direito 
adquirido, o ato jurídico perfeito e a proporcionar para todos uma segurança 
jurídica. 
E vale dizer ainda que a Constituição Federal não trás nenhuma mitigação 
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do 
início da vigência da lei que os houver instituído ou 
 
Súmula Vinculante 50 
Norma legal que altera o prazo de recolhimento de 
obrigação tributária não se sujeita ao princípio da 
anterioridade. 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas 
ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios: 
III - cobrar tributos: 
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25 
 
ou exceção. Entretanto o Código Tributário Nacional nos apresenta 3 exceções 
a este princípio: 
 
a) 1ª Exceção ao Princípio da Irretroatividade: a norma nova que tenha 
caráter interpretativo de norma antiga, que venha solucionar pontos obscuros 
portanto da norma antiga, desde que não cause penalidade ao contribuinte, 
poderá retroagir. Assim a lei nova de caráter interpretativo, poderá retroagir, 
desde que não cause onerosidade ao contribuinte. 
 
 
 
b) 2ª Exceção ao Princípio da Irretroatividade: a norma nova que 
venha deixar de tratar ato como infração (extinguir multa) ou reduzir a infração 
(reduzir o percentual da multa), poderá retroagir para fatos geradores já 
ocorridos, desde que exista ato pendente de julgamento (seja judicial ou 
administrativo). Vale ressaltar: trata-se de retroatividade mais benéfica somente 
e tão exclusivamente no campo das infrações (jamais no tocante as alíquotas ou 
base de cálculo). 
 
 
 
 
 
c) 3ª Exceção ao Princípio da Irretroatividade: por fim, poderá retroagir 
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: 
a) quando deixe de defini-lo como infração; 
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer 
exigência de ação ou omissão, desde que não tenha 
sido fraudulento e não tenha implicado em falta de 
pagamento de tributo; 
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a 
prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. 
Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: 
I - em qualquer caso, quando seja expressamente 
interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à 
infração dos dispositivos interpretados; 
Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: 
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norma nova que venha instituir ou estabelecer novos critérios de fiscalização 
e/ou proporcionar ao crédito tributário nova classificação. 
 
 
 3.5 – PRINCÍPIO DO NÃO CONFISCO 
Reza o artigo 150, IV, da Constituição Federal que: 
 
 
Conforme acima exposto nenhum ente público poderá estabelecer ou 
exigir tributo com caráter confiscatório, ou seja, que impeça o uso adequado da 
propriedade ou não possibilite o livre exercício da atividade privada. 
 
Logo o contribuinte não precisará vender seus bens em face da exigência 
de tributos que o impeçam de fazer o livre exercício do direito fundamental da 
propriedade. Importante ainda ressaltar que o STF passou a aplicar o presente 
dispositivo para as multas, ou seja, nenhuma multa (penalidade) poderá ser 
exigida com o caráter confiscatório, como por exemplo multa moratória (por 
atraso no pagamento) não poderá ter percentual superior a 20% (vinte por cento). 
Sobre a matéria importante colacionar 3 súmulas que tem trato recorrente 
Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência 
do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então 
vigente, ainda que posteriormente modificada ou 
revogada. 
§ 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, 
posteriormente à ocorrência do fato gerador da 
obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração 
ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de 
investigação das autoridades administrativas, ou 
outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, 
exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir 
responsabilidade tributária a terceiros 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas 
ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios: 
IV - utilizar tributo com efeito de confisco; 
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27 
 
no Exame da Ordem, inclusive como teses para peças processuais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3.6 – PRINCÍPIO DA LIBERDADE DE TRÁFEGO 
Reza o artigo 150, V, da Constituição Federal que: 
 
 
 
Nenhum tributo poderá impedir o livre exercício do direito de ir e vir, salvo 
a própria mitigação exposta no inciso no que tange à cobrança de pedágios. 
Lembrando que, salvo melhor juízo, quem cobra pedágio não cobra tributo, mas 
sim tarifas ou preço público em que o contribuinte pagará para permissionários 
e/ou concessionárias do serviço público. 
 
 
SÚMULA 70 STF 
É inadmissível a interdição de estabelecimento como 
meio coercitivo para cobrança de tributo. 
SÚMULA 323 STF 
É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio 
coercitivopara pagamento de tributos. 
SÚMULA 547 STF 
Não é lícito à autoridade proibir que o contribuinte em 
débito adquira estampilhas, despache mercadorias nas 
alfândegas e exerça suas atividades profissionais. 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas 
ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios: 
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou 
bens, por meio de tributos interestaduais ou 
intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela 
utilização de vias conservadas pelo Poder Público; 
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28 
 
3.7 – PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE GEOGRÁFICA 
Reza o artigo 151, I e II, da Constituição Federal que: 
 
 
 
Tal princípio tem força coercitiva diretamente para a União. Assim o 
presente ente federativo, em razão do texto constitucional, não poderá tratar os 
demais entes federativos e seus contribuintes de forma desigual. Assim, 
exemplificando, a incidência sobre o Imposto de Renda que será considerado no 
Rio Grande do Sul, igualmente deverá ser no Rio de Janeiro, não podendo haver 
tratamento diferenciado. A justificativa para a presente norma cogente é: respeito 
a isonomia e pacto federativo. 
 
Entretanto o mesmo inciso I trabalha com uma mitigação onde faculta a 
União conceder tratamento diferenciado na tributação de sua competência à fim 
de 
proporcionar desenvolvimento sócio econômico de determinada região. Aqui 
encontra-se o clássico exemplo da Zona Franca de Manaus. 
 
E na forma do inciso II do artigo supra indicado a União também não 
poderá conceder tratamento diferenciado para seus servidores, bem como as 
Art. 151. É vedado à União: 
I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o 
território nacional ou que implique distinção ou 
preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou 
a Município, em detrimento de outro, admitida a 
concessão de incentivos fiscais destinados a promover o 
equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as 
diferentes regiões do País; 
II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como 
a remuneração e os proventos dos respectivos agentes 
públicos, em níveis superiores aos que fixar para suas 
obrigações e para seus agentes; 
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29 
 
obrigações de dívidas públicas. Logo se um Magistrado Federal tem retenção de 
27,5% de seu ordenado, o mesmo deverá valer para o Magistrado Estadual, não 
podendo, portanto, a União conceder tratamento diferenciado para o federal em 
face deste pertencer aos quadros federais. 
 
3.8 – PRINCÍPIO DA ISENÇÃO HETERÔNOMA 
Reza o artigo 151, III, da Constituição Federal que: 
 
 
 Na forma do presente inciso a União não poderá intrometer-se no que 
tange a benefícios fiscais nos tributos que não são de sua competência. Assim 
não caberá isenções heterônomas, ou seja, a União não poderá conceder 
isenção de tributos que são de competência dos demais entes. 
 
Entretanto, algumas mitigações compreendidas na realidade como 
imunidades por estarem expressas na Constituição Federal, poderemos visualizar: 
 
a) 1ª Exceção: Imunidade de ISSQN para serviços destinados ao Exterior. 
 
 
 
 
§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput 
deste artigo, cabe à lei complementar: (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002) 
II - excluir da sua incidência exportações de serviços 
para o exterior. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 
3, de 1993) 
Art. 151. É vedado à União: 
III - instituir isenções de tributos da competência dos 
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. 
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos 
sobre: III - serviços de qualquer natureza, não 
compreendidos no art. 155, II, definidos em lei 
complementar. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 3, de 1993) 
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30 
 
b) 2ª Exceção: Imunidade de ICMS para Mercadorias e Serviços para 
Exterior 
 
 
c) 3ª Exceção: segundo o STF os Tratados ou Convenções 
Internacionais, uma vez ratificados pelo Presidente da República, este agindo 
como Chefe de Estado (Pessoa Jurídica de Direito Público Internacional), poderá 
isentar tributos estaduais e municipais, observando o que disposto no artigo 98 
do CTN. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal 
instituir impostos sobre: (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 3, de 1993) 
II - operações relativas à circulação de mercadorias e 
sobre prestações de serviços de transporte interestadual 
e intermunicipal e de comunicação, ainda que as 
operações e as prestações se iniciem no exterior; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 
1993) 
§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 
1993) X - não incidirá: 
a) sobre operações que destinem mercadorias para o 
exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários 
no exterior, assegurada a manutenção e o 
aproveitamento do montante do imposto cobrado nas 
operações e prestações anterior; (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 42 de 19 12 2003) 
Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais 
revogam ou modificam a legislação tributária interna, e 
serão observados pela que lhes sobrevenha. 
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4 – LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR - IMUNIDADES 
 
Dentro do estudo das limitações ao poder de tributar torna-se igualmente 
importante e assunto presente em termos do Exame da Ordem a análise das 
imunidades. Mas afinal de contas o que é uma imunidade? Imunidade é a 
dispensa constitucional de pagar tributo, ou seja, tratam-se de formas de 
dispensas constitucionais para que o contribuinte não realize o pagamento do 
crédito tributário. Ademais vale ressaltar que apresentam-se dois tipos de 
imunidades: as específicas e as genéricas. 
 
Antes de adentrarmos as espécies de imunidades cai ao lanço afirmar que 
elas são garantias constitucionais ao contribuinte, portanto, verdadeiras 
cláusulas pétreas onde não serão admitidas suas revogações ou extinções, bem 
como admitem todas as formas de interpretação. 
 
As imunidades específicas são todas aquelas dispostas no texto 
constitucional, que dizem respeito a determinado caso concreto e o mais 
importante: poderão albergar qualquer espécie tributária. Aqui, exemplificando, 
apresentam-se os casos no texto constitucional: não incidir ISS de serviço 
destinado ao exterior, não incidir contribuição social para as entidades de 
assistência social sem fins lucrativos, entre outros. 
 
Outrossim também apresentam-se na Carta Magna as imunidades 
genéricas, dispostas todas no artigo 150, VI, da Constituição Federal e 
apresentam dispensa constitucional apenas no que tange aos impostos. São 
espécies de imunidades genéricas: 
 
a) 1ª Espécie – Art. 150, VI, A, CF – Imunidade Recíproca: os entes 
públicos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) não poderão cobrar 
impostos entre si sobre o patrimônio, renda e serviços. Assim, exemplificando, a 
União não poderá cobrar IR sobre a renda auferida pelo Município, bem como o 
Estado não poderá cobrar IPVA dos automóveis da União. 
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32 
 
 
 
 
Sobre a presente espécie de imunidade genérica vale ressaltar que elas 
são extensivas as autarquias e fundações públicas na forma do artigo 150, §2º 
da Constituição Federal, desde que a renda, patrimônio e serviços sejam 
destinados e/ou utilizados para o cumprimento da finalidade essencial das 
referidas entidades públicas citadas. 
 
 
 
Mas para que estas autarquias e fundações públicas venham gozar de 
imunidade elas precisarão cumprir alguns requisitos que estão disposto no artigo 
150, §3º e §4º da Constituição Federal, istoé: 
 
 Ser mantidas ou instituídas pelo poder público; 
 Manter atividade essencialmente pública; 
 Não entrar na concorrência privada; 
 Não cobrar taxa ou tarifa. 
 
Também cabe ressaltar a posição do Supremo Tribunal Federal, muito 
embora a omissão da Constituição Federal, que as Empresas Públicas e 
Sociedades de Economia Mista também terão direito a gozar desta espécie de 
imunidade genérica, desde que explorem atividade essencial pública em caráter 
de monopólio e não visem lucro. Nesta condão fora deferida as imunidades para 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas 
ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios: 
VI - instituir impostos sobre: 
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; 
§ 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às 
autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo 
Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda 
e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais 
ou às delas decorrentes. 
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33 
 
os Correios (Agência e não Franquia), Infraero, Casa da Moeda, entre outros. 
 
 
 
b) 2ª Espécie – Art. 150, VI, B, CF – Imunidade Templos de Qualquer 
Culto: a presente imunidade, tão criticada contemporaneamente, visa proteger 
a liberdade religiosa. Lembrando que a Constituição Federal não objetivou ser 
aquela ou outra a religião a ser imunizada, visto que vivemos em um estado laico. 
 
 
 
Portanto gozarão desta imunidade toda e qualquer religião que prestigie 
um Deus, que tenha como objetivo levar a palavra de Deus para toda uma 
comunidade. Entretanto para que estas religiões venham gozar desta espécie 
de imunidade genérica sobre seu patrimônio, renda e serviços, deverão aplicar 
seu patrimônio ou renda auferida para o cumprimento da finalidade essencial. 
 
§ 3º As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo 
anterior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos 
serviços, relacionados com exploração de atividades 
econômicas regidas pelas normas aplicáveis a 
empreendimentos privados, ou em que haja 
contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo 
usuário, nem exonera o promitente comprador da 
obrigação de pagar imposto relativamente ao bem 
imóvel. 
 
§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e 
"c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os 
serviços, relacionados com as finalidades essenciais 
das entidades nelas mencionadas. 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas 
ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios: 
VI - instituir impostos sobre: 
b) templos de qualquer culto; 
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34 
 
Logo, se a igreja ou templo faz um bingo para manter a “Casa do Senhor”, 
ou seja, a renda auferida será revertida para a finalidade essencial, não terá que 
pagar impostos sobre tal valor recebido. O mesmo vale para cobrança de 
dízimos, estacionamento para fiéis ou até mesmo cemitério em nome da 
instituição religiosa. Tudo isto observando o que disposto no artigo 150, §4º da 
Constituição Federal. 
 
Mas sobre a presente imunidade, algumas perguntas restarão em aberto 
e faz-se necessário a devida resposta: 
 Maçonaria goza de imunidade? Não, visto tratar-se de filosofia de vida. 
 Cemitério em nome de empresa privada goza de imunidade? Não, 
visto que empresa privada visa lucro. 
 
c) 3ª Espécie – Art. 150, VI, C, CF – Imunidade Subjetiva: a presente 
imunidade contempla algumas pessoas, ou seja, observando igualmente o artigo 
150, §4º do CTN, os partidos políticos e suas fundações, sindicato dos 
trabalhadores, instituições de educação e de assistência social sem fins 
lucrativos terão direito a não pagar impostos sobre seus patrimônios, rendas e 
serviços, desde que observado o cumprimento da norma e a finalidade essencial. 
 
 
Mas diferente das demais espécies de imunidades genéricas aqui a norma 
elenca a observação e cumprimento dos requisitos previstos em lei. Qual seria a 
lei, artigo e seus requisitos? São aqueles dispostos no artigo 14 do CTN. Assim 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas 
ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios: 
VI - instituir impostos sobre: 
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, 
inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos 
trabalhadores, das instituições de educação e de 
assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os 
requisitos da lei; 
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35 
 
para estas pessoas gozaram desta imunidade também deverão ater-se aos 
requisitos do artigo supra referido. 
 
Vale ressaltar nesta imunidade, que as entidades de assistência social 
sem fins lucrativos, na forma do artigo 195, §7º da Constituição Federal também 
terão imunidade no que tange as contribuições sociais, tratando-se aqui de 
clássico exemplo de imunidade específica. 
 
E acaso estas pessoas vierem a locar um imóvel seu e reverter os valores 
locatícios para o cumprimento da finalidade essencial, gozarão desta 
imunidade? Sim, na forma da Súmula Vinculante 52 e Súmula 724 do STF, 
continuaram a gozar desta imunidade genérica. 
 
 
 
 
Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é 
subordinado à observância dos seguintes requisitos 
pelas entidades nele referidas: 
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio 
ou de suas rendas, a qualquer título; (Redação dada 
pela Lcp nº 104, de 2001) 
II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos 
na manutenção dos seus objetivos institucionais; 
III - manterem escrituração de suas receitas e despesas 
em livros revestidos de formalidades capazes de 
assegurar sua exatidão. 
§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social 
as entidades beneficentes de assistência social que 
atendam às exigências estabelecidas em lei. 
SV 52 - Ainda quando alugado a terceiros, permanece 
imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das 
entidades referidas pelo art. 150, VI, “c”, da Constituição 
Federal, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado 
nas atividades para as quais tais entidades foram 
constituídas. 
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36 
 
d) 4ª Espécie – Art. 150, VI, D e E, CF – Imunidade Objetiva: por fim a 
presente imunidade diz respeito a espécie de imunidade genérica no tocante a 
alguns objetos. Portanto os livros, períodos, jornais e papéis destinados a sua 
impressão, bem como CD´S e DVD´s confeccionados por artistas ou interpretes 
brasileiros não pagarão impostos. 
 
 
 
Mas é importante que se diga: aqui a imunidade será apenas no tocante 
ao objeto e não sobre eventual renda auferida com a venda do objeto ou imóvel 
pertencente a fábrica do jornal. 
 
E para gozarem desta imunidade quais são os requisitos necessários que 
sejam observados: transmitir um pensamento e ter ideia formalmente orientada 
independentemente do conteúdo. Portanto, inclusive as revistas com apelo 
sexual gozaram desta imunidade. 
 
Entretanto, e as revistas com finalidade de marketing, que desejam 
prioritariamente vender produtos? Estas revistas não gozarão de imunidade. 
 
Já a lista telefônica gozará desta imunidade? Sim, visto que ela tem 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas 
ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios: 
VI - instituir impostos sobre: 
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua 
impressão. 
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos 
no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de 
autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por 
artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou 
arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de 
replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. 
(Incluída pela Emenda Constitucionalnº 75, de 
15.10.2013) 
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37 
 
caráter informativo. 
Vale ainda ressaltar que inclusive o papel fotográfico destinado (Súmula) 
a impressão dos itens acima expostos gozará de imunidade, ao contrário da tinta 
destinada a impressão que não terá imunidade. 
 
Por fim, colaciona-se importante e recente julgado, que faz contemplar a 
presente imunidade os livros eletrônicos, decisão está realizada pelo STF e 
reconhecida em sede de repercussão geral. 
Súmula 657 – STF - A imunidade prevista no art. 150, VI, 
d, da Constituição Federal abrange os filmes e papéis 
fotográficos necessários à publicação de jornais e 
periódicos. 
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38 
 
 Recurso extraordinário. Repercussão geral. Tributário. Imunidade objetiva constante do art. 150, VI, d, da CF/88. 
Teleologia multifacetada. Aplicabilidade. Livro eletrônico ou digital. Suportes. Interpretação evolutiva. Avanços 
tecnológicos, sociais e culturais. Projeção. Aparelhos leitores de livros eletrônicos (ou e-readers). 1. A teleologia da 
imunidade contida no art. 150, VI, d, da Constituição, aponta para a proteção de valores, princípios e ideias de elevada 
importância, tais como a liberdade de expressão, voltada à democratização e à difusão da cultura; a formação cultural 
do povo indene de manipulações; a neutralidade, de modo a não fazer distinção entre grupos economicamente fortes 
e fracos, entre grupos políticos etc; a liberdade de informar e de ser informado; o barateamento do custo de produção 
dos livros, jornais e periódicos, de modo a facilitar e estimular a divulgação de ideias, conhecimentos e informações 
etc. Ao se invocar a interpretação finalística, se o livro não constituir veículo de ideias, de transmissão de pensamentos, 
ainda que formalmente possa ser considerado como tal, será descabida a aplicação da imunidade. 2. A imunidade 
dos livros, jornais e periódicos e do papel destinado a sua impressão não deve ser interpretada em seus extremos, 
sob pena de se subtrair da salvaguarda toda a racionalidade que inspira seu alcance prático, ou de transformar a 
imunidade em subjetiva, na medida em que acabaria por desonerar de todo a pessoa do contribuinte, numa imunidade 
a que a Constituição atribui desenganada feição objetiva. A delimitação negativa da competência tributária apenas 
abrange os impostos incidentes sobre materialidades próprias das operações com livros, jornais, periódicos e com o 
papel destinado a sua impressão. 3. A interpretação das imunidades tributárias deve se projetar no futuro e levar em 
conta os novos fenômenos sociais, culturais e tecnológicos. Com isso, evita-se o esvaziamento das normas 
imunizantes por mero lapso temporal, além de se propiciar a constante atualização do alcance de seus preceitos. 4. 
O art. 150, VI, d, da Constituição não se refere apenas ao método gutenberguiano de produção de livros, jornais e 
periódicos. O vocábulo “papel” não é, do mesmo modo, essencial ao conceito desses bens finais. O suporte das 
publicações é apenas o continente (corpus mechanicum) que abrange o conteúdo (corpus misticum) das obras. O 
corpo mecânico não é o essencial ou o condicionante para o gozo da imunidade, pois a variedade de tipos de suporte 
(tangível ou intangível) que um livro pode ter aponta para a direção de que ele só pode ser considerado como elemento 
acidental no conceito de livro. A imunidade de que trata o art. 150, VI, d, da Constituição, portanto, alcança o livro 
digital (e-book). 5. É dispensável para o enquadramento do livro na imunidade em questão que seu destinatário 
(consumidor) tenha necessariamente que passar sua visão pelo texto e decifrar os signos da escrita. Quero dizer que 
a imunidade alcança o denominado “audio book”, ou audiolivro (livros gravados em áudio, seja no suporte CD-Rom, 
seja em qualquer outro). 6. A teleologia da regra de imunidade igualmente alcança os aparelhos leitores de livros 
eletrônicos (ou e- readers) confeccionados exclusivamente para esse fim, ainda que, eventualmente, estejam 
equipados com funcionalidades acessórias ou rudimentares que auxiliam a leitura digital, tais como dicionário de 
sinônimos, marcadores, escolha do tipo e do tamanho da fonte etc. Esse entendimento não é aplicável aos 
aparelhos multifuncionais, como tablets, smartphone e laptops, os quais vão muito além de meros equipamentos 
utilizados para a leitura de livros digitais. 7. O CD-Rom é apenas um corpo mecânico ou suporte. Aquilo que está nele 
fixado (seu conteúdo textual) é o livro. Tanto o suporte (o CD- Rom) quanto o livro (conteúdo) estão abarcados pela 
imunidade da alínea d do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal. 8. Recurso extraordinário a que se nega 
provimento. TESE DA REPERCUSSÃO GERAL: 9. Em relação ao tema nº 593 da Gestão por Temas da Repercussão 
Geral do portal do STF na internet, foi aprovada a seguinte tese: “A imunidade tributária constante do art. 150, VI, d, 
da CF/88 aplica-se ao livro eletrônico (e-book), inclusive aos suportes exclusivamente utilizados para fixá-lo.” RE 
330817-RJ 
 
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39 
 
DICA DO GUIGUI 
- Quem goza de imunidade genérica somente terá dispensa de impostos 
e não dos demais tipos de tributos, como por exemplo taxas e 
contribuições de melhoria. 
- Quem goza de imunidade terá dispensa apenas de pagar, ou seja, da 
obrigação principal e não das obrigações acessórias (de fazer, como 
por exemplo, tirar nota 
fiscal). 
 
e) Por fim, segue um quadro retirado da obra do Professor Ricardo 
Alexandre que trabalha as demais formas de imunidades previstas no texto 
constitucional. 5 
*Esquema 
 
Fundamento 
constitucional 
Objeto/Pessoa/Operação imunizados Tributos 
cuja 
incidência é 
impedida 
Art. 5.º, XXXIV - Obtenção de certidões, exercício do 
direito de petição 
Taxas em geral 
 
5 ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 8. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São 
Paulo: MÉTODO, 2014. Página 509. 
Art. 5.º, LXXIII - Ação popular, salvo comprovada má-fé Custas 
judiciais 
(consideradas 
taxas pelo STF) 
Art. 5.º, LXXVI - Registro civil de nascimento e 
certidão de óbito, para os 
reconhecidamente 
pobres 
Emolumentos 
(considerado
s 
taxas pelo STF) 
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40 
 
 
 
Art. 5.º, LXXVII - Habeas corpus, habeas data e, na 
forma da lei, atos necessários ao 
exercício da cidadania 
Custas judiciais 
e emolumentos 
(considerados 
taxas pelo STF) 
Art. 149, § 2.º, I - Receitas decorrentes de exportação Contribuições 
sociais e de 
intervenção 
no domínio 
econômico 
Art. 153, § 3.º, 
III 
- Exportação de produtos industrializados IPI 
Art. 153, § 4.º, 
II 
- Pequenas glebas rurais, definidas em 
lei, exploradas por proprietário que não 
possua outro imóvel 
ITR 
Art. 153, § 5.º 
c/c ADCT, art. 
74, § 2.º 
- Ouro definido em lei como ativo 
financeiro ou instrumento 
cambial 
Tributos em 
geral, 
salvo 
CPMF e 
IOF 
Art. 155, § 2.º, 
X 
- Exportações de mercadorias e serviços; 
- Operações que destinem a outros 
Estados petróleo, inclusive 
lubrificantes, combustíveis líquidos e 
gasosos dele derivados, e energia 
elétrica; 
- Prestações de serviço de comunicação 
nas modalidades de radiodifusão sonora 
e de sons e imagens de recepção livre e 
gratuita 
ICMS 
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41 
 
Art. 155, § 3.º - Operações relativas a energia 
elétrica, serviços de telecomunicações, 
derivados de petróleo, combustíveis e 
minerais do 
País 
Impostos em 
geral, exceto 
II, IE e ICMS 
Art. 156, § 2.º, I - Transmissão de bens ou direitos 
incorporados ao patrimônio de 
pessoa jurídica em realização de 
capital; 
- Transmissão de bens ou direitos 
decorrente de fusão, incorporação, 
cisão ou extinção de pessoa jurídica, 
salvo se, nesses casos, a atividadepreponderante do adquirente for a 
compra e venda desses bens ou 
direitos, locação de bens 
imóveis ou arrendamento mercantil 
ITBI 
Art. 184, § 5.º - Operações de transferência de 
imóveis desapropriados para fins de 
reforma 
agrária 
Impostos 
em geral 
Art. 195, II - Rendimentos de aposentadoria e 
pensão concedidas pelo regime geral de 
previdência social 
Contribuição 
previdenciária 
Art. 195, § 7.º - Entidades beneficentes de 
assistência social que atendam às 
exigências estabelecidas em lei 
Contribuições 
para 
financiamento da 
seguridade social 
Art. 226, § 1.º - Celebração do casamento civil Taxas em geral 
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42 
 
Art. 85 do 
ADCT 
- Contas-correntes de depósito 
especialmente abertas e 
exclusivamente utilizadas para 
operações de: 
a) câmaras e prestadoras de serviços de 
compensação e de liquidação de que 
trata o parágrafo único do art. 2.º da Lei 
10.214, de 27 de março de 2001; 
b) companhias securitizadoras de que 
trata a Lei 9.514, de 20 de novembro de 
1997; 
c) sociedades anônimas que tenham 
por objeto exclusivo a aquisição de 
créditos oriundos de operações 
praticadas no mercado financeiro; 
- Contas-correntes de depósito, 
relativos a: 
a) operações de compra e venda de 
ações, realizadas em recintos ou sistemas 
de negociação de bolsas de valores e no 
mercado de balcão organizado; 
b) contratos referenciados em ações 
ou índices de ações, em suas diversas 
modalidades, negociados em bolsas de 
valores, de mercadorias e de futuros; 
- Contas de investidores 
estrangeiros, relativos a entradas no País 
e a remessas para o exterior de recursos 
financeiros empregados, exclusivamente, 
em operações e contratos referidos nas 
letras “a” e “b” do item anterior. 
CPMF 
 
 
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43 
 
5 – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
A legislação tributária, muito embora ignorada por grande parte dos 
“oabzeiros fiscais” tem relevante importância para a resolução de questões do 
Exame da Ordem em Direito Tributário. Outrossim tal temática também enseja 
inúmeras dúvidas, o que tentarei dirimir através de um texto sistematizado. 
 
E a primeira grande questão que é recorrente é: qual tipo normativo 
poderá criar e/ou majorar tributo? Via de regra, será mediante lei ordinária 
possível a criação ou majoração. Entretanto existem 4 (quatro) espécies 
tributárias que somente poderão ser criadas ou majoradas mediante lei 
complementar: Imposto Residual (art. 154, I, CF), Contribuição Social Residual 
(art. 195, §4º, CF), Imposto sobre Grandes Fortunas (art. 153, VII, CF) e 
Empréstimos Compulsórios (art. 148, CF). 
 
Entretanto para que sejam criados estes tributos, seja por meio de lei 
ordinária ou complementar, o legislador terá que ater-se a uma série de 
requisitos e imposições legais descritos em lei complementar. Portanto, via de 
regra, normas gerais de direito tributário somente poderão ser realizadas 
mediante lei complementar na forma do artigo 146 da Constituição Federal. 
 
E onde estão estas normas gerais de direito tributário? Estão no Código 
Tributário Nacional visto que este foi recepcionado como lei complementar pela 
Constituição Federal de 1988. 
 
Importante ainda referir que tal temática tem vínculo com o princípio da 
legalidade. Portanto, muito embora acima cita-se a possibilidade de criação ou 
majoração de tributo mediante lei ordinária, não poderemos esquecer que 
Medida Provisória também assim poderá fazer, uma vez obedecidos os 
requisitos do artigo 62, §2º da Constituição Federal. 
 
 
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44 
 
6 – OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA E CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
Teremos a ocorrência da obrigação tributária toda vez que o contribuinte 
praticar um fato (fato gerador) que está descrito em uma lei (hipótese de 
incidência). Assim a obrigação nada mais é do que o resultado da realização do 
fato gerador no mundo exterior. Sobre a obrigação tributária leciona o CTN: 
 
 
 
No teor do referido artigo conseguimos vislumbrar a existência de dois 
tipos de obrigação tributária: a principal e a acessória. 
 
A obrigação principal é toda aquela obrigação do contribuinte para o 
pagamento do tributo ou da penalidade (multa). Já a obrigação acessória é toda 
aquela obrigação que não consiste em pagamento, mas sim no ato de fazer ou 
deixar de fazer. Portanto são exemplos de obrigações acessórias o ato de fazer 
um speed contábil, um balanço, tirar ou não rasurar uma nota fiscal. Lembrando 
ainda que a obrigação acessória tem como objetivo colaborar para a fiscalização 
e o pagamento do crédito tributário. 
 
Ainda sobre o referido artigo, mais precisamente na forma do parágrafo 
3º, uma vez o contribuinte não realizando ou cumprindo com sua obrigação 
acessória, surgirá uma obrigação principal (multa). 
Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. 
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato 
gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou 
penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o 
crédito dela decorrente. 
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação 
tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou 
negativas, nela previstas no interesse da arrecadação 
ou da fiscalização dos tributos. 
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua 
inobservância, converte-se em obrigação principal 
relativamente à penalidade pecuniária. 
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45 
 
 6.1 – ELISÃO FISCAL 
 
Reza o artigo 116, §º único do CTN: 
 
 
 
 
 
O presente parágrafo único faz nascer a subjetividade frente à realização 
de planajemanto tributário pelo contribuinte e sua validação ou não. Mas como a 
presente obra não tem como objetivo doutrinar ou suscitar divergências, cabe ao 
signatário informar que se acaso o enunciado da peça ou questão no Exame da 
Ordem deixe claro a existência de ato realizado com a tentativa de não pagar 
tributo, simular ou cometer fraude, poderá o fisco desconsiderar tal ato e cobrar 
os tributos devidos pela realização dos fatos geradores. 
 
 6.2 – SUJEITO ATIVO E PASSIVO DA RELAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
Mas afinal de contas, quem poderá cobrar e quem irá pagar a obrigação 
tributária? Serão respectivamente o sujeito ativo e passivo da relação tributária. 
 
O sujeito ativo na forma do artigo 119 do CTN é toda pessoa jurídica de 
direito público que tem a competência constitucional para criar e/ou exigir o crédito 
tributário, observando a norma e à realização do fato gerador pelo contribuinte. 
 
Já o sujeito passivo será aquele responsável pelo pagamento do crédito 
Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, 
considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os 
seus efeitos: Parágrafo único. A autoridade 
administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios 
jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a 
ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos 
elementos constitutivos da obrigação tributária, 
observados os procedimentos a serem estabelecidos 
em lei ordinária. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) 
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46 
 
tributário e até mesmo da multa, uma vez realizado o fato gerador ou 
descumprida eventual obrigação acessória. Na forma do artigo 121 do CTN o 
sujeito passivo poderá ser tanto o contribuinte (aquele que realiza e tem vínculo 
direto com o fato gerador), quanto o responsável (não realiza o fato gerador, mas 
a norma legal lhe atribui o dever de pagar tributo). 
 
 6.3 – DAS CONVENÇÕES PARTICULARES E DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
 
Reza o artigo 123 do CTN: 
 
 
 
Logo na forma do presente artigo nenhum contrato, acordo ou instrumento 
particular poderá ser oposto/apresentado contra a fazenda pública à fim de 
modificar a responsabilidade pelo pagamento do crédito tributário. Assim na 
realização locatícia, por exemplo, onde99% dos contratos estabelecem a 
responsabilidade pelo pagamento do IPTU ao locatário, acaso este não venha 
satisfazer o crédito, o fisco irá exigir o IPTU do proprietário, in casu, locador. 
 
 6.4 – DA SOLIDARIEDADE 
Reza o artigo 124 do CTN que os sujeitos passivos poderão ser 
solidariamente obrigados, acaso exista interesse comum na situação que 
constitua o fato gerador da obrigação principal. Lembrando ainda que tal 
solidariedade não comportará benefício de ordem, ou seja, quem pagará 
primeiro ou não. 
 
Ademais o tema mais recorrente sobre solidariedade é o que disposto 
artigo 125 do CTN sobre os efeitos da soliedariedade. Cito aqui o campeão de 
Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as 
convenções particulares, relativas à responsabilidade 
pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à 
Fazenda Pública, para modificar a definição legal do 
sujeito passivo das obrigações tributárias 
d t 
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47 
 
cobrança em prova, que é o inciso II, onde leciona que eventual isenção 
concedida em razão de caráter pessoal não será extentida para os demais, 
mantendo-se o saldo devido pelos demais sujeitos passivos (logo desconta-se a 
cota parte do sujeito isento). 
 
 
 6.5 – DA CAPACIDADE TRIBUTÁRIA 
Na forma do artigo 126, I, do CTN a capacidade tributária não dependerá 
da capacidade civil das pessoas naturais. Logo mesmo que o sujeito passivo não 
tenha capacidade civil plena (por exemplo, seja menor de idade, portador de 
deficiência) ele terá que pagar tributo. Esta conclusão também será extendida 
para o falido que quebrou uma empresa e hoje realiza outra atividade capaz de 
gerar fato gerador, bem como para sociedades de fato ou irregulares. 
 
 6.6 – DA CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO - LANÇAMENTO 
Não basta a ocorrência do fato gerador para que o tributo possa ser 
constituído e consequentemente exigido do contribuinte. Para que o mesmo 
possa ser cobrado faz-se necessário a que ocorra o lançamento. Logo conclui-
se que a constituição do crédito tributário ocorrerá por meio do ato administrativo 
de lançamento. 
 
A primeira espécie de lançamento é a de ofício regulada pelo artigo 148 
do CTN. Nesta hipótese de constituição do crédito o fisco identifica a ocorrência 
do fato gerador, faz o cálculo do valor devido, emite à guia e notifica o contribuinte. 
Portanto aqui teremos apenas à participação da fazenda pública, em nada 
participando o contribuinte. São exemplos de lançamento de ofício: IPVA, IPTU, 
Taxas, Contribuição de Iluminação Pública. 
 
A segunda espécie de lançamento é a por declaração regulada pelo artigo 
147 do CTN. Aqui o contribuinte apenas irá informar ao fisco que realizou o fato 
gerando, sendo de atribuição da fazenda pública os demais itens para ensejar à 
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48 
 
cobrança do crédito tributário. Aqui o fisco irá calcular o valor do tributo e emitir 
a guia. São exemplos de lançamento por declaração: ITBI, ITCMD. 
Por fim, a terceira espécie para constituição do crédito tributário é o 
lançamento por homologação. Na forma do artigo 150 do CTN será o contribuinte 
que irá declarar a existência do fato gerador, fará o cálculo do tributo devido, 
bem como irá emitir a guia para pagamento. Trata-se da regra de constituição 
do direito tributário. São exemplos deste lançamento por homogação: IR, IPI, 
ICMS, ISS, entre outros. 
 
 
 
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49 
 
Advento de causa 
"suspensiva"
Prévia
Não ipede a marcha do 
procedimento de lançamento, 
mas impede a cobrança do 
respectivo crédito (impede a 
exigibilidade)
Posterior Lançamento já realizado (suspende a exigibilidade)
7 – DA SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO 
 
Na forma do art. 151 do CTN teremos algumas hipóteses de suspensão 
do crédito tributário. Quando da ocorrência de quaisquer uma das hipóteses 
(incisos) situadas no rol taxativo do referido artigo, o fisco estará impedido 
(temporariamente) de cobrar (exigir) o crédito tributário. Mas veja, trata-se de 
hipótese que impede a Execução Fiscal, mas não a constituição do crédito 
através do lançamento, sob pena de ocorrer a decadência. Sobre isto colaciona 
importante esquema de Ricardo Alexandre6: 
*Esquema 
 
 
 
 
 
 
 
Outrossim igualmente a título introdutório é importante compreender que 
a fazenda pública/contribuinte somente poderão utilizar-se das hipóteses de 
suspensão que estão lecionados no CTN, bem como qualquer alteração 
somente poderá ser realizada mediante lei complementar na forma do artigo 146, 
III, B, da CF. 
 
São formas de suspensão da exigibilidade do crédito tributário na forma 
do artigo 151 do CTN: 
 
 
 
6 ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 8. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São 
Paulo: MÉTODO, 2014. Página 1005. 
Impedem a 
propositura 
de execução 
fiscal 
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A primeira hipótese de suspensão prevista no rol é a moratória. Este 
instituto trata-se da concessão, mediante lei específica do ente competente, do 
aumento do prazo para pagamento do crédito tributário devido. Logo acaso o 
contribuinte albergar-se em lei que concede moratória, terá prazo dilatado para o 
pagamento do tributo. 
A moratória é utilizada, na maioria das vezes, como medida política à fim 
de colaborar com os contribuintes que passam por situações extremas, como de 
calamidades ou estragos causados pela natureza. 
 
Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: 
 I - moratória; 
II - o depósito do seu montante integral; 
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis 
reguladoras do processo tributário administrativo; 
IV - a concessão de medida liminar em mandado de 
segurança. 
V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, 
em outras espécies de ação judicial; (Incluído pela Lcp nº 
104, de 2001) 
VI – o parcelamento. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001 
Art. 152. A moratória somente pode ser concedida: I - 
em caráter geral: 
a) pela pessoa jurídica de direito público competente 
para instituir o tributo a que se refira; 
b) pela União, quanto a tributos de competência dos 
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, quando 
simultaneamente concedida quanto aos tributos de 
competência federal e às obrigações de direito privado; 
II - em caráter individual, por despacho da autoridade 
administrativa, desde que autorizada por lei nas 
condições do inciso anterior. 
Parágrafo único. A lei concessiva de moratória pode 
circunscrever expressamente a sua aplicabilidade à 
determinada região do território da pessoa jurídica de 
direito público que a expedir, ou a determinada classe ou 
categoria de sujeitos passivos. 
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Moratória
CARÁTER GERAL
(beneficia a todos que se 
encontrem em determinada 
situação - art. 152, I)
Autônoma (art. 152, I, a)
Heterônoma 
situações excepcionais (art. 
152, I, b)
CARÁTER INDIVIDUAL
(depende da comprovação 
de condições e requisitos -
art. 152, II)
Não gera direito adquirido e 
pode depender do 
oferecimetno de garantias 
pelo beneficiário
O presente instituto poderá ser concedido de forma geral ou individual. Na 
ocorrência da moratória em geral, a mesma irá abranger um número 
indeterminado de contribuintes, não dependendo de requisitos ou autorização da 
autoridade administrativa competente. 
Já a moratória em caráter individual será quando a lei específica do ente 
competente exige alguns requisitos para que o contribuinte faça uso da norma 
protelatória, bem como depende da checagem de tais itens por autoridade 
administrativa do ente competente, não gerando portanto direito adquirido. 
 
Por fim é importante colacionar que via de regra a moratória é concedida 
por lei do ente competente. Entretanto mitigando tal

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