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História do Pensamento Filosófico Aula 1 O que é Filosofia? Adotar postura investigativa e crítica em relação aos problemas que a realidade apresenta e diferentes conhecimentos. Possibilitando uma compreensão sistematizada e transdisciplinar. Filo – Amor / Amizade Sofia – Conhecimento / Sabedoria Dizer não ao senso comum, aos pré-conceitos e pré-juízos. Não aceitar como óbvias e evidentes as coisas em nossa existência cotidiana, jamais aceitá-las sem antes ter investigado e compreendido. O que é? Porque é? Como é? São indagações do pensamento filosófico. Para que filosofia? Em nossa cultura e sociedade costumamos considerar que algo só tem o direito de existir se tiver alguma finalidade e utilidade. Por isso ninguém pergunta para que as ciências, pois todo mundo vê a utilidade dela, na aplicação científica à realidade. As ciências acreditam na existência da sua verdade, na tecnologia como aplicação prática de teorias. Verdade, pensamento, procedimentos especiais para conhecer os fatos, relação entre teoria e prática, correção e acumulo de saberes: tudo isso não é ciências, são questões filosóficas. Os cientistas partem delas como questões respondidas, mas é a filosofia quem formula e busca respostas. A filosofia é problematizada, evitando fornecer respostas concretas, criando novas questões e novos problemas para que o pensamento nunca cesse o seu ciclo de existência. Mito: Mythos – Contar, narrar, falar alguma coisa para outros. Um mito é uma narrativa sobre a origem de alguma coisa, da terra, dos homens, das plantas, dos animais, natureza, etc. Senso Comum: É o modo de pensar da maioria das pessoas. São conhecimentos empíricos adquiridos ao longo da vida e passados de geração em geração. O ser humano é diferente dos animais pois está dentro dele o questionamento. Não é porque uma história é fantasiosa que não exista uma verdade dentro dela. A ciência é oposta ao mito. História do Pensamento Filosófico Mito Na Grécia todos contavam mitos, principalmente os poetas, inspirados pelas musas e diziam o que os Deuses queriam, contavam em praças públicas. Principais formas da narrativa mítica: Fazendo uma genealogia – Encontrando o pai e a mãe das coisas existentes. (Origem) - Encontra-se aliança ou rivalidade entre os Deuses. - Encontra-se recompensas ou castigos dados pelos Deuses O mito nasce do desejo de entender o mundo para afugentar o medo e a insegurança. O ser humano precisa encontrar uma solução para tudo que ocorre e não tem explicação. Serve para dar sentido e tranquilizar o ser humano. Não precisa de provas para ser aceito. Interatividade: D O que é Filosofia A origem da filosofia, vem da natureza que se transforma constantemente. O dia nasce, anoitece, chove, os seres nascem, crescem e morrem. E as coisas sem explicação, causa espanto e admiração e isso propicia a busca de respostas. Da teogonia (mito) ao logos (razão) – Fatores que possibilitaram o surgimento da filosofia As viagens marítimas, que eram fantasiosas de monstros do mar e sereias, foi desmitificado com as constantes viagens. A moeda: é um artifício racional, invenção humana. Implica abstração e generalização. Escrita: O mito se mantém vivo através da tradição oral, sobrevive muito tempo na oralidade. O mito registrado vem posteriormente, por isso existem várias versões de um mesmo mito. Quando o mito é escrito, passa a ser registrado e tem a possibilidade de voltar a esse registro para ser analisado e encontrar as contradições. Política: Inventado pelos gregos, política é aquele que cuida da Polis (cidade grega), interesses coletivos. A filosofia é filha da Polis, filha da cidade grega, os assuntos de interessem comuns são discutidas na ágora (praças públicas), as pessoas passam a tecer o seu próprio destino. O saber passa a ser um objeto de discussão. Todos esses fatores possibilitam o surgimento do pensamento racional filosófico. Características da Filosofia: A filosofia é uma reflexão radical, rigorosa e de conjunto sobre os problemas que a realidade apresenta. Refletir, é repensar. Radical: Ir até a raiz do problema. Rigorosa: Ter rigor, metodologia, argumentação lógica. De conjunto: Globalizante, abrangente, contextualização dos problemas. Problema é aquilo que não se tem a respostas, mas é necessário buscá-la. Os Primeiros Filósofos Surgiram no século VI antes de Cristo e não tem material, apenas fragmentos de outros filósofos. Conhecidos como pré-socráticos, que buscam uma explicação para o existente, o mito já dava uma explicação, mas o fato de questionarem as coisas já revelam uma desconfiança da explicação mítica. Qual a origem de todas as coisas? De onde vem as coisas do mundo e o próprio mundo? Busca da archê (elemento primordial) que dá origem as coisas. Por se preocuparem com o conhecimento do mundo natural ficaram conhecidos como fisiológicos. Tales de Mileto: Gostava de observar os astros e o céu, previu um eclipse que realmente ocorreu e foi considerado o primeiro astrônomo por esse fato. Trouxe a questão de qual é a origem das coisas. Diz que a água é o principal elemento de todas as coisas, da água surge a vida. Heráclito de Éfeso: Todas as coisas estão em movimento, tudo muda o tempo todo. O conhecimento sensível é enganador, o que a gente vê muitas vezes não corresponde com a verdade. Se você achar que nada muda, isso é uma ilusão dos sentidos. Parmênides de Eleia: Existem dois caminhos, a verdade e a opinião. A verdade se obtém pelo pensamento. Critica a filosofia de Heráclito, diz que uma coisa não pode ser e não ser ao mesmo tempo, defende a imobilidade das coisas existentes e do ser. As coisas são imutáveis. Heráclito X Parmênides: A verdade está no pensamento e a opinião está no mundo dos sentidos. O mesmo argumento de que os sentidos enganam, era usado para provar teses contrárias. Heráclito – Movimento (Se crê que não está em movimento, é ilusão dos sentidos) Parmênides – Imobilidade (Se crê que existe movimento, é ilusão dos sentidos) Interatividade: E Filósofos Clássicos Sócrates Com o desenvolvimento das cidades, a vida em sociedade passa a ser importante. Temos extrema influencia grega na nossa sociedade atual, a política, sociedade, religião, Olimpíadas, escolas, um centro da cidade composta por praça, igreja, prédios importantes, temos também a democracia e o voto. Desde a época, já existia o padrão de beleza, os deuses tinham concepção do belo que tinha harmonia, estrutura e corpo. Se uma criança nascesse com defeito ou deformidade era morta. Considerado o patrono da filosofia, mas não o primeiro filósofo. Nada escreveu, pois pensava que a filosofia deveria ser feita ao vivo e a cores, escrever a filosofia significava a engessar. Ficou conhecido como filósofo da ágora, pois filosofava nas praças e nas ruas. A praça era para se mostrar, debater, ter reuniões, etc. Trouxe a filosofia do céu para a terra, ele ao contrário dos antigos filósofos não se preocupavam com as questões do cosmos, ele trouxe a filosofia mais humanista, em relação a ética, Sócrates foi ganhando mais espaço ao participar de discussões envolvendo política e normas a serem criadas para a sociedade, o que era certo e errado, de como viver. A missão de Sócrates era conhecer a realidade humana, investigar o homem e sua alma. A filosofia deve levar o homem a conhecer a si mesmo, seus limites e possibilidades. Os erros cometidos são por nossa ignorância. Para os gregos o homem virtuoso é aquele que tenta ser bom e perfeito utilizando a razão. O contrário da virtude é o vício. A melhor forma do virtuoso viver é buscando o desenvolvimento da razão e conhecimento, e não buscando riqueza material. Métodos de Sócrates: Ironia: Ação de perguntar, interrogar. Ele fazia as pessoas pensarem devolvendo as perguntas para a pessoa pensar sobre o seu próprio “eu”. Para ele, a sabedoria é fruto de muita investigação que começa pelo conhecimento de si mesmo. Sócrates conduzia a pessoa a confessar sua própria ignorância. Maiêutica: Arte do parto. Sócrates se consideravaum parteiro de ideias com a intenção de buscar conceitos de ideias. Aos poucos vai eliminando definições imperfeitas e vai chegando a um conceito mais puro e correto. Sócrates foi condenado a morte, por corromper a juventude e não acreditar nos deuses da cidade. Oráculo de Delfos que falava em nome do Deus Apolo, o Deus da sabedoria, considerou Sócrates o homem mais sábio. Sócrates fica perplexo e faz uma investigação sobre o que o oráculo quer dizer com isso, pois ele próprio não se julga sábio. Ele passou a investigar pessoas que se diziam sábias, como um general questionado sobre o que é a coragem, um poeta sobre o que é a poesia, etc, usando na sua investigação o método da ironia (questionamento), até que as pessoas caíam em contradição. Até chegar a conclusão de que aqueles que diziam saber, na verdade não sabia, enquanto ele que admitia que nada sabia seria um pouco mais sábio por não imaginar saber o que não sabe. Isso trouxe a irritação de muitas pessoas pois serem contrariadas em discussões ao ar livre, ganhando assim muitos inimigos sendo condenado a tomar um veneno chamado cicuta. Sobre a morte disse: “Ou é como um sono sem sonhos e sem despertar ou é uma mudança para outro lugar. Não se deve temer a morte!”. Sofistas: Relativismo. Trabalhavam muito com história, palavras, formulação de frases. Manipulavam as pessoas com palavras. Entra em questão, a mentira. Interatividade: E Platão (Aristócles) Discípulo de Sócrates, conviveram por uma década, escreve cerca de 30 diálogos e Sócrates aparece em sua maioria, incluindo “A República” que contém a Alegoria da Caverna. A concepção epistemológica, a definição das coisas está condicionada ao princípio de identidade e permanência. Uma coisa é aquilo que ela é e não pode ser outra. Ex: mesa = uma mesa. Árvore = árvore. Mas hoje a mesa é uma mesa, daqui a 100 anos já não mais será por deterioração. Então no mundo sensível tudo muda o tempo todo, ele é mutável, é o mundo das aparências, das sombras (interior da caverna). Mas para Platão existe um outro mundo, o das ideias que é mais real. Mundo sensível (concreto): Mundo das aparências, pois é múltiplo e mutável e é regido pela doxa (opinião). Refere-se ao Heráclito. Mundo das ideias: Idêntico e permanente, regido pela episteme (conhecimento). Refere-se a Parmênides. É necessário sair do mundo das aparências e ascender ao mundo verdadeiro das ideias. (Sair da caverna) em busca do conhecimento. Para Platão já conhecemos todas as verdades, mas elas são esquecidas. Conhecer, implica recordar o que já sabe, mas foi esquecido. Platão apesar de ser o melhor aluno de Sócrates, descordava com ele. Passou um tempo desaparecido após a morte de Sócrates por medo de errarem com ele também. Teve um posicionamento diferente de Sócrates. Platão fundou sua própria escola de filosofia (Academia de Platão). Academia = centro de ensino. É uma das primeiras instituições de ensino superior do mundo ocidental. Dizia que precisa cuidar primeiro do corpo depois da alma ou mente. Na academia de Platão tinha um espaço para ensinar filosofia e um espaço para atividades físicas. Platão não promovia debates em locais públicos, devido a isso era mais restrito chegar até ele, somente quem pudesse entrar na academia, ou seja, filhos de aristocratas da época. Os sentidos só podem nos oferecer o conhecimento das sombras da verdadeira realidade, e assim só conseguimos ter opiniões. O conhecimento verdadeiro se consegue através da dialética, arte de colocar a prova todo conhecimento. Nunca vamos chegar a 100% de conhecimento pois teremos sempre a interferência dos nossos sentidos. Mito da Caverna Ignorância = Escuridão. Os sentidos = sombras. Percepção = vida maior que a caverna. Quem tenta ajudar e trazer a realidade recebe negação. Sócrates é o libertador, as pessoas não aceitam e o matam. Temos várias cavernas dentro de nós. Aristóteles Principal discípulo de Platão, não compartilha das mesmas ideias. Abre sua própria escola, foi professor de Alexandre, O Grande. Crítica o dualismo de Platão mundo sensível x mundo das ideias. Platão cria outro mundo para explicar esse, o que não seria necessário. É possível entender o mundo a partir dele mesmo, conhecendo suas causas do devir, da mudança, através do estudo do ser. Para ele o conhecimento só era possível por meio da experiência. A partir da memória temos a experiência e o conhecimento. Conhecimento é um processo cumulativo. Sensação: é o primeiro passo para o conhecimento, ver, ouvir, tocar. Memória: Retenção dos dados sensíveis Experiência: Saber fazer pela repetição Ex.: “Vai chover!” sabe-se disso por ver nuvens carregadas, relâmpagos, vento frio, etc. Ou seja, todas as vezes que eu vi essa cena choveu, logo tudo indica que vai chover. Sensação + memória = conhecimento pela experiência. Arte/técnica: Conhecimento das regras. Sabe-se o porque das coisas. Teoria/ciência: Saber teórico contemplativo, ex: matemática, leis da natureza. Sabedoria/filosofia: Conhecimento das causas primeiras universais, ex: saber mais amplo, causa de todas as coisas, origem do universo. A academia de Aristóteles é voltado a matemática e retoma as ciências naturais. Para entender algo ela precisa ser estudada, não definida com ideias. Organizou o mundo através da classificação, foi um sistematizador, utilizava diálogos. Foi a partir de Aristóteles que surgiu a ética, o que é fazer o bem. Escreveu para seu filho um livro Ética a Nicômaco. Ari defendia que a origem das ideias se dava a partir da observação. Os sentidos constroem a razão, as experiências levam a razão. 6 graus de conhecimento: Sensação, percepção, imaginação, memória, raciocínio e intuição. É um conjunto que trabalham juntos no corpo, o único que separa dos demais é a intuição, que não é apenas corpo e sim, mente. Para Aristóteles a felicidade é uma construção, e é o bem mais desejado pelo ser humano, as ações serão em direção a esse fim. Para alcançar a felicidade, o ser humano precisa pautar suas ações na prática de ações virtuosas. A virtude consiste em saber encontrar o meio termo, entre dois extremos. Ter equilíbrio, é encontrar o meio termo. A virtude está no meio. O ser humano é o único que precisa ser ensinado a ser humano. Essência da virtude: o meio termo é a quididade da virtude. Quididade = virtude essencial. A Filosofia Medieval A idade média vai do século V ao século XV. A Igreja Católica nasce dentro do Império Romano, não é aceita, é proibida e perseguida. Mas passa a ser fortalecida até se tornar a religião oficial do império (380 a.c). Passa a ser detentora da escrita e do conhecimento, já que as bibliotecas e conhecimento acumulado fica nos mosteiros. Torna-se uma força espiritual e política. Teologia X Filosofia (fé x razão) Patrística Filosofia dos Padres. Objetivos: Converter os pagãos (não batizados). Combater as heresias (doutrinas contrárias a igreja). Justificar a fé. Para isso, recorre-se a razão (discurso racional), vista como auxiliar da fé. Patrística = Santo Agostinho Escolástica = Santo Tomás de Aquino Santo Agostinho “Creio para que possa entender” Faz uma releitura de Platão, à luz do cristianismo, é necessário se deixar iluminar pela luz divina para adquirir o conhecimento. As ideias era impostas pelos Padres por meio de verdades reveladas por Deus, irrefutáveis e inquestionáveis: Dogma. Agostinho X Platão Readapta as ideias de Platão para o cristianismo. A ideia de aparência é o que vivemos para os outros, os vícios e Deus é a verdade. Nesse momento a igreja foi apossada pela filosofia. 6 Ideias sobre Deus na visão de Santos Agostinho - Antes de tudo existe o amor de Deus. - O cristão não está prezo aos vícios. O cristão tem ciência do que precisa se libertar. - Precisa crer para entender. - A maldade existe, é resultado da ausência de Deus. - A limitação é entender o universo como uma linha do tempo. - Tudo vem a partir de Deus. Santo Tomás de Aquino A filosofia cristã é ensinada nas escolas clericais. Continua recorrera razão para justificar as verdades da fé. A filosofia é considerada serva da teologia. Santo Tomás de Aquino se identifica com Aristóteles, valoriza o mundo sensível para aquisição de conhecimento, o mundo é uma criação divina. Estudar a natureza é estudar Deus. Características gerias da idade média - Teocentrismo: Deus está no centro, e a igreja é a representante de Deus, logo a igreja tem o poder espiritual. - Dogmatismo: Verdades dogmáticas, inquestionáveis. - Geocentrismo: A terra é o centro do universo. Interatividade: D Filosofia Moderna e Contemporânea Filosofia da Renascença (renascimento) Marcada por uma grande efervescência cultural, havia muitas críticas à igreja. O ser humano é colocado novamente no centro de tudo, retoma os valores greco-romanos. Há um questionamento sobre os dogmas e o ser humano passa a ser o centro das preocupações. Características do Período Antropocentrismo: O homem passa a ser o centro das preocupações. Heliocentrismo: O sol é o centro do sistema solar. Diferente do geocentrismo. Racionalismo: Valorização da razão, como forma de explicar o desconhecido. Laicização: Tornar laico (leigo) separar o conhecimento da influência religiosa (igreja). Filosofia do Iluminismo (Esclarecimento) Marcado pela crença na razão, capaz de conduzir a felicidade social e política, libertando-se dos preconceitos religiosos e morais da superstição e do medo. O ser guiado pelo mundo da razão e da ciência, caminha para um mundo cada vez melhor. Lemas do Iluminismo: Ouse saber! Kant. Tenha coragem de fazer uso do seu próprio entendimento. Filosofia Moderna Marco Racionalismo clássico ou cartesiano, refere-se a René Descartes. Volta do pensamento sobre si mesmo para conhecer suas capacidades de conhecer, e ampla confiança nos poderes da razão. A razão passa a investigar a própria razão. Qual é a capacidade humana de conhecer a realidade. Crença de que todas as coisas exteriores podem ser conhecidas e explicadas desde que transformadas em conceitos e ideias. Principais correntes da filosofia moderna É possível o conhecimento? O ser humano pode conhecer a realidade de fato? Como se conhece a realidade? Racionalismo (Descartes) Empirismo (John Locke e Hume) Criticismo (Kant) Racionalismo: René Descartes Filósofo que começa colocar em dúvida a capacidade do ser humano de conhecer a realidade. Vai em busca de uma verdade que seja indubitável (verdade que não se possa colocar em dúvida). A dúvida é o método para se chegar até o conhecimento. “Visto que os sentidos nos enganam algumas vezes, decidi supor que nada fosse como eles nos fazem imaginar”. “Posso provar que algumas vezes os sentidos me aganam. É sábio não confiar inteiramente em algo que alguma vez já nos enganou!” O Racionalismo Cartesiano Descartes começa a duvidar de tudo, se está dormindo e sonhando ou acordado. Cria várias teses e várias dúvidas, até chegar a conclusão de que, se está pensando, mesmo que erroneamente, ele existe. Vem daí o termo “Penso, logo existo”. Depois passa a crer que já nascemos com algumas ideias verdadeiras, das quais foram dotados por Deus. Na relação entre o ser que quer conhecer e o objeto que será conhecido, há uma prioridade da razão nesse processo. Sujeito = Objeto. Se valoriza o interno, o sujeito com ideias inatas. Interatividade: D Empirismo: John Locke Empirismo = Experiência A alma é concebida como uma tábula rasa. (Lousa em branco, câmera fotográfica sem registro). “Suponhamos que a mente é como um papel em branco, desprovida de todos os caracteres, sem quaisquer ideias. Como será suprida? De onde aprende todos os materiais da razão e do conhecimento? Da experiência. Todo o nosso conhecimento está nela fundado, e dele deriva fundamentalmente o próprio conhecimento”. Vai contra Descartes e as ideias inatas. Defende que: O conhecimento começa após a experiência sensível. A razão e a verdade são adquiridas pela experiência. A relação entre o sujeito que quer conhecer e o objeto a ser conhecido, o sujeito vai ao mundo sem ideias inatas. Objeto = Sujeito Relação passiva com o mundo. Se valoriza o externo no processo de conhecimento. Empirismo: David Hume Afirma que boa parte das nossas certezas vem do nosso hábito e costume. Hume questiona: Só porque o sol nasceu milhões de vezes, posso afirmar que ele nascerá amanhã? No geral responde-se que sim, mas não é 100% de certeza, pois o sol é uma estrela, que tem início e fim. Só porque sempre aconteceu, acreditamos que sempre continuará acontecendo, esse conceito vem do hábito, do costume. É necessário questionar as certezas fundadas nos hábitos e nos costumes. Criticismo (Kant) Racionalismo X Empirismo Kant realiza uma análise crítica da razão. A matéria para o conhecimento é dada pelos objetos externos, mas essa matéria se adapta à forma de nossa razão. Se valoriza o interno e o externo. A razão é uma estrutura vazia (funciona como reguladora e é inata). Essa estrutura é universal, porém seus conteúdos vem de fora. O engano dos inatistas (racionalistas): Supor que os conteúdos são inatos. Supor que as pessoas já nascem com certos conteúdos, sendo que o conteúdo vem de fora. O engano dos empiristas: Supor que a estrutura da razão é causada pela experiência. O ser humano já nasce com a estrutura da razão. Apriorismo de Kant – Precedente anterior (antes da experiência). A posteriori – Depois da experiência. Apriorismo: É a concepção segundo a qual o conhecimento resulta da aplicação de uma forma (conceitos puros – entendimento) a uma matéria. A posteriori (as intuições sensíveis). O conhecimento vai resultar de algo que é a priori e a posteriori. Para superar a contradição entre racionalismo e empirismo, Kant explica: - Por um lado, o conhecimento vem de algo que recebemos de fora, da experiência (a posteriori). - Por outro, é constituído também por algo que já existe em nós mesmos (a priori) anterior a qualquer experiência. - O que vem de fora é a matéria (a coisa em si, o conteúdo para o conhecimento) e o que vem de nós é a forma (a estrutura racional). Nós vemos o mundo de acordo com a nossa estrutura racional (aparelho cognitivo). Para conhecer as coisas precisamos da experiência sensível (matéria). Essa experiência não será nada se não for organizada por formas de sensibilidade e do entendimento que, por sua vez, são a priori condição da própria experiência. Ex.: Se eu digo que o sol aquece a pedra, tenho elementos externos, o sol e a pedra, ao colocar a mão sinto que ela está aquecida. Mas o raciocínio de fazer essa relação e afirmar que o sol aquece a pedra vem da nossa razão, isso não está dado na experiência. Por isso existem elementos externos e internos. De Kant à Filosofia Contemporânea Se persiste a pergunta: Como se constrói o conhecimento? Idealismo Dialético (Hegel) Materialismo Histórico (Marx) Positivismo (Comte) Hegel Critica Kant, por ignorar a origem e formação da autoconsciência. A razão não é algo abstrato, e sim histórica. O ser não é estático, e sim dialético. A dialética hegeliana Filosofia do devir: O ser como processo, como um vir a ser. Dialética: A lógica da contradição. Heráclito: Tese Tudo flui o tempo todo. Simplificação: Três etapas Tese (Afirmação) – O botão Antítese (Negação) – A flor Síntese (Superação) – O fruto Processo contraditório, de mudanças. Interatividade: E O Materialismo Histórico Defensores: Karl Marx e Engels Observaram que o avanço técnico aumentou o poder humano sobre a natureza e trouxe riqueza e progresso, mas trouxe também a exploração crescente da classe operária. Se inspiram na dialética hegeliana, porém fazem uma inversão e chegam ao materialismo dialético. Materialismo dialético: Afirmação que a realidade é mais importante que as ideias. O real é fundamental para a compreensão do mundo. Rompimento com o idealismo. Escreveram pensando na classe trabalhadora, para ter conhecimento e compreender melhor a realidade e transformá-la. O materialismo histórico Para Marx e Engels o pensamento e história se movem dialeticamente,mas o mundo material é o que determina o das ideias e não o contrário. Ex.: Os seres precisam para sobreviver, oxigênio, água, comida, moradia. Obtém os bens através da natureza, faz parte e necessita da natureza. Os seres humanos se relacionam uns com os outros para extrair da natureza bens necessários para sua sobrevivência. Suas ideias têm fundamento na realidade concreta. O mundo material é anterior a consciência. As ideias surgem de acordo com a realidade concreta, não como algo abstrato, desconectado da realidade. Augusto Comte Fundador da Sociologia. Lei dos três estados: Teológico: As pessoas recorrem a explicações sobrenaturais para suas dúvidas. Mitos e crenças Metafísicos: Explicações abstratas, noções absolutas. Filosofia especulativa. Positivo: Explicação científica, estágio da ciência. A ontogênese repete-se na filogênese: A história de um indivíduo acaba se repetindo no gênero humano. Ex: Infância – Religioso Juventude – Metafísico Maturidade – Científico O que ocorre no ser humano individualmente, ocorre no gênero humano como um todo. O Positivismo – Teoria para estudar o social ( o que é certo, verdadeiro, real) A sociedade pode ser estudada da mesma forma que as ciências da natureza. Pressupostos: A sociedade é regida por leis naturais. Existem leis para o comportamento social A sociedade é concebida como um organismo. Faz uma analogia ao organismo humano, quando tudo trabalha de forma harmônica. Existir uma harmonia social, e o objetivo é entender essa harmonia. Identifica dois movimentos: Estático: Preservação dos elementos permanentes. Algumas instituições que são permanentes, como Estado, propriedade, religião, família. Essa permanência produz a ordem. Dinâmico: Passagem para formas mais complexas. Artesanato, comércio, indústria. O dinâmico produz o progresso. Causas das mudanças: Aumento da população, novas necessidades, ideias inovadoras. Busca uma harmonia entre a ordem e o progresso. Devem ser preservados os elementos importantes e permanentes sem prejudicar o progresso. Ordem e Progresso da bandeira brasileira que tem inspiração do positivismo de Comte. A Filosofia Contemporânea Seu ponto de referência é a segunda metade do século XIX. Marx e Comte embora continuadores de uma discussão iniciada pela filosofia moderna, têm suas ideias ligadas à filosofia contemporânea. A característica externa mais notável da filosofia contemporânea consiste na diversidade de enfoques. Dilema: Qual o papel da filosofia no mundo atual? Diante da Revolução tecnológico-digital, ainda há espaço para a filosofia? “A filosofia não deve imaginar como o mundo deveria ser, mas sim explicá-lo. A tarefa da filosofia é interpretativa.” “Os filósofos se limitaram em interpretar o mundo de diversas maneiras, o que importa é transformá-lo.” A filosofia não tem um único objeto de estudo, a filosofia estuda um problema. Qualquer problema. Interatividade: D
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