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AULA 1 ANÁLISE ESTRATÉGICA DE CUSTOS

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ANÁLISE ESTRATÉGICA DE 
CUSTOS 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Allan Marcelo de Oliveira 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Olá, caro(a) aluno(a), vamos iniciar uma viagem pela análise estratégica 
de custos. Vamos aprender mais sobre as maravilhas que sua aplicação e o 
discernimento sobre custos em uma perspectiva estratégica podem nos 
proporcionar: um diferencial de conhecimento e crescimento profissional. Nesta 
aula, serão abordados termos iniciais sobre custos, visando situá-los dentro dos 
aspectos de custos, então primeiro vamos tratar sobre a contabilidade de custos 
a ser utilizada para a tomada de decisão. Seguindo, será abordada a 
conceituação de gastos, desembolso, custos, despesas, investimentos, perdas 
e desperdícios, dessa maneira preparando-o(a) para diferenciar cada conceito, 
tornando-os mais efetivos na aplicação prática da matéria tratada. 
Sabendo esses conceitos, chegará o momento de ser estudado o plano 
de contas para a contabilidade de custos, aprofundando gradualmente o 
conteúdo para que você aprenda mais. Dessa maneira, você estará cada vez 
mais expert em custos. 
Bons estudos! 
CONTEXTUALIZANDO 
O mercado se torna mais competitivo, e as empresas precisam 
acompanhar as mudanças para se manterem vivas. Muitas vezes, o mercado se 
transforma em um ambiente hostil, seja por concorrência, novas exigências dos 
clientes, carga tributária, entre outros aspectos, então a empresa deve tomar 
atitudes para conseguir bons resultados dentro desse ambiente. Surge como 
uma boa alternativa para sobreviver nesse mercado hostil e competitivo a boa 
gestão dos custos, pois, ao conhecer seus custos, a empresa pode atuar para 
otimizá-los. Então, conhecer sobre contabilidade de custos acaba sendo um 
diferencial para as empresas no contexto competitivo atual. 
TEMA 1 – ABORDAGENS INICIAIS DA CONTABILIDADE DE CUSTOS PARA A 
TOMADA DE DECISÃO 
A contabilidade de custos teve sua origem como vertente da contabilidade 
financeira, pois, no momento em que houve a necessidade de mensurar os 
 
 
3 
estoques das indústrias, percebeu-se que a contabilidade financeira não poderia 
dar o devido suporte. 
Martins (2010) relata que naquele momento da história a primeira 
aplicação da contabilidade de custos era para resolver problemas da 
mensuração monetária dos estoques e do resultado. Esse conceito era 
compartilhado pelos contadores, auditores e fiscais. Inicialmente, a contabilidade 
de custos não servia como instrumento para a tomada de decisão. 
A perspectiva de mudança da utilização da contabilidade de custos 
começou com o objetivo de melhoria da eficiência produtiva das atividades 
manufatureiras. Nakagawa (1991) afirma que por volta 1880 surgiram os 
primeiros sistemas para custear produtos, processo realizado por engenheiros 
metalúrgicos. Tais procedimentos perduraram até por volta de 1914, quando 
surgiram as práticas contábeis em seu lugar, as quais existem até hoje. 
Desde o início dos processos de custear produtos, já eram geradas 
informações úteis, tanto para os usuários externos quanto para os internos, que 
as usavam nas decisões estratégicas sobre os produtos ou a produção. A 
utilidade das informações para tomadas de decisões é clara, pois o sucesso dos 
empreendimentos da época vinha da redução de custos com economias em 
escala, utilizando sistemas de custeio que impactavam nas tomadas de decisão 
gerenciais, afetando a eficiência e a lucratividade, pois geralmente a realidade 
era de produção de um único produto (Nakagawa, 1991). 
Com a evolução tecnológica impactando no mundo dos negócios e, 
consequentemente, no dos produtos, a necessidade de informação relacionada 
aos custos produtivos alcançou maior relevância por parte dos gestores. 
Controlar os custos evoluiu de apurações de inventário para procedimentos de 
custeio, tornando-se a base do planejamento e da gestão. 
Martins (2010) expõe que a contabilidade de custos atua em duas frentes, 
sendo elas o auxílio ao controle dentro da empresa e a colaboração para as 
tomadas de decisões. A primeira frente tem o objetivo de possibilitar o acesso a 
dados que possam ser utilizados para estabelecer padrões e orçamentos, 
possibilitando acompanhar o que foi planejado frente ao que está sendo 
realizado. A outra frente é de muita importância para a(s) tomada(s) de 
decisão(ões), visto que decisões importantes sempre são embasadas por 
informações coerentes, e, naquilo que tange aos custos, os resultados podem 
ser no curto ou no longo prazo, influenciando processos de introdução ou corte 
 
 
4 
de produtos da linha produção, decisão sobre preços de vendas e escolhas entre 
comprar ou produzir. 
Saiba mais 
Para complementar seu aprendizado, leia o texto intitulado Custos: um 
desafio para a gestão do agronegócio. Disponível em: 
<https://anaiscbc.emnuvens.com.br/anais/article/view/3134>. 
Assim, você terá maior proximidade com o assunto. 
Em suma, a contabilidade de custos acaba sendo uma ferramenta muito 
útil para a tomada de decisões, bem como fornecedora de informações 
gerenciais para subsidiar de maneira efetiva as escolhas estratégicas dentro das 
empresas. 
TEMA 2 – DISTINÇÃO DE GASTOS, CUSTOS, DESPESAS, INVESTIMENTOS, 
PERDA E DESPERDÍCIO 
Caro(a) aluno(a), ao iniciarmos tratativas sobre a análise gerencial de 
custos, passamos por uma perspectiva para a tomada de decisão, chegando 
agora o momento de trabalharmos a distinção da terminologia da área da 
contabilidade de custos. 
Entender a terminologia é essencial para a análise de custos, pois, como 
em qualquer área do conhecimento, é primordial conhecer os conceitos básicos 
para o bom andamento do aprendizado e o desenvolvimento de novos 
conhecimentos. 
Vamos, então, instigar nosso raciocínio com algumas perguntas 
pertinentes a nossa área de estudos: 
 Despesas com matéria-prima ou custos com matéria-prima? 
 Gastos ou despesas de fabricação? 
 Gastos ou custos com matérias diretos? 
 Custos ou despesas com depreciação? 
 Gasto ou investimento em materiais? 
Essas simples perguntas são decisivas quando se quer atingir uma eficiência 
na gestão de custos das empresas, pois uma adequação aos conceitos 
 
 
5 
colabora para as apurações corretas nos processos empresariais. Então, 
agora, vamos ver esses conceitos um a um para entender melhor. 
2.1 Gasto 
A compra de um produto ou serviço qualquer que gere desembolso 
caracteriza um gasto (Martins, 2010) – muito clara e simples a definição 
apresentada pelo professor Eliseu Martins em seu livro. Então, sempre que 
ocorrer a compra de um item, será caracterizado um gasto, desde que atenda a 
condição de ser realizado um pagamento em contrapartida pela entrega do item 
adquirido. Vejamos definições de alguns autores. 
Quadro 1 – Definição de gasto 
Autor Definição 
Bornia (2010, p. 39) 
Gasto é o valor dos insumos adquiridos pela empresa, 
independentemente de terem sido utilizados ou não. 
Martins (2010, p. 17) 
Compra de um produto ou serviço qualquer, que gera sacrifício 
financeiro para a entidade (desembolso), sacrifício esse 
representado por entrega ou promessa de entrega de ativos 
(normalmente dinheiro). 
Padoveze (2013, p. 16) 
Significam receber os serviços e os produtos para consumo em 
todo o processo operacional. 
Então, nas empresas, podemos ter gastos com a compra de matérias-
primas, mão de obra, tanto na produção como na distribuição, honorários da 
diretoria, compra de um imobilizado, entre outros. 
Martins (2010) destaca que só existe o gasto quando há a passagem do 
bem ou serviço para a propriedade da empresa, tendo nesse momento o 
reconhecimento de um pagamento ou uma dívida por essa compra. 
2.2 Investimento 
O momento que um gasto é ativado em função de sua vida útil ou dos 
benefícios futuros (Padoveze, 2013). Martins (2010) detalha o investimento 
como sendo todas as aquisições de bens ou serviços que são colocados no ativoda empresa e serão baixados conforme ocorre sua venda ou consumo. Podem 
ser desde matérias-primas até máquinas. 
Para facilitar o entendimento, vamos verificar as definições de alguns 
autores. 
 
 
 
6 
Quadro 2 – Definição de investimento 
Autor Definição 
Bornia (2010, p. 41) 
Investimento é o valor dos insumos adquiridos pela empresa não 
utilizados no período, mas que poderão ser empregados em 
períodos futuros. 
Martins (2010, p. 17) 
Gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios 
atribuíveis a futuro(s) período(s). 
Ribeiro (2013, p. 18) 
(...) gastos com a obtenção dos bens destinados à troca 
(mercadorias), à transformação (matérias-primas, materiais 
secundários, materiais auxiliares e materiais de embalagem) ou 
consumo (materiais de expediente, higiene e limpeza), enquanto 
esses bens ainda não forem trocados, transformados ou 
consumidos. 
Acontecendo o gasto, muitas vezes ele é estocado, sendo baixado 
conforme sua utilização, e essa utilização é considerada a ativação do gasto. Os 
investimentos podem ser contabilizados como circulantes ou permanentes, 
dependendo de sua finalidade. Circulantes são os investimentos que vão 
permanecer na entidade por um curto período, por exemplo o estoque, que é 
adquirido para ser consumido ou vendido no curto prazo. Já as máquinas são 
investimentos permanentes, pois vão permanecer na entidade por um longo 
prazo. 
2.3 Desembolso 
Sempre que ocorre o pagamento de algo, caracteriza-se o desembolso 
com a transferência de numerário da empresa para seu credor. Como vimos, o 
gasto acontece com a compra de um bem ou serviço, que deverá ser pago em 
algum momento. Vejamos os conceitos expostos pelos autores. 
Quadro 3 – Definição de desembolso 
Autor Definição 
Bornia (2010, p. 39) 
Desembolso, que é o ato do pagamento e que pode ocorrer em 
momento diferente do gasto. 
Martins (2010, p. 17) Pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço. 
Ribeiro (2013, p. 18) 
(...) se caracteriza pela entrega do numerário, pode ocorrer antes 
(pagamento antecipado), no momento (pagamento à vista) ou 
depois (pagamento a prazo) da consumação do gasto. 
O desembolso pode acontecer antes ou depois do momento da compra e 
também durante: antes, no caso de um pagamento antecipado; durante, se o 
pagamento for à vista; e depois, no caso de uma compra a prazo. Não esqueça 
que o desembolso ocorre quando se paga algo, desembolsando dinheiro para 
isso. 
 
 
7 
2.4 Custo 
Um dos maiores dilemas na contabilidade de custos está na diferenciação 
entre custo e despesa, no entanto essa distinção não é difícil, basta um pouco 
de atenção. Para deixar claro o que é custo, vamos às definições de alguns 
autores. 
Quadro 4 – Definição de custo 
Autor Definição 
Bornia (2010, p. 39) 
Custo é o valor dos insumos usados na fabricação dos produtos da 
empresa. 
Martins (2010, p. 17) 
Gasto relativo a bem ou serviço utilizado na produção de outros bens 
ou serviços. 
Ribeiro (2013, p. 20) 
Compreende a soma dos gastos com bens e serviços aplicados ou 
consumidos na fabricação de outros bens. 
Verificando as definições de autores diferentes, elas seguem a mesma 
linha, tratando os custos como gastos que são utilizados na produção de 
bens ou serviços. Dessa maneira, quando um investimento é ativado visando 
a produção ou a fabricação, ele é reconhecido como custo. Vale ressaltar que 
os custos dos produtos serão estocados e, no momento da venda dos produtos, 
serão lançados no resultado, no qual, em contrapartida, haverá uma receita para 
a empresa. 
Temos como exemplos de custos matérias-primas, salários da produção 
(mão de obra), energia consumida na produção, outros materiais de produção, 
depreciação de máquinas da produção, entre outros. Vale ressaltar que todos os 
gastos empregados na produção são custos. 
2.5 Despesa 
Já deixamos claro o que é custo. Neste momento, preste muita atenção 
no conceito de despesa – vamos utilizar a mesma forma de evidenciar os 
conceitos, por meio de um quadro. 
Quadro 5 – Definição de despesa 
Autor Definição 
Bornia (2010, p. 40) 
Despesa é o valor dos insumos consumidos com o funcionamento 
da empresa e não identificados com a fabricação. 
Martins (2010, p. 17) 
Bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção 
de receitas. 
 
 
8 
Ribeiro (2013, p. 20) 
Compreende os gastos decorrentes ao consumo de bens e da 
utilização de serviços das áreas administrativa, comercial e 
financeira, que direta ou indiretamente visam a obtenção de receita. 
De uma maneira bem simples, fica claro que a despesa se difere do custo, 
pois ela não está ligada a produção. A despesa é o gasto que tem o intuito de 
obter receitas. Sempre que elas ocorrerem, não serão estocadas, e sim vão 
diretamente para o resultado do período, diferente do custo, que inicialmente é 
estocado e vai para o resultado apenas quando vendido. 
Temos como exemplos de despesa salários de vendedores e do pessoal 
do departamento administrativo, energia consumida nos setores administrativos, 
materiais dos setores administrativos, fretes sobre vendas, entre outras 
despesas dentro desse conceito. 
2.6 Perda 
Trata-se de perda quando ocorre o consumo de um bem ou serviço de 
forma anormal (Martins, 2010). Quando algo ocorre na empresa, porém não 
estava previsto, algo excepcional, caracteriza, assim, uma perda. 
Contabilmente, a ocorrência de perdas vai ser contabilizada de maneira 
equivalente à de despesas, pois, no momento da ocorrência, o reconhecimento 
será feito diretamente no resultado. Ressalta-se o reconhecimento equivale ao 
de despesa, no entanto não podemos confundir perda com despesa nem com 
custo, pois trata-se de situação diferente. 
Vamos acompanhar as definições dos autores. 
Quadro 6 – Definição de perda 
Autor Definição 
Bornia (2010, p. 41) 
A perda normalmente é vista, na literatura contábil, como o valor 
dos insumos consumidos de forma anormal. 
Martins (2010, p. 18) Bem ou serviço consumidos de forma anormal e involuntária. 
Padoveze (2013, p. 17) 
São fatos ocorridos em situações excepcionais, que fogem à 
normalidade das operações da empresa. 
O desgaste normal de um item do imobilizado é reconhecido e 
contabilizado pela sua depreciação, no entanto, caso algum evento cause um 
desgaste anormal, esses valores devem ser reconhecidos como perda. 
Na hipótese da ocorrência de incêndio na empresa ou algum outro evento 
danoso, será caracterizada a perda, uma vez que a entidade não tem a intenção 
de que esse evento danoso ocorra. Vamos relembrar o rompimento da barragem 
 
 
9 
de Mariana: caso alguma empresa tenha sido prejudicada por perda de estoque 
ou até mesmo tenha sofrido dano ao imóvel, será caracterizada perda. 
Caso algum estoque, ou outro item da organização, torne-se obsoleto 
antecipadamente da previsão da depreciação, também se identifica uma perda, 
mesmo não acontecendo um dano. Apenas o obsoletismo já caracteriza uma 
perda. 
2.7 Desperdício 
Padoveze (2013) trata o desperdício como um gasto sem aproveitamento, 
que poderia não existir caso a empresa fosse mais eficiente. O desperdício, 
diferente da perda, não é algo anormal, mas sim uma ocorrência que causa um 
gasto que já foi previsto pela organização, de certa maneira conhecendo a 
ineficiência de algum processo. 
Vamos recorrer aos autores e seus conceitos para clarificar nosso 
conhecimento sobre desperdícios. 
Quadro 7 – Definição de desperdício 
Autor Definição 
Bornia (2010, p. 41) 
Desperdício é o esforço econômico que não agrega valor ao 
produto da empresa nem serve para suportar diretamente o 
trabalho efetivo. 
Padoveze (2013, p. 18) (...) desperdício é definido como “gastos sem aproveitamento”(...). 
Schier (2011, p. 101) 
Gasto incorrido nos processos produtivo ou de geração de receitas, 
que possa ser eliminado sem prejuízo da qualidade ou quantidade 
dos bens, serviços ou receitas geradas. 
Vemos que os desperdícios sãopontos que devem ser melhorados, para 
assim ajudar a empresa a seguir um caminho mais adequado. Vamos a um 
exemplo: uma indústria produz roupeiros e cada porta possui as medidas de 150 
cm x 45 cm. A matéria-prima são tábuas de madeira e todas possuem as 
dimensões de 150 cm x 50 cm. 
Logo, a cada tábua, a indústria precisa tirar 5 cm para conseguir fabricar 
a porta, então esses 5 cm são desperdício, pois a empresa sabe que está tendo 
esse gasto desnecessário. No entanto, ele ocorre devido às medidas da matéria-
prima e da porta serem divergentes. Como solução, a empresa poderia comprar 
uma matéria-prima do tamanho exato da porta ou, talvez, aumentar o tamanho 
dos roupeiros utilizando a matéria-prima inteira. 
 
 
10 
Às vezes, a ineficiência da empresa passa pelos seus processos que 
causam desperdício, em outros momentos o desperdício pode ser originado pelo 
fato de o fornecedor não ter a matéria-prima nas especificações que a empresa 
precisa, gerando desperdício na adequação da matéria-prima. 
Ressaltamos a diferença entre perda e desperdício: a perda ocorre sem a 
previsão pela empresa, enquanto o desperdício a empresa sabe que vai ocorrer 
devido a alguma ineficiência. 
Saiba mais 
Caro(a) aluno(a), visando demonstrar como o fato de não diferenciar 
custo e despesa pode impactar na gestão e na apuração dos custos, 
recomendamos a leitura do artigo intitulado Custos na pecuária leiteira: um 
estudo sobre empirismo da aplicação conceitual por parte de diferentes 
profissionais, pois ele evidencia o impacto da aplicação correta dos conceitos 
em estudos empíricos. Disponível em: <goo.gl/e5NVh5>. 
TEMA 3 – PLANO DE CONTAS PARA CONTABILIDADE DE CUSTOS 
O Plano de Contas é um conjunto de contas e diretrizes que disciplinam 
as atividades do setor de contabilidade, tendo o objetivo de uniformizar os 
registros contábeis (Ribeiro, 2013). Todos os registros contábeis devem 
contemplar as contas prevista no Plano de Contas, pois, dessa maneira, todos 
os lançamentos ficam facilitados, uma vez que esse guia vai colaborar para a 
padronização contábil. 
O Plano de Contas contém particularidades conforme a atividade de cada 
empresa, pois alguns setores da economia possuem suas peculiaridades. Por 
exemplo, o setor bancário deve ter um Plano de Contas diferente de um 
comércio, que também precisa ser diferente daquele de uma indústria, visando 
assim atender à necessidade dos usuários das informações contábeis. 
Então, vamos apresentar o Plano de Contas no Quadro 8 para facilitar o 
entendimento, dando ênfase nas contas que se encaixam na particularidade da 
contabilidade de custos. 
Quadro 8 – Plano de Contas 
Ativo Passivo Resultado 
1 Ativo 2 Passivo 3 Resultado 
1.1 Ativo Circulante 2.1 Passivo Circulante 3.01 Receita de Venda 
 
 
11 
1.1.01 Disponível 2.1.01. 
Instituições 
Financeiras 
3.02 Custos das Vendas 
1.1.01.01 Caixa 2.1.01.01 
Empréstimos e 
Financiamentos 
3.02.01 
Custos dos 
Produtos Vendidos 
1.1.01.02 Bancos 2.1.02. Fornecedores 3.02.02 
Custos das 
Mercadorias 
Vendidas 
1.1.02 Realizável 2.1.03. 
Obrigações 
Sociais e 
Trabalhistas 
3.02.03 
Custos dos 
Serviços Vendidos 
1.1.02.01 Clientes 2.1.04. 
Obrigações 
Tributárias 
3.03 Resultado Bruto 
1.1.03 Estoques 2.1.05 Contas a Pagar 3.04 
Despesas/Receitas 
Operacionais 
1.1.03.01 
Produção do 
Estabelecimento 
2.2 
Passivo Não 
Circulante 
3.04.01 
Despesas com 
Vendas 
1.1.03.01.1 
Produtos 
Acabados 
 3.04.02 
Despesas Gerais e 
Administrativas 
1.1.03.01.2 
Produtos em 
Elaboração 
2.3 Patrimônio Líquido 3.04.03 
Perdas pela Não 
Recuperabilidade 
de Ativos 
1.1.03.02 Mercadorias 2.3.01 
Capital Social 
Realizado 
3.04.04 
Outras Receitas 
Operacionais 
1.1.03.02.1 
Mercadorias para 
Revenda 
2.3.02 
Reservas de 
Capital 
3.04.05 
Outras Despesas 
Operacionais 
1.1.03.03 
Matérias primas e 
Embalagens 
2.3.03 
Reservas de 
Reavaliação 
3.04.06 
Resultado de 
Equivalência 
Patrimonial 
1.1.03.03.1 Matérias-primas A 2.3.04 
Reservas de 
Lucros 
3.05 
Resultado Antes do 
Resultado 
Financeiro e dos 
Tributos 
1.1.03.03.2 Matérias-primas B 2.3.05 
Lucros / Prejuízos 
Acumulados 
3.06 
Resultado 
Financeiro 
1.1.03.03.3 Matérias-primas C 2.3.06 
Ajustes de 
Avaliação 
Patrimonial 
3.06.01 
Receitas 
Financeiras 
1.1.03.04 Almoxarifado 2.3.07 
Ajustes 
acumulados de 
Conversão 
3.06.02 
Despesas 
Financeiras 
1.1.03.04.1 
Materiais de 
consumo 
2.3.08 
Outros resultados 
abrangestes 
3.07 
Resultado Antes 
dos Tributos sobre 
o Lucro 
1.1.04 
Valores e Créditos 
Recuperáveis 
2.3.09 
Participação dos 
Acionistas não 
controladores 
3.08 
Imposto de Renda 
e Contribuição 
Social sobre o 
Lucro 
1.1.04.01 
Tributos 
Recuperáveis 
 3.09 
Resultado Líquido 
das Operações 
Continuadas 
1.2 
Ativo Não 
Circulante 
 3.10 
Resultado Líquido 
de Operações 
Descontinuadas 
1.02.01 
Ativo Realizável a 
Longo Prazo 
 3.11 
Lucro/Prejuízo do 
Período 
1.02.02 Investimentos 
1.02.03 Imobilizado 
1.02.04 Intangível 
No Quadro 8, podemos ver um Plano de Contas voltado para a 
contabilidade de custos. Em um primeiro olhar, ele não tem muita diferença de 
um Plano de Contas que poderíamos chamar de normal, no entanto, se você 
reparar, existem algumas contas que estão sombreadas, todas pertencentes ao 
grupo do Estoque, destacadas na sequência: 
 
 
12 
1.1.03 Estoques 
1.1.03.01 Produção do Estabelecimento 
1.1.03.01.1 Produtos Acabados 
1.1.03.01.2 Produtos em Elaboração 
1.1.03.02 Mercadorias 
1.1.03.02.1 Mercadorias para Revenda 
1.1.03.03 Matérias-primas e Embalagens 
1.1.03.03.1 Matérias-primas A 
1.1.03.03.2 Matérias-primas B 
1.1.03.03.3 Matérias-primas C 
1.1.03.04 Almoxarifado 
1.1.03.04.1 Materiais de consumo 
Nessas contas, estão dois tipos de produtos, os acabados e os em 
elaboração, pois, ao final do exercício, teremos que contabilizar o valor dos 
produtos que estão prontos, como também o daqueles que estão no meio da 
produção no momento do fechamento do Balanço. Ainda temos a conta 
Mercadorias para Revenda, mas, afinal, qual é a diferença entre produto e 
mercadoria? Vamos lá: produto é aquilo que a empresa produz para vender, 
enquanto a mercadoria é adquirida para revenda. 
Dentro do estoque, ainda temos as matérias-primas, exemplificadas pelas 
letras “A”, “B” e “C”, pois a empresa pode ter várias matérias-primas, que devem 
ser contabilizadas de maneira separada para que, conforme sejam utilizadas, 
possam ser baixadas de forma correta. 
Por fim, temos os materiais de consumo a serem utilizados na produção, 
que também vão integrar o custo dos produtos. 
Seguindo esse Plano de Contas, é facilitado o processo de gestão de 
custos, pois o profissional saberá onde efetuar a alocação correta dos valores. 
TEMA 4 – CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS: DIRETOS X INDIRETOS 
Os custos podem ser classificados em custos diretos ou custos indiretos, 
levando em consideração a facilidade de alocação dos custos, seja alocação ao 
produto, ao processo, ao departamento ou outras classificações dentro da 
empresa. 
Os custos diretos são de fácil alocação, consequentemente de fácil 
identificação ao produto, enquanto os custos indiretos apresentam maior 
dificuldade de alocação aos produtos, sendo utilizado para a alocação algum 
critério de rateio. 
Bornia (2010) expõe que os custos diretos são aqueles que são facilmente 
identificados aos produtos, tendo como exemplos a matéria-prima e a mão de 
obra direta, pois sua alocação e sua análise são relativamente simples devido 
 
 
13 
ao fato de poderem ser identificadas no produto. Para designar que um custo é 
direto, basta que haja uma medida de consumo (quilogramas, embalagens 
utilizadas, horas de trabalho), sendo que essa medida de consumo fará com que 
o custo possa ser identificado facilmente ao produto, classificando-o como custo 
direto. 
Os custos indiretos, diferentemente dos diretos, não possuem amesma 
facilidade de serem atribuídos aos produtos. Eles podem ser alocados aos 
produtos utilizando vários critérios possíveis, não sendo tão objetiva e adequada 
a alocação quanto nos custos diretos (Bonia, 2010). Para ser considerado custo 
indireto, ele não deve oferecer condição de ser medido de forma objetiva nos 
produtos, e a alocação será feita de maneira estimada ou até mesmo arbitrária. 
Vamos a um exemplo elaborado por Martins (2010): 
Quadro 9 – Custo indireto 
Item de custo Valor 
Matéria-prima $ 2.500.000,00 
Embalagens $ 600.000,00 
Materiais de consumo $ 100.000,00 
Mão de obra $ 1.000.000,00 
Salários da supervisão $ 400.000,00 
Depreciação das máquinas $ 300.000,00 
Energia elétrica $ 500.000,00 
Aluguel do prédio $ 200.000,00 
Fonte: Martins (2010). 
Ao analisar o quadro, chegamos às seguintes conclusões: 
 Matéria-prima e embalagens: podem ser apropriadas perfeita e 
diretamente aos produtos, já que é possível identificar quanto cada um 
consumiu. Pode-se saber quanto de matéria-prima cada produto utilizou, 
bem como se utiliza geralmente uma embalagem por produto. Logo, custo 
direto. 
 Materiais de consumo: alguns são lubrificantes de máquinas, outros são 
materiais de limpeza, dentro de uma enorme variedade, e não há como 
associá-los a cada produto diretamente. Outros são de tão pequeno valor 
que ninguém se preocupou em associá-los a cada produto. Então, sempre 
é bom verificar quais são esses materiais de consumo. Logo, custos 
indiretos. 
 Mão de obra: é possível associar parte dela diretamente com cada 
produto, pois houve uma medição de quanto tempo cada operário 
 
 
14 
trabalhou em cada um e quanto custa cada operário para a empresa, mas 
parte dela refere-se aos chefes de equipes de produção e não há 
possibilidade de se verificar quanto atribuir diretamente aos produtos. A 
mão de obra vai ser direta quando for possível medir sua utilização, do 
contrário será indireta. 
 Salários da supervisão: mais difícil ainda de se alocar por meio de uma 
verificação direta e objetiva da mão de obra dos chefes de equipes de 
produção, já que essa supervisão é a geral da fábrica. Representa esse 
custo o gasto da supervisão dos chefes de equipes e, por isso mesmo, 
muito mais difícil é a alocação aos produtos. Então, custo indireto. 
 Depreciação das máquinas: a depreciação é considerada um custo 
indireto, pois geralmente possui um valor igual em todos os períodos, visto 
que a empresa se deprecia linearmente. Como exceção, existe a 
possibilidade de apropriá-la diretamente a cada produto caso a 
depreciação seja contabilizada de outra forma, ou seja, depreciar por 
hora, assim podendo identificar o tempo de utilização em cada produto. 
 Energia elétrica: parte dela é possível alocar aos produtos, desde que as 
máquinas utilizadas na produção possuam um medidor próprio, e a 
empresa faça verificações de quanto consome para cada item elaborado. 
Porém, existe a energia que é medida globalmente, e não há forma direta 
de alocação. Então, se existir medidor de energia individual, torna-se 
custo direto; não havendo medidor individual, é custo indireto. 
 Aluguel do prédio: impossível de se medir diretamente quanto pertence a 
cada produto. Por isso, custo indireto. 
Caro(a) aluno(a), vimos a diferença entre custos diretos e custos indiretos: 
os primeiros são identificados aos produtos por possuírem uma medição exata, 
já os segundos não possibilitam tal medição exata em cada produto, dependendo 
de algum critério para a alocação. 
Para que você possa aprofundar mais seu conhecimento, sugiro que 
realize uma pesquisa com foco em descobrir os possíveis custos diretos e 
indiretos em uma indústria moveleira. Dessa maneira, você terá mais 
proximidade com os conceitos. 
 
 
15 
TEMA 5 – CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS: FIXOS X VARIÁVEIS 
Além de diretos e indiretos, os custos podem ser classificados de outras 
maneiras. Uma delas é em custos fixos e custos variáveis, que leva em 
consideração o valor total de custos em relação ao volume da produção. 
Define-se o custo fixo como aquele que não varia de forma proporcional 
ao volume de produção, ou seja, independente do volume de produção, o custo 
se manterá constante, podendo até variar em valor, no entanto não de maneira 
proporcional à produção. Essa não variação caracteriza o custo fixo. Aluguel do 
imóvel e depreciação do imóvel ou das máquinas são exemplos de custos fixos. 
Em uma vertente contrária ao custo fixo, vem o custo variável. Este está 
ligado diretamente ao volume da produção, pois cresce com o aumento da 
produção, e esse crescimento é proporcional ao volume produzido. A variação 
proporcional dos custos variáveis em relação ao volume de produção caracteriza 
o custo variável. Matéria-prima, mão de obra direta e depreciação por horas das 
máquinas são exemplos de custos variáveis. 
Para exemplificar a diferença entre custos fixos e custos variáveis, vamos 
observar o gráfico: 
Gráfico 1 – Custos fixos e custos variáveis 
 
Caro(a) aluno(a), podemos observar que temos os valores em um eixo do 
gráfico, e, no outro, a quantidade produzida. Olhe com atenção e veja que, 
R$ 0,00
R$ 2.000,00
R$ 4.000,00
R$ 6.000,00
R$ 8.000,00
R$ 10.000,00
R$ 12.000,00
0 200 400 600 800 1000
Divisão de custos fixos e variáveis
Custos fixos Custos Variáveis
 
 
16 
independentemente do volume produzido, os custos fixos continuam sendo R$ 
6.000,00. Esses custos fixos representam os gastos que não variam 
proporcionalmente ao volume produzido, por exemplo a depreciação do prédio 
da fábrica e das máquinas, a utilização de materiais de consumo diversos, entre 
outros. 
Já os custos variáveis vão se elevando conforme aumenta o volume de 
produção, partindo de R$ 2.000,00, com a produção de 200 unidades, até R$ 
10.000,00, com a produção de 1.000 unidades, podendo, assim, ser definido que 
o custo variável unitário é de R$ 10,00. O valor do custo variável unitário advém 
da soma de matéria-prima, mão de obra indireta e embalagem. 
Vamos, então, ver algumas situações: o valor global de consumo dos 
materiais diretos por mês depende diretamente do volume produzido. Quanto 
maior a quantidade fabricada, maior seu consumo. Portanto, em um período, o 
valor do custo de tais materiais varia de acordo com o volume de produção. Logo, 
materiais diretos são custos variáveis. 
Já o aluguel da fábrica em certo mês é de determinado valor, 
independentemente de aumentos ou diminuições naquele mês do volume 
produzido. Por isso, o aluguel é um custo fixo. 
Martins (2010) ressalta que é de grande importância notar que a 
classificação em fixos e variáveis leva em consideração o período (unidade de 
tempo), o valor total de custos com um item nessa unidade de tempo e o volume 
de atividade. Não se pode confundir com o caso da classificação de diretos e 
indiretos, de um relacionamento com a unidade produzida. Por exemplo, a 
matéria-prima é um custo variável, pois, por mês, seu valor total consumido 
depende da quantidade de itens fabricados. Porém, por unidade produzida, a 
quantidade de matéria-prima é provavelmente a mesma, mas isso não lhe tira a 
característica de variável, pelo contrário, reforça-a. 
A distinção em fixos e variáveis também tem outra característica 
importante: considerando a relação entre período e volume de atividade, não se 
está comparando um período com outro (Martins, 2010). Esse fato é de extrema 
importância para não confundirmos custo fixo com custo que ocorre em 
todos os períodos. Por exemplo, se a empresa realiza depreciação com base 
em quotas decrescentes e com isso atribui para cada ano um valor diferente 
desse custo, continua tendo na depreciação um custo fixo, mesmo que em cada 
período ele seja de valor diferente. Outra situação é se o aluguel é reajustado 
 
 
17 
mensalmente em função de qualquer índice e nunca tem valor igual em dois 
períodos subsequentes, continuasendo um custo fixo, pois, em cada período, 
seu valor é definido e não tem relação com o volume produzido. 
Há mais exemplos dessa natureza: mão de obra indireta – normalmente, 
é um gasto que, apesar de poder variar em valor de período para período, é um 
custo fixo, pois, por mês, tem seu montante definido não em função do volume 
de produção; conta dos telefones da fábrica – pode ter seu valor diferente em 
cada mês, mas não é um custo variável, pois seu montante não está variando 
em função do volume de produtos fabricados. 
Nesse momento, sugerimos que seja feita uma pesquisa buscando saber 
quais são os possíveis custos fixos e variáveis em uma indústria de roupas. Com 
isso, você terá mais proximidade com os conceitos, visualizando um exemplo 
prático. 
Querido(a) aluno(a), vamos agora conversar no fórum com seus colegas 
para tentarmos chegar a pontos comuns sobre as situações expostas a seguir. 
a. Sabe-se que existe aquele ditado que fala “quem não é visto não é 
lembrado”, então as empresas acabam investindo em marketing para 
elevar a venda de seus produtos. Você acha que isso é um custo ou uma 
despesa? Justifique sua resposta. 
b. Quase todas as atividades de fabricação de produtos necessitam de 
energia elétrica, a qual, dependendo da situação, pode ser um custo direto 
ou um custo indireto. O que deve ser levado em consideração para fazer 
tal distinção? 
c. As perdas e os desperdícios são gastos não desejados pelas empresas, 
no entanto eles possuem diferenças. Como podemos diferenciar de 
maneira simples um do outro? Exemplifique. 
d. Como podemos diferenciar de maneira bem simples custo de despesa? 
NA PRÁTICA 
Caro(a) aluno(a), agora vamos praticar um pouco com algumas situações: 
Problema do bolo de laranja 
Cristina fez um delicioso bolo de laranja. Ela gastou R$ 15,00 para 
comprar os ingredientes e utilizou apenas 60% deles. Outros gastos para 
 
 
18 
produzir o bolo somam 50% do valor dos ingredientes utilizados. O valor da mão 
de obra para a produção do bolo corresponde 100% do valor dos ingredientes 
adquiridos. Cristina não sabe quanto custou para fazer seu bolo, por isso não 
sabe qual pode ser seu preço de venda para não perder dinheiro. Então, vamos 
ajudar Cristina? Para isso, precisamos também identificar quais são as 
classificações dos custos. 
Já conseguiu descobrir o custo do bolo? Não? Então vamos dar uma 
ajuda. Vamos começar com a classificação dos custos em diretos ou indiretos e 
em fixos ou variáveis. 
Vamos aos ingredientes do bolo: 
 4 ovos. 
 2 xícaras (chá) de açúcar. 
 1 xícara (chá) de óleo. 
 Suco de 2 laranjas. 
 Casca de 1 laranja. 
 2 xícaras (chá) de farinha de trigo. 
 1 colher (sopa) de fermento. 
Conhecendo os ingredientes, agora vamos ao modo de preparo: 
1. Bata no liquidificador os ovos, o açúcar, o óleo, o suco e a casca da 
laranja. 
2. Passe para uma tigela e acrescente a farinha de trigo e o fermento. 
3. Leve para assar em uma forma com furo central, untada e enfarinhada, 
por 30 minutos. 
4. Desenforme o bolo e molhe com suco de laranja. 
Não podemos esquecer que também temos o gasto com mão de obra. 
Conhecendo os insumos e o processo de produção, podemos então classificar 
os custos. 
 Todos os ingredientes do bolo possuem unidades de medida identificáveis 
a cada bolo produzido, e essa identificação nos mostra que se trata de um 
custo direto dos ingredientes. 
 Enquanto para o processo precisa-se de mesa, liquidificador, tigela, 
forma, forno, todos itens que perduram por várias fabricações de bolo, 
então sendo depreciados, como não temos um limite de produção, trata-
 
 
19 
se de depreciação linear, da qual não podemos ter uma identificação 
facilitada ao bolo em questão, por isso trata-se de custo indireto. A energia 
elétrica utilizada no liquidificador não determina quanto tempo exato do 
processo vai utilizar energia, bem como a energia consumida pelas 
lâmpadas do ambiente de preparação, então são custos indiretos, pois 
não se tem medição de consumo identificável ao bolo. 
 A mão de obra e o gás consumido não apresentaram unidade de medida, 
dessa forma sendo classificados como custo indireto, no entanto, caso 
conste que o tempo gasto de preparo do bolo é de uma hora de trabalho, 
isso torna a mão de obra um custo direto devido à medição. Isso também 
acontece para o gás, pois, caso haja uma medida de consumo para o 
preparo de cada bolo, classifica-se como custo direto. 
Agora, vamos ver sobre a classificação dos custos em fixos e variáveis. 
 Os ingredientes vão se alterar proporcionalmente à quantidade de bolos 
produzidos, então são custos variáveis. 
 Já os gastos de depreciação dos equipamentos utilizados na produção 
terão sempre o mesmo valor, não se alterando conforme o volume de 
produção de bolos, então são custos fixos. A energia, mesmo alterando 
seu valor nominal, por não ser proporcional ao volume produzido, será 
fixa, em especial das lâmpadas do ambiente. Pode haver a ressalva sobre 
a energia consumida pelo liquidificador: caso haja medição de consumo, 
essa parcela da energia será variável. 
 Novamente chegamos à mão de obra e ao gás consumido na produção. 
Caso a mão de obra seja paga conforme a produção, ou seja, um valor 
específico para cada bolo elaborado, ela será um custo variável, porém, 
se o salário for fixo independentemente da quantidade de bolos, é um 
custo fixo. O gás será consumido em maior quantidade se forem feitos 
mais bolos, tornando-se assim um custo variável, mas, se o forno for 
utilizado para outros tipos de produtos além desse tipo de bolo, se houver 
medição de consumo separadamente, é um custo variável, do contrário, 
se medido globalmente o consumo, é um custo fixo. 
Agora que já entendemos como classificamos cada custo da produção do 
bolo, vamos descobrir quanto custou o bolo feito por Cristina. 
 
 
20 
 Cristina comprou R$ 15,00 de ingredientes, porém utilizou apenas 60% 
desse total. Temos R$ 15,00 x 60% = R$ 9,00. O custo dos ingredientes 
que são nossa matéria-prima é de R$ 9,00. 
 Agora, os gastos gerais, que são aqueles de depreciação dos itens 
utilizados, energia elétrica, gás para cozimento. Sabemos que o valor foi 
de 50% dos ingredientes utilizados. Temos R$ 9,00 x 50% = R$ 4,50. 
Então, temos mais o custo de R$ 4,50. 
 Por fim, a mão de obra, que corresponde a 100% do valor dos ingredientes 
adquiridos por Cristina. O valor adquirido de ingredientes é de R$ 15,00. 
 Então, o custo do bolo de Cristina encontra-se com a soma dos custos. 
Temos R$ 9,00 + R$ 4,50 + R$ 15,00 = R$ 28,50. 
Agora que Cristina sabe que o seu bolo custa R$ 28,50, ela já pode formar 
seu preço de venda, evitando assim que tenha prejuízo vendendo por valor 
inferior ao do custo. 
Viu, caro(a) aluno(a), é muito importante conhecer seu custo de produção, 
dessa maneira você poderá tomar decisões mais seguras para formar o preço 
de venda, bem como, conhecendo a classificação dos custos do seu produto, 
poderá realizar um controle mais eficiente dos custos. 
Problema do bolo de aniversário 
Dona Teresa faz lindos bolos de aniversário, mas, coitadinha dela, não 
sabe calcular o custo do seu bolo, então vamos ajudar a dona Teresa a calcular 
esse valor. 
Dona Teresa foi ao supermercado e comprou alguns itens, conforme segue: 
 5 kg de farinha de trigo, por R$ 8,00. Utilizou apenas 2 kg no bolo; 
 5 kg de açúcar, por R$ 6,00. Utilizou apenas 1 kg no bolo; 
 3 dúzias de ovos, por R$ 9,00. Utilizou apenas 1 dúzia; 
 100 g de fermento, por R$ 1,00. Utilizou todo o fermento; 
 500 g de manteiga, por R$ 2,00. Utilizou 250 g no bolo; 
 3 latas de leite condensado, por R$ 10,50. Utilizou as 3 latas; 
 3 caixas de chantilly, por R$ 12,00. Utilizou as 3 caixas; 
 1 litro de leite, por R$ 2,50. Utilizou todo o leite; 
 Uma caixa de morangos, por R$ 4,00. Utilizou todos os morangos. 
 
 
21 
Com os ingredientes em mãos, a donaTeresa trabalhou por 3 horas no 
preparo do bolo, sendo que o custo da hora da dona Teresa é de R$ 10,00. 
Para fazer o bolo, foram necessários outros gastos, conforme segue: 
 Energia elétrica no valor de R$ 0,60 pelas 3 horas de preparação; 
 Gás no valor de R$ 0,50 referente ao consumo para assar o bolo; 
 Aluguel no valor de R$ 5,00 proporcional ao tempo de uso da cozinha; 
 Depreciação de liquidificador, mesa, utensílios domésticos e forno no 
valor de R$ 3,00 já calculado pelo tempo utilizado. 
Agora, com todas as informações, vamos ajudar a dona Teresa e 
encontrar o valor de custo do bolo de aniversário. 
Primeiro, vamos lembrar que as matérias-primas do bolo são seus 
ingredientes, que são os materiais aplicados na fabricação do produto. 
Consideramos todos eles como custos diretos e custos variáveis, devido a 
poderem ser identificados ao produto, bem como sua elevação ser proporcional 
à quantidade de bolos elaborados. 
Sobre a mão de obra da dona Teresa, o valor da hora cobrado por ela 
para realizar alguma receita é de R$ 10,00, então também é um custo variável e 
direto. 
Quanto aos demais gastos, a energia e o gás, caso sejam medidos por 
processo, são custos variáveis e diretos, do contrário, se forem medidos 
globalmente, serão custos indiretos e fixos. Já o aluguel e a depreciação são 
custos fixos e indiretos, pois, independente do volume produzido, terão o mesmo 
valor mensal. 
Agora, vamos aos cálculos. Para facilitar, vamos montar um quadro com 
os dados. 
Quadro 10 – Custos do bolo de aniversário 
Item Valor pago Qt. comprada Qt. utilizada Custo do bolo 
Farinha R$ 8,00 5 kg 2 kg R$ 3,20 
Açúcar R$ 6,00 5 kg 1 kg R$ 1,20 
Ovos R$ 9,00 3 dúzias 1 dúzia R$ 3,00 
Fermento R$ 1,00 100 g 100 g R$ 1,00 
Manteiga R$ 2,00 500 g 250 g R$ 1,00 
Leite condensado R$ 10,50 3 latas 3 latas R$ 10,50 
Chantilly R$ 12,00 3 caixas 3 caixas R$ 12,00 
Leite R$ 2,50 1 litro 1 litro R$ 2,50 
Morangos R$ 4,00 1 caixa 1 caixa R$ 4,00 
Mão de obra R$ 30,00 
Energia elétrica R$ 0,60 
 
 
22 
Gás R$ 0,50 
Aluguel R$ 5,00 
Depreciação R$ 3,00 
Consideramos como custo apenas as quantidades dos ingredientes 
utilizadas por dona Teresa. Somando os valores de ingredientes, mão de obra e 
gastos gerais de fabricação, o custo do bolo de dona Teresa é de R$ 77,50. 
Calcular o custo dos produtos não é difícil, caro(a) aluno(a). 
Problema de identificação das nomenclaturas de custos 
Seu Osvaldo é dono de uma indústria e tem muitas dúvidas sobre a 
nomenclatura correta a ser aplicada na contabilidade de custos, então, abaixo, 
estão algumas questões a serem resolvidas para ajudá-lo. Para isso, veja as 
situações e busque no material os conceitos necessários. 
1. Um gasto referente a bens e serviços empregados na produção é 
considerado: 
a. Desperdício. 
b. Despesa. 
c. Custo. 
d. Perda. 
2. Um bem ou serviço consumido de forma anormal e involuntária é definido 
como: 
a. Desperdício. 
b. Despesa. 
c. Custo. 
d. Perda. 
3. Um bem ou serviço consumido com o objetivo de obter receitas é conceituado 
como: 
a. Desperdício. 
b. Despesa. 
c. Custo. 
d. Perda. 
4. Gastos ativados são considerados: 
a. Desembolso. 
b. Despesa. 
c. Custo. 
 
 
23 
d. Investimento. 
5. O pagamento referente à aquisição de um bem ou serviço é: 
a. Desembolso. 
b. Gasto. 
c. Custo. 
d. Investimento. 
6. O sacrifício que uma entidade faz para a obtenção de um produto ou serviço 
é: 
a. Desembolso. 
b. Despesa. 
c. Custo. 
d. Gasto. 
7. Os gastos com bens de uso denominam-se: 
a. Desembolso. 
b. Despesa. 
c. Custo. 
d. Investimento. 
8. Os gastos com bens e serviços aplicados diretamente na produção 
denominam-se: 
a. Desembolso. 
b. Despesa. 
c. Custo. 
d. Investimento. 
9. Os gastos decorrentes do consumo de bens e da utilização de serviços nas 
áreas administrativas, comercial e financeira, que direta ou indiretamente 
visam à obtenção de receitas, denominam-se: 
a. Desembolso. 
b. Despesa. 
c. Custo. 
d. Investimento. 
10. A entrega de numerário antes, no momento ou depois da ocorrência do gasto 
denomina-se: 
a. Desembolso. 
 
 
24 
b. Despesa. 
c. Custo. 
d. Investimento. 
FINALIZANDO 
Chegamos ao final de nossa primeira aula, querido(a) aluno(a), e 
esperamos que você tenha se empenhado e aprendido ao máximo. Inicialmente, 
tratamos um pouco de uma perspectiva histórica da contabilidade de custos, 
como surgiram os primeiros meios de custear produtos, também verificamos a 
importância de conhecer essa área da contabilidade atualmente, podendo dar 
vantagens para as empresas. Vimos como a contabilidade de custos é utilizada 
para o controle e a tomada de decisões, uma vez que possuir tais informações 
e saber utiliza-las pode ser um diferencial para sua empresa. As decisões de 
custos sempre deverão ser bem embasadas, pois, quanto maior for a 
confiabilidade das informações que vão subsidiar as decisões, mais poderá ser 
atingido o máximo dos objetivos da organização. 
Abordamos também o conceito de gasto, que sempre ocorre com a 
compra de um item, então a aquisição é um gasto. Tratamos que o investimento 
é o momento em que você ativa algum gasto, ou seja, essa ativação trata-se da 
utilização. Abordamos o conceito de desembolso, que é quando a empresa 
efetua o pagamento de algo, desembolsando dinheiro. Trabalhamos a diferença 
entre custo e despesa, sendo que o custo é o gasto que é consumido com o 
objetivo de produzir um bem ou serviço, relacionado sempre a atividade de 
produção da empresa, enquanto a despesa está ligada às atividades de 
obtenção de receita, e não à produção, como gastos administrativos e de 
vendas. Abordamos o conceito de perda, que se trata do consumo de maneira 
excepcional de algum item, sem o conhecimento da entidade até o momento da 
ocorrência, e de desperdício, o qual acontece como um gasto sem necessidade, 
mostrando a ineficiência de algum processo da empresa, mas sempre com o 
conhecimento da organização. 
Também estudamos o plano de contas da contabilidade de custos, o qual 
segue a mesma estrutura de qualquer plano de contas, mas com algumas 
particularidades, como o estoque de produtos em elaboração ou os estoques de 
várias matérias-primas. 
 
 
25 
Fizemos um paralelo entre a classificação dos custos como diretos ou 
indiretos. Deixamos claro que custos diretos são aqueles identificáveis aos 
produtos por alguma unidade de medida, como a matéria-prima, enquanto os 
custos indiretos são aqueles que apresentam dificuldade de identificação ao 
produto, devendo utilizar critérios para possibilitar tal identificação. O aluguel, por 
exemplo, é um custo indireto. 
Finalizamos nossa aula abordando a classificação dos custos em fixos e 
variáveis. Conceituamos que os custos fixos são aqueles que não se alteram 
proporcionalmente ao volume produzido, já os custos variáveis sofrem alteração 
proporcional à quantidade produzida, como bem vimos no gráfico desta aula. O 
aluguel ou a depreciação do prédio da fábrica serão custos fixos, pois, 
independente do volume de produção, eles não vão variar na mesma proporção. 
Já os materiais diretos de produção serão custos variáveis, pois elevam o custo 
de materiais diretos conforme a produção aumenta, variando de maneira 
proporcional. 
 
 
 
26 
REFERÊNCIAS 
BORNIA, A. C. Análise gerencial de custos: aplicação em empresas 
modernas. 3. ed. São Paulo: Altas, 2010. 
MARTINS, E. Contabilidade de custos. 10. ed. São Paulo: Altas, 2010. 
NAKAGAWA, M. Gestão estratégica de custos: conceito, sistemas e 
implementação, JIT/TQC. 1 ed. São Paulo: Atlas, 1991. 
PADOVEZE, C. L. Contabilidade de custos: teoria, prática, integração com 
sistemas de informação (ERP). 1. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2013. 
RIBEIRO, O. M. Contabilidade de custos: fácil. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. 
SCHIER, C. U. C. Gestão de custos. 2. ed. Curitiba: Ibpex, 2011. 
ZANIN, D. F.;ESPEJO, M. M. S. B.; PANHOCA, L.; VOESE, S. B. Custos na 
pecuária leiteira: um estudo sobre o empirismo da aplicação conceitual por parte 
de diferentes profissionais. Custos e agronegócio online, v. 12, edição 
especial, p. 2-24, 2016.

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