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Análise do filme: TOC TOC

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Análise crítica do filme “TOC TOC”
O filme “TOC TOC” - adaptação cinematográfica da peça francesa de Laurent Baffie -
do diretor espanhol Vicente Villanueva, retrata a história de cinco indivíduos que sofrem de
Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) e se conhecem na sala de espera de uma clínica
psicológica. Na trama as personagens são informadas que, devido a um erro no sistema, suas
consultas com o Psicólogo foram agendadas para o mesmo horário e que o dito Psicólogo
deverá se atrasar para o atendimento por causa de um problema em seu voo. O ponto alto da
obra se concentra na terapêutica não muito convencional do Psicólogo, sendo este um homem
que se infiltra no grupo assumindo o papel de um sexto paciente diagnosticado com síndrome
de tourette. A história tem seu desenrolar a partir do momento em que as personagens iniciam
uma conversa onde se apresentam e falam a respeito de seus transtornos. A partir de seus
discursos pode-se observar um pouco o que pessoas portadoras de TOC passam em seu dia a
dia, suas dificuldades de adaptação e convívio social, bem como o sofrimento causado pela
rotina incômoda, nesse sentido fica evidente a identificação dos personagens uns com os
outros apesar de todos manifestarem sintomas distintos. É a partir dessa identificação que o
terapêuta parece desenvolver o tratamento com o grupo, focando sua atuação não para com os
sintomas de cada indivíduo, mas para com a relação que cada um deles tem com o sua
neurose, desse modo em determinado momento do filme ele tenta fazer com que todos
foquem por 3 minutos unicamente em seus sintomas, visando assim mostrar que o tratamento
de um único sintoma não parece ser eficaz. Nesse viés, o foco da atuação é direcionado,
portanto, para a forma como as personagens parecem se relacionar com seus transtornos em
ambientes onde se sentem confortáveis para expô-los, de mesmo modo a simpatia que todos
parecem desenvolver uns pelos outros funciona como um facilitador na mudança das formas
desses indivíduos lidarem com seus sintomas. Para mais, vale destacar ainda outra
intervenção feita pelo Psicólogo onde ele apresenta para os pacientes momentos em que estes
ao ajudarem uns aos outros “esqueceram”, ainda que momentaneamente, de seus sintomas e
portanto pararam de somatizá-los, à luz da logoterapia essa observação se assemelha à
proposta de Frankl de que a capacidade do homem de transcender a si mesmo, ultrapassa
qualquer comorbidade neurótica. Por fim, a produção apesar de possuir um certo romantismo
em sua licença poética, trata de temas pouco discutidos e que são ainda alvos de muitos
estigmas sociais, fator que agrava ainda mais os problemas de relacionamento social que
pessoas com TOC apresentam, assim torna-se propício a abertura para a discussão de métodos
para se acabar com o preconceito para com esses indivíduos e assim promover uma vida com
mais qualidade para os mesmos.

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