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Avaliação de toxicidade

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Avaliação de toxicidade 
Toxicidade: capacidade de uma substância, seja pura, produto ou mistura, de gerar um dano 
ao organismo. Essas substâncias são classificadas, podendo serem liberadas ou proibidas. 
• Efeitos: podem ser efeitos comportamentais gerados por drogas, alterações de 
crescimento ou de substâncias que podem gerar morte. 
Fatores que influenciam na toxicidade: 
• Dose 
• Tempo de exposição 
• Frequência de exposição 
• Via de exposição (via endovenosa vai rápida) 
Toxicidade aguda: um indivíduo entrou em contato com a substância, rapidamente buscou 
ajuda, e ele foi tratado ou foi a óbito. 
Toxicidade crônica: quando o indivíduo está sendo exposto a uma substância, muitas vezes em 
concentrações muito baixas, que passam meses para o indivíduo descobrir através de uma 
doença por exemplo. 
A avaliação da toxicidade refere-se a análise dos dados toxicológicos, analisando diversos 
fatores. 
Classificação da EU (união europeia): as substâncias são classificadas bastante por DL50, 
quanto menor a dose necessária mais tóxica é a substância. 
• Atóxica: > 2000mg/kg 
• Nociva: 201 - 2000 mg/kg 
• Tóxica: 25 - 200 mg/kg 
• Muito tóxica: <25 mg/kg 
Fatores que podem influenciar nos estudos: 
• Fatores relacionados ao agente tóxico; 
• Fatores relacionados a exposição, ambiente por exemplo; 
• Fatores relacionados aos organismos expostos, dependendo do “animal” testado por 
exemplo. 
• Fatores relacionados ao ambiente de exposição, dependendo dos locais, 
temperaturas. 
Parâmetros avaliados: 
• Curva dose-resposta. 
• Estudos de toxicidade, podendo ser de alguns pontos de vista (aguda, subaguda, 
subcrônica, crônica). 
• Estudos de mutagenicidade, carcinogenicidade e teratogenicidade. 
• Estudos toxicocinéticos, estudos de bancada de laboratório por exemplo, observando 
a cinética no organismo, a interação da substância no organismo. 
• Estudos epidemiológicos, vacinas por exemplo, que são aplicadas e são estudadas as 
pessoas que tomaram essas vacinas por exemplo, avaliando efeitos adversos e 
vantajosos. 
Curva dose-resposta: sendo a dose a quantidade de agente tóxico administrado, podendo ter 
correlação direta com a dose absorvida. 
• Diferença dose-resposta e dose-efeito: efeito refere-se à alteração biológica esperada, 
enquanto a resposta é a proporção de uma população que manifestou um efeito 
específico. Ou seja, trabalhamos com um conjunto de animais, que vai ter uma 
proporção com determinados efeitos manifestados. 
• Pontos observados na curva dose-resposta: DL 50, CL 50, NOAEL (nível de efeito 
adverso não observado, ou seja, a maior dose onde não observo efeito adverso), 
LOAEL (nível do menor efeito adverso observado, menor dose onde observo o efeito 
adverso), quando se encontra o LOAEL, significa que a dose anterior a essa testada é o 
NOAEL, pois é a maior dose onde não se observa efeitos adversos. 
Testes em animais: são testados em animais devido ao baixo custo financeiro, além de terem 
semelhanças grandes com humanos, eticamente são utilizados um menor número de animais. 
Funcionamento de testes: 
• 1ª etapa: preciso saber se essa substância é atóxica ou não, pegamos 5 machos e 5 
fêmeas, administramos 500mg/kg, indo até 2000mg/kg caso não tenham nenhuma 
reação, caso eu chegue até essa dosagem e não obtenha nenhuma alteração nos 
animais, essa substância é considerada atóxica. Caso o indivíduo chegue a óbito com a 
dose de 500mg/kg, se for 50% da população morta, vamos para o segundo teste. 
• 2ª etapa: pego mais 5 ratos e administro 10x menos a dose, ou seja, 50mg/kg, caso 
não tenha nenhuma morte, finalizado. 
• 3ª etapa: caso ainda continuem morrendo, vou diminuir a dose ainda em 10x, ou seja, 
5mg/kg, se ainda continuarem morrendo, essa substância é considerada muito tóxica 
de acordo com a união europeia. 
Estudos de toxicidade aguda: avalia a exposição de uma única dose ou múltiplas em 24hrs, 
com o objetivo de determinar DL50 ou CL50, estudar o mecanismo de ação dos agentes 
tóxicos e identificar o órgão ou sistemas envolvidos nessa toxicidade. 
 
Nesse estudo, o DDT por exemplo é considerado tóxico, enquanto a dioxina e a tetrodotoxina 
(o peixe baiacu tem essa toxina no corpo, em suas vísceras, gerando uma paralisia respiratória 
degeneralizada) são extremamente tóxicas. 
Estudos das toxicidades subcrônicas: é um estudo pré-liminar do estudo crônico (duram anos, 
meses ou décadas), sendo um teste por um período mais curto, definindo doses e parâmetros, 
como o NOAEL, utilizando geralmente mais de uma espécie, no mínimo 2, com 3 doses e 
monitoramento constante. 
• Objetivos: calcular NOAEL, identificar a ação sobre órgãos e tecidos e definir doses 
para os estudos crônicos. 
• Vantagem de ser 2 espécies: por exemplo a talidomida, que foi testada apenas em 
ratos, foi liberada devido a não ter os efeitos nos ratos, se fosse em 2 espécies teria 
identificado, possivelmente o coelho. 
 
Riscos das exposições subcrônicas: exposições a baixas concentrações (inferior ao NOAEL) por 
longos períodos. 
• TDI (dose diária tolerável): é o NOAEL/fator de incerteza, esse valor de incerteza é 10 
quando tenho dados conclusivos, se ele for 1000 é quando tenho resultados 
inconclusivos, enquanto o fator for 100, é porque não tenho estudos conclusivos em 
humanos, mas sim em animais. 
• Esse valor de TDI é em mg/kg, onde dividimos o NOAEL pelo fator de incerteza. 
• Podemos observar as substâncias diluídas na água, por exemplo uma lagoa, onde a 
cidade usa essa água, próximo a essa lagoa tem plantações, então essa lagoa 
provavelmente terá substâncias de agrotóxicos dessas plantações, devido a chuva. 
Para calcular quanto que posso ingerir, (TDI x P x F) / C. Onde TDI é a ingestão diária 
tolerável, P é peso, F é proporção de TDI absorvida, C é a concentração da amostra por 
exemplo. Esse resultado é em mg/L. Onde vamos descobrir o máximo de substância 
que pode ter nessa substância para poder ser administrada. Infelizmente atualmente, 
invés de retirar as substâncias nocivas, as empresas diluem a maior quantidade de 
água naquela parte que está contaminada, diminuindo a concentração da mesma no 
meio. 
Estudos de toxicidade crônica: são estudos que duram muito tempo, provavelmente acima de 
90 dias, onde não busca a letalidade. 
• Roedores – 6 meses a 2 anos. 
• Objetivo: verificar as concentrações máximas de substâncias que não produzem 
efeitos adversos a longo tempo, trabalhando com quantidades bem baixas de 
concentrações. 
Ensaios de mutagenicidade: essas mutações podem ser analisas com diversos seres, podem 
ser com bactérias in vitro, 
• In vitro: teste de AMES ou KADO test, onde avalia bactérias mutantes, através do 
mecanismo de mutagênese reversa, vamos criar uma mutação em laboratório, e testar 
a substância, se caso reverter a mutação. 
• In vivo: usando animais em estudos toxicogenéticos, através de micronúcleo, 
aberração cromossômica e teste cometa (onde vai expor o núcleo da célula, e quanto 
mais dano ele sofrer, ele vai gerar um rabo de cometa nesse núcleo, quanto maior 
essa cauda, maior o dano e a toxicidade da substância utilizada). 
Ensaios de carcinogênese: são estudos de longo prazo, observando a carcinogenicidade. 
• Genotóxico 
• Não genotóxico (epigenético) 
Ensaios de reprodução e teratogenicidade: 
• Reprodução: se obteve alguma alteração na reprodução do determinado animal, se 
ficou estéreo. 
• Teratogenicidade: observar se existe alguma alteração na prole, avaliando desde a 
implantação do óvulo, até o nascimento, observando se obteve alguma má-formação. 
Outros estudos de avaliação: sensibilidade ocular e cutânea (sendo esses dois, tendo uma 
pressão muito forte para não se utilizar mais em animais, utilizando cultura celular ou estudos 
computacionais), estudos de ecotoxicidade (no ecossistema por exemplo, observando fauna e 
flora) e estudos de toxicocinética. 
Porque se gasta tanto dinheiro com avaliação de toxicidade?Porque com essas avaliações, podemos gerar legislações, que podem limitar as tolerâncias a 
exposições, pois existem várias substâncias que geram problemas a curto ou longo prazo.

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