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ILUSTRÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE E DEMAIS MEMBROS DA JUNTA DE RECURSOS DO CONSELHO DE RECURSOS DO SEGURO SOCIAL
Número do Requerimento: 206825871
Número do Benefício: 633.924.436-3
Recorrente: ROSÂNGELA CRISTINA VILELA MENDONÇA
Recorrida: INSTITUTO NACIONAL DA SEGURIDADE SOCIAL (AGÊNCIA DE DIVINÓPOLIS/MG)
Data do indeferimento: 05/02/2021
ROSÂNGELA CRISTINA VILELA MENDONÇA, brasileira, casada, portadora do RG MG11.294.629 e do CPF n. º 075.831.436-16, residente e domiciliada na Rua 7 Povoado do Buritis, S/N, Chácara Grande, Divinópolis/MG, vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor o presente
RECURSO ORDINÁRIO
da decisão de INDEFERIMENTO DE AUXÍLIO- DOENÇA nº. 206825871, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.
I - DOS FATOS
A requerente entrou com um pedido de AUXÍLIO-DOENÇA perante o Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS) e o pedido foi indeferido no dia cinco de fevereiro de dois mil e vinte e um. A decisão do indeferimento foi baseada no fato de a perícia médica NÃO ter encontrado a incapacidade da requerente para o seu trabalho ou atividade habitual.
A requerente sempre trabalhou com depósito de construção para a subsistência de toda a família. A requerente, pensando em seu futuro, decidiu começar a contribuir com a previdência no final do ano de 2011 (a recorrente não sabe ao certo, mas o INSS possui essa informação facilmente).
O fato é que a solicitante já tinha algumas dores no corpo, fruto de uma vida sofrida por ter sempre trabalho em serviço pesado e feito demasiado esforço para ajudar sua família na sua criação e na de seus irmãos. Porém, mais recentemente as dores se intensificaram, concentram-se demasiadamente na sua lombar, o que a fez recorrer aos serviços médicos para tentar descobrir a origem de tamanhas dores que estavam diminuindo, em muito, sua qualidade de vida.
Após várias consultas e exames, os médicos especialistas em ORTOPEDIA fecharam o diagnóstico das doenças que assolavam a vida da requerente. A mesma está com Transtornos de discos lombares e dorsologia - Dor lombar baixa. (CIDM54.5 e CIDM51.1)
Com o diagnóstico citado, é certo e sabido das dores extremamente intensas que a peticionária sente em lombar, o que resulta nas dificuldades para realizar suas tarefas diárias/ ocupacionais e até mesmo para dormir e descansar.
O especialista responsável (Dr. Guilherme Brescia Payão – CRMMG 41275 e TEOT 11058) informou à requerente que as moléstias com as quais estava acometida trariam a ela a INCAPACIDADE para o trabalho de forma, até então provisória, já que as atividades de uma dona de casa estão relacionadas com esforços e movimentos repetitivos, tudo o que agrava a situação da requerente. Cumpre ressaltar que mesmo com fortes medicamentos, a impetrante ainda sente muitas dores e as limitações não foram reduzidas.
Por essa situação, a requerente encaminhou-se ao INSS para efetuar o procedimento administrativo conseguir o AUXÍLIO DOENÇA, certa de seu direito. Porém, tal auxílio lhe foi negado pela Agência da Previdência Social de Divinópolis/MG.
Afirmamos que a negativa não é justa, pelos motivos de direito que passamos a relatar a seguir.
II - DO DIREITO
A nossa Carta Magna, em seu artigo 201, I, traz a previsão legal do auxílio doença. O citado dispositivo está dentro da seção III (da Previdência Social) do capítulo II (da Seguridade Social). Esse fato traz grande repercussão em tudo que será exposto a seguir.
Dentre os princípios informadores da Seguridade Social, estão o da Universalidade do atendimento e o da solidariedade. Eles dizem, de forma geral, que os benefícios da Seguridade social devem abranger o maior número de pessoas possível e que visam também atender as pessoas nos momentos de dificuldades, como diz o doutrinador Frederico Amado. Logo, vemos que a Seguridade Social foi concebida para ajudar aqueles que dela necessitam. Sabemos que a Previdência Social não pode ser tão abrangente (por ser um sistema contributivo) e, por isso, possui algumas regras para que seus segurados possam usufruir de suas benesses.
No caso específico do Auxílio-doença, A Lei 8.213/1991, em seu artigo 59 traz como requisitos para a concessão que se cumpra o período de carência (se for o caso) e o segurado deve ficar incapacitado para o serviço por um período maior que quinze dias consecutivos. 
Apesar de não nos ter ficado claro qual foi o exato motivo da negativa do benefício pelo Médico Perito do INSS, acreditamos que ele se baseou, ou no fato de não concordar que a requerente tenha cumprido o período de carência ou no fato de acreditar que as doenças já eram preexistentes quando a recorrente começou a contribuir com a Previdência. Estamos supondo esses fatos porque o Perito tipificou sua negativa nos Art. 59 da lei 8.213/91; Art. 71 do Decreto nº 3.048/99 e na Portaria Ministerial 359/06.
Nos parágrafos seguintes demonstraremos que, independente de qual fundamento o médico tenha usado para o indeferimento, o motivo por ele citado não merece, de forma nenhuma, prosperar.
Como já foi dito, a requerente contribuí como segurada facultativa à Previdência Social desde de 2013. Dessa forma, vemos que o lapso temporal exigido pela Lei (12 contribuições mensais) foi cumprido. Relembramos aqui que o auxílio doença serve para amparar o segurado pela sua incapacidade de exercer seu labor. 
E esse é exatamente o caso em tela. A peticionária, sendo dores lombares intensificadas de tal forma que não tem mais condições de realizar suas atividades funcionais sem despender muito esforço e sem sentir dores muito intensas.
Conforme relatório médico anexado, o médico ESPECIALISTA que acompanha a paciente já há algum tempo são enfáticos em dizer que ela não tem condições de exercer suas atividades diárias. Deixa claro que mesmo com a tentativa de tratamento, as mazelas estão em estágio deveras avançado e que nem a medicação é capaz de aliviar suas dores e lhe dar um mínimo de qualidade de vida.
 E finaliza seu documento deixando claro que, a paciente necessita do referido auxílio. Outro ponto latente nos relatórios trazidos, é que a incapacidade da requerente e que todo o tratamento servirá apenas para fazer com que a mesma não sofra demasiadamente pelos comprometimentos de sua saúde.
Certo é que o benefício trará um pouco de qualidade de vida à recorrente, tendo em vista que, assim, terá condições de arcar com as medicações que minimizam as constantes dores e fará com que ela labore menos em seus afazeres, pois poderá dispender de tempo para seu tratamento.
Outro ponto deve ser trazido à baila. A recorrente possui mal que é permanente e mesmo com tratamento e medicação, não pode ser sanado completamente conforme relatório médico em anexo. 
Assim sendo, a peticionária solicitou em seu requerimento o benefício do Auxílio-doença e faz-se necessário chamar a atenção para o direito da mesma, vez que impossibilitada de exercer atividades laborais, necessita de 60 dias de afastamento (conforme relatório médico).
Insta demonstrar como o caso vem sendo entendido por nossos Tribunais, já que, em caso de negativa do atual recurso, o que somente aceitamos para argumentar e pelo princípio da eventualidade, a demanda chegará ao Judiciário, e isso é o que não queremos.
O Tribunal Regional Federal da 4ª já deixou assente, conforme julgado colacionado abaixo que a prova pericial (Perito oficial do Juízo, via de regra, especialista no tema) tem grande peso nas decisões. Vale lembrar que o médico que atendem a recorrente é especialista na área e concorda que a mesma não possui condições para desenvolver as atividades diárias. Vejamos o julgado:
TRF-4 - APELAÇÃO CIVEL AC 246999120144049999 RS 0024699-91.2014.404.9999 (TRF-4)
Data de publicação: 27/05/2015
Ementa: PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. INCAPACIDADE LABORAL. TERMO INICIAL. 1. Tratando-se de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez, o Julgador firma sua convicção, via de regra, por meio da prova pericial. 2. Considerando o conjunto probatório no sentido de que o demandante está parcialmente incapacitado para o exercíciode atividades laborativas, mostra-se devido o benefício de auxílio-doença, até a efetiva reabilitação a outra atividade. 3. Tendo o conjunto probatório apontado a existência de incapacidade laboral desde a época do indeferimento administrativo, o benefício de auxílio-doença é devido desde então, devendo o INSS pagar as respectivas parcelas.
Outro julgado, agora do Tribunal Regional Federal da 5ª Região vem de encontro a outro tema que trouxemos acima. Em caso de o Perito do INSS ter negado o Auxílio-doença à recorrente pelo fato de ela ter as doenças preexistentes quando começou a contribuir com a Previdência Social, o fato essencial nesse ponto é que as doenças foram progredindo e se agravando e deixaram a segurada na atual situação em que se encontra.
 Nesses termos, temos o julgado:
TRF-5 - Apelação Civel AC 95950 PE 96.05.06795-1 (TRF-5)
Data de publicação: 11/10/1996
Ementa: PREVIDENCIÁRIO. CONCESÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA. PROGRESSÃO E AGRAVAMENTO DA DOENÇA. ESQUIZOFRENIA. APLICAÇÃO DO ART. 42, PARÁGRAFO 2º, DA LEI 8.213 /91. 01. SE O SEGURADO, À ÉPOCA DA SUA FILIAÇÃO AO REGIME PREVIDENCIÁRIO, JÁ SOFRIA DE ALGUM MAL, MAS QUE, COM O PASSAR DOS ANOS, SOFREU AGRAVAMENTO OU PROGRESSÃO, TEM ELE DIREITO A REQUERER O BENEFÍCIO DE AUXÍLIO-DOENÇA, SE ESTA PROGRESSÃO DA DOENÇA ACARRETOU SUA INCAPACIDADE LABORATIVA TEMPORÁRIA. 02. INTELIGÊNCIA DO ART. 42, PARÁGRAFO 2º, DA LEI 8.213 /91 (PLANO DE BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA). 03. APELAÇÃO PARCIALMENTE PROVIDA.
Ante a todo o exposto, acreditamos ter ficado cristalino o direito da requerente e queremos crer que esse Conselho de Recursos reformará a decisão administrativa proferida, de forma equivocada, em primeira instância.
III - DOS PEDIDOS
Assim, requer que seja concedido o benefício do Auxílio por Incapacidade Temporária, já que a requerente reúne os requisitos para a percepção do mesmo. Para tanto, anexamos cópias dos exames e relatórios que demonstram de forma límpida o direito da requerente e a necessidade dos referidos auxílios.
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
Divinópolis, 28 de abril de 2021.
Rosângela Cristina Vilela Mendonça.

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