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Legislação e Responsabilidade Civil em Estética Clínica LEI Nº 13.643, DE 3 DE ABRIL DE 2018. Art. 1º Esta Lei regulamenta o exercício das profissões de Esteticista, que compreende o Esteticista e Cosmetólogo, e de Técnico em Estética. Parágrafo único. Esta Lei não compreende atividades em estética médica, nos termos definidos no art. 4º da Lei nº 12.842, de 10 de julho de 2013. Art. 2º O exercício da profissão de Esteticista é livre em todo o território nacional, observadas as disposições desta Lei. Art. 3º Considera-se Técnico em Estética o profissional habilitado em: I – curso técnico com concentração em Estética oferecido por instituição regular de ensino no Brasil; II – curso técnico com concentração em Estética oferecido por escola estrangeira, com revalidação de certificado ou diploma pelo Brasil, em instituição devidamente reconhecida pelo Ministério da Educação. Parágrafo único. O profissional que possua prévia formação técnica em estética, ou que comprove o exercício da profissão há pelo menos três anos, contados da data de entrada em vigor desta Lei, terá assegurado o direito ao exercício da profissão, na forma estabelecida em regulamento. Art. 4º Considera-se Esteticista e Cosmetólogo o profissional: I – graduado em curso de nível superior com concentração em Estética e Cosmética, ou equivalente, oferecido por instituição regular de ensino no Brasil, devidamente reconhecida pelo Ministério da Educação; II – graduado em curso de nível superior com concentração em Estética e Cosmética, ou equivalente, oferecido por escola estrangeira, com diploma revalidado no Brasil, por instituição de ensino devidamente reconhecida pelo Ministério da Educação. Art. 5º Compete ao Técnico em Estética: I – executar procedimentos estéticos faciais, corporais e capilares, utilizando como recursos de trabalho produtos cosméticos, técnicas e equipamentos com registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); II – solicitar, quando julgar necessário, parecer de outro profissional que complemente a avaliação estética; III -observar a prescrição médica ou fisioterápica apresentada pelo cliente, ou solicitar, após exame da situação, avaliação médica ou fisioterápica. Art. 6º Compete ao Esteticista e Cosmetólogo, além das atividades descritas no art. 5º desta Lei: I – a responsabilidade técnica pelos centros de estética que executam e aplicam recursos estéticos, observado o disposto nesta Lei; II – a direção, a coordenação, a supervisão e o ensino de disciplinas relativas a cursos que compreendam estudos com concentração em Estética ou Cosmetologia, desde que observadas às leis e as normas regulamentadoras da atividade docente; III – a auditoria, a consultoria e a assessoria sobre cosméticos e equipamentos específicos de estética com registro na ANVISA; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Lei/L12842.htm#art4 http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2013.643-2018?OpenDocument IV – a elaboração de informes, pareceres técnico-científicos, estudos, trabalhos e pesquisas mercadológicas ou experimentais relativos à Estética e à Cosmetologia, em sua área de atuação; V-a elaboração do programa de atendimento, com base no quadro do cliente, estabelecendo as técnicas a serem empregadas e a quantidade de aplicações necessárias; VI-observar a prescrição médica apresentada pelo cliente, ou solicitar, após avaliação da situação, prévia prescrição médica ou fisioterápica. Art. 7º O Esteticista, no exercício das suas atividades e atribuições, deve zelar: I – pela observância a princípios éticos; II – pela relação de transparência com o cliente, prestando-lhe o atendimento adequado e informando-o sobre técnicas, produtos utilizados e orçamento dos serviços; III – pela segurança dos clientes e das demais pessoas envolvidas no atendimento, evitando exposição a riscos e potenciais danos. Art. 8º O Esteticista deve cumprir e fazer cumprir as normas relativas à biossegurança e à legislação sanitária. Art. 9º Regulamento disporá sobre a fiscalização do exercício da profissão de Esteticista e sobre as adequações necessárias à observância do disposto nesta Lei. Art. 10. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. As principais regras da Vigilância Sanitária nas Estéticas? A referência técnica elaborada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para o funcionamento dos serviços de estética e embelezamento sem responsabilidade médica estabelece as regras e o padrão mínimo de funcionamento desses estabelecimentos. Para seu conhecimento, essa referência pode ser encontrada em: http://portal.anvisa.gov.br/servicos/publicacoes?tagsName=refer%C3%AAncias%20t %C3%A9cnicas Este regulamento é cabível a todo estabelecimento que realiza atividades de cabeleireiro, barbearia, manicure e pedicure, podologia, depilação (exceto a laser), estética facial, estética corporal, massagem relaxante, banho de ofurô, drenagem linfática, massagem estética e outras atividades similares. Segundo a referência técnica os estabelecimentos de saúde, de qualquer natureza, necessitam de um responsável legal, pessoa física designada em estatuto, contrato social ou ata, incumbida de representar, ativa e passivamente, nos atos judiciais e extrajudiciais a pessoa jurídica. Seis tipos de documentações são solicitados pela Vigilância Sanitária, para o funcionamento das estéticas. Os documentos são: Alvará de Localização e Funcionamento Alvará de Autorização Sanitária; Manual de boas práticas; Registro de manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos; Registro de monitoramento da esterilização; Comprovante de recolhimento dos resíduos perfurocortantes. http://portal.anvisa.gov.br/servicos/publicacoes?tagsName=refer%C3%AAncias%20t%C3%A9cnicas http://portal.anvisa.gov.br/servicos/publicacoes?tagsName=refer%C3%AAncias%20t%C3%A9cnicas A estrutura física dos estabelecimentos necessita estar de acordo com a Vigilância Sanitária e suas regras na estética, as quais são: Os estabelecimentos de estética ou embelezamento não podem utilizar suas dependências para outros fins, nem servir passagem para outro local; Todas as instalações, como de água, esgoto, energia elétrica, proteção e combate de incêndio e outras existentes, necessitam estar de acordo com as exigências dos códigos de obras e posturas locais; Esses locais devem ter entrada de fácil acesso, com identificação externa visível, bem como, acessibilidade a portadores de necessidades especiais, de acordo com a legislação vigente; A sala de espera ou recepção deve ser ventilada, iluminada e com coletor para lixo com saco plástico. Instalações sanitárias devem ter piso e paredes de material liso, resistente, antiderrapante e de fácil higienização. Esses locais também devem ter pia lavatório com suporte para toalha de papel e dispensador de sabão líquido, coletor para lixo com saco plástico dotado de tampa e acionamento por pedal; As dependências ou salas utilizadas para atender os clientes devem ter pia lavatório para a higienização das mãos, com dispensador de sabão líquido e suporte para papel toalha. O recipiente para lixo deve ter tampa, saco plástico e com acionamento por pedal. Os armários e bancadas devem ter acabamento liso impermeável, resiste, lavável de fácil higienização; A sala para processamento de artigos deve apresentar pia com bancada para limpeza dos materiais e balcão para o preparo, desinfecção ou esterilização de materiais. Caso o estabelecimento não tenha um ambiente para essa atividade, a mesma pode ser realizada dentro da sala de procedimentos, desde que estabelecida barreira técnica; Um local específico para armazenamento dos materiais esterilizados e não esterilizados deve ser disponibilizado. O mesmo deve ter armário exclusivo, fechado, limpo e livre de umidade; A privacidade do cliente deve ser mantida, devendo haver sala/box individual; Os equipamentos, mobiliários e estrutura física deve ser mantida higienizadae com condições ergonômicas aceitáveis; Balcão, armário ou recinto para armazenar os materiais de limpeza; Ralos com sistema de fechamento; Água potável encanada; Ligação de esgoto na rede pública; Manter periodicamente os filtros de ar condicionados limpos; Produtos que devem ser refrigerados devem ser armazenados em refrigeradores exclusivos, com termômetro de registro diário de temperatura; É proibido armazenar alimentos nesses refrigeradores; Estar em dia com equipamentos de proteção contra incêndio. Monitorando o prazo de validade de acordo com a legislação específica. Quais procedimentos o farmacêutico esteta habilitado pode realizar? O Conselho Federal de Farmácia (CFF) editou resoluções que autorizam a execução, pelo farmacêutico esteta, de procedimentos de natureza estética e recursos terapêuticos, invasivos não-cirúrgicos e não invasivos. Foram citados como exemplos os seguintes procedimentos: Resolução CFF n° 573/2013 Avaliação, definição de procedimentos e estratégias, acompanhamento e evolução estética; Cosmetoterapia; Eletroterapia; Iontoforese; Laserterapia; Luz intensa pulsada; Peelings químicos e mecânicos; Radiofrequência estética; Sonoforese. Resolução CFF n° 616/2015 Toxina botulínica; Preenchimento dérmico ; Carboxiterapia; Intradermoterapia / mesoterapia; Agulhamento e microagulhamento estético; Criolipólise. Resolução CFF n° 645/2017 Fio lifting de autosustentação e Laserterapia ablativa. Para a execução desses e outros procedimentos estéticos, o farmacêutico esteta deve estar capacitado técnica, científica e profissionalmente, o procedimento deve ser considerado pela literatura especializada como invasivo não-cirúrgico ou não invasivo e ser de natureza estritamente estética. Apenas é ato privativo do profissional da medicina a indicação da execução e a execução de procedimentos invasivos, os quais são considerados tão somente a invasão dos orifícios naturais do corpo que atinjam os órgãos internos. No campo da estética, as intervenções que atinjam órgãos internos é que demarca a área de atuação exclusiva da medicina. O farmacêutico esteta pode realizar a prescrição farmacêutica? Sim. O farmacêutico esteta, baseado nas necessidades de saúde do paciente, nas melhores evidências científicas, em princípios éticos e em conformidade com as políticas de saúde vigentes, pode realizar a prescrição de medicamentos e outros produtos com finalidade terapêutica, cuja dispensação não exija prescrição médica, incluindo medicamentos industrializados e preparações magistrais – alopáticos ou dinamizados -, plantas medicinais, drogas vegetais e outras categorias ou relações de medicamentos https://farmaciaestetica.com.br/toxina-botulinica-e-preenchimento-facial/ que venham a ser aprovadas pelo órgão sanitário federal para prescrição do farmacêutico. Os medicamentos isentos de prescrição (MIP) são aqueles relacionados na lista de medicamentos isentos de prescrição (LMIP) disponível no sitio eletrônico da ANVISA (http://portal.anvisa.gov.br/mip-medicamentos-isentos-de-prescricao-medica). Para dispensação direta ao paciente, o farmacêutico esteta pode prescrever formas farmacêuticas para serem administradas pela via enteral. Pela via parenteral é justificável a prescrição apenas de preparações tópicas. Já para a execução das técnicas e recursos terapêuticos autorizadas ao farmacêutico esteta, em estabelecimentos de natureza estética, o profissional habilitado pode solicitar a aquisição de preparações enterais e parenterais a serem administradas pela via oral, via tópica, via endovenosa, via intramuscular e via subcutânea. O farmacêutico esteta, legalmente habilitado, poderá fazer a escolha autônoma para uso de substâncias em conformidade com a lista abaixo: Agentes eutróficos; Agentes venotônicos; Biológicos (Ex.: Toxina botulínica Tipo A e fatores de crescimento); Vitaminas; Aminoácidos; Minerais; Fitoterápicos; Peelings químicos, enzimáticos e biológicos, incluindo a tretinoína (ácido retinóico de 0,01% a 0,5% de uso domiciliar e até 10% para uso profissional); Solução hipertônica de glicose 50% e 75% (uso exclusivo em procedimentos para telangiectasias); Preenchedores dérmicos absorvíveis; Agentes lipolíticos (Ex.: Desoxicolato de sódio, lipossomas de girassol e outros); e Fios lifting absorvíveis. O farmacêutico esteta legalmente habilitado que se sentir lesado pelo não atendimento à solicitação de aquisição ou prescrição direta ao paciente pode formalizar denúncia ao CRF com base no Código de Ética da Profissão Farmacêutica. O farmacêutico esteta pode realizar a solicitação de exames laboratoriais? Sim. O farmacêutico esteta pode solicitar exames no âmbito de sua competência profissional, avaliar os resultados de exames clínico-laboratoriais e determinar parâmetros bioquímicos e fisiológicos do paciente. A finalidade da conduta não é realizar o diagnóstico de patologias, mas faz parte da avaliação, definição de procedimentos e estratégias, acompanhamento e evolução estética. Os resultados de exames clínico-laboratoriais são imprescindíveis no diagnóstico de diversas disfunções inestéticas, além de serem importantes para a segurança do paciente durante o seu tratamento. São exemplos justificáveis de solicitações de exames pelo farmacêutico esteta: http://portal.anvisa.gov.br/mip-medicamentos-isentos-de-prescricao-medica HbA1c, frutosamina e outros testes de monitoramento do diabetes, em pacientes a serem submetidos a procedimentos invasivos que exigem cicatrização regular (Ex.: microagulhamento); e Dosagem de hormônios, micronutrientes e hemograma no diagnóstico e tratamento das alopecias, unhas e cabelos quebradiços. Entre outros exames. Legislação e Responsabilidade Civil em Estética Clínica LEI Nº 13.643, DE 3 DE ABRIL DE 2018.
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