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QUADRO HUMANO ÁFRICA O continente africano é classificado como subdesenvolvido, apresentando todas as características inerentes a tal situação. Na maioria de seus países, há predomínio de população jovem, sendo também jovem a sua independência política. Mas, se por um lado os países africanos conseguiram a independência política, por outro lado estão longe de obter a independência econômica, visto que ainda dependem invariavelmente de seus antigos dominantes. ASPECTOS ECONÔMICOS DA ÁFRICA Quase todos lutam contra o subdesenvolvimento e seus problemas, mas não têm condições de resolvê-los sozinhos. O grande crescimento vegetativo libera constantemente grande quantidade de mão de obra, mas a economia dos países não consegue absorver tamanho contingente, originando um baixo nível de vida e de poder aquisitivo. Visando minorar todos os problemas de ordem econômica e social, os países subsaarianos fundaram a Organização da Unidade Afr icana (OUA), tentando ass im se l ibertar definitivamente do domínio econômico exercido por seus antigos dominadores. ASPECTOS ECONÔMICOS DA ÁFRICA É predominantemente de subsistência e são utilizadas, na maior parte das vezes, técnicas arcaicas que levam ao esgotamento prematuro do solo, em razão do uso constante das queimadas. No entanto, podemos observar o sistema de plantation, principalmente na porção ocidental do c o n t i n e n t e . E s s e s i s t e m a é c a r a c t e r i z a d o pelas monoculturas tropicais em grandes propriedades, nas quais se nota ainda, de maneira marcante, a presença do capital estrangeiro. AGRICULTURA Os principais produtos cultivados são: • cacau – em Gana, Nigéria e Costa do Marfim; • algodão – no Egito, Sudão, Uganda e Senegal; • café – na Costa do Marfim, Uganda, Etiópia, Madagascar e República de Camarões; • amendoim – na Nigéria e Senegal. AGRICULTURA Na porção setent r iona l , des tacam-se os cul t ivos mediterrâneos, como a oliveira, videira, hortaliças e frutas cítricas, além do algodão, principalmente na Tunísia, Argélia e Egito. Na África Central, o Congo e o Gabão apresentam grandes destaques na exploração madeireira, de seringueira e de dendê. Ainda com referência à agricultura, podemos destacar a grande produção de algodão no Egito – que teve um grande desenvolvimento após a construção da hidrelétrica no Vale do Nilo –, o algodão de fibra longa produzido no Sudão, o café na Etiópia e o cacau em Gana. AGRICULTURA Dentro do ambiente espacial agrícola, especial atenção deve ser dada a uma região chamada Sahel. Trata-se de uma extensa faixa que se alonga ao sul do Deserto do Saara, abrangendo países como Mauritânia, Mali, Níger, Chade, Sudão e Etiópia e estendendo-se do Oceano Atlântico ao Mar Vermelho. É uma faixa de transição, onde o clima começa a apresentar um aumento na pluviosidade, permitindo o desenvolvimento de uma vegetação de gramíneas. AGRICULTURA Trata-se de uma região sensível às variações climáticas trazidas pelos ventos do deserto que, ao soprarem do Norte, podem afetar a vegetação dessa faixa, fazendo-a desaparecer. Esse avanço do deserto é intercalado pelo aumento de pluviosidade num revezamento cuja periodicidade os estudiosos em clima estão tentando determinar. Por ser uma região frágil, sua utilização deve ser feita de forma criteriosa, o que evidentemente não ocorre num continente onde o crescimento populacional desordenado leva populações inteiras a ocupar intensamente o Sahel. AGRICULTURA Mesmo avisados por estudos da ONU, os governos locais não disciplinam a ocupação da região, permitindo a sobrecarga na criação de gado e a lavoura intensiva. Em duas ocasiões, 1974 e 1984, o Sahel foi atingido por graves secas que resultaram em perdas das lavouras e dos rebanhos e provocaram o êxodo de milhares de pessoas empobrecidas e famintas que se dirigiram às cidades costeiras, gerando sérios problemas sociais. AGRICULTURA Entretanto, nos últimos anos, os cuidados com a ocupação do Sahel se intensificaram e, numa prova de capacidade de regeneração da natureza, a vegetação da região voltou a florescer, mostrando que um aproveitamento racional pode permitir seu uso. AGRICULTURA Em razão da presença de estrutura geológica cristalina antiga, o continente destaca-se pela grande riqueza mineral. Por isso, a mineração é uma das principais atividades econômicas do continente africano, sendo a base econômica da maior parte dos países. EXTRATIVISMO MINERAL Entre os produtos de destaque, temos: petróleo – Nigéria, Líbia e Argélia (os três únicos membros da OPEP na África), Angola, Gabão, Daomé e República de Camarões; ouro – África do Sul, Gana, Congo, Botsuana e Gabão; diamante – Congo, África do Sul, Gana e Botsuana; manganês – África do Sul, Gabão, Gana, Nigéria e Congo; urânio – África do Sul, Namíbia e Nigéria; bauxita – Guiné e África do Sul; fosfato – Marrocos, Gabão e Togo; cobre – Zâmbia, Congo e África do Sul; vanádio – África do Sul, Namíbia e Zâmbia; ferro – África do Sul, Gabão e Nigéria; cromo – África do Sul e Zimbábue. EXTRATIVISMO MINERAL A atividade industrial, na África, é muito recente e enfrenta sérios problemas: possui grandes reservas minerais, mas não dispõe de capital para a exploração; tem um dos maiores potenciais hidrelétricos do mundo, mas com pequena potência instalada; as deficiências nas redes de transporte dificultam a utilização dos recursos naturais; a falta de mão de obra especializada e o baixo poder aquisitivo da população são problemas que os programas de industrialização têm de enfrentar. INDÚSTRIA Diversos países possuem atividades industriais concentradas na produção de tecidos, nas indústrias de transformação, no refino de petróleo, entre outros. A República da África do Sul é o país mais industrializado do continente africano, concentrando, principalmente, indústrias pesadas, como metalúrgicas, siderúrgicas, químicas, têxteis, montagem de automóveis e de equipamentos, de mineração e construção naval. INDÚSTRIA O Egito é o segundo país industrial da África; produz artigos têxteis, alimentícios, químicos e petroquímicos. As indústrias africanas estão centralizadas na região do Cabo (África do Sul) e Alexandria (Egito). O turismo tem se tornado importante fonte de divisas no setor industrial do Quênia (Parque Nacional de Nairóbi) e em Gâmbia. INDÚSTRIA O transporte aéreo é muito utilizado, em razão das grandes extensões do território africano. As redes ferroviária e rodoviária não conseguem atingir distâncias tão longas, cabendo ao avião esse trabalho. Importantes aeroportos estão localizados nas cidades de Argel, Cairo, Cartum, Kano, Dacar, Brazzaville, Johannesburgo e Nairóbi. O aeroporto de Dacar foi construído com a capacidade de pouso para aviões supersônicos, enquanto o de Nairóbi e o de Johannesburgo são os que apresentam maior intensidade de voos. TRANSPORTES A rede rodoviária foi construída, em geral, nas áreas litorâneas, em virtude das necessidades de escoamento de produtos extrativos e da agricultura comercial. Somente na década de 70, começou a ser realizada a verdadeira integração africana, e o interior passou a ser atingido por rodovias modernas. Destacam-se as transcontinentais: Transaariana, ligando Cairo a Marrakesh; Transmauritânia (construída por técnicos brasileiros), ligando Nuakchott a Argel. A República da África do Sul possui transportes bastante desenvolvidos, com a mais extensa rede rodoviária, ferroviária e aeroviária. TRANSPORTES O Quênia possui um dos melhores sistemas de transporte da África Tropical, em virtude da ampliação da rede rodoviária. Os países situados na África dos Grandes Lagos (Quênia, Uganda, Tanzânia, Ruanda, Burundi) não tiveram o problema da densa floresta, sendo sempre uma zona de passagem. Uma rede ferroviária satisfatória permite o encaminhamento dos produtos agrícolas para os portos modernosde Dar Es-Salaam e de Mombaça. TRANSPORTES Observe a tabela abaixo. TRANSPORTES Com relação às ferrovias, observando-se a tabela apresentada, é possível notar a pequena extensão ferroviária dos países africanos. A África Meridional é a única que apresenta ligações internacionais, enquanto nas demais regiões do continente as ferrovias limitam-se apenas a unir áreas portuárias a áreas agrícolas ou mineradoras. O transporte marítimo tem grande destaque, porque alguns portos africanos são paradas obrigatórias para abastecimento de navios internacionais. Durante o período de 1967-1975, quando o Canal de Suez permaneceu “fechado", os portos africanos foram muito utilizados, especialmente por navios petroleiros. TRANSPORTES Os principais portos do continente encontram-se: • no Mediterrâneo: Alexandria, Argel, Casablanca; • na África Ocidental: Dacar, Lagos, Abidjã, Freetown; • na África Centro-Meridional: Libreville, Kinshasa, Luanda e Cabo; • no Índico: Mombaça, Dar Es-Sallam, Beira, Maputo e Durban. TRANSPORTES A localização extraordinariamente favorável de seus portos faz de Moçambique uma peça fundamental para o sistema de transporte de alguns países situados no interior do continente. Zimbábue é o principal deles. Convém destacar ainda a Libéria, que possui a maior frota mercante mundial, uma vez que facilita o registro de navios sob sua bandeira. TRANSPORTES HORA DO DESAFIO 1. Uma agricultura diversificada, com a presença de gêneros mediterrâneos, uma indústria mineradora forte, dinâmica, e uma particularidade histórica e política, um regime segregacionista que protagonizou um ambiente de tensão por anos, estabelecendo a política do Apartheid, em que a minoria branca impunha seus interesses frente à maioria negra. Tal descrição representa características, geográficas e econômicas do/da: a) Somália. b) Egito. c) Angola. d) África do Sul. e) Namíbia. HORA DO DESAFIO 2. A África sempre se caracterizou, no século XX, pela situação econômica caótica e dependente. Apesar de possuir recursos, principalmente minerais, nunca conseguiu impulsionar seu progresso. Neste século XXI, a África a) continua na mesma situação, dependente exclusivamente dos investimentos e iniciativas europeias. b) passou a ser uma área de atuação somente do capital brasileiro, devido às visitas do presidente Lula no ano de 2010. c) atrai interesses mundiais, principalmente da China, que, em troca do fornecimento de matéria-prima, investe na infraestrutura de inúmeros países, como a RepúblicaDemocrática do Congo e Zâmbia. d) fecha-se cada vez mais nas guerras tribais, inibindo possíveis investimentos pretendidos por outros países. e) é um continente cujas nações não vislumbram nenhuma oportunidade de participar da sociedade globalizada de fluxos informacionais. GABARITO HORA DO DESAFIO 1. RESOLUÇÃO: Resposta: D 2. RESOLUÇÃO: Resposta: C REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BOLIGAN,Levon (et). Geografia, Espaço e vivência. Volume 1, 6ª edição, Editora Atual, São Paulo, 2016. MELHEM, Adas (et). Expedições Geográficas, Volume 1, 9ª edição, Editora Moderna, São Paulo, 2013. VESENTINI, José Willian. Projeto Teláris - Geografia. Volume 1, 23ª edição, Editora Ática, São Paulo, 2009. CHIANCA, Rosaly Maria (et). Nos dias de hoje - Geografia. Editora Leya, São Paulo, 2013.
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