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Inventário de semoventes

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Inventário de semoventes
APRESENTAÇÃO
As atividades agropecuárias desenvolvidas nas empresas rurais envolvem, direta ou 
indiretamente, o uso de animais. Predominantemente, utilizam os equinos como animais de 
trabalho, mas até pouco tempo ainda utilizavam os bovinos como animais de tração. Em se 
tratando de atividades econômicas, a criação de animais para geração de renda - a atividade 
pecuária propriamente dita - merece cuidados especiais no que se refere ao reconhecimento e ao 
registro contábil, principalmente em função da natureza dos bens, conhecidos como bens móveis 
ou semoventes.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você conhecerá a abordagem contábil dispensada a esse tipo 
de ativo, suas especificidades e a forma de evidenciação de seu registro e cálculo da 
depreciação.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Explicar o inventário de semoventes.•
Reconhecer a classificação dos semoventes na contabilidade.•
Identificar o registro contábil dos bens semoventes e sua depreciação.•
DESAFIO
Nas propriedades rurais, é importante conhecer os elementos que fazem parte do ativo, em 
especial, o estoque de semoventes. O controle desses bens permite uma contabilidade adequada, 
pois eles estarão classificados de acordo com sua finalidade, ou seja, reprodução, renda e 
trabalho.
A partir dessas informações, relate em quais grupos patrimoniais os animais do Sr. Manoel 
devem estar registrados, incluindo os bezerros recém-nascidos, e justifique sua resposta.
INFOGRÁFICO
O controle dos estoques de semoventes e de rebanhos nas propriedades rurais não é uma tarefa 
simples. Ativos vivos demandam rotina intensa de trabalho e cuidados especiais no manejo, na 
saúde e na alimentação. Caso contrário, esses ativos não serão capazes de gerar renda, apoiar os 
processos de trabalho ou se reproduzirem adequadamente.
Os controles operacionais são uma estratégia importante a ser implementada na empresa rural 
como forma de apoio aos processos e a fim de garantir a geração de informações oportunas e 
fidedignas. Veja mais no Infográfico a seguir.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
 
CONTEÚDO DO LIVRO
A contabilidade das empresas rurais dedica-se, predominantemente, à escrituração dos fatos 
contábeis ocorridos nas entidades ligadas ao meio rural, obedecidas as regras e os princípios 
contábeis vigentes e assegurados por lei. Em meio a tantas outras demandas, destaca-se a 
necessidade de gestão nas propriedades rurais, tarefa cada vez mais desafiadora e que eleva o 
papel da contabilidade a outro nível. Se, inicialmente, sua função restringia-se a atender às 
necessidades fiscais e regulamentares legais, hoje, além dessas, a utilidade e a oportunidade das 
informações geradas pela contabilidade atravessa fronteiras, principalmente ao estar alinhada ao 
padrão internacional IFRS, igualando-se aos demonstrativos financeiros emitidos nos Estados 
Unidos e na Europa.
No capítulo Inventário de semoventes, da obra Contabilidade Setorial, base teórica desta 
Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer o Balanço Patrimonial e o Demonstrativo de 
Resultado do Exercício, elementos importantes no registro, na divulgação e no controle das 
informações nas empresas que atuam no ramo agropecuário.
Boa leitura.
CONTABILIDADE 
SETORIAL
Laurise Martha Pugues
Inventário de semoventes
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Explicar o inventário de semoventes.
  Reconhecer a classificação dos semoventes na contabilidade.
  Identificar o registro contábil dos bens semoventes e sua depreciação.
Introdução
A atividade pecuária nas empresas rurais é relacionada à criação de animais 
de diversas espécies. Conforme Crepaldi (2016), o termo “pecuária” costuma 
remeter a bois e vacas, mas ele engloba todos os animais que vivem em 
coletividade (rebanhos), quer sejam bois e vacas, búfalos, carneiros, ovelhas 
ou aves, que incluem frangos, patos, marrecos, faisões, perus, etc. Esses 
animais também podem ser definidos como “semoventes”, ou seja, animais 
adquiridos para prestar serviços a dada empresa ou para gerar renda.
A principal característica de um semovente é possuir movimento 
próprio, ser um bem móvel. Os semoventes podem ser animais selva-
gens, animais domésticos ou rebanhos de animais das propriedades 
rurais. O registro dos inventários desses animais nas organizações rurais é 
cercado de regras e especificidades. Neste capítulo, você vai conhecer os 
procedimentos contábeis relacionados ao registro de semoventes. Além 
disso, vai ver como ocorrem a classificação e a depreciação desses bens.
1 Especificidades do inventário dos semoventes
A atividade pecuária, em especial no Brasil, geralmente está relacionada à 
criação de bois e vacas para a produção de carne (gado de corte) — tanto no 
sistema intensivo como no semi-intensivo e no extensivo — e à criação de 
vacas para a produção de leite. Adjacente a essas duas atividades, e não menos 
importante, tem-se a criação de bezerros e novilhos, frutos das fêmeas em 
idade reprodutiva. Além disso, no Sul do Brasil, ainda se mantém a tradição 
de criar cavalos crioulos como renda para muitas propriedades, pois esses 
animais são bastante resistentes e apropriados para o trabalho no campo.
Os animais existentes nas propriedades rurais, sejam eles búfalos, ovelhas, car-
neiros, porcos ou aves, constituem o grupo de semoventes, que deve ser registrado 
no ativo da empresa rural e receber tratamento contábil adequado, como qualquer 
outro ativo. No entanto, para fins de organização contábil, os semoventes precisam 
estar organizados em grupos que os distingam de acordo com a sua finalidade, 
como você pode ver a seguir (OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2017).
  Animais de reprodução: matrizes e reprodutores.
  Animais de trabalho: cavalos, muares.
  Animais de renda: gado de leite, gado de corte, cavalos crioulos, 
suínos e aves.
Conforme Crepaldi (2016), o levantamento do inventário dos animais para 
posterior registro nos estoques deve obedecer a uma classificação lógica, 
identificando os semoventes de acordo com a sua finalidade, o que implica 
reconhecer igualmente os custos relacionados a eles e a valoração para fins de 
registro, seja a custo histórico ou a valor de mercado. O controle dos estoques 
nas empresas que trabalham com atividades pecuárias deve ser bastante crite-
rioso, e a contabilidade oferece dois tipos de inventário que podem ser utilizados 
nas empresas rurais: o inventário periódico e o inventário permanente.
O inventário periódico é um método de contagem utilizado apenas no final 
de cada período, quando ocorre o encerramento do exercício. Já o controle de 
inventário permanente, considerado o mais indicado para a atividade pecuária, 
propõe que o controle seja contínuo, regular; à medida que as transações ocorrem, 
a contabilidade vai sendo atualizada, o que acontece quase diariamente. Quando 
o que se busca é a qualidade e a confiabilidade da informação contábil, não é 
possível optar pelo método mais simples, principalmente se a empresa possuir 
processos operacionais complexos e um número de transações que justifique o 
controle permanente dos estoques.
Em relação à mensuração do custo do estoque, o método do custo, con-
forme Crepaldi (2016), é representado pelos custos contabilizados ao longo do 
desenvolvimento e do crescimento biológico do animal. Tal custo é referente 
a medicamentos, vacinas, alimentação, mão de obra empregada no manejo 
e custos indiretos rateados. Já o método do valor de mercado, segundo o 
mesmo autor, considera o rebanho dos animais pelo preço corrente de mer-
cado, que normalmente é o preço de custo. Assim, o custo fica destacado 
no estoque a preço de mercado, com um resultado reconhecido anualmente 
Inventário de semoventes2
pela confrontação da diferença entre o valor de mercado atual e o valor do 
período anterior. Por essemétodo, o lucro é calculado anualmente; quando se 
dá a venda dos animais, ocorre o fluxo de caixa do lucro econômico. Assim, 
realiza-se o registro contábil da baixa na conta estoque e, em contrapartida, 
a inclusão de valores a receber na conta caixa.
O resultado da empresa rural, quando ela utiliza o método do valor de 
mercado para a avaliação do estoque, é calculado a partir do reconhecimento 
da receita por valoração dos estoques dos produtos que encerram características 
especiais, como crescimento do gado, estufas de plantas, reservas florestais, 
etc. Nesses casos, é possível reconhecer a receita mesmo antes da venda, pois 
existe a avaliação de mercado (preço), que é objetiva em estágios distintos da 
maturação dos produtos. Assim, realiza-se um lançamento contábil a débito 
do estoque, adicionando-se a diferença de preço aos custos incorridos e o 
crédito do ganho econômico à conta de resultado chamada “superveniência 
ativa” (BRASIL, 1999).
2 Reconhecimento dos ativos classificados 
como semoventes
Os semoventes, embora reconhecidos como bens móveis, têm seu registro 
localizado no grupo do ativo imobilizado, no subgrupo dos ativos biológicos 
para produção, tais como matrizes e reprodutores, animais de trabalho, entre 
outros. Os ativos biológicos para produção são aqueles que produzem ativos 
biológicos consumíveis (rebanhos para venda) ou produtos agrícolas para 
venda (leite). Nesse caso, o ativo biológico é aquele que continua produzindo, 
apesar de, ao longo do tempo, perder seu potencial de produção e de geração 
de novos ativos. Já os animais de trabalho não produzem produtos agrícolas 
para venda, mas são utilizados para a manutenção da atividade operacional 
da empresa rural, o que dá a eles características de ativo imobilizado e de 
ativo biológico. Conforme o item 5 da Norma Brasileira de Contabilidade 
(NBC) TG 29, para que um ativo seja considerado biológico, ele não precisa 
necessariamente ser responsável pela geração de um produto agrícola, podendo 
apenas participar de tal geração.
Os rebanhos bovinos para venda deverão, por exemplo, ser classificados no 
ativo circulante, mais especificamente nos estoques, como ativos biológicos 
consumíveis maduros. Os custos com a criação do rebanho devem ser regis-
trados no ativo segundo a sua realização; por exemplo, o touro destinado à 
3Inventário de semoventes
venda, o touro destinado à reprodução e o equino destinado a trabalhos dentro 
da fazenda devem ser incluídos nas contas correspondentes.
Para compreender melhor, observe a seguir uma estrutura com as principais 
contas do grupo estoques relacionadas à atividade pecuária (OLIVEIRA; 
OLIVEIRA, 2017).
ATIVO
ATIVO CIRCULANTE
ESTOQUES
Semoventes
Estoques prontos para venda
Ativos biológicos consumíveis maduros
Boi/vaca gordo(a)
( – ) ajuste por despesa de venda
Novilho(a) de 31 a 36 meses
( – ) ajuste por despesa de venda
Novilho(a) de 13 a 18 meses
( – ) ajuste por despesa de venda
Bezerro(a) de 7 a 12 meses
( – ) ajuste por despesa de venda
Bezerro(a) de 0 a 6 meses
( – ) ajuste por despesa de venda
Estoques em formação
Ativos biológicos consumíveis imaturos
Boi/vaca magro(a) em ciclo de engorda
( – ) ajuste por despesa de venda
Novilho(a) em crescimento (19 a 24 meses)
( – ) ajuste por despesa de venda
Novilho(a) em crescimento (13 a 18 meses)
( – ) ajuste por despesa de venda
Bezerro(a) em crescimento (7 a 12 meses)
( – ) ajuste por despesa de venda
Bezerro(a) em crescimento (0 a 6 meses)
( – ) ajuste por despesa de venda
ATIVO NÃO CIRCULANTE
Imobilizado
Ativos biológicos para produção maduros
Matrizes para reprodução
( – ) ajuste por despesa de venda
Inventário de semoventes4
Reprodutores
Animais de trabalho
( – ) ajuste por despesa de venda
Imobilizado em andamento
Ativos biológicos para produção imaturos
Matrizes em crescimento
( – ) ajuste por despesa de venda
Reprodutores em crescimento
( – ) ajuste por despesa de venda
Animais de trabalho em crescimento
( – ) ajuste por despesa de venda
As contas apresentadas ilustram a situação de reconhecimento e registro 
de uma propriedade que possui semoventes das três categorias: reprodução 
(touros), trabalho (equinos, asininos, muares) e renda (bois, vacas, porcos, 
aves). Tais semoventes estão alocados no ativo circulante e no ativo não cir-
culante, dependendo da sua natureza (para venda ou imobilizado) e do estágio 
de desenvolvimento em que se encontram (estoques maduros ou imaturos).
Outro elemento importante são as variações patrimoniais, que devem ser 
expressas nas demonstrações contábeis. A variação patrimonial é originada, 
essencialmente, em decorrência da mudança de valor de um item patrimo-
nial (variação econômica no valor do bem). Conforme Crepaldi (2016), essa 
diferença pode ser decorrente do valor escriturado em comparação ao valor 
praticado no mercado. Há dois fatores preponderantes para essa variação: (1) 
o gado, por meio de seu crescimento natural, ganha peso e envergadura com o 
passar do tempo, de modo que o ativo fica sujeito a constante aumento de valor 
econômico real; (2) na pecuária pelo ciclo operacional extenso, a rotatividade 
do estoque é lenta, acarretando os efeitos da inflação, com a perda do poder 
aquisitivo da expressão monetária registrada. Dessa forma, é essencial que 
se reconheça as variações.
As variações patrimoniais podem ocorrer ainda em virtude de ganhos 
econômicos, como o nascimento de um bezerro, que configura uma variação 
positiva. Já uma perda econômica se dá, por exemplo, a partir da morte de 
um dos animais do rebanho, caracterizando uma variação negativa. Essas 
variações, positivas ou negativas, devem ser evidenciadas na demonstração do 
resultado do exercício. Contabilmente, as contas para registro são conhecidas 
como “superveniências ativas” e “insubsistências ativas”.
Conforme Crepaldi (2012), as superveniências ativas são os acréscimos, os 
ganhos em relação ao ativo da empresa rural. Esses acréscimos ocorrem com 
5Inventário de semoventes
o nascimento de animais e os ganhos decorrentes do crescimento natural do 
gado. As superveniências ativas são variações patrimoniais positivas. Por sua 
vez, as insubsistências ativas são reduções do ativo da empresa decorrentes 
de perdas, fatos fortuitos, anormais e imprevistos. É o caso de mortes e do 
desaparecimento de animais do rebanho. As insubsistências ativas são varia-
ções patrimoniais negativas. Elas devem ser evidenciadas nas demonstrações 
contábeis da seguinte forma:
Demonstração de resultado do exercício
Receita bruta
Receita do gado bovino
Venda do gado bovino
Variação patrimonial líquida
Superveniências ativas (ganhos por nascimento/
crescimento/desenvolvimento biológico)
(–) Insubsistências ativas (perdas por morte)
Ao valor do rebanho que morre no período base, deve-se atribuir o va-
lor contábil (o preço real de custo, quando a contabilidade assim o registra, 
ou o preço corrente no mercado atribuído na última avaliação). Esse valor 
será lançado contra a conta do ativo em que se achava registrado o animal, 
encerrando-se a conta contra o resultado do período (insubsistências ativas). 
É necessário observar, para o lançamento da baixa, se o valor do animal já se 
encontra registrado na contabilidade. Isto é, só pode ser “baixada” a cria que 
nasce morta quando precedida do lançamento que consigne o nascimento, por 
exemplo (BRASIL, 1970, 1976, 1999).
3 Registro e depreciação de semoventes no 
balanço patrimonial
A depreciação é um elemento patrimonial importante e representa a perda 
de valor dos bens — pelo uso, pelo desuso, pelo desgaste físico, pela ação 
da natureza ou ainda pela perda da capacidade de gerar receitas. Geren-
cialmente, é possível considerar a depreciação como uma parcela dos 
bens reservada para substituí-los ao fi nal de sua vida útil, assim que eles 
tiverem de ser substituídos ou passarem por reforma. A depreciação, para 
Inventário de semoventes6
o empresário rural, sempre foi um tema difícil de discutir, pois representa, 
na prática, um gasto nãodesembolsável e difícil de considerar como um 
custo efetivo do período.
Em relação aos semoventes, principalmente àqueles registrados nos ativos 
não circulante, imobilizado ou fixo, estão sujeitos à depreciação: benfeitorias, 
máquinas e equipamentos e animais semoventes. Os animais, com o passar do 
tempo, perdem a sua capacidade de reprodução e a sua força de trabalho, daí 
o desgaste que justifica a depreciação dos semoventes (MARION, 2014). No 
entanto, na fase de desenvolvimento dos animais, quando estão registrados 
como animais “imaturos”, em fase de crescimento, não faz sentido falar em 
depreciação. Afinal, nessa fase, os animais ainda não atingiram sua maturidade 
produtiva nem o ápice de sua eficiência, para, em seguida, iniciar seu processo 
de declínio e começar a perder sua capacidade de trabalho/reprodução. As 
fases de desenvolvimento e transição dos animais não são de fácil identifi-
cação, mas normalmente estão associadas ao ciclo reprodutivo. Quando um 
animal atinge tal ciclo, pode-se considerar que ele já está em sua fase madura 
e suficientemente eficiente.
Segundo Marion (2010, p. 61):
Outro aspecto importante na determinação da depreciação do gado de re-
produção é que se deveria considerar o valor residual correspondente ao seu 
peso multiplicado pelo preço por arroba que se conseguiria no frigorífico, por 
ocasião de sua venda, após castrado e engordado para o abate, o que acontece 
sempre que não é mais utilizado como reprodutor.
O método mais utilizado para calcular a depreciação é o método linear ou 
das cotas constantes. Esse método considera em sua fórmula três elementos 
básicos: a vida útil do bem em anos, o valor residual do bem ao final de sua 
vida útil e o valor de aquisição do bem (MARION, 2010). A fórmula de 
cálculo é simples:
A seguir, no Quadro 1, veja alguns tipos de semoventes e informações 
acerca da sua vida útil e do seu percentual de depreciação anual, para fins 
de registro contábil.
7Inventário de semoventes
 Fonte: Adaptado de USP/ESALQ (2014). 
Vida útil do bem Taxa anual de depreciação
Animais de renda
Bovinos reprodutores 8 anos 12,5% ao ano
Matrizes reprodutoras 10 anos 10% ao ano
Suínos reprodutores 4 anos 25% ao ano
Animais de trabalho
Burros de tração 12 anos 8,33% ao ano
Cavalos de sela 8 anos 12,5% ao ano
Bois de carro 5 anos 20% ao ano
 Quadro 1. Vida útil e taxas anuais de depreciação de semoventes 
Na literatura, é possível encontrar valores referenciais para determinar a 
vida útil e o percentual de depreciação de inúmeros bens móveis e imóveis. 
No entanto, recomenda-se prudência, principalmente no caso de animais que 
sofrem a ação biológica do tempo e o desgaste natural. A perda da capacidade 
fisiológica dos animais a ponto de comprometer sua produtividade deve ser 
avaliada por um profissional, de modo a garantir ao proprietário rural que as 
informações geradas reflitam adequadamente a situação.
Marion (2012) trazem uma referência importante acerca do registro da 
depreciação no balanço patrimonial. Para ilustrar, são demonstrados a seguir o 
grupo do ativo não circulante e o registro da depreciação como conta redutora 
dos ativos registrados nesse grupo.
ATIVO NÃO CIRCULANTE
IMOBILIZADO
Semoventes
Rebanhos permanentes
Reprodutores
Matrizes
( – ) Depreciação acumulada de rebanhos
Animais de trabalho
Inventário de semoventes8
Cavalos e éguas
Burros e mulas
Animais de reprodução
( – ) Depreciação acumulada de animais de trabalho
Animais e aves de cria
Ovinos
Caprinos
Suínos
( – ) Depreciação acumulada de animais e aves de cria
Veja que a depreciação é uma conta que reduz o valor patrimonial dos ativos 
não circulantes imobilizados. Além disso, mesmo não sendo um valor que 
afeta diretamente o fluxo de caixa, a depreciação representa a desvalorização 
produtiva dos principais ativos da empresa, pois mensura e reporta a perda de 
capacidade ao longo do tempo, mostrando que os ativos deixam de contribuir 
para a geração efetiva de receitas.
Como exemplo prático, admita que um touro avaliado em R$ 60.000,00 tem 
uma vida útil estimada em oito anos, período no qual vai permanecer junto às 
matrizes para a reprodução (monta), além de mais dois anos para a coleta de 
sêmen (inseminação artificial). Assim, avalia-se a vida útil do reprodutor em 
10 anos, com uma taxa de depreciação de 10% ao ano. O touro atualmente pesa 
700 kg e, se fosse vendido ao frigorífico, valeria R$ 1.800,00. Presumindo que 
o peso desse animal vai ser o mesmo até o final de sua vida útil, o valor a ser 
depreciado é R$ 58.200,00 (R$ 60.000,00 – R$ 1.800,00). Para compreender 
melhor, observe o esquema a seguir (MARION, 2014).
Depreciação do primeiro ano
Valor contábil: R$ 60.000,00
( – ) Valor residual: R$ 1.800,00
( = ) Valor depreciável: R$ 58.200,00
Taxa de depreciação: 10%
Depreciação do primeiro ano: R$ 5.820,00 (R$ 58.200 × 10%)
Ativo não circulante
Imobilizado
Reprodutores: R$ 60.000,00
( – ) Depreciação acumulada: R$ 5.820,00
Valor líquido: R$ 54.120,00
9Inventário de semoventes
O valor residual do animal foi descontado do seu valor patrimonial, pois 
este representa a expectativa do valor pelo qual o touro poderá ser comercia-
lizado ao final de sua vida útil produtiva. Mas lembre-se de que essa é apenas 
uma expectativa. Os valores e os percentuais de depreciação, bem como a 
determinação da vida útil, devem ser avaliados criteriosamente, caso a caso.
Para saber mais sobre depreciação, acesse o link a seguir e confira na íntegra a NBC 
TG 27, que trata do ativo imobilizado.
https://qrgo.page.link/xce4Y
BRASIL. Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999. Regulamenta a tributação, fiscalização, 
arrecadação e administração do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer 
Natureza. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3000.htm. 
Acesso em: 18 fev. 2020.
BRASIL. Parecer Normativo CST nº 57 de 30/07/1976. Disponível em: https://www.normas-
brasil.com.br/norma/parecer-normativo-57-1976_92376.html. Acesso em: 18 fev. 2020.
BRASIL. Parecer Normativo CST nº 551 de 15/12/1970. Disponível em: https://www.normas-
brasil.com.br/norma/parecer-normativo-551-1970_91415.html. Acesso em: 18 fev. 2020.
CREPALDI, S. A. Contabilidade rural: uma abordagem decisorial. 7. ed. São Paulo: Atlas, 
2012.
CREPALDI, S. A. Contabilidade rural: uma abordagem decisorial. 8. ed. São Paulo: Atlas, 
2016.
MARION, J. C. Contabilidade rural: contabilidade agrícola, contabilidade da pecuária. 
14. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
MARION, J. C. Contabilidade rural: contabilidade agrícola, contabilidade da pecuária, 
imposto de renda pessoa jurídica. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
OLIVEIRA, D. L.; OLIVEIRA, G. D. Contabilidade rural: uma abordagem do agronegócio 
dentro da porteira. Curitiba: Juruá, 2017.
USP/ESALQ. Depreciação: um item a considerar. 2014. Disponível em: http://www.
milkpoint.com.br/radar-tecnico/gerenciamento/depreciacao-um-item-importante-
-a-se-considerar-87142n.aspx. Acesso em: 18 fev. 2020.
Inventário de semoventes10
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
Leitura recomendada
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. NBC TG 27 (R4): altera a NBC TG 27 (R3) que 
dispõe sobre ativo imobilizado. 2017. Disponível em: http://www2.cfc.org.br/sisweb/
sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2017/NBCTG27(R4)&arquivo=NBCTG27(R4).doc. Acesso 
em: 18 fev. 2020. 
11Inventário de semoventes
DICA DO PROFESSOR
A contabilidade é uma ferramenta de gestão indispensável, se for implementada de modo a 
congregar as áreas da empresa de forma sistêmica, integrada e comprometida com a qualidade 
das informações geradas. Nesse sentido, destaca-se sua importância nas empresasrurais junto 
aos sistemas de informação, os quais são o principal veículo de registro e de comunicação da 
contabilidade junto a seus usuários.
Na Dica do Professor, você saberá o quanto é importante alinhar o trabalho da contabilidade, da 
planificação contábil e dos sistemas de informação quando se trata de atividade pecuária. 
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) A economia brasileira está baseada especialmente na área rural, por esse motivo é 
importante que as empresas que atuam nessa área tenham clara a classificação de 
sua produção. No caso da pecuária, é possível classificar o gado bovino em três 
atividades distintas:
Cria: produção do bezerro que é vendido após o desmame (período igual ou inferior 
a 12 meses).
Recria: produção do novilho magro que é vendido para engorda (período de 13 a 23 
meses).
Engorda: a partir do novilho magro é produzido o novilho gordo para a venda 
(período de 24 a 36 meses).
Diante dessa classificação, em qual grupo do balanço patrimonial pode-se classificar 
os bezerros nascidos entre 0 e 12 meses de idade? 
A) Ativo Circulante.
B) Ativo Não Circulante.
C) Estoque.
D) Patrimônio Líquido da Empresa.
E) Não Circulante Imobilizado.
2) É comum que nas empresas agropecuárias ocorra a reprodução das fêmeas (bovina, 
equina ou suína, por exemplo) de forma intencional ou não, ocasionando aumento do 
rebanho. Também é comum haver morte de animais, até mesmo no parto, ou na 
sequência. A esses fatos, contabilmente, chamamos de superveniências e 
insubsistências. Esses fatos, em relação ao patrimônio da empresa são:
A) permutativos.
B) compensatórios.
C) compostos.
D) modificativos.
E) mistos.
3) Na pecuária, os animais passam por transformações no decorrer de sua vida. Quando 
um bezerro troca de classe, ou seja, após passar o primeiro ano de vida, ele passa a 
ser um novilho (Ativos Biológicos), ao valor de mercado, o que aumentará a conta 
Estoque. Dessa forma, quando ocorre essa mudança, o valor dessa modificação 
deverá ser registrado em contrapartida de qual conta?
A) Caixa.
B) Contas a Pagar.
C) Variação Patrimonial Líquida.
D) Ativos Biológicos.
E) Superveniência Ativa.
4) A criação de bezerros e de novilhos são frutos das fêmeas em idade reprodutiva ao 
longo de sua vida útil. Esses e outros animais existentes nas propriedades rurais - 
sejam eles búfalos, ovelhas, carneiros, porcos, aves - constituem o grupo de 
semoventes, que deverá ser registrado no ativo da empresa rural e receberá 
tratamento contábil adequado, tanto quanto qualquer outro ativo. Nessa situação, o 
novilho destinado à reprodução será ́ baixado no Estoque (Ativos Biológicos) e 
transferido para qual conta? 
A) Caixa.
B) Contas a Pagar.
C) Variação Patrimonial Líquida.
D) Ativo Não Circulante Imobilizado em andamento (Ativos Biológicos).
E) Bancos.
Existem bovinos especializados para as produções de carne, de leite e os de raças 
mistas, para ambas as produções. Gado de corte significa o conjunto de raças bovinas 
5) 
destinadas ao abate, para a produção de carne e de seus derivados, além de alguns 
subprodutos. Essas raças devem ser precoces, bem desenvolvidas, resistentes e ter um 
bom rendimento líquido de carne, no mínimo, 45%. A carne bovina é muito 
empregada, também, na produção e na fabricação de produtos em conserva.
Em uma propriedade que tem a intenção de destinar parte do seu plantel ao gado de 
corte, indique em qual conta este bem deve ser contabilizado:
A) Ativo Circulante.
B) Ativo Não Circulante.
C) Estoque.
D) Patrimônio Líquido da Empresa.
E) Não Circulante Imobilizado.
NA PRÁTICA
A contabilidade pecuária é um ramo da ciência contábil que traz muitas especificidades, devido 
às características da atividade, principalmente por tratar-se de um trabalho com ativos vivos, 
predominantemente. Torna-se fundamental priorizar a aplicação dos fundamentos e das 
prerrogativas legais que asseguram a geração de informações assertivas e fidedignas, tanto aos 
usuários internos quanto aos usuários externos. Atender aos preceitos legais é um dos principais 
fundamentos da ciência contábil, e quando se trata de registro de estoques e de inventários há, 
inclusive, norma própria que regulamenta os procedimentos atinentes.
Neste Na Prática, você verá o caso de uma propriedade rural, especializada na criação de 
bovinos, que fez um comparativo entre dois métodos de valoração de estoques e chegou a 
resultados surpreendentes.
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SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Pecuária de ciclo curto: mais eficiência na produção animal
Há muita discussão acerca dos custos elevados da produção no campo, e muito tem sido feito 
em termos de tecnologia e de inovação a fim de buscar alternativas que minimizem custos ao 
produtor, encurtem ciclos de produção e melhorem a rentabilidade. Você já ouviu falar em 
pecuária de ciclos curtos? Sabe quais os impactos financeiros que ela pode gerar para os 
produtores?
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Mensuração e reconhecimento contabilístico dos ativos biológicos
Para compreender um pouco mais a relação existente entre os ativos biológicos e os semoventes, 
leia o artigo a seguir.
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