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Strongylus equinus Introdução As parasitoses intestinais são uma das patologias que mais acometem a sanidade dos equinos ao redor do mundo. Tornando-se um desafio para os proprietários e médicos veterinários que trabalham nesta área. Esses parasitas causam sérios danos ao intestino, devido a fixação na parede intestinal para ingerir sangue dos capilares ou se alimentando da mesma. Os animais podem apresentar sintomatologia como perda de peso, cólicas e diarreias. Taxonomia Superfamilia Strongyloidea Familia Strongylidae Subfamilia Strongylinae-grandes estrôngilos Strongylus ssp. Triodontophorus ssp. Subfamilia Cyathostominae – pequenos estrongilos Cyathostomum sp. Cylicostephonus sp Cylicocicius sp Cylicodontophorus sp. Epidemiologia O cenário nacional apresenta condições favoráveis à sobrevivência das larvas de nematoides durante todo o ano, porém as larvas presentes nas fezes apresentam grande capacidade de sobreviverem por muito mais tempo no pasto, podendo chegar a mais de um ano. Em condições favoráveis, as larvas migram para o topo da vegetação onde serão ingeridas pelo hospedeiro dando continuidade ao ciclo. Transmissão A transmissão se dá através da ingestão de L3 presente em águas e pastos contaminados. Na fase de disseminação do parasitismo, são eliminados ovos e larvas de helmintos nas fezes. Como inúmeros cavalos passam a maior parte do tempo nas cocheiras, a cama torna-se importante fonte de contaminação, pois oferece ambiente propício à eclosão dos ovos. Morfologia É uma espécie relativamente grande, mais espessa na região anterior e de coloração cinza-escuro ou castanho-avermelhada quando recentemente coletada. O orifício oral é circundado por vários anéis quitinosos concêntricos, dos quais os mais internos sustentam pequenos dentes cônicos e o mais externo tem seis papilas, quatro submedianas, bem desenvolvidas e duas laterais menores. Cápsula bucal oval, apresenta na sua base dois dentes subdorsais grandes e dois subventrais menores. O conduto dorsal é bem desenvolvido. O comprimento dos machos varia de 26 a 35 mm e o das fêmeas de 38 a 55 mm. A. Parte anterior de Strongylus edentatus mostrando a cápsula bucal em formato de cálice, sem dentes. B. Parte anterior de Strongylus equinus mostrando cápsula bucal oval, com grande dente dorsal e dentes cônicos subventrais menores. C. Parte anterior de Strongylus vulgaris mostrando dentes arredondados, em formato de orelha, na base da cápsula bucal. (Esta figura encontra-se reproduzida em cores no Encarte. Ciclo biológico Período pré-patente: 6 a 7 meses. Os ovos são liberados pelas fezes e passam um tempo no ambiente, que compreende a fase pré-parasitária, no qual vai ter desenvolvimento para L3 (ocorre em aproximadamente 2 semanas) Ingestão da L3 nas pastagens ou água contaminada No intestino delgado, as larvas perdem a bainha de proteção e seguem para o intestino grosso para penetrar na mucosa (também podem penetrar no intestino delgado) após 7 dias da ingestão, realizam a muda para L4 na submucosa As L4 penetram em pequenas artérias e vão, pelo endoféllo, até seu local de predileção, na artéria mesentérica anterior (cranial) Ciclo Biológico Fazem a muda para L5, após vários meses, e retornam à parede intestinal por meio dos vasos oriundos da artéria mesentérica São formados nódulos e lesões (arterites) ao redor das larvas, principalmente na parede do ceco e do cólon Há ruptura desses nódulos à medida que as larvas aumentam de tamanho, com a liberação de adultos jovens na luz intestinal, Nesse local, ocorre a diferenciação sexual Após a cópula, as fêmeas colocam os ovos, que são expelidos com as fezes e se desenvolvem no meio ambiente. Ciclo Biológico Patogenia É a espécie mais patogênica para equinos; Causa lesões pelas larvas, como na artéria mesentérica cranial e em seus ramos, consistindo em tromboembolias e endoterites (resultam em cólicas e infarto do intestino grosso); Suas formas adultas causam anemia e apatia, por serem hematófagos e se alimentarem de tampões da mucosa intestinal, lesionando e causando hemorragias e rupturas dos nódulos na parede intestinal, deixando úlceras e cicatrizes circulares. Sinais Clínicos Os equinos apresentam peculiaridades anatômicas em seu aparelho digestório, que os predispõem a alterações morfológicas graves, responsáveis por dores abdominais, sendo estas conhecidas como cólica. O termo cólica ou abdome agudo é um quadro de dor abdominal que pode envolver qualquer órgão da cavidade abdominal, sendo uma das maiores causas de óbito na espécie equina Diagnóstico O diagnóstico para a infecção pelos grandes estrôngilos é habitualmente realizado através do exame de fezes dos equinos. Utilizam-se a contagem de ovos por grama de fezes (OPG), através da técnica de Gordon e Whitlock modificada (1939), e do cultivo larval, já que as espécies de Strongylus são indiferenciáveis apenas com a análise morfológica dos ovos. Os animais mais velhos são mais resistentes que potros. Equinos bem alimentados suportam melhor a estrongilose do que os mal nutridos. Diagnóstico As larvas provocam elevação da temperatura do corpo, perda de apetite, diminuição do peso, depressão, apatia, diarréia ou constipação, cólica e morte em 14 a 20 horas. A ruptura dos nódulos causada pelas larvas dos estrôngilos pode ocasionar hemorragia na cavidade peritoneal e provocar a morte de potros. A artrite devido à presença do S. vulgaris é grave. A formação de trombos interfere na circulação sanguínea decrescendo o suprimento de sangue ao intestino e o equino fica predisposto à cólica e à oclusão intestinal Tratamento O tratamento pode ser feito através do manejo sanitário e administração correta de anti-helmínticos. Os principais grupos químicos de antihelmíntico são: benzimidazóis (ex: albendazole e oxibendazole e mebendazole), imidazotiazóis (ex: pirantel, levamisole e morantel), o grupo das lactonas macrocíclicas (ex: ivermectina, moxidectina e abamectina) e as drogas que aumentam a permeabilidade de cálcio, ex: praziquantel As formas e frequência da utilização dos medicamentos no tratamento antihelmíntico são: supressiva (a cada 4-8 semanas); estratégicas (de acordo com as condições climáticas da região e o possível aumento do número de parasitas no animal); curativa. Prevenção e controle O controle e prevenção da infecção por Strongylus equinos e outros parasitas intestinais é importante para manter o bom desempenho dos animais. Existe uma grande variedade de antihelmínticos utilizados no combate e manejo preventivo do parasitismo em equinos. A forma de controle utiliza compostos antiparasitários por sua praticidade, eficiência, ótima relação custo benefício e pela facilidade de aquisição. Entretanto, nenhum composto parasitário é eficaz contra todos os estádios de desenvolvimento dos parasitas de equinos Conclusão Os equinos apresentam uma grande variedade de parasitas em sua fauna helmíntica. As formas de criação dos equídeos favorecem a grande incidência de infecções parasitárias, já nas primeiras semanas de vida. A fauna parasitária é vasta e compreende várias famílias distintas. Os animais parasitados podem apresentar fraqueza geral, pelagem áspera, crescimento lento, cólicas e, às vezes, diarréias. Os danos causados por parasitoses em equinos vão desde lesões em órgãos vitais do sistema digestivo até graves distúrbios nos processos enzimáticos e hormonais. O principal e mais importante gênero que acomete a espécie equina são os Strongylus. Apesar de muitos estudos sobre o assunto, concluímos que pouco se sabe sobre o S. equinus. Referências bibliográficas https://www.pubvet.com.br/uploads/c181bd5e0bea18e778da6c0240c62be2.pdf http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/drAnxBdQGzIRUne_2013-6-13-16-26-41.pdf
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