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PED IV Distúrbios nutricionais Score-Z indica a distância que o paciente está em desvio padrão da média da população. O score-Z de zero equivale ao percentil 50. Os valores positivos demonstram pacientes acima da média; o score +3 corresponde ao p99,9, o +2 ao p97 e o +1 ao p85. Os valores negativos demonstram pacientes abaixo da média; o score -3 corresponde ao p0,1, o -2 ao p3 e o -1 ao p15. · EZ < -2: baixo peso / baixa estatura / magreza (desnutrição moderada) · EZ < -3: muito baixo peso / muito baixa estatura / magreza acentuada A OMS caracteriza o edema como desnutrição grave. Desnutrição é o resultado de um desequilíbrio entre a oferta e a necessidade nutricional. A desnutrição primária relaciona-se com a falta de um nutriente (oferta comprometida); a desnutrição secundária possui oferta adequada, porém com doença de base que aumenta a necessidade nutricional pela perda anormal de nutrientes ou pelo aumento do gasto energético. · Desnutrição grave: desequilíbrio intenso que compromete não apenas o crescimento, mas todas as funções vitais e metabolismo basal. MARASMO Deficiência global de energia e proteínas. É a criança que desde o início de vida não teve suporte nutricional adequado. · Instalação lenta, no primeiro ano de vida → privação de nutrientes · Ausência de tecido adiposo → consumo das reservas energéticas · Fácies senil ou simiesca · Hipotrofia muscular e hipotonia · Irritabilidade, apetite variável (em geral preservado) · Alterações de pele e cabelo são incomuns · Não há edema KWASHIORKOR - Deficiência proteica, ingestão energética normal. · Instalação rápida, após o desmame · Edema de extremidades, anasarca · Hepatomegalia (esteatose) · Subcutâneo preservado · Alterações de cabelos e pele · Placas de hiperceratose que descamam e tornam-se áreas hipopigmentadas · Mudança na cor do cabelo / sinal da bandeira (faixa de hipopigmentação) KWASHIORKOR-MARASMÁTICO Quadro de marasmo que se segue por um quadro Kwashiorkor, este geralmente deflagrado por uma infecção aguda. Alterações laboratoriais da desnutrição Hipoglicemia (< 54mg/dL) Hiponatremia (Na corporal normal) Hipocalemia / hipomagnesemia Hipoalbuminemia (ocorre nos dois tipos) O Kwashiorkor apresenta edema pois possui ↓albumina e ↑permeabilidade vascular! Tratamento da desnutrição (3 fases) · Estabilização (1 – 7 dias) · Hipotermia → manta térmica / foco de luz · Hipoglicemia → pode ser assintomática · Consciente: via oral!Tem mais potássio e menos sódio! · Inconsciente: via EV · Distúrbios hidroeletrolíticos (hipoNa, hipoK) · Corrigir desidratação preferencialmente via oral, com solução ReSoMal (Sol. Reid. Malnutrido) · Dieta habitual → não hiperalimentar · Síndrome de realimentação: complicação do tratamento da desnutrição grave. A oferta rápida de alimento pode provocar pico de insulina que causará hipocalemia, hipomagnesemia e hipofosfatemia! · Suplementos de K+, Mg++ e Zn · Não fazer Fe++ → pode formar radicais livres e aumentar stress oxidativo · Polivitamínicos: vitamina A e ácido fólico · Reabilitação (2 – 6 semanas) · Marco inicial: retorno do apetite · ↑ calorias e proteínas (catch-up): crescimento acelerado · Ferro: doses terapêuticas · Alta para tratamento ambulatorial · Acompanhamento (follow-up) · Pesagem semanal OBESIDADE IMC Z escore > +1 Z escore > +2 Z escore > +3 0-5 anos Risco de sobrepeso Sobrepeso Obesidade 5 – 19 anos Sobrepeso Obesidade Obesidade grave BAIXA ESTATURA A baixa estatura pode ocorrer por duas principais causas: variantes normais do crescimento ou condições mórbidas. VARIANTES NORMAIS DO CRESCIMENTO · Baixa estatura genética (familiar) · Retardo constitucional (baixa estatura constitucional) CONDIÇÕES MÓRBIDAS · Desnutrição · Primária · Secundária · Doenças endócrinas · Hipotireoidismo* · Deficiência de GH · Hipercortisolismo (*) causa endócrina mais comum · Doenças genéticas · Displasias ósseas (acondroplasia – baixa estatura desproporcional = segmento superior desproporcionalmente maior que o inferior) · Síndromes cromossômicas - ex.: Turner 45X0 Dentre as causas mórbidas, as várias formas de desnutrição são as principais responsáveis pela baixa estatura. Podem ainda ser causadas por doenças endócrinas, sendo o hipotireoidismo o principal, seguido pela deficiência de GH e pelo excesso de cortisol. As causas genéticas dividem-se entre as displasias ósseas (acondroplasia sendo a mais comum) e as síndromes cromossômicas, representada pela Síndrome de Turner, que cursa com baixa estatura e disgenesia gonadal (atraso puberal). O que avaliar? · Velocidade de crescimento: A curva de crescimento normal é ascendente e paralela às linhas de percentil representadas no gráfico. Quando horizontalizada = velocidade de crescimento diminuída! · Estatura dos pais: alvo genético (calcular de acordo com o sexo). · Rx mão/punho – idade óssea (IO) - avalia o grau de maturação biológica (esquelética) do paciente. MENINOS = altura do pai + (altura da mãe + 13) 2 MENINAS = altura da mãe + (altura do pai - 13) 2 ORGANIZANDO O DIAGNÓSTICO... Defina se há baixa estatura: E/I < p3* Avalie a velocidade de crescimento Normal: Variante normal do crescimento Anormal: condições mórbidas · Obs.: lembrar: velocidade de crescimento · Pré-escolar: 7-8 cm / ano; Escolar: 6-7 cm/ ano Velocidade de crescimento normal: variante normal do crescimento IDADE ÓSSEA ATRASADA (IO < IC) IE = IO < IC Pais com altura normal IDADE ÓSSEA = IDADE CRONOLÓGICA IO = IC > IE Pais baixos Retardo constitucional do crescimento Baixa estatura genética (familiar) *IE = idade estatural (idade cujo p50 corresponde ao tamanho do paciente) Velocidade de crescimento anormal: Condições mórbidas Alteração fenotípica? Meninas: CARIÓTIPO SIM: DOENÇA GENÉTICA NÃO: IMC Emagrecido: DESNUTRIÇÃO Bem nutrido ou obeso: DOENÇA ENDÓCRINA
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