Buscar

Intoxicação por Flúor

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Uso	Interno
INTOXICAÇÃO	
Todo	medicamento	é	tóxico,	por	tanto	ele	deve	ser	controlado	e	bem	administrado,	
todo	medicamento	em	excesso	é	danoso	ao	organismo.
Quando	administrado	ou	ingerido	de	maneira	adequada	não	gera	problemas.
Intoxicação	pode	ser:
1.	Aguda: o	paciente	ingere	alta	dose	em	pequeno	intervalo	de	tempo.
2.	Crônica: alta	dose	além	dos	limites	por	período	prolongado.	
AGUDA
A	ingestão	de	grande	quantidade	de	determinada	substância	de	uma	só	vez.•
Hoje	o	acesso	ao	flúor	é	maior	e	mais	fácil,	e	também	há	mais	ações	coletivas	onde	o	flúor	é	levado	para	
população,	então	quanto	mais	ações	coletivas	fazemos,	também	aumenta	a	incidência	de	intoxicação	por	flúor.
•
O	flúor	pode	ser	facilmente	encontrado	na	agua,	sal	de	cozinha,	dentifrícios,	enxaguastes	bucais	e	etc.	•
Náusea	e	vômito	são	os	sintomas	mais	comuns,	pois	o	flúor	é	ácido,	então	a	saliva	vai	tentar	equilibrar	o	pH	na	
boca,	vai	começar	a	produzir	muita	saliva	e	tem	reflexo	de	deglutição	espontânea	levando	a	náusea	e	vômitos.
•
Doses	altas	bloqueiam	o	metabolismo	celular,	inibem	algumas	enzimas	(como	as	do	impulso	nervoso),	e	ocorre	
a	hipocalemia	(liga	ao	Cálcio,	então	vai	faltar	cálcio	no	corpo).
•
Atentar-se	ao	perigo	principalmente	nas	4	primeiras	horas,	já	que	flúor	é	metabolizado	muito	rápido,	não	
permanece	por	muito	tempo	no	organismo.
•
Observar	se	passou	as	primeiras	4	horas	e	o	paciente	evolui	bem	no	quadro	de	normalidade.•
Doses:
→	DCL: Dose	Certamente	Letal
32	a	64mg	F/kg
→	DST: Dose	Seguramente	Tolerada
9	a	16mg	F/kg
→	DPT: Dose	Provavelmente	Tóxica
5mg	F/kg
Sinais	e	Sintomas:
Náusea;ü
Dor	abdominal;ü
Vômito;ü
Dor	de	cabeça;ü
Hipersalivação;ü
Suor;ü
Diarreia;ü
Problemas	gastrointestinais;ü
Fraqueza	generalizada;ü
Paralisia	cardiorrespiratória.ü
Tratamento:
→	Até	5	mg	F/kg	ingerida
Cálcio	via	oral	(leite)	ou	Hidróxido	de	Alumínio;-
Observar	o	paciente	no	consultório	por	1	hora.-
→	Acima	de	5mg	F/kg	ingerida
Induzir	ao	vômito;	-
Hidróxido	de	Alumínio	ou	Cálcio	via	oral	(leite	ou	Gluconato	de	Cálcio);-
Internação	para	observação	do	paciente.-
→	Acima	de	15	mg	F/kg
Internação;-
Enquanto	socorro	não	chega,	induzir	ao	vômito;	-
Hidróxido	de	Alumínio	ou	Cálcio.-
Monitorar	o	paciente,	fazer	a	administração	de	Cálcio	endovenoso,	Glicose	e	Soro	Bicarbonatado;	-
Suporte	para	colapso	respiratório/vascular.-
CRÔNICA
Quando	o	paciente	é	exposto	a	altas	doses	por	período	prolongado.•
Causa	fluorose	dentária	e	fluorose	esquelética.•
→	Fluorose	Esquelética
Será	observada	com	a	ingestão	de	flúor	acima	de	5,6	ppm.•
Apresenta-se	como	uma	osteosclerose	generalizada.	•
A	densidade	óssea	aumenta	lentamente,	então	as	articulações	diminuem	a	mobilidade	e	deixam	os	tendões	
doloridos,	os	ligamentos	e	músculos	de	inserção	se	calcificam.
•
Pode	ser	caracterizada	por	queixas	de	dores	articulares,	musculares	e	lombares,	podendo	evoluir	para	a	
limitação	de	movimentos,	principalmente	da	coluna	vertebral.
•
Radiograficamente,	observam-se	aumento	da	densidade	óssea,	calcificações	de	ligamentos	e	membranas	
interósseas.
•
Requer	doses	muito	mais	altas	do	que	na	fluorose	dentária.•
Limite	de	Tolerância	Biológico:
3,0mm	F/	litro	na	urina
Agua	0,7ppm	F	=	0,7mg	F/lt
→	Fluorose	Dentária
É	o	tipo	de	maior	ocorrência.•
Defeito	na	formação	do	esmalte,	causado	pela	exposição	prolongada	e	altas	concentrações	de	flúor	durante	a	
amelogênese	(formação	do	dente).	
•
Ela	ocorre	em	razão	de	depósitos	de	flúor	na	estrutura	dentária	ocasionando	alterações	nos	ameloblastos,	
distúrbios	na	formação	dos	cristais	de	apatita	e	homeostase	do	cálcio.
•
As	manifestações	dependerão	da	quantidade	de	flúor	ingerido,	do	tempo	de	exposição	deste	e	da	idade	do	
indivíduo.
•
A	fluorose	dentária	iatrogênica	diferencia-se	da	endêmica	pelas	características	da	sua	distribuição	na	população.	•
Na	fluorose	dentária	iatrogênica,	predominam	os	casos	de	fluorose	muito	leve	e	leve,	são	poucos	os	casos	de	
fluorose	moderada	e,	praticamente,	não	há	casos	de	fluorose	grave.
•
Fase	crítica	é	de	15	e	30	meses	(fase	de	secreção	e	maturação	dos	dentes),	a	criança	não	expele	o	creme	dental.•
Características	Clinicas	e	Diagnóstico:
Esmalte	opaco	e	com	manchas	na	coloração	branco	a	marrom;-
Pode	ter	áreas	hipoplásicas	e	erosão;-
Esmalte	mais	poroso	com	hipomineralização;-
É	mais	comum	estarem	na	região	de	cúspide	e	incisal	dos	dentes;-
Aparecem	sempre	simétricas	e	bilateral,	pois	são	afetados	os	dentes	que	se	formaram	no	mesmo	período.-
As	formas	mais	suaves	podem	ser	observadas	por	meio	de	estrias	ou	linhas	brancas	horizontais,	finas	e	opacas	
cruzando	a	superfície	do	esmalte.
-
Quanto	mais	opaco	o	esmalte	dentário,	maior	o	seu	grau	de	porosidade,	portanto,	com	o	aumento	da	gravidade	
da	fluorose,	as	linhas	brancas	se	espessam	e,	muitas	vezes,	unem-se	formando	manchas	brancas	irregulares,	
opacas	e	nebulosas	por	toda	a	superfície	do	dente.	
-
Em	um	estágio	mais	avançado,	as	manchas	opacas	irregulares	podem	se	unir	formando	uma	extensa	área	opaca	
com	aspecto	branco	calcáreo.
-
Essas	superfícies	porosas	de	esmalte	com	o	tempo,	exposto	ao	ambiente	bucal,	acaba	por	desgastar	a	porção	
mais	externa	formando	depressões.	
-
As	depressões	vão	se	pigmentando	em	razão	de	corantes	provenientes	de	alimentos,	bebidas,	fumo	e	outros	
fatores,	tornando-se	manchas	marrom-acastanhadas	e	os	poucos,	podem	se	fundir	e	formar	grandes	corrosões	
acastanhadas,	alterando	a	superfície	dentária.
-
Os	desgastes	e	as	alterações	de	cor	ocorrem	somente	após	a	erupção	dos	dentes,	em	razão	do	grau	de	
porosidade	ou	hipomineralização	do	esmalte,	não	sendo	uma	característica	intrínseca	da	fluorose	dentária,	mas	
um	fenômeno	secundário.
-
A	dentição	permanente	é	mais	acometida	e	isso	pode	ser	explicado	por	três	fatores:
1°. A	maior	parte	da	mineralização	da	dentição	decídua	ocorrer	antes	do	nascimento	e	haver	a	ação	
passiva	da	barreira	placentária.
2°. Em	razão	de	o	período	de	formação	do	dente	decíduo	ser	mais	curto	que	o	dente	permanente.	
3°. A	menor	espessura	e	maior	opacidade	da	camada	de	esmalte	do	dente	decíduo,	dificultando	a	detecção	
da	fluorose	dentária	nessa	dentição.
-
Classificação	de	Dean	
NORMAL	-		o	esmalte	apresenta	translucidez	usual	com	estrutura	semivitriforme	e	a	superfície	é	lisa,	polida,	
cor	creme-clara.
QUESTIONÁVEL	- o	esmalte	revela	pequena	diferença	em	relação	à	translucidez	normal,	com	ocasionais	
manchas	esbranquiçadas.
MUITO	LEVE	- áreas	esbranquiçadas	opacas,	pequenas	manchas	espalhadas	irregularmente	pelo	dente,	mas	
envolvendo	não	mais	de	25%	da	superfície	e	inclui	opacidades	claras	nas	pontas	das	cúspides	de	molares.
LEVE	-		área	branca,	porosa	e	dispersa	em	menos	de	50%	da	superfície	total.
MODERADO	- todo	o	esmalte	dentário	está	afetado,	e	as	faces	sujeitas	ao	atrito	mostram-se	desgastadas,	há	
manchas	acastanhadas	ou	amareladas	frequentemente	desfigurantes.
GRAVE	- a	hipoplasia	está	generalizada	e	a	própria	forma	do	dente	pode	ser	afetada	e	o	sinal	mais	evidente	é	
a	presença	de	depressões	no	esmalte,	que	parece	corroído,	com	manchas	acastanhadas	generalizadas.
Classificação	TF
GRAU	0	- a	translucidez	normal	do	esmalte	lustroso	e	cremoso	permanece	após	a	limpeza	e	secagem	da	superfície.
GRAU	1	- são	vistas	finas	linhas	brancas	opacas	cruzando	a	superfície	do	dente;	essas	linhas	são	encontradas	em	
todas	as	partes	da	superfície,	as	linhas	correspondem	à	posição	da	pericamada,	também	pode	ser	vista	uma	
pequena	“cobertura	de	neve”	nas	pontas	de	cúspide	e	nas	bordas	incisais.
GRAU	2	- as	linhas	opacas	são	mais	pronunciadas	e	frequentemente	se	fundem	para	formar	pequenas	áreas	
nebulosas	espalhadas	por	toda	a	superfície;	a	“cobertura	de	neve”	é	comum.
GRAU	3	- ocorre	a	fusão	das	linhas	brancas,	e	as	áreas	nebulosas	de	opacidade	espalham-se	por	muitas	partes	da	
superfície	e	entre	as	áreas	nebulosas,	também	podem	ser	vistas	as	linhas	brancas.
GRAU	4	- toda	a	superfície	exibe	uma	opacidade	marcante,	ou	parece	branca	calcária;	partes	da	superfície	exposta	
a	atrito	ou	desgaste	podem	parecer	menos	afetadas.
GRAU	5	- toda	a	superfície	é	opaca	eexistem	depressões	arredondadas	(perda	focal	do	esmalte	externo)	com	
menos	de	2	mm	de	diâmetro.
GRAU	6	- as	pequenas	depressões	frequentemente	podem	ser	vistas,	fundindo-se	no	esmalte	opaco	para	formar	
faixas	com	menos	de	2	mm	de	altura	vertical,	estão	incluídas	também	as	superfícies	onde	a	borda	cúspide	do	
esmalte	vestibular	foi	lascada	e	a	dimensão	vertical	do	dano	resultante	é	menor	que	2	mm.
GRAU	7	- há	perda	do	esmalte	externo	em	áreas	irregulares	e	menos	da	metade	da	superfície	está	bastante	
envolvida	e	o	esmalte	intacto	é	opaco.
GRAU	8	- a	perda	do	esmalte	externo	envolve	mais	da	metade	do	esmalte;	o	esmalte	intacto	restante	é	opaco.
GRAU	9	- a	perda	da	principal	parte	do	esmalte	externo	resulta	em	uma	mudança	na	forma	anatômica	da	
superfície	do	dente,	um	halo	cervical	de	esmalte	é	geralmente	notado.
Fatores	Determinantes	da	Fluorose	Dentária:
Pequeno	risco	com	a	exposição,	somente	durante	a	fase	secretória	(menos	de	15	meses)-
Alto	risco	com	exposição	nas	fases	secretória	e	de	maturação	pré-eruptiva-
Aumento	do	risco	de	ingestão	de	flúor	por	meio	de	múltiplas	fontes,	incluindo	suplementos	fluoretados.-
Ingestão	durante	formação	dental:
Limite:	0,05	a	0,07	mg	F/kg/	dia	(não	terá	fluorose)ü
Período	crítico:	até	8	anosü
-
Fatores	de	Risco	da	Fluorose	Dentária:
Aumento	da	ingestão	de	flúor	por	várias	fontes.ü
Exposição	precoce	a	produtos	fluoretados.ü
Uso	inapropriado	de	suplementos	fluretados	e	ü
Frequência	e	inicio	da	escovação	e	grande	quantidade	de	dentifrícios.	ü
Uso	de	produtos	fluretados	durante	os	primeiros	6	anos	de	vida.ü
Uso	de	suplementos	fluretados,	dentifrícios	e	agua	fluretada	durante	os	3	primeiros	anos	de	vida.	ü
Fatores	de	Proteção	da	Fluorose	Dentária:
Educação	em	saúde	e	Vigilância	Sanitária	e	Epidemiológica	como	medidas	de	prevenção	e	controle	da	fluorose.	ü
Os	pais	tem	que	ser	orientados	sobre	a	deglutição	e	quantidade	no	uso	de	dentifricios,	que	precisa	
supervisionar,	e	que	o	máximo	é	0,3g	por	escovação.
ü
Abaixo	de	6	anos	de	idade:	não	fazer	o	uso	de	grandes	quantidades	de	produtos	fluretados.	ü
Suplementação	com	flúor	não	são	indicados.ü
Aleitamento	além	de	6	meses	(evita	fórmulas	com	fluor	na	composição)ü
A	indústria	deve	por	a	dosagem	de	flúor	no	rótulo	da	água	mineral.ü
Usar	pouco	dentifrício	para	crianças	menores	de	6	anos.ü
Fazer	a	notificação	dos	casos	graves	(ao	sistema	de	epidemiologia	e	sanitário).ü
Tratamento	da	Fluorose	Dentária:
Ainda	não	há	tratamento	para	a	fluorose	dentária.	ü
As	intervenções	clínicas	para	minimizar	seus	efeitos,	ou	reabilitar	as	superfícies	afetadas,	estão	vinculadas	ao	
estágio	em	que	podem	ser	classificados	os	dentes.
ü
Para	os	casos	mais	suaves,	em	geral,	não	se	justificam	intervenções,	mas	pode	utilizar	ácido	fosfórico	a	37%	e	
abrasão	com	pasta	de	pedra-pomes.
ü
Para	os	casos	em	que	o	comprometimento	é	maior,	vários	autores	sugerem	a	aplicação	de	ácido	clorídrico	a	
18%	misturado	a	um	abrasivo,	normalmente	pedra-pomes,	com	uso	de	isolamento	absoluto	e	proteção	ocular,	
esse	procedimento	deve	ser	feito	com	cautela	para	não	se	reduzir	em	demasia	a	superfície	do	esmalte.
ü
Para	os	casos	mais	graves	pode	ser	necessário	fazer	a	restauração	das	superfícies	com	resinas	compostas,	
facetas	estéticas	ou	trabalhos	protéticos.
ü
Para	os	casos	de	pigmentações	do	esmalte	fluorótico,	pode-se	fazer	o	clareamento	das	manchas	acastanhadas	
com	peróxido	de	hidrogênio	ou	outro	material	clareador.
ü
Independentemente	da	gravidade	da	fluorose,	é	sempre	indicada	a	aplicação	tópica	de	flúor,	seja	de	fluoreto	de	
sódio	neutro	a	1,1%,	seja	de	fluorfosfato	acidulado	a	1,23%,	de	fluoreto	de	sódio	neutro	a	2,0%,	ou	
recomendação	de	bochechos	e	cremes	dentais	fluoretados.
ü
Flúor
01/07/2021

Continue navegando