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Laís Molina – MED 102 Anatomia Sistêmica Aplicada II – Prof. Emílio Apostila de Neuroanatomia Resumo da Neuroanatomia 2º Período – Universidade de Vassouras – 2020.1 Laís Molina – MED 102 Transcrições Laís Molina – Med 102 Anatomia Sistêmica Aplicada II – Prof. Emílio Existe uma região do crânio, em suas laterais, chamada ptério, que é uma região de junção dos ossos do crânio. Além disso, por dentro dessa região há uma artéria, a artéria meníngea média. Se ocorrer algum tipo de lesão mais severa nessa área, correndo o risco de quebrar o ptério, a artéria pode ser rompida e levará a um hematoma extradural/epidural (sangue acumulado entre a dura-máter e o crânio), que começa a comprimir o encéfalo. Crânio O crânio tem como função proteger o encéfalo. É dividido em duas partes, neurocrânio e viscerocrânio. Neurocrânio: parte superior do crânio, relacionada com o encéfalo. É formado por 8 ossos, que são divididos em dois grupos. Ossos pares: parietal e temporal (ambos têm direto e esquerdo). Ossos ímpares: frontal, esfenoide, etmoide e occipital. Existem estruturas, que são as junções dos ossos, chamadas de suturas: sutura coronal, que separa o osso frontal dos ossos parietais; sutura sagital, que separa os ossos parietais (direito e esquerdo); e sutura lambdoidea, que separa os ossos parietais do osso occipital e dos ossos temporais. A região de união da sutura coronal e da sutura sagital recebe o nome de bregma. Já a região de união da sutura sagital com a sutura lambdoidea é chamada de lambda. Essas regiões só são encontradas no adulto, nos ossos já completamente formados. Nas crianças, são chamados de fontículos (popularmente conhecido como moleira). Sutura coronal Sutura sagital Sutura lambdoidea Bregma Lambda Laís Molina – Med 102 Anatomia Sistêmica Aplicada II – Prof. Emílio Viscerocrânio: parte inferior do crânio, relacionada com a face. É composto por 15 ossos, divididos em dois grupos. Ossos pares: maxilas, conchas nasais inferiores, zigomáticos, palatinos, nasais e lacrimais. Ossos ímpares: mandíbula, etmoide e vômer. OBS: O Moore coloca como o osso etmoide sendo parte tanto do neurocrânio quanto do viscerocrânio. Mandíbula Laís Molina – Med 102 Anatomia Sistêmica Aplicada II – Prof. Emílio Coluna Vertebral Na coluna vertebral existe uma superposição de vértebras, na qual tem-se uma vértebra proeminente, a vértebra C VII (visível e palpável) que possui um processo denominado processo espinhoso de C VII. A vértebra C VII é a última vértebra cervical. A coluna vertebral é formada por 33 vértebras: 7 vértebras cervicais, 12 vértebras torácicas, 5 vértebras lombares, 5 vértebras sacrais e 4 vértebras coccígeas. As vértebras possuem várias características, podendo ser características gerais, regionais e especiais. Gerais: todas as vértebras possuem. Regionais: são características que dependem do local no qual se localizam as vértebras. Especiais/Individuais: únicas de determinadas vértebras. Características gerais das vértebras o As vértebras têm um corpo e um arco. Arco: há 2 processos transversos, 1 processo espinhoso e 4 processos articulares. Além disso, há lâminas e pedículos, e um forame vertebral. Os processos articulares são aqueles onde se articulam uma vértebra à outra. São 4, dois superiores e dois inferiores. Dentro dos forames vertebrais passa a medula espinal, até a vértebra L2. Laís Molina – Med 102 Anatomia Sistêmica Aplicada II – Prof. Emílio Existe um disco, entre as vértebras, chamado de disco intervertebral. É formado por duas partes, uma parte mais gelatinosa (central), chamada de núcleo pulposo, e uma parte mais fibrosa (externa), chamada de anel fibroso. Características regionais das vértebras o As vértebras cervicais possuem um forame, denominado forame transverso. É através desse forame que passam as artérias vertebrais direita e esquerda. o As vértebras torácicas se articulam com as costelas, e por esse motivos existem as facetas/fóveas costais. o Nas vértebras lombares, os processos espinhosos se parecem com a ponta de um machado. Laís Molina – Med 102 Anatomia Sistêmica Aplicada II – Prof. Emílio Características individuais das vértebras o A vértebra CI (1º vértebra cervical), chamada de atlas, não possui um corpo e o processo espinhoso. o A vértebra CII, chamada de áxis, é a mais forte das vértebras cervicais e serve de eixo de rotação do atlas com o crânio. Possui uma estrutura chamada de dente/processo odontóide. o A vértebra CVII, referida como vértebra proeminente, possui um processo espinhoso longo e proeminente. VÉRTEBRA CI (ATLAS): vista superior / vista inferior. VÉRTEBRA CII (ÁXIS): vista superior / vista inferior. VÉRTEBRA CVII (VÉRTEBRA PROEMINENTE): Laís Molina – Med 102 Anatomia Sistêmica Aplicada II – Prof. Emílio O sistema nervoso nos torna adaptáveis ao ambiente em que vivemos. Propriedades citoplasmáticas: irritabilidade, condutibilidade e contratilidade. Essas propriedades auxiliam na adaptação ao ambiente. É divido em sistema nervoso central (SNC) e sistema nervoso periférico (SNP). SNC: encéfalo (cérebro, cerebelo, tronco encefálico (mesencéfalo, ponte e bulbo)) e medula espinal. Encéfalo Medula Espinal SNP: nervos (espinais e cranianos), gânglios e terminações nervosas. Nervos Gânglios Terminações Nervosas Pode ser dividido também em critérios funcionais: sistema nervoso somático e sistema nervoso visceral. Sistema nervoso somático: aferente (parte sensitiva) e eferente (parte motora). É o sistema que se relaciona com o corpo e com o ambiente. Sistema nervoso visceral: aferente (parte sensitiva) e eferente (parte motora, é o sistema nervoso autônomo: simpático e parassimpático). Cérebro Cerebelo Tronco Encefálico Mesencéfalo Ponte Bulbo Espinais Cranianos Laís Molina – Med 102 Anatomia Sistêmica Aplicada II – Prof. Emílio CONCEITOS IMPORTANTES: Gânglio é um corpo de neurônio fora do sistema nervoso central. Exemplo na imagem de um gânglio sensitivo. Nos neurônios sensitivos, o corpo do neurônio está fora do sistema nervoso, formando o gânglio. Núcleo é um corpo de neurônio dentro do sistema nervoso central. O sistema nervoso é integrado: a parte motora, a parte sensitiva, visceral, os reflexos, todo o sistema nervoso é integrado com as associações às informações e às percepções. O cérebro tem uma propriedade chamada de abstração. Sendo assim, não é necessário gravar inúmeros tipos de um objeto para identifica-lo. Sinapse é a conexão dos neurônios. Medula Espinal A medula espinal faz parte do sistema nervoso central. Está dentro da coluna vertebral, porém não a ocupa por inteiro. É um “cordão” de mais ou menos 45 cm, que faz ligações com os neurônios. Tem dois limites: cranial e caudal. Limite cranial: forame magno (na base do crânio). Ao passar por ele, passa a ser chamada de tronco encefálico. Limite caudal: processo espinhoso de L2. Limite caudal (L2) Limite cranial (forame cego) Laís Molina – Med 102 Anatomia Sistêmica Aplicada II – Prof. Emílio Após o limite caudal da medula espinal existem vários prolongamentos dos axônios dos neurônios, que agrupados são chamados de cauda equina. Ao final da medula espinal, há uma espécie de “cone”, onde a medula se estreita, chamado de cone medular. Há, ao final, um filamento fino da medula espinal, que fixa a medula, denominado filamento terminal. Esse filamento é a meninge mais interna da medula, aderida a ela, e recebe o nome de pia-máter. São 31 segmentos medulares: 8 cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 1 coccígeo. De cada segmento sai um nervo espinal, ou seja, há 31 nervos saindo da medula. Cada nervo espinal é formado por vários pequenos filamentos radiculares. Nos segmentos medulares há gânglios sensitivos. Na medula espinal, a parte sensitiva é posterior (com gânglios), e a parte motora é anterior (sem gânglios). A raiz sensitiva se une à raiz motora e forma, então, um nervo misto espinal. OBS: O tronco simpático é um tronco paralelo à coluna vertebral, onde existem vários gânglios. Existe uma cadeia simpática, que é o tronco simpático, onde também há vários gânglios. Há axônios de neurônios que vêm do sistema nervoso e fazem sinapse com os gânglios do tronco simpático. Saindo desses gânglios há axônios, que vão para determinado órgão, por exemplo, levando uma informação saída do neurônio (neurônio pré-ganglionar) para chegar ao gânglio simpático, fazendo sinapse. Após essa sinapse, outro axônio sai do neurônio (neurônio pós-ganglionar) e, então, leva a informação para determinado local do corpo. No parassimpático, o gânglio não está no tronco simpático, mas sim no órgão, por exemplo. A medula é formada por substância branca e substância cinzenta. A substância cinzenta se encontra no meio da medula, referida como “H medular”, que é o corpo do neurônio. A substância branca é a parte de fora da medula, por onde transitam os axônios. Existem sulcos, fissuras e canais na medula: Sulco mediano posterior. Cauda equina Parte sensitiva (com gânglio) Parte motora (sem gânglio) Laís Molina – Med 102 Anatomia Sistêmica Aplicada II – Prof. Emílio Sulco lateral posterior: é nesse sulco que chegam ou saem as raízes posteriores (sensitivas) dos neurônios. Sulco intermédio posterior: se prolonga e forma o septo intermédio posterior. Septo intermédio posterior: é a continuação do sulco intermédio posterior. Ele separa o fascículo grácil do fascículo cuneiforme. Fissura mediana anterior. Sulco lateral anterior: onde chegam ou saem as raízes anteriores (motoras) dos neurônios. Canal central da medula: é um remanescente embrionário da luz do tubo neural. Não é continuo diretamente com os ventrículos, pois o líquor desses ventrículos não passa por esse canal, ficando no espaço subaracnóideo. Há também colunas/cornos (corpo de neurônios, substância cinzenta): Coluna posterior: relacionada com os neurônios sensitivos. Coluna anterior: relacionada com os neurônios motores. Coluna lateral: não existe em toda a medula, apenas na sua parte torácica e na parte superior da medula lombar. É a conexão do sistema simpático. A comissura branca (substância branca, axônio de neurônios) é dividida em funículos: Funículo posterior: está entre o sulco mediano posterior e o sulco lateral posterior. Funículo anterior: está entre o sulco lateral anterior e a fissura mediana anterior. Funículo lateral: está entre o sulco lateral posterior e sulco lateral anterior. A medula espinal é local de organização de alguns reflexos. Além disso, a medula é um grande local de transito de fibras de neurônios; existem vários feixes de fibras passando pelos funículos. O trato corticoespinhal lateral está no funículo lateral. O trato corticoespinhal ventral está no funículo anterior. Esses dois tratos vêm do córtex cerebral e vão para a medula espinal. São deles que saem as informações motoras, do córtex em direção à medula (via descendente). Laís Molina – Med 102 Anatomia Sistêmica Aplicada II – Prof. Emílio O fascículo grácil e o fascículo cuneiforme estão localizados no funículo posterior. São vias ascendentes, eles levam as informações sensitivas da medula ao córtex. Além disso, têm sensibilidade vibratória. O trato espinotalâmico lateral passa pelo funículo lateral. Leva informação de dor, temperatura, pressão e tato. O trato espinotalâmico ventral passa pelo funículo anterior. Esses tratos vêm da medula espinal e vão em direção ao tálamo, e após isso, o tálamo os direciona para o córtex. O trato espinocerebelar dorsal/ posterior e o trato espinocerebelar ventral são tratos vindos da periferia para o cerebelo. Alimentam o cerebelo com informações vindas dos músculos e tendões, organizando os atos motores. OBS: as vias que sobem são as vias sensitivas; as vias que descem são as vias motoras. A medula espinal possui envoltórios, denominadas meninges. Existem três meninges, de fora para dentro: dura- máter, aracnoide e pia-máter. Dura-máter: meninge mais externa, mais forte. Aracnoide: meninge do meio, mais fina e delicada. Pia-máter: meninge mais interna, aderida à medula. Ela continua como um filamento terminal mesmo após a medula espinal terminar. A pia-máter se fixa mais lateralmente à medula, nas meninges mais externas, através do ligamento denticulado (são apenas dois, um de cada lado). Dá sustentação. Esse ligamento denticulado se fixa lateralmente, através de processos, chamados de processos triangulares. Laís Molina – Med 102 Anatomia Sistêmica Aplicada II – Prof. Emílio Ao final da medula espinal, tem-se a cauda equina e o ligamento/filamento terminal. Após o término da medula espinal no nível de L2, continua-se o filamento terminal (pia-máter). Ao nível de S2, termina a dura-máter e, logo após, o ligamento terminal é envolvido por ela, passando a se chamar filamento da dura-máter espinal. O filamento da dura-máter espinal tem que se fixar no osso para dar sustentação à medula. Assim, ele se fixa no cóccix, passando a se chamar ligamento coccígeo. Entre as meninges da medula existem espaços, sendo o total de três: Espaço epidural/extradural: está externo à dura-máter, entre o osso e a dura-máter. Nesse espaço há o plexo venoso vertebral interno e pequena quantidade de tecido adiposo. Espaço subdural: espaço pequeno, está entre a dura-máter e a aracnoide. Nesse espaço existe uma pequena quantidade de liquido, para evitar os folhetos dessas duas meninges de se aderirem. Espaço subaracnoide: está abaixo da aracnoide, entre a aracnoide e a pia-máter. Nesse espaço encontra-se o líquor (líquido cerebrorraquidiano). CORRELAÇÃO CLÍNICA: A medula termina no nível de L2, e a dura-máter termina no nível de S2. Então, existe um espaço entre L2 e S2 em que não há medula espinal, mas há líquor. Dessa forma, escolhe-se um espaço entre as vértebras para introduzir uma agulha, tendo acesso ao espaço subaracnoide. Na hora da introdução da agulha irá pingar o líquor. Algumas das indicações clinicas para esse tipo de procedimento são: diagnóstico de meningite (punção lombar) e a raquianestesia. SUBA Laís Molina – Med 102 Anatomia Sistêmica Aplicada II – Prof. Emílio Tronco Encefálico O tronco encefálico é formado pelo bulbo, ponte e mesencéfalo; quarto ventrículo. Os limites do tronco encefálico são: Limite caudal (inferior): forame magno. É o limite com a medula espinal. Limite cranial (superior): linha imaginária que vai da comissura posterior ao corpo mamilar (hipotálamo). Os ventrículos são cavidades que existem dentro do encéfalo, em que existem líquor. O ventrículo que está no tronco encefálico é o quarto ventrículo. Bulbo Existe um feixe, denominado trato corticoespinhal, na parte anterior, que sai do córtex e vai para a medula espinal. Esse trato corticoespinhal desce para o bulbo, formando duas estruturas chamadas pirâmides bulbares, onde se compacta. Parte do trato corticoespinhal cruza para o outro lado. O local desse cruzamento é denominado decussação das pirâmides. Assim, a ordem que sai do lado esquerdo do córtex vai cruzar para movimentar o lado direito. Há uma estrutura lateral no bulbo, denominada oliva bulbar (anterior). É uma dilatação, que ocorre por ser um núcleo. Alguns desses núcleos olivares, principalmente os inferiores, tem relação com a aprendizagem motora. Na parte posterior do bulbo, há o tubérculo grácil, que é a sinapse do fascículo grácil. Lateralmente, há o tubérculo cuneiforme. Há um sulco entre o bulbo e a ponte, denominado sulco bulbo-pontino. Decussação das pirâmides Pirâmides bulbares Oliva bulbar Tubérculo grácil Tubérculo cuneiforme Laís Molina – Med 102 Anatomia Sistêmica Aplicada II – Prof. Emílio Ponte Há uma estrutura denominada pedúnculo cerebelar médio (braço da ponte), que conecta a ponte ao cerebelo. Há também o pedúnculo cerebelar inferior, que conecta o bulbo ao cerebelo. O pedúnculo cerebelar superior, que conecta o mesencéfalo ao cerebelo. Existe um sulco, chamado de sulco basilar, que é onde a artéria basilar passa. Assoalho do IV ventrículo Por dentro do IV ventrículo, há: Trígono do vago: onde se encontra o núcleo do nervo vago. Trígono do hipoglosso: acima do trígono do vago. Onde se encontra o núcleo do nervo hipoglosso. Colículo facial: acima do trígono do hipoglosso, maior. Onde se encontra o núcleo do nervo facial. Há uma área triangular, denominada área vestibular. Essa área está relacionada com o nervo de VIII par craniano, o nervo vestibulococlear. Mesencéfalo É a parte mais superior do tronco encefálico, que se conecta ao cérebro. Conecta-se ao cerebelo através do pedúnculo cerebelar superior. Comunica-se com o cérebro anteriormente através do pedúnculo cerebral. Há um tipo de “buraco”, entre o pedúnculo, denominado fossa interpeduncular. Na parte posterior, há quatro “bolinhas”, chamadas colículos. São dois colículos superiores (relacionados com a visão) e dois colículos inferiores (relacionados com a audição). Juntos, são chamados de corpos quadrigêmeos. O mesencéfalo é dividido em duas partes: a parte da anterior e a parte posterior. Parte anterior: é a parte do pedúnculo cerebral. Parte posterior: chamada de tecto/teto. O que separa o pedúnculo cerebral do teto é o canal que liga o III ao IV ventrículo, chamado de aqueduto cerebral. O pedúnculo cerebral é dividido internamente por uma substância negra (corpos de neurônios), que o separa em base e tegmento. A doença de Parkinson atinge a substância negra, alterando-a. Sulco basilar Pedúnculo cerebelar médio Laís Molina – Med 102 Anatomia Sistêmica Aplicada II – Prof. Emílio Nervos Cranianos Existem diversos núcleos de nervos cranianos no tronco encefálico. São 12 pares de nervos cranianos (24 no total). São eles: Nervo olfatório. (I) Nervo óptico. (II) Nervo oculomotor. (III) Nervo troclear. (IV) Nervo trigêmeo. (V) Nervo abducente. (VI) Nervo facial. (VII) Nervo vestíbulo-coclear. (VIII) Nervo glossofaríngeo. (IX) Nervo vago. (X) Nervo acessório. (XI) Nervo hipoglosso. (XII) Os nervos oculomotor, troclear e abducente têm relação com o movimento dos olhos. O nervo trigêmeo, além da mastigação, dá a sensibilidade da face. O nervo facial controla a mímica facial. O nervo vestíbulo-coclear se relaciona com a audição e o equilíbrio. O nervo glossofaríngeo tem como uma das funções dar a sensibilidade da língua. O nervo vago tem relação com o simpático e parassimpático. O nervo acessório tem relação com a faringe, língua, além de inervar o músculo esternocleidomastoideo e o músculo trapézio. O nervo hipoglosso é o nervo motor da língua. Sai do bulbo, próximo a oliva bulbar. Todos esses nervos, com exceção dos dois primeiros, tem relação com o tronco encefálico. Eles emergem dos núcleos presentes no tronco encefálico. N. hipoglosso N. acessório N. vago N. glossofaríngeo N. abducente N. facial N. vestíbulo- coclear N. troclear N. trigêmeo N. oculomotor Laís Molina – Med 102 Anatomia Sistêmica Aplicada II – Prof. Emílio Cerebelo O cerebelo faz parte do encéfalo, mas não do cérebro. Localizado posteriormente, atrás do IV ventrículo. É como se fosse um cérebro pequeno. Sua grande função, entre outras, é coordenar os movimentos. Ele processa as informações do ambiente motor. Tem dois hemisférios cerebelares: hemisfério cerebelar direito e hemisfério cerebelar esquerdo. No meio do cerebelo há uma “linha”, chamada de vermes cerebelar, que une os dois hemisférios cerebelares. Sua parte externa tem uma substancia cinzenta, que é o córtex cerebelar; e uma parte interna, central, que é a medula. No cerebelo existem inúmeras reentrâncias, sulcos, chamados de folhas. Há três mais importantes: Fissura póstero-lateral: separa a parte mais antiga do cerebelo, relacionada com o equilibro, de todo o restante do cerebelo. Fissura prima: separa a parte anterior do cerebelo da parte posterior. Fissura horizontal. É separado em lobos: Lobo flóculo-nodular: é o lobo mais antigo. Está relacionado com o equilíbrio motor. É separado do resto do cerebelo pela fissura póstero-lateral. OBS: o lobo flóculo-nodular está em azul na imagem abaixo. Lobo anterior e Lobo posterior: separados pela fissura prima. Possuem partes extremamente modernas, conectadas com a medula espinal e com o córtex cerebral. CORRELAÇÕES CLÍNICAS: Síndromes cerebelares: o Vestibulocerebelo: perda de equilíbrio. o Espinocerebelo: marcha atáxica. o Cerebrocerebelo: decomposição; disdiadococinesia; rechaço; tremor; dismetria. Geralmente causadas por lesões. Laís Molina – Med 102 Anatomia Sistêmica Aplicada II – Prof. Emílio Diencéfalo O diencéfalo faz parte do cérebro. É a maior parte, sendo ela central. É formado por: Tálamo Hipotálamo (já estudado em endócrino) Subtálamo Epitálamo Está relacionado com o III ventrículo. O III ventrículo se comunica com o IV ventrículo através de um canal dentro do mesencéfalo, chamado de aqueduto cerebral. Existe um sulco, que separa o tálamo do hipotálamo, denominado sulco hipotalâmico. Tálamo O tálamo possui vários núcleos, os quais formam grupos: Anterior Posterior Mediano Medial Lateral Tem como funções: Controle da sensibilidade. Motricidade. Regulação do sistema emocional. Ciclo circadiano. Memória. O tálamo faz com que a memória seja buscada no hipocampo, ou seja, ele é o caminho para se chegar na memória, que busca a informação. OBS: se houver uma lesão no tálamo, pode ocorrer uma perda das memórias antigas do paciente. Isso porque o tálamo não irá conseguir buscar a informação, a memória. Laís Molina – Med 102 Anatomia Sistêmica Aplicada II – Prof. Emílio Subtálamo Relacionado com o controle motor. Epitálamo A grande estrutura do epitálamo é a glândula pineal. Essa glândula é produtora de melatonina. A melatonina tem como função organizar e regular o ritmo biológico. Ela é liberada pelo ritmo biológico, pela existência dele. A luz inibe a glândula pineal. Então, durante o dia, a melatonina quase não é liberada. Durante a noite, a melatonina é produzida 10x mais. Dentro da glândula existem compressões calcáricas. Acredita-se que sejam apenas um remanescente embrionário. OBS: a glândula pineal tem conexão com o núcleo supraquiasmático. Esse núcleo recebe informações luminosas da retina, e, consequentemente, a glândula pineal também, devido sua conexão. Assim, a glândula consegue regular a liberação da melatonina. A insônia pode ter relação com distúrbios na glândula pineal e na produção da melatonina. Outras estruturas que fazem parte do epitálamo: Comissura posterior. Comissura das habênulas. Trígono das habênulas. Laís Molina – Med 102 Anatomia Sistêmica Aplicada II – Prof. Emílio Telencéfalo É formado por diversos sulcos dobrados. Forma a maior porção do encéfalo. Existem três polos (são as extremidades): Polo frontal. Polo temporal. Polo occipital. Existem cinco lobos: Lobo frontal. Lobo temporal. Lobo parietal. Lobo occipital. Está relacionado com a visão. Insula (mais internamente). Tem relação com o sistema límbico (das emoções) e com o paladar. Há diversos sulcos (depressões): Sulco central: separa o lobo frontal (anterior) do lobo parietal (posterior). Sulco pré-central: está na frente do sulco central. Nele, encontra-se o giro pré-central (entre o sulco central e o pré-central), que é motor. Localizado no lobo frontal. Sulco pós-central: está atrás do sulco central. Nele, encontra-se o giro pós-central (entre o sulco central e o pós-central) que é sensitivo. Localizado no lobo parietal. Sulco lateral: separa o lobo frontal (acima) do lobo temporal (abaixo). Sulco frontal superior: está no lobo frontal. (1º na imagem) Sulco frontal inferior: está no lobo frontal, mais inferiormente. (2º) Sulco temporal superior: está no lobo temporal. (3º) Sulco temporal inferior: está no lobo temporal, mais inferiormente. (4º) OBS: os sulcos são as depressões, os “buracos”; os giros são os espaços. Polo frontal Polo temporal Polo occipital São sulcos menores. (representados pelos retângulos na imagem) Laís Molina – Med 102 Anatomia Sistêmica Aplicada II – Prof. Emílio Há outros sulcos, vistos ao corte medial do telencéfalo: Sulco do cíngulo: sulco mais interno. Ramo marginal do sulco do cíngulo. Sulco parieto-occipital: separa o lobo parietal do lobo occipital. Sulco calcarino: localizado no lobo occipital. É a área da visão primária. Existe uma estrutura de conexão, na parte medial do telencéfalo, denominada corpo caloso. O corpo caloso é a conexão entre o hemisfério cerebral direito e o hemisfério cerebral esquerdo, é quando as informações se cruzam para serem processadas. Os hemisférios cerebrais não são iguais, nem funcionalmente. Normalmente, o hemisfério esquerdo é o dominante, na área em que algumas funções mais importantes estão. Por esse motivo, é necessário o cruzamento das informações através do corpo caloso. O corpo caloso é dividido em partes: Rostro do corpo caloso. (1) Joelho do corpo caloso. (2) Tronco do corpo caloso. (3) Esplênio do corpo caloso. (4) Possui espaços denominados giros, que são delimitados pelos sulcos. Cada giro tem sua função. Alguns dos giros importantes são: Giro pré-frontal: relacionado com o sistema motor. Giro pós-frontal: área sensitiva. Giro temporal transverso anterior: relacionado com a audição. Existe uma área do telencéfalo denominada lobo límbico, que se encontra na parte medial, em sua borda, e se relaciona com o aspecto funcional (controla as emoções). Esse lobo é composto por: Giro do cíngulo: região abaixo do sulco do cíngulo. Istmo do giro do cíngulo: onde o giro do cíngulo se estreita. Giro para-hipocampal. Hipocampo: tem um formado de “cavalo marinho”. Está escondido atrás do giro para- hipocampal. 1 4 3 2 Laís Molina – Med 102 Anatomia Sistêmica Aplicada II – Prof. Emílio Existe uma área, denominada de área de Broca. Essa área tem como função a expressão de linguagem. Há também a área de Wernicke, que é a área de entendimento/percepção da linguagem. Por exemplo: quando uma pessoa fala alguma coisa, recebemos essa informação. Se a informação for auditiva, irá passar pelo ouvido interno e será decodificada e levada a área de Wernicke para ser processada. Esse processamento é o entendimento, é sobre o que você terá que fazer ou não. Após o entendimento, você terá que falar com a pessoa, explicar a informação que chegou. Dessa forma, utiliza-se a área de Broca para expressar sua linguagem. Essa área organiza as palavras que serão utilizadas corretamente, falando ou escrevendo. Existem dois homúnculos, o homúnculo sensitivo e o homúnculo motor (um de cada lado), que mapeiam as áreas do corpo para suas funções e sensibilidade. Homúnculo motor: se localiza no giro pré-central. Tem relação com a motricidade. Homúnculo sensitivo: se localiza no giro pós-central. Tem relação com a sensibilidade. A disposição dessa sensibilidade nas partes do corpo é diferente da disposição no córtex cerebral, isso porque algumas áreas têm mais sensibilidade do que outras (ocorre da mesma forma no homúnculo motor). Homúnculo sensitivo. Homúnculo motor. Laís Molina – Med 102 Anatomia Sistêmica Aplicada II – Prof. Emílio Existem estruturas internas do córtex, chamadas de corpo amigdaloide e núcleo basal de Meynert, que se relacionam com o controle da raiva e se relacionam com o sistema límbico (controle das emoções no geral). Existe também um núcleo na região pré-frontal, chamado de núcleo accumbens, que é uma das áreas de prazer e recompensa do cérebro, atuando na motivação em determinadas ações. Há centros no encéfalo que controlam a memória. O sistema límbico auxilia na consolidação da memória devido sua relação com as emoções. Vascularização do SNC Existem 4 artérias que vascularizam o encéfalo diretamente: Artéria carótida interna direita. Artéria carótida interna esquerda. Artéria vertebral direita. Artéria vertebral esquerda. Laís Molina – Med 102 Anatomia Sistêmica Aplicada II – Prof. Emílio As artérias carótidas internas, ao entrarem no encéfalo, se bifurcam em duas artérias cerebrais: Artéria cerebral anterior. Artéria cerebral média. As artérias carótidas internas, antes de se bifurcarem, dão um ramo, denominado artéria oftálmica, que vasculariza o olho. As artérias vertebrais, ao entrarem no encéfalo, se unem em cima da ponte e formam outra artéria, chamada artéria basilar. A artéria basilar se divide, formando as artérias cerebrais posteriores. As artérias cerebrais se unem (artérias cerebrais anterior, média e posterior), formando um círculo, denominado polígono de Willis ou círculo arterial do cérebro. Para formar o polígono de Willis, existem artérias chamadas de artéria comunicante anterior e artéria comunicante posterior, que fecham o polígono, dando seu formato. A artéria comunicante anterior ligam as artérias cerebrais anteriores. As artérias comunicantes posteriores ligam as artérias cerebrais posteriores às artérias carótidas internas. As artérias lenticuloestriadas são ramos terminais das artérias cerebrais médias e vascularizam estruturas denominadas cápsula interna e corpo estriado. Como são muito finas, podem ser obstruídas e levar à um AVE.
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