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{PARASITOLOGIA} Filo Nematoda Características Gerais: São um dos principais parasitas de importância médica veterinária. Por muitas vezes podem causar zoonoses. Além disso, são mais desenvolvidos em relação aos platelmintos, são resistentes e bastante adaptáveis. São parasitos de corpo cilíndrico. que possuem dimorfismo sexual, e normalmente as fêmeas em fase adulta são maiores que os machos. O sist. digestivo é completo, com boca de 2 a 6 lábios, que pode apresentar dentes ou lâminas. Os que realizam hematofagia apresentam coloração mais rósea.. ASCARÍDEOS: São parasitos tri labiados, não bursados e com presença de asas cervicais, que parasitam o intestino. Podem fazer ciclo direto ou paratênico. Ovos resistentes. Toxocara canis e Toxocara Cati: robustos, tri labiados, asa cervical macroscópica, macho com terminal em formato de guarda chuva, ovos amarronzado e enegrecidos de cutícula espessa. Ciclo direto (animal se autoinfecta de maneira oro fecal) ou paratênico (outro animal infectante que serve de presa, como ratos). Causa a toxocaríase (zoonose) por infecção acidental. Migração somática, transplacentária, transmamária, em cães com mais de 5 meses as larvas podem causar pneumonia parasitária, devido à lesão aos alvéolos. - Cistos em machos são calcificados (ciclo abortivo) - Cistos em fêmeas ficam em estágio de latência, aguardando pela gestação (ciclo somático). - PPP: 3-5 semanas - T. cati não faz infecção transplacentária; dando maior importância aos hospedeiros paratênicos devido aos seus hábitos de caça. Ascaris suum: é um parasita que causa a ascaridíase em porcos e provoca um atraso no crescimento dos animais, tosse e icterícia. A infeção ocorre pela ingestão de ovos contendo a larva L2. A viia de infecção mais importante é oral, através do solo contaminado ou adesão na mama das fêmeas. Seu ciclo inicia com a eliminação de ovos no ambiente, que muitas vezes podem ser ingeridos por hospedeiros paratênicos como as minhocas e besouro, posteriormente há a ingestão dos ovos ou dos hospedeiros paratenicos com a eclosão no intestino delgado. A larva L3 penetra no ceco ou cólon e migra até o fígado, de lá parte para o coração, artérias pulmonares, alvéolos e faringe até ser deglutida e parar no intestino delgado (verme adulto).. Causa lesão por todos os órgãos em que passa. O meio de controle é a limpeza das porcas antes da maternidade, criação em piso cimentado de higienização adequada e anti- helmínticos. Pasrascaris equorum: parasita de até 50cm de boca trilabiada e inter lábios, os machos possuem asa caudal, dois espículos e uma fileira de papilas, os ovos são extremamente resistentes ao ambiente. O ciclo biológico incia com a ingestão de L2, e migração hepato traqueal até atingir a forma adulta.. Causa retardo no crescimento, desnutrição, enterite, eosinofilia, obstrução ou perfuração intestinal, tosse e descarga nasal. Heterakis gallinarum: parasita de aves domésticas e silvestres, tem como órgão de eleição o ceco. São parasitos esbranquiçados de 1,5cm de tamanho, com ovos de revestimento fino.. É um parasito apatogênico, portanto, quando não intenso, traz poucos prejuízos. Seu ciclo biológico inicia com os ovos sendo eliminados nas fezes, L1 e L2 permanecem infectantes por até 4 anos. Pode ser ingeridos por minhocas que posteriormente servirão de alimento para as aves, contaminando-as. Tem mais importância quanto ao fato de ser vetor de um protozoário que causa a histomonose (letal para perus jovens). Oxyuris equi:. Parasito de equinos e asininos, de ciclo direto, que tem como órgão de eleição o intestino grosso. As fêmeas são maiores que os machos. Ovos achatados e operculados. Ovos com substância cimentante na região perianal, causando desconforto e coceira, ao se coçar o animal acaba por contaminar o ambiente. Ancilostomídeos: Hematófagos de dois a três dentes, podem causar anemias. Os machos tem a porção posterior com bolsa copuladora com dois espículos finos e longos e gubernáculo pequeno. As fêmeas tem abertura vulvar na porção posterior do corpo. Ancylostoma caninum: consegue penetrar de forma ativa no hospedeiro mesmo através de pele integra, tem como hospedeiros os cães e gatos domésticos e silvestres. Varias vias de infecção como a placentária, transmamária, percutânea e oral. Esse parasito tem alta produção de ovos e é considerado causador de uma zoonose, a ancilostomose (bicho geográfico). Trichuris spp : Parasito de tamanho em média de 4 a 6cm, possui como órgão de eleição o ceco. Os ovos são de extrema resistência, e as fêmeas possuem alta taxa de postura (em média 5.000 por dia) o que pode resultar em altas taxas parasitárias quando não controlado. A sua transmissão é unicamente por via oral. Os sintomas aparecem em infecções maciças, sendo o principal a enterite. • Trichuris vulpis (hospedeiro definitivo: cão) • Trichuris trichuria (hospedeiro definitivo: humano) • Trichuris campanula (hospedeiro definitivo: felino) Nematódeos Espirurídeos Dirofilária immitis: São nematódeos longos e finos. Os machos possuem cauda em espiral frouxa, as fêmeas são maiores que os machos. Esse parasito tem como hospedeiros definitivos os caninos, felinos, equinos e primatas, tendo maior importância nos cães devido à sensibilidade da espécie e ao grande número de cães errantes, além disso tem facilidade de disseminação devido à variedade de hospedeiros. Seus hospedeiros intermediários podem ser mosquitos, pulgas e carrapatos. Quando adultos habitam as artérias pulmonares, os brônquios, .o coração direito e veia cava posterior. Quando microfilárias, ficam no sangue periférico do hospedeiro definitivo, e no intermediário nos tubos de malpinghi. O parasitismo pode causar obstrução física de vasos, ICCD, hipertensão pulmonar compensatória, fibrose obstrutiva, ascite, anasarca, cirrose hepática e síndrome da veia cava caudal. As microfilárias podem causar glomerulonefrite por deposição de imunocomplexos. Os principais métodos de controle são o controle do HI, coleiras com piretróides e uso de anti-helmínticos. Os sinais clínicos podem aparecer após 8 ou 9 meses de infecção. É uma zoonose, tem sua distribuição em áreas de zonas temperadas, quentes e com elevada umidade. Habronema spp.: Causador da habronemose, popularmente conhecida como a ferida de verão. Tem como hospedeiro definitivo os equinos e asininos. Os hospedeiros intermediários são as moscas.. O órgão de eleição é o estômago, mas quando ocorre o ciclo errático, fica na pele. Esses parasitos não possuem dentes e sim uma boca trilobada. Possuem asa cervical, os machos possuem asa caudal desenvolvida, espículos desiguais (o esquerdo é maior que o direito) e presença de gubernáculo, Já as fêmeas possuem a cauda cônica, vulva no terço médio e são ovovivíparas. A habronemose cutânea é causada pelo ciclo errático, onde as moscas depositam suas larvas infectadas na pele lesada, as larvas do parasito morrem o que causa uma lesão inflamatória e granulomatosa. A habronemose gástrica é normalmente assintomática, podendo causar gastrites. Na conjuntival ocorrem lesões granulomatosas e lacrimejamento constante. O controle é realizado principalmente com base no controle do hospedeiro intermediário e o uso de repelentes em feridas Ordem Enoplida Dioctiophyme: renale É o maior nematódeo de animais domésticos. Possuem como hospedeiros definitivos os canídeose intermediários as minhocas. O órgão de eleição é normalmente o parênquima renal. Esse parasito apresenta coloração vermelho escuro e possui as extremidades afiladas. Os machos chegam até 45 cm e as fêmeas podem chegar a 100 cm. No hospedeiro definitivo, o parasita adulto localiza-se geralmente no rim direito assim os ovos podem ser eliminados com a urina.. Este parasita penetra pela cápsula renal, invadindo o parênquima que é destruído. A ação de enzimas histolíticas das glândulas esofagianas, explica a facilidade com que ele penetra e destrói o parênquima renal. Assim, o rim fica reduzido exclusivamente à cápsula. O diagnóstico dá-se por meio clínico (ultrassonografia, sinais como a hematúria), parasitológico (visualização dos ovos na urina) ou através de achados de necrópsia. Tratamento por meio de intervenção cirúrgica. Geralmente um só rim é parasitado, e portanto o rim sadio sofre hipertrofia para compensar a falta do destruído. Nos animais infectados com este parasita pode-se observar apatia, disúria, hematúria, emagrecimento progressivo, arqueamento e hipertermia. Strongyloides Strongylus vulgaris: É o mais patogênico devido à sua migração que pode causar embolia, trombose e obstrução e aneurisma verminótico, envolve grandes artérias. Strongylus edentatus: É muito frequente em equinos, tem cerca de 2 a 4 cm de comprimento. Suas larvas causam lesões hepáticas, além de causar nódulos no intestino grosso. Strongylus vulgaris: Causam nódulos hemorrágicos, enterites, embolia, infarto e necrose intestinal, trombose e aneurisma na artéria mesentérica cranial e seus ramos. Além da cólica tromboembólica. Strongylus equinus: É menos frequente, seu comprimento varia entre 2,5 a 5,5 cm. Causa nódulos na parede do intestino grosso, lesões no fígado e pâncreas. Estrongilídeos em geral tem como órgão de eleição o ceco e cólon dos hospedeiros. O diagnóstico para estrôngilos dá-se por exames de fezes (Técnica de Willys-Mollay, OPG e coprocultura) ou necrópsia. Seus danos ao hospedeiro variam desde febre, apatia, inapetência, síndrome da cólica, baixo fluxo sanguíneo, compressão de inervação, prejuízos a motilidade intestinal até necrose e infarto da região. S. vulgaris: pequenas artérias > artéria mesentérica cranial > pequenos ramos; o período pré patente varia entre 6 a 8 meses. S. edentatus: sistema porta-hepático > fígado > sistema hepato-renal > mesentério; o período pré patente varia entre 10 a 12 meses. S. equinus: nódulos na parede do cólon e ceco > cavidade peritoneal > fígado > pâncreas; período pré patente de 8 a 9 meses. Triodontophorus spp.: Parasitos adultos causam dano a mucosa intestinal, hemorragia, perda sanguínea e de fluídos tissulares, anemia. Seu ciclo inicia através da ingestão da L3 presente na pastagem pelo hospedeiro. Seu diagnóstico é por meio da visualização por flutuação. Ciclo dos estrongilídeos. Nematódeos do Sistema Respiratório: Dictyocaulus spp.: São vermes pulmonares de ruminantes e equídeos, de ciclo direto, causadores de irritação das vias áreas, edema, enfisema, atelectasia, dispneia, taquipneia, retardo no crescimento, bronquite parasitária, pneumonia verminótica e dictiocaulose. O diagnóstico dá-se por meio clínico, laboratorial (exame de fezes) ou necrópsia. • Dictyocaulus viviparus (bovinos e bubalinos); • Dictyocaulus filaria (ovinos e caprinos) • Dictyocaulus arnifield (equinos e asininos). Metaestrongylus: São vermes pulmonares de suínos, causadores da bronquite parasitária e metastrongilose. As larvas podem causar hemorragia pulmonar, degeneração bronquial, e os parasitos mortos podem causar nodulação pulmonar. Seu diagnóstico dá-se por meio dos sinais clínicos, laboratoriais ou necrópsia. Outros parasitos do sistema respiratório (menos frequentes): Muellerius capillaris: é um parasito pulmonar de caprinos e ovinos que apresenta pequenas dimensões, localizando- se profundamente no tecido pulmonar. Seu ciclo de vida é indireto, sendo caramujos ou lesmas os hospedeiros intermediários. Aelurostrongylus abstrusus: é um nematoide que parasita ramificações de artérias pulmonares, alvéolos, ductos alveolares e bronquíolos de gatos domésticos e felídeos silvestres. O gato participa como hospedeiro definitivo no ciclo evolutivo deste nematoide e infecta-se ingerindo hospedeiros paratênicos contaminados com a larva infectante. Angiostrongylus vasorum: parasito do sistema cardiorrespiratório em canídeos, possui ciclo biológico heteroxeno em que os hospedeiros intermediários são moluscos terrestres e aquáticos. Geralmente, os canídeos são infectados pela ingestão dos hospedeiros intermediários ou de hospedeiros paratênicos que contêm larvas infectantes.
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