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DESENVOLVIMENTO, NATUREZA E GESTÃO - ESTUDOS PARA UMA SOCIEDADE SUSTENTÁVEL

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//////////////// 
- 1 - 
 
//////////////// 
- 2 - 
Tiago Soares Barcelos 
Mário Cesar Souza de Oliveira 
José Augusto Tavares Ferreira (In Memorian) 
Organizadores 
 
 
 
DESENVOLVIMENTO, 
NATUREZA E GESTÃO: 
ESTUDOS PARA UMA 
SOCIEDADE SUSTENTÁVEL 
 
 
 
 
VirtualBooks Editora 
//////////////// 
- 3 - 
© Copyright 2021, Organizadores e Autores 
 
 
1ª edição 
 
1ª impressão 
 
(Publicado em abril de 2021) 
 
 
Todos os direitos reservados e protegidos pela lei no 9.610, de 
19/02/1998. Nenhuma parte deste livro, sem autorização 
prévia por escrito do detentor dos direitos, poderá ser 
reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios 
empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação 
ou quaisquer outros. 
 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
 
 
DESENVOLVIMENTO, NATUREZA E GESTÃO - 
ESTUDOS PARA UMA SOCIEDADE SUSTENTÁVEL. 
Organizadores e Autores. Pará de Minas, MG: VirtualBooks 
Editora, Publicação 2021. Ebook no formato PDF 
 
 ISBN 978-65-5606-139-9 
 
CDD- 658. Administração. CDD- 657. Contabilidade. 
Crescimento econômico; Sustentabilidade; Economia; Ambiente 
natura; biodiversidade; economia ecológica;Assistência Social; 
População em situação de rua; Fundo Municipal de Assistência 
Social. 
_______________ 
Livro publicado pela 
VIRTUALBOOKS EDITORA – livros impressos e e-books. 
http://www.virtualbooks.com.br 
Fone / WhatsApp (37) 99173-3583 - capasvb@gmail.com 
 
mailto:capasvb@gmail.com
//////////////// 
- 4 - 
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO // 9 
 
CAPÍTULO I 
O ECOSSISTEMA QUE CONTÉM E SUSTENTA O 
TODO // 19 
Maysa Tharsilla da Silva Lima 
Wendel Barbosa da Costa 
Tiago Soares Barcelos 
Mário Cesar Sousa de Oliveira 
 
CAPÍTULO II 
A DICOTOMIA ENTRE CRESCIMENTO, 
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL // 50 
Jéssica Maria Fernandes Graceis 
Larissa de Souza Costa 
Tiago Soares Barcelos 
Mário Cesar Sousa de Oliveira 
 
CAPÍTULO III 
MECANISMOS DE DESENVOLVIMENTO LIMPO // 65 
Luany Silva Noleto 
Stephany Kelly Vieira de Souza 
Tiago Soares Barcelos 
Mário Cesar Sousa de Oliveira 
 
//////////////// 
- 5 - 
CAPÍTULO IV 
LOGÍSTICA REVERSA: DA DEFINIÇÃO À 
FINALIDADE // 93 
Isabella Pereira Pinto 
Lucas Rios Caldas 
Tiago Soares Barcelos 
Mário Cesar Sousa de Oliveira 
 
CAPÍTULO V 
PASSIVOS AMBIENTAIS E A DESENGENHARIA 
DOS COMPLEXOS INDUSTRIAIS // 120 
Alex Santos Alves 
Jhefinir Reis da Silva 
Lara Souza Santos 
Tiago Soares Barcelos 
Mário Cesar Sousa de Oliveira 
 
CAPÍTULO VI 
ENSAIO TEÓRICO SOBRE O PAPEL DO 
ESTADO NO DESENVOLVIMENTO 
ECONÔMICO // 140 
Nilzete Vieira dos Santos 
Tânia Moreira Araújo Vieira 
Tiago Soares Barcelos 
Mário Cesar Sousa de Oliveira 
 
 
 
 
//////////////// 
- 6 - 
CAPÍTULO VII 
GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS: PROPOSTA 
DE CUMPRIMENTO DA LEI Nº 12.305/2010 
NO MUNICÍPIO DE RONDON DO PARÁ/PA Á 
LUZ DO MUNICÍPIO DE MARECHAL CÂNDIDO 
RONDON/PR // 155 
Francisca Meire de Lira Siqueira 
Mavenira Gomes 
Tiago Soares Barcelos 
Mário Cesar Sousa de Oliveira 
 
CAPÍTULO VIII 
QUEIMA INADEQUADA DE RESÍDUOS 
SÓLIDOS DOMÉSTICOS E A GESTÃO 
AMBIENTAL NO MUNICÍPIO DE RONDON DO 
PARÁ // 174 
Maria Edinazelia de Aguiar Rocha 
Miraci Matos do Carmo 
Tiago Soares Barcelos 
Mário Cesar Sousa de Oliveira 
 
CAPÍTULO IX 
COVID-19: ESTUDO DE CASO DA DISPENSAS 
DE LICITAÇÃO NAS COMPRAS PÚBLICAS DO 
ESTADO DO PARÁ // 192 
David Nogueira Silva Marzzoni 
Tiago Soares Barcelos 
Mário Cesar Sousa de Oliveira 
 
//////////////// 
- 7 - 
CAPÍTULO X 
DISTRIBUIÇÃO DE RENDA E O 
DESIGUALDADE ECONOMICA: UM OLHAR 
SOBRE O MUNICÍPIO DE RONDON DO PARÁ 
// 212 
Elky Cris da Silva Nazaré 
Letícia Nascimento Maciel 
Tiago Soares Barcelos 
Mário Cesar Sousa de Oliveira 
 
CAPÍTULO XI 
ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO: PREÇO DE 
REFERÊNCIA EM LICITAÇÕES // 243 
Elder Carlos dos Santos Silva 
Tiago Soares Barcelos 
Mário Cesar Sousa de Oliveira 
 
 
CAPÍTULO XII 
POLÍTICAS PÚBLICAS VOLTADAS AOS 
MUNICÍPES EM SITUAÇÃO DE RUA: UMA 
ANÁLISE DO FUNDO MUNICIPAL DE 
ASSISTÊNCIA SOCIAL EM RONDON DO 
PARÁ/PA // 264 
Ana Carolina Coimbra Oliveira de Almeida 
Isabela Garcia de Sousa dos Santos 
Tiago Soares Barcelos 
Mário Cesar Sousa de Oliveira 
 
//////////////// 
- 8 - 
CAPÍTULO XIII 
EQUILÍBRIO ENTRE A DÍVIDA PÚBLICA 
SUSTENTÁVEL E O DESENVOLVIMENTO 
MUNICIPAL NA REGIÃO DE INTEGRAÇÃO DO 
CARAJÁS // 283 
Laize Almeida de Oliveira 
Maiara Roldão 
Tiago Soares Barcelos 
Mário Cesar Sousa de Oliveira 
 
 
//////////////// 
- 9 - 
INTRODUÇÃO 
 
“Os analfabetos do século 21 não serão aqueles 
que não sabem ler e escrever, mas aqueles que não 
sabem aprender, desaprender e reaprender” 
Alvin Toffler (1928-2016) 
 
 
Este é o segundo livro da série Coletâneas 
Acadêmicas, organizado pela Faculdade de Administração, 
em parceria com a Faculdade em Ciências Contábeis, da 
Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, localizada 
em Rondon do Pará. Toda sua proposta nasce pela iniciativa 
dos (as) discentes da graduação em Administração e os (as) 
pós-graduandos (as) em Gestão Pública e Tributária. 
É uma felicidade e honra para nós, docentes e 
organizadores desse projeto, acompanhar o 
desenvolvimento surpreendente dos discentes, 
demonstrando que políticas públicas inclusivas, no interior 
do Pará, são elementares para formação de profissionais de 
alto nível, críticos e pragmáticos. Logo, a educação, como 
obrigação do Estado, é o principal caminho para o 
desenvolvimento, demonstrando o quão acertado foi a 
criação do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas no 
município de Rondon do Pará. Esse é o caminho para o 
progresso, para um país soberano e sério, calcado no 
conhecimento dos indivíduos para a máxima expressão de 
liberdade. 
O conhecimento nos tempos modernos consiste em 
uma forma de carta de alforria aos indivíduos, 
desprendendo de amarras pretéritas de um sistema 
econômico excludente, dentro de uma globalização da 
indiferença. Para tanto, se torna mais que necessário 
compreender os problemas atuais em duas escalas espaciais, 
//////////////// 
- 10 - 
da totalidade ao local. Desse modo, percebemos que nas 
últimas décadas ocorre uma alteração do vir-a-ser, isso, 
dentro de um sistema de produção e reprodução da vida 
humana, calcada sobretudo, no modelo capitalista. Essa 
armadilha social cuja pauta são as riquezas materiais por 
meio do consumo conspícuo imediato. Esse consumo 
representa o momento de reflexão e ponderação do devir 
social. Assim, compreendemos que não é possível visualizar 
a totalidade espacial, mas ao menos podemos pensar em sua 
concomitância, principalmente quando relacionada aos 
nossos impactos no planeta, cuja reflexão consiste no virão-
a-ser. 
Nesse sentido, é importante compreender que a sociedade 
ocidental, remontando ao ideário iluminista, sai de uma 
natureza frágil em direção a uma sociabilidade que altera 
não apenas aos próprios indivíduos, mas também, e 
profundamente, à própria natureza. Essa dinâmica de um 
devir social se constrói a partir de uma perspectiva que 
confiava plenamente na impossibilidade da escassez dos 
recursos naturais. O ideário hegemônico consiste na falácia 
de uma constante renovação do ambiente natural e 
adaptação deste ao modo de vida humano. Seres que por 
intermédio da racionalidade podem erigir em um mundo 
natural distante da naturalidade por meio da exploração, 
alteração e manipulação dos recursos disponíveis. 
Dessa maneira, o capitalismo apresenta-se como 
sistema de produção e reprodução da vida humana, sob a 
legislatura de um mercado de contínua abastança e escassez; 
o capitalismo traz um modo de exploração, traz um possível 
molde de um mundo mais seguro para o desenvolvimento 
das sociedades em vulnerabilidade natural (sociedade). 
Nesse sentido, ele (capitalismo) também nos torna frágil 
frente às respostas que obtemos de um meio natural não 
////////////////- 11 - 
mais renovável e constantemente assolado pelas alterações 
profundas decorrentes da conduta humana. 
Se, por um lado, nosso trunfo sobre a naturalidade é 
a atividade sensível, subjetividade objetivada e objetividade 
subjetiva, ou seja, o trabalho humano como égide das 
transformações que nos fazem demiurgos de um mundo 
novo, entrecruzado e, ao mesmo distante da naturalidade 
inicial à qual estávamos submetidos. Por outro lado, a 
constante necessidade por mercadorias forjadas por uma 
artificialidade ideal do mercado como forma controladora 
não apenas dos recursos, mas também das individualidades, 
nos impõe uma fragilidade para a qual não estávamos 
preparados. Dessa forma, o nosso tempo atual é o da 
ponderação sobre o nosso devir social, diante de um modo 
de exploração e alteração natural sob o qual vivemos - num 
suposto bem-estar - e que começa a nos transtornar diante 
de suas recentes consequências e também da percepção e do 
prognóstico daquilo que pode nos esperar adiante. 
Refletindo sobre as consequências e prognósticos 
que foi organizado o presente livro, sendo dividido em duas 
partes centrais: 1) modelos macros, analisando a superfície 
que se encontram as noções de totalidade; e 2) modelos 
micros, apresentando problemas e soluções do local, em 
especial o município de Rondon do Pará. Esse livro foi 
dividido em 13 capítulos, de forma indisciplinar, estando 
assim distribuídos: 
 
LINHA 1: MODELOS MACRO PARA A 
TOTALIDADE 
 
1) Capítulo I – O ecossistema que contém e sustenta 
o todo – organizado por Maysa Tharsilla da Silva 
Lima e Wendel Barbosa da Costa. Esse capítulo 
versa sobre a importância dos sistemas ecológicos 
//////////////// 
- 12 - 
para o sistema econômico, sendo esses 
indissociáveis. Nos oferece uma leitura ecológica de 
suma importância, afinal, os sistemas econômicos 
não devem desconsiderar o primado biológico e 
físico de seus sistemas, estando bastante alinhado 
com as linhas da economia ecológica. 
2) Capítulo II – A dicotomia entre crescimento, 
desenvolvimento econômico e desenvolvimento 
sustentável – organizado por Jéssica Maria 
Fernandes Graceis e Larissa de Souza Costa. O 
debate proposto pelos autores segue a linha crítica 
aos atuais modelos hegemônicos da economia. O 
crescimento econômico preconizado pelos 
pensamentos neoclássicos liberais desconsidera em 
seus modelos o ambiente natural, dando a falsa 
sensação da possibilidade de crescimento infinito 
dentro de um planeta finito. Logo, se torna mais que 
necessário dar maior atenção aos modelos de 
desenvolvimento sustentável, por mais controversos 
que sejam, representando uma revolução na ação 
humana. 
3) Capítulo III – Mecanismos de desenvolvimento 
limpo – organizado por Luanny Silva Noleto e 
Stephany Kelly Vieira de Souza. Visando apresentar 
alternativas sustentáveis, foi trabalhado nesse 
capítulo os mecanismos de desenvolvimento limpo 
(MDL) integrado a proposta do Protocolo de Quioto. 
Visando a redução dos gases do efeito estufa essa 
alternativa se mostra eficiente aos modelos de 
desenvolvimento sustentável. Apesar dos países 
mais poluidores (EUA e China) não aderirem as 
cláusulas do protocolo, essa estratégia continua 
moderna, necessária no porvir, garantindo assim a 
perpetuação da espécie humana. 
//////////////// 
- 13 - 
4) Capítulo IV – Logística reversa: da definição a 
finalidade – organizado por Isabella Pereira Pinto e 
Lucas Rios Caldas. A logística reversa é outra 
ferramenta indispensável ao pensarmos em 
desenvolvimento sustentável. Devido ao consumo 
conspícuo e a crescente demanda por bens materiais 
da sociedade, os sistemas produtivos necessitam em 
suas políticas empresariais uma destinação aos seus 
resíduos e rejeitos. O desperdício de natureza deve 
ser minimizado ao máximo, para garantir bons 
resultados organizacionais em devir. 
5) Capítulo V – Passivos ambientais e a 
desengenharia dos complexos industriais – 
organizado por Alex Santos Alves, Jhenifer Reis da 
Silva e Lara Souza Santos. O Antropoceno é uma 
realidade irrefutável, em que a ação humana está 
modificando substancialmente os ecossistemas do 
planeta. Além disso, os passivos ambientais 
consistem em problemas graves em diversos 
territórios, afetando diversas populações. Visando 
soluções para mitigação dos passivos ambientais, a 
proposta apresentada nesse capítulo versa sobre a 
desengenharia dos complexos industriais. A 
desengenharia deve ser entendida como o final do 
ciclo de vida dos mais diversos projetos, dando uma 
solução a um novo uso do solo de um 
empreendimento industrial. Nada é eterno, e 
estruturas modernas do presente se transformaram 
em rugosidades espaciais no futuro, logo, se torna 
necessário um processo reverso de engenharia. Da 
mesma forma que se ensina a construir, deve-se 
aprender a desconstruir. 
6) Capítulo VI – Ensaio teórico sobre o papel do 
Estado no desenvolvimento econômico – 
organizado por Nilzete Vieira dos Santos e Tânia 
//////////////// 
- 14 - 
Moreira Araújo Vieira. Fechando a linha macro 
temos nesse estudo sobre a importância do Estado 
para impulsionar o desenvolvimento econômico. O 
Estado é sim um forte aliado do mercado, mas se o 
objetivo for apenas o crescimento econômico, terão 
uma inação generalizada pelas instituições, calcadas 
no mercado. Esse tipo de modelo excludente deve 
ser superado, em que o Estado represente os anseios 
da sociedade, do espaço dos comuns. Para mitigar as 
desigualdades, por um processo de inclusão social, 
torna-se necessário políticas públicas inclusivas, 
pautadas no desenvolvimento sustentável e na 
participação popular. 
 
LINHA 2: MODELOS MICRO PARA O LOCAL 
 
7) Capítulo VII – Gestão de resíduos sólidos: uma 
proposta de cumprimento da Lei n° 12.305/2010 
no município de Rondon do Pará/PA: uma 
abordagem comparativa – organizado por 
Francisca Meire de Lira Siqueira e Maverina 
Gomes. É responsabilidade do poder público a 
gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), devido 
Política Nacional de Resíduos Sólidos, a partir da 
Lei nº 12.305/2010. Esse capítulo nos apresenta um 
estudo comparativo entre dois municípios, sendo 
Rondo do Pará, localizado no sudeste do Pará e o 
município paraense de Marechal Cândido Rondon. É 
possível perceber que com vontade política todo e 
qualquer município pode se tornar referência no 
desenvolvimento sustentável, utilizando das lições 
aprendidas a nível municipal. 
 
//////////////// 
- 15 - 
8) Capítulo VIII – Queima inadequada de resíduos 
sólidos domésticos e a gestão ambiental no 
município de Rondon do Pará – organizado por 
Maria Edinazelia de Aguiar Rocha. Derivado de um 
modelo de crescimento econômico desordenado e 
insustentável no presente momento, um dos maiores 
desafios da espécie humana está relacionado aos 
resíduos sólidos. Esse trabalho visa apresentar aos 
leitores a problemática da queima inadequada de 
resíduos sólidos domésticos, e a necessidade de uma 
gestão ambiental eficiente. Utilizando o município 
de Rondon do Pará, apresenta a problemática no 
habito da população na incineração como método de 
descarte, carecendo de políticas para coibir essa 
prática. 
 
 
9) Capítulo IX – Covid-19: estudo de caso da 
dispensa de licitações nas compras públicas do 
Estado do Pará – organizado por David Nogueira 
Silva Marzzoni. A pandemia da Covid-19 
materializa a fragilidade do ser humano diante da 
complexidade ecossistêmica do planeta. Nesse 
sentido, ficou claro a importância do Estado e suas 
instituições na atuação ao seu combate, carecendo de 
medidas de fiscalização para aqueles maus gestores, 
que utilizam o dinheiro dos pagadores de impostos 
para benefício próprio. Logo, se torna necessário o 
máximo de transparência nas licitações públicas, 
otimizando os recursos públicos. Esse estudo 
apresenta um panorama geral sobre os gastos 
públicos no Estadodo Pará nesse momento de 
calamidade pública. 
 
//////////////// 
- 16 - 
10) Capítulo X – Distribuição de renda e 
desenvolvimento sustentável: um olhar sobre o 
município de Rondon do Pará – organizado por 
Elky Cris da Silva Nazaré e Letícia Nascimento 
Maciel. Esse capítulo versa sobre a importância da 
distribuição de renda, elementar ao se pensar em 
desenvolvimento sustentável. Fazendo um resgaste 
histórico das políticas mediáveis ao combate à 
pobreza, apresenta a evolução desse pensamento, até 
o momento da criação da lei intitulada The 1601 Act 
for the Relief of the Poor (A Lei de 1601 para o 
alívio dos pobres). A humanidade trava um combate 
com a pobreza desde suas origens, mas nada 
justifica tamanha desigualdade dentro do moderno 
sistema econômico. Nesse sentido, a distribuição de 
renda deve ser compreendida como um direito 
fundamental e humano, na busca por mecanismos de 
distribuição justa. As autoras levam esse debate até 
o município de Rondon do Pará, demonstrando a 
importância de políticas inclusivas, como a renda 
mínima, para as famílias mais vulneráveis desse 
sistema excludente. 
 
 
11) Capítulo XI – Economia do setor público: preço 
de referência em licitação – organizado por Elder 
Carlos dos Santos Silva. Esse capítulo oferece um 
debate sobre a administração pública com relação as 
licitações públicas. As compras no setor público não 
é uma função meramente burocrática, e sim, 
estratégica, por relacionar as melhores condições 
comerciais e técnicas. O autor apresenta as 
principais noções, conceitos e categorias sobre 
licitação pública, realizando posteriormente um 
estudo de caso na Secretária Municipal de Itinga do 
//////////////// 
- 17 - 
Maranhão. Percebe-se a importância da 
transparência nos processos, valorizando o 
custo/benefício do produto e serviço a ser ofertado 
para as instituições do Estado. 
 
12) Capítulo XII – Políticas públicas voltadas aos 
munícipes em situação de rua: uma análise do 
fundo municipal de assistência social em Rondon 
do Pará – organizado por Ana Carolina Coimbra 
Oliveira de Almeida e Isabela Garcia de Souza dos 
Santos. Ao pensarmos em modelos distributivos e 
políticas públicas inclusivas, a assistência social é 
fundamental para o acesso a indivíduos em situação 
de vulnerabilidade. As autoras apresentam uma 
preocupação especial aos moradores em situação de 
rua, demonstrando o papel da assistência social para 
garantir o direito do cidadão e o papel do Estado. 
Apesar dos olhares preconceituosos aos moradores 
de rua, esses indivíduos carecem da restauração de 
sua dignidade, para uma futura recolocação na 
sociedade. Utilizando como estudo de caso o 
município de Rondon do Pará esse capítulo 
apresenta a importância do Fundo Municipal de 
Assistência Social (FMAS) para políticas públicas 
inclusivas, reduzindo vulnerabilidades sociais. 
 
 
13) Capítulo XIII – Equilíbrio entre a dívida pública 
sustentável e o desenvolvimento municipal na 
região de integração do Carajás – organizado por 
Laize Almeida de Oliveira e Maiara Roldão. Esse 
capítulo faz o fechamento do livro, apresentando ao 
leitor a relação de equilíbrio entre dívida pública 
sustentável e o desenvolvimento municipal na região 
de integração do Carajás. As autoras apresentam a 
//////////////// 
- 18 - 
conceituação da Dívida Pública Municipal e a Lei de 
Responsabilidade Fiscal (LRF), a evolução da dívida 
pública brasileira e a necessidade de modelos 
sustentáveis nesse quesito. O desenvolvimento 
municipal é o centro do debate proposto, por ser 
capaz de promover o aumento do bem-estar e 
dinamismo econômico. Por fim, realizam uma 
proposição com relação aos investimentos, visto a 
necessidade de utilizar os recursos atrelados ao 
conceito de sustentabilidade e solvabilidade. 
 
Organizadores 
 
 
//////////////// 
- 19 - 
CAPÍTULO I 
O ECOSSISTEMA QUE CONTÉM E 
SUSTENTA O TODO 
 
Maysa Tharsilla da Silva Lima 
Wendel Barbosa da Costa 
Tiago Soares Barcelos 
Mário Cesar Sousa de Oliveira 
 
 
Resumo 
 
A compreensão da indissociabilidade entre homem e 
ecossistema e de suas relações, tem sido debatida ao longo 
dos últimos anos de forma recrudescente. Tal fato, deve-se 
de forma substancial aos avanços tecnológicos associados 
ao papel da economia e por conseguinte, a forma como o 
homem atua nessa relação. A definição conceitual para a 
terminologia ecossistema, deve passar antes de tudo pelos 
seus elementos formadores, quais sejam, bióticos e 
abióticos resultando em conjunto de organismos que vivem 
em determinado ambiente, onde deve-se entender o termo 
ambiente como algo macro e amplo – para além da natureza 
per si. Neste sentido, o objetivo deste capítulo é 
compreender os fundamentos conceituais e formadores do 
ecossistema, buscando ainda demonstrar seu papel em um 
contexto de crescimento econômico, a partir da lógica da 
finitude dos recursos naturais. O presente estudo busca, por 
meio da revisão de literatura, trazer reflexões desta relação 
dialética homem-natureza. Neste contexto o presente estudo 
permite entender que tais relações e conceitos precisam ser 
aprimoradas ou rediscutidas, tendo como premissa básica a 
ideia de finitude dos recursos, uma vez que a vasta literatura 
apresenta o conceito de sustentabilidade como sendo o uso 
//////////////// 
- 20 - 
dos recursos naturais a partir do pensamento nas gerações 
futuras. 
 
Palavras-chave: Ambiente natural, biodiversidade, 
desenvolvimento econômico, sustentabilidade, economia 
ecológica. 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Na atual conjuntura, o ambiente natural vem 
sofrendo mudanças extremas, seja no solo por resíduos 
químicos ou em florestas pelas queimadas. O uso 
desenfreado dos recursos naturais faz com que paisagens 
sejam modificadas pelas ações da humanidade, algumas 
vezes tornando os danos irreversíveis. Com a extensa 
exploração dos ecossistemas, recursos bióticos e abióticos 
acabam sendo extinguidos, caso não haja um equilíbrio 
entre consumo e preservação do meio ambiente e dos 
ecossistemas. Nesse cenário, espécies de animais e plantas 
não passaram de histórias para as futuras gerações. 
Para Kato e Martins (2016), o ecossistema acolhe os 
seres vivos e o ambiente de forma abrangente em sistemas 
que interagem entre si. Como faz parte da natureza, foi 
desenvolvida para buscando a estabilidade e equilíbrio, 
visto que os sistemas instáveis sobrevivem por menos 
tempo. Dito isso, a ecologia visa o estudo da interação entre 
o meio ambiente, organismos, populações e comunidades. 
Essa linha de pensamento apresenta maior visibilidade 
somente após o século XX, visto que antes ela era 
constantemente associada aos princípios do meio ambiente. 
A ecologia para Fernandes (2019), em sua temática 
ao livro do professor Leonardo Boff, é um estudo que pode 
ser utilizado na política pela amplitude e complexidade que 
requer para explora-la. Além disso, a ecologia possui quatro 
//////////////// 
- 21 - 
grandes vertentes: Ecologia Ambiental, Ecologia social, 
Ecologia Mental e Ecologia Integral. Tais vertentes são 
importantes para compreender a posição do ser humano na 
natureza, e entender a importância da preservação do 
ambiente natural. 
Embora na atualidade a natureza seja vista como 
objeto de exploração e um recurso de utilidade econômica, 
em meados do século VI a.C., no período cosmocêntrico, 
ela era utilizada pelos filósofos de Mileto como um meio de 
adquirir conhecimento por meio da experiência e 
observação. Com a intenção de encontrar uma explicação 
para a origem da vida, Tales de Mileto desenvolveu a teoria 
“tudo é água”. O filósofo usou a relação entre a água e os 
seres vivos, afirmando que a substância material primordial 
para a origem da vida seria a physis, a água, e os diversos 
seres existentes vieram a partir de sua transformação 
(BRUNI, 1993). 
 Após a teoriade Tales sobre a physis Anaximandro 
de Mileto, discípulo de Tales, desenvolveu a teoria da arché, 
da natureza ser algo infinito. O filósofo utilizou como base 
para os seus estudos do cosmo a análise do ambiente que o 
cercava, principalmente na arquitetura das colunas de seu 
templo e a relação entre elas e seu estudo da cosmologia 
esférica. Anaxímenes de Mileto, discípulo de Anaximandro, 
se opôs a teoria de seu mestre de que o princípio de tudo 
seria o infinito por considerar vago, em partes ele 
concordava que poderia ser um elemento infinito, porém 
mais definido como o ar. Para Anaxímenes o mundo 
acomodava todos os seres vivos e o ar seria o elemento em 
comum, pois faria parte da alma de todos (PORFÍRIO, 
2020; FREIRE, 2016). 
Os recursos naturais são todos os recursos provindo 
da natureza, podem ser categorizados como renováveis e 
não renováveis. Em outras palavras, os renováveis são 
aqueles que possuem naturalmente capacidade de 
//////////////// 
- 22 - 
reabastecimento (resiliência), já os não renováveis existem 
em escala limitada na natureza. Embora no período 
cosmocêntrico a natureza tenha sido o meio de estudo e 
reflexão para a busca da origem da vida e o cosmo, na 
atualidade, com a constante evolução da humanidade e 
modernização. Segundo Ribeiro et al. (2007) a natureza 
passou a ser vista pelo ser humano como fonte de 
enriquecimento ao invés de abrigo e alimentação. Após a 
revolução industrial este fato ficou mais evidente, espaços 
naturais foram modificados para se tornarem cidades e 
pessoas que viviam do plantio e da caça na zona rural 
migravam para as zonas urbanas em busca de uma 
oportunidade de emprego. A expansão dos municípios e a 
ocupação desenfreada de terras trouxe desequilíbrio ao meio 
ambiente, causando desproporção no âmbito social e 
natural, como bem relatado por Charles Dickens na Londres 
no período da revolução industrial. 
As extensas modificações que o ambiente natural 
sofre devido ao consumo desenfreado do ser humano, 
contribui com a degradação de biodiversidades e 
ecossistemas. Essas mudanças são responsáveis pela 
extinção de inúmeras espécies de plantas e animais, além de 
causarem prejuízos que podem dificultar a vida de todos no 
planeta. Parte das desigualdades sociais associadas a 
pobreza são decorrentes da destruição da natureza e pela 
perda de habitats naturais, o que afeta principalmente as 
populações em estado de vulnerabilidade. Dessa forma, a 
preservação dos ecossistemas é crucial para uma qualidade 
de vida contínua e para o desenvolvimento socioeconômico 
(COSTA, 2019). 
 Neste sentido, o objetivo deste capítulo é 
compreender os fundamentos do ecossistema que contém e 
sustenta o todo, trazer o entendimento através do estudo da 
ecologia e suas quatro vertentes, além de direcionar por 
meio de apanhado histórico o uso da natureza para os 
//////////////// 
- 23 - 
filósofos de Mileto, no período cosmocêntrico, em sua 
busca pela origem da vida e o cosmo. Visto a modernidade 
e a industrialização crescente, o capítulo busca, também, 
mostrar como o ser humano lida com a natureza e seus 
recursos, considerando a sua finitude e o valor que o 
ecossistema tem para a vida. 
 
O ECOCENTRISMO E SUAS QUATRO ECOLOGIAS 
 
 A ecologia tem por objetivo o estudo do ambiente 
natural e sua relação com os organismos, populações e 
comunidades. Esse estudo demorou décadas para ser 
elaborado e apenas no século XX teve visibilidade, pois até 
então era confundida com ideologias do meio ambiente. O 
ecossistema, expressão atualmente usado e proposto pelo 
botânico Arthur George Tansley, era um assunto de 
interesse dos biólogos e seu significado estava no sentido 
mais amplo da natureza, sobrepondo os termos: organismos 
complexos e comunidade biótica, considerando somente 
bioma, proposto pelo britânico Frederic Clements (KATO E 
MARTINS, 2016). 
Ainda com Kato e Martins (2016), o ecossistema 
apresenta o sistema de uma forma que abrange os 
organismos e o meio, tendo dimensões variáveis desde um 
átomo até o universo em que cada sistema interage entre si. 
Os ecossistemas fazem parte dos sistemas que existem na 
natureza, são desenvolvidos visando um equilíbrio com a 
integração e a estabilidade através de uma seleção natural 
em que o equilíbrio mais estável sobrevive por mais tempo, 
as plantas, animais, clima e solo são elementos essenciais 
para a certificação de um ecossistema. 
De acordo com Ribeiro (2012), a palavra ecologia 
foi usada em 1869 pelo zoólogo Ernst Haeckel, no entanto, 
somente a partir de 1900 que a ecologia se tornou uma área 
científica diferente e revalidada. Na ecologia ao investigar 
//////////////// 
- 24 - 
sobre os elementos naturais e as relações existentes entre os 
seres vivos, compreende o ambiente e o representa 
assiduamente com organismo bióticas e abióticas
1
 nas quais 
vivem, populações e comunidades, isto é, como o conjunto 
de influências do externo sobre os seres vivos. 
Segundo a Equipe Editorial (2019), a ecologia é 
considerada um neologismo criado pelo naturalista alemão 
Ernst Haeckel datada do século XIX. A palavra é formada 
por um prefixo eco-oriundo do grego oiko-, que significa lar 
ou casa. E um sufixo logia- proveniente de logos-, que faz 
alusão ao raciocínio, à palavra ou diretamente à ciência. 
Deste modo a ecologia pretende entender a forma 
como os seres dependem uns dos outros, numa imensa 
estrutura de correlação ao processo homeostático, estável e 
autorregulado. Para tal, conta com a participação de muitos 
atores sociais, não apenas cientistas, mas também 
ambientalistas e várias organizações da sociedade. Em 
direção abrangente, compreende-se ecologia como a 
maneira pelo qual os seres humanos entendem e imaginam à 
sua maneira de existência na terra, a maneira de residir no 
mundo (MURAD, 2019). 
O fato da ecologia ressaltar um exemplar de 
ambiente que considera as interações naturais, não implica 
que a mesma não se preocupe ou não tenha aplicações 
sociais. Essa ciência tornou-se de grande atenção e suas 
aquisições deveriam ser postas em prática em uma 
sociedade preocupada em certificar um prolongamento 
 
1
 “Os fatores bióticos e abióticos representam as relações existentes que 
permitem o equilíbrio do ecossistema. Os fatores bióticos correspondem 
às comunidades vivas de um ecossistema, que pode ser tanto uma 
floresta quanto um pequeno aquário. São exemplos: plantas, animais, 
fungos e bactérias. Já os fatores abióticos são os elementos físicos, 
químicos ou geológicos do ambiente, responsáveis por determinar, em 
larga escala, a estrutura e funcionamento dessas comunidades. São 
exemplos: água, solo, ar e calor” (Diana, 2020, p.1). 
//////////////// 
- 25 - 
duradouro, fundamentada na conservação da biodiversidade 
e no funcionamento harmonioso da biosfera (RIBEIRO, 
2012). 
Logo, a ecologia deixou de ser um movimento de 
preservação das matas e das espécies, ampliando 
significativamente sua abrangência. A Terra como um 
organismo extraordinariamente ativo e complexo, que 
possui concordância e autonomia, a ecologia requer a 
colaboração de várias disciplinas, como a biologia, a 
química, a climatologia, a física, a etologia, a geografia, a 
economia e a sociologia. A ecologia tem uma interpretação 
filosófica, por idear uma assimilação mais ampla e não 
setorizada. Seu central princípio consiste na interconexão de 
todos os seres (MURAD, 2019). 
Para Fernandes (2018) e Sbardelotti (2016), a 
ecologia significa o estudo do planeta Terra, outrora julgada 
como um tema dentro da biologia, ela apresenta um estudo 
mais amplo e complexo que atualmente é utilizada na 
política. Boff (2012) destaca a sua teoria da ecologia ser 
dividida em quatro grandes vertentes: 
 
 Ecologia Ambiental, alude sobre a extensa 
devastação do meio ambiente ebusca meios 
alternativos para reduzir a poluição. 
 Ecologia Social, trata de inserir o ser humano 
na natureza e explica que qualquer crime 
cometido contra o meio ambiente é refletido na 
humanidade pois é uma parcela da natureza. 
 Ecologia Mental, profere que consciente ou 
inconsciente o ser humano tem o instinto da 
dominação e a tendência a destruição, o que não 
deixa espaço para a benevolência e o cuidado 
com o meio ambiente. 
//////////////// 
- 26 - 
 Ecologia Integral, nesta todos os seres vivos 
são igualmente importantes, os problemas do ser 
humano não são considerados maiores ou 
menores que os dos demais animais que vivem 
no planeta, o foco é a visão holística e a busca 
da preservação do meio ambiente. 
 
Segundo Sbardelotti (2016), a ecologia ambiental 
está voltada ao ambiente natural e a preocupação para que 
não sofra uma excessiva devastação, interferindo na 
qualidade de vida e na preservação de espécies, em processo 
de extinção. Ela prevê que a natureza está fora do controle 
da humanidade e busca meios e soluções alternativas em 
tecnologias menos poluentes. A sua importância se destaca 
pelo fato de buscar corrigir os excessos industriais e 
prevenir impactos ecológicos altos, pois sem a preservação 
do planeta a parte da biosfera será gravemente destruída, 
inviabilizando a possibilidade de vida no planeta. 
Além disso, Pereira (2020) destaca que a ecologia ambiental 
integra uma visão mais abrangente sobre o ambiente por 
inteiro, envolvendo especificidades e seus biomas com suas 
características singulares, além da teoria Gaia de que a 
Terra é um imenso organismo vivo. 
De acordo com Fernandes (2018), a ecologia social 
está associada não só com o meio ambiente, mas sim com o 
todo, e está voltada a qualidade de vida das pessoas e o 
desenvolvimento social, além de priorizar a mudança no 
estilo de vida para uma sociedade mais sustentável. Essa 
ecologia visa atender as carências básicas das pessoas, a 
exploração ambiental é incompatível com os princípios da 
ecologia social, pois as gerações futuras têm direito de viver 
em um ambiente habitável com relações justas. Se as 
explorações dos recursos naturais não forem reduzidas, a 
//////////////// 
- 27 - 
Terra não vai conseguir manter a humanidade, dado ao 
elevado desperdício de natureza. 
A ecologia social, também é conhecida como 
ecologia política, e além de priorizar as necessidades 
básicas das pessoas como o saneamento básico, educação de 
qualidade e um sistema de saúde decente, pois a injustiça 
social é uma violência contra o ser humano. A ecologia 
social e política tenta introduzir a sustentabilidade suprindo 
as carências humanas sem sacrificar os recursos naturais da 
Terra, além de considerar que as próximas gerações 
possuem o direito de herdarem um local habitável. A 
sociedade atualmente agrava a capacidade de regeneração 
do planeta, desrespeitando a capacidade de suporte. As 
pessoas são consumistas compulsivos, consumo conspícuo, 
e tais atos podem impulsionar uma grande crise na Terra 
(SBARDELOTTI, 2016). 
Na Terra, onde todos os seres vivos dependem uns 
dos outros para sobreviver, o ser humano é o que mais atua 
na degradação do próprio habitat e de todos os animais no 
ecossistema, diariamente poluindo terras, mares, rios e o ar. 
A ecologia mental é um entendimento que aborda 
principalmente a relação do ser humano com a natureza 
pós-revolução industrial e seu descaso com o meio 
ambiente. O foco da ecologia mental está relacionado com a 
alteração do pensamento antropocêntrico e a inserção de 
uma consciência mais planetária na sociedade. Isso deriva 
da necessidade de se preservar todas as espécies de animais 
e plantas, sendo estes indispensáveis para o futuro da 
humanidade e do ecossistema. (PEREIRA, 2020). 
Para Sbardelotti (2016), a ecologia mental se ocupa 
com a mente e juntamente com o que ocorre dentro dela, 
porque tudo, de bom ou de mau, começa na mente dos 
humanos. Afirma que as causas da exiguidade da 
humanidade na Terra se refere ao modelo falho de 
preservação da sociedade atual (Antropoceno). Dentro da 
//////////////// 
- 28 - 
mente humana se iniciam os mecanismos que nos levam a 
uma batalha contra os recursos naturais da Terra, dado pela 
ganância da riqueza material de curto prazo. Eles se 
expressam por uma classe: a nossa cultura antropocêntrica. 
Este arcabouço se diverge da lei do universo: a 
solidariedade cósmica. Todos os seres são mutuamente 
dependentes uns dos outros e vivem dentro de uma teia de 
relações complexas. 
A ecologia integral para Fernandes (2018), é um 
novo âmbito, que engloba todas as coisas e questões das 
demais ecologias, sendo elas econômicas, políticas, sociais, 
educacionais e está inserida a sociedade e a cultura a qual 
pertencem as pessoas. Nela é tratada a relação entre todos 
os seres vivos, não vivos, naturais e culturais entre si e o 
ambiente natural. No contexto abrangente a ecologia 
integral é completa. Para Pereira (2020), nessa ecologia 
profunda, o ser humano deve despertar para uma nova visão 
holística da natureza, pois nela tudo se interliga. Com isso 
ele instiga que todos os esforços intelectuais da humanidade 
estejam necessariamente ecocentrados cujo o objetivo deve 
ser encontrar técnicas para cuidar do planeta Terra. 
Segundo Sbardelotti (2016), Fernandes (2018) e 
Pereira (2020), a ecologia trata das relações globais entre a 
Terra e o Universo, pois faz parte do Todo na interação 
entre cada um com o nosso planeta diariamente. Os seres 
humanos são seres pertencentes ao cosmo, unidos pelo 
universo gravitacional em que o ser humano é a própria 
Terra, um agregado de seres vivos. Nesse sentido, no 
cosmocentrismo, a propriedade do mundo natural, a 
natureza ou a vida ocupa um lugar central e fundamental na 
ordem da existência. Já o ecocentrismo retrata que todas as 
formas de vida são igualmente importantes, e a humanidade 
não está no foco central da existência. Assim, a ecologia 
não se trata apenas de preservar a natureza ou a soberania 
humana, ela é muito mais abrangente porque tudo está 
//////////////// 
- 29 - 
interligado, vida e saberes no planeta, convivendo todos em 
harmonia. Logo a seguir, o próximo tema procura mostrar o 
uso da natureza como objeto de estudo no período 
cosmocêntrico e a busca pela origem da vida segundo os 
filósofos da época. 
 
COSMOCENTRISMO, O ESTUDO DA NATUREZA E 
A ORIGEM DO COSMO 
 
A filosofia utiliza meios lógico-racionais para 
compreender, identificar e comunicar a realidade. Ela surgiu 
na Grécia antiga, no início do século VI a.C., após o 
abandono gradativo das explicações mitológicas e a busca 
por um conhecimento seguro. De acordo com Menezes 
(2019), Tales de Mileto é reconhecido como o primeiro 
filósofo do período cosmológico, no qual o estudo era 
focado no universo com base na razão. Nesse contexto, por 
meio do desmembramento das crenças mitológicas e a 
busca pela verdade, surgiu a filosofia. Os filósofos 
adquiriam conhecimento através da investigação da 
natureza e a busca da explicação do cosmo e a origem das 
coisas. 
Para Tierno (2017), o pensamento filosófico e 
científico foi desenvolvido não só por Tales de Mileto, mas 
também por Anaximandro e Anaxímenes. Esses três 
pensadores são frequentemente associados à escola milésia, 
ou são incluídos à escola jônica que é mais ampla, 
introduzida mais tarde pela antiga literatura de sucessões 
dado a natureza artificiosa da catalogação por escolas. 
A escola jônica está localizada no litoral ocidental 
asiático, situado em Mileto na Jônia, atualmente chamada 
Turquia. Os pensadores dessa escola Anaximandro, 
Anaxímenes e Tales são caracterizados pelo foco na busca 
da physis (processo de surgimento e desenvolvimento da 
natureza). O mundo nesse período estava se desvinculando 
//////////////// 
- 30 - 
das entidades mitológicase suas verdades absolutas. Nesse 
contexto, os filósofos analisavam a natureza exterior e 
averiguando racionalmente dados da experiência sensível, 
vejamos: frio, quente, pesado, leve, etc. Essas experiências 
eram consideradas como realidades em si, sem 
questionamentos (SANTOS, 2019). 
Tales de Mileto, o primeiro filósofo, afirmava que 
“tudo é água”, nos livros de história e filosofia a 
interpretação da frase aponta para o contexto do surgimento 
de uma filosofia da natureza, a determinação de uma 
substância material primordial foi uma das preocupações 
dos primeiros filósofos, concebida como princípio, origem e 
matriz de todas as coisas. Para Tales, essa substância, a 
physis, seria a água, e todos os seres existentes viriam a 
partir da água transformada. A teoria de Tales pode ser 
explicada a partir da biologia no qual ensina que não pode 
existir a vida sem a água, todos os seres vivos necessitam de 
água para sobreviver, e que o corpo é principalmente 
composto por água. A água está presente nos seres vivos 
desde a absorção de alimentos até a eliminação de resíduos, 
além de cooperar na dissolução de nutrientes e na 
distribuição por todo o organismo (BRUNI, 1993). 
Para Waizbort (2000), a frase de Tales “tudo é água” 
esconde um significado mais complexo, a água muda de 
forma, onde opera por parecença, pois infiltra-se e se 
mistura entre tudo, e é essa a razão do elemento ser 
mimético por sublimidade, diferente do fogo que consome 
tudo e acolhe todas as coisas para si. O “tudo é água” 
significa, por exemplo, que esse elemento possui muitas 
formas, sendo assim, é o elemento que atua por meio das 
similitudes. 
Anaximandro de Mileto, discípulo de Tales que 
viveu no século VI a.C., utilizava fundamentos científico-
filosófica e ficou marcado por sua representação geométrica 
do espaço, mostrando a cosmologia esférica do sistema a 
//////////////// 
- 31 - 
teoria da arché da natureza ser algo infinito, tal pensamento 
marcou o surgimento da razão em Jônia resultante de um 
ideal de inteligibilidade. Anaximandro possivelmente tenha 
se baseado no ambiente cultural que o cercava para dar base 
aos seus estudos do cosmo, fundamentado a partir de um 
paradigma arquitetural, as simétricas colunas cilíndricas de 
seus templos são justificativas para encaixar-se a 
cosmologia esférica. Nesse sentido, é visto que as teorias 
cosmológicas de Anaximandro têm base no que é real e não 
veio de especulações forjadas do nada, em busca da 
substância primária simples, em que a persistência foi o 
passo mais importante na caracterização sistemática da 
realidade. Anaximandro foi o primeiro filósofo a descobrir 
as noções das estrelas e a distância entre elas e a Terra 
(FREIRE, 2016; SANTOS, 2019; ROSSETTI, 2010). 
Anaxímenes de Mileto, discípulo de Anaximandro 
viveu no período 585 a.C., questionava a definição da arché 
de seu mestre de que o princípio de tudo seria o infinito, 
mas concordava em partes, afirmando que poderia ser um 
elemento infinito, porém definido, o ar. Ele compreendia o 
ar como a substância que penetra todos os corpos e objetos 
da natureza. Na visão do filósofo o mundo seria um grande 
ser vivo que comporta todos os outros seres vivos, o ar seria 
parte da alma de todos e o elemento em comum entre todos 
os seres vivos (PORFÍRIO, 2020). 
Para Santos (2019), Anaxímenes, ultimo filósofo da 
escola milesiana ou jônica, teria caracterizado todas as 
coisas como modificações de um advento primordial, que 
para ele seria um ar infinito. De acordo com o filósofo, o 
universo teria origem a partir do processo de redução e 
concentração do ar infinito, ele observou que o ar tinha 
característica de sutileza, invisível, mas que está em todos 
os lugares. O fato de respirarmos deu a entender que o ar 
seja a causa da vida, e os outros elementos teriam derivados 
//////////////// 
- 32 - 
do ar, como a terra, em um estado de ar mais condensado, e 
o fogo no sentido reverso. 
Portanto, percebemos que o conceito 
cosmocentrismo pode ser compreendido como o período em 
que o mundo estava se desvinculando dos conceitos 
mitológicos e buscando respostas por meios lógicos. Os 
filósofos estavam concentrados, principalmente em 
descobrir a origem do cosmo através de experiências e 
análises. O principal objeto de estudo era natureza e o seu 
vínculo com o humano. Nesse sentido, visando 
compreender o ecossistema que contem e sustenta o todo, se 
faz necessário entender a relação dialética entre o ser 
humano e natureza. Logo, o próximo capítulo buscará 
analisar a natureza como fonte de recursos, compreendendo 
qual o impacto do ser humano na natureza uma vez que 
muitos dos recursos naturais são finitos. 
 
NATUREZA COMO FONTE DE RECURSOS 
 
Recursos naturais são todos os elementos advindos 
da natureza, e é o responsável por garantir a sobrevivência 
de todos os seres vivos na terra, suprindo suas necessidades 
e garantindo o desenvolvimento, seja social, seja 
econômico. Os recursos naturais também podem ser 
classificados como renováveis e não renováveis, ou seja, 
recursos renováveis são aqueles que possuem uma grande 
capacidade de se renovar com o tempo, o que pode garantir 
sua continuidade dependendo da forma como é usada. Já os 
recursos não renováveis são os que não possuem capacidade 
de renovação, levando milhares de anos para seu processo 
ser finalizado, podendo acarretar problemas ao meio 
ambiente. Posto isso, o escopo desse subcapítulo consiste 
em apresentar aos leitores a necessidade e urgência de 
buscar maneiras sustentáveis e menos impactantes para a 
//////////////// 
- 33 - 
utilização dos recursos naturais, tendo em vista a crescente 
exploração dos recursos limitantes. 
Com o passar dos milênios e o avanço contínuo da 
sociedade, a espécie humana deixou de enxergar a natureza 
apenas como fonte de recursos alimentícios voltado para sua 
própria sobrevivência e começou a enxergar formas de 
enriquecer com o uso da terra. Isso ficou ainda mais 
evidente durante e após o período da revolução industrial e 
com o êxodo rural, pois a relação entre a sociedade e o 
ambiente natural passou a representar uma busca por lucro. 
Como afirma Ribeiro et al. (2007), as mudanças postas ao 
sistema natural pela apropriação dos seres humanos 
acarretaram no fato de que os municípios, assim como os 
seus acessos, apresentassem uma conjuntura oposta ao meio 
ambiente, causando desigualdades no âmbito social e 
natural. 
Logo, o uso dos recursos naturais e a exploração 
excessiva vem se tornando cada vez maior com a população 
que a cada ano só aumenta, tendo como limitante a própria 
natureza e a forma como a economia usa tal recurso. 
Thomas Malthus, considerado o pai da demografia por sua 
teoria populacional, afirmou em 1798 que o crescimento 
continuo da população de forma descontrolada poderia 
acarretar em uma grande catástrofe, uma vez que a 
produção de alimentos não estaria acompanhando esse 
mesmo aumento e seria questão de tempo para que diversos 
conflitos pudessem acontecer (BORGES, 2018). 
Atualmente, volta-se ao debate sobre o controle do aumento 
populacional, movimento conhecido como pós-
malthusianismo, visto as dificuldades enfrentadas 
mundialmente em suprir as demandas e diminuir as 
discrepâncias existentes na contemporaneidade. Desse 
modo, segundo Oliveria (2011) com ânsia extrema em usar 
o ambiente natural como recurso socioeconômico, a 
humanidade está desconsiderando o fato de que a natureza é 
//////////////// 
- 34 - 
o seu principal e único meio de sobrevivência, sem ela não 
tem vida. 
Com os países cada vez mais desenvolvidos, a falta 
de políticas de controle dos recursos naturais vem 
contribuindo para a perca do ecossistema e da 
biodiversidade, causando uma delimitação na falta de 
opções para as futuras gerações (COMISSÃO MUNDIAL 
SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 
1991). Coma finalidade de uma busca constante pelo 
desenvolvimento, tanto de países já desenvolvidos, quanto 
de países ainda em desenvolvimento, surge a necessidade de 
formas de controle para os mercados, nacionais e 
internacionais, calcado pelo viés da sustentabilidade. 
Nesse sentido, carece de um vasto planejamento e de 
maneiras que possibilitem de forma menos impactantes e 
mais sustentáveis a utilização do solo, visto a urgência 
indubitável do desenvolvimento sustentável para 
continuidade da vida na terra, permitindo o 
desenvolvimento econômico, mas não deixando de lado a 
preocupação ambiental, ecológica e sustentável. Como 
afirma Jacob (2003), o receio com o desenvolvimento 
sustentável reflete a oportunidade de garantir 
transformações sociopolíticas que não afetem os meios 
ecológicos e sociais que suportam a sociedade. 
Para que haja uma continuidade dos recursos 
naturais se faz necessário mudanças, uma vez que muitos 
desses recursos são finitos. A ideia de recursos auto 
renováveis é um dos fatores que estimulam a falta de 
preservação do ambiente natural que ao longo de tanta 
exploração tem se agravado. Foi dito por Heráclito que “o 
tempo é como um rio… Você nunca poderá tocar na mesma 
água duas vezes, porque a água que já passou nunca passará 
novamente”, mas se a natureza não for preservada a água 
poluída hoje poderá ser objeto de consumo futuro. Logo, 
para Koch (2018) a conservação do meio ambiente não é 
//////////////// 
- 35 - 
um gasto, mas sim um investimento para as presentes e 
futuras gerações dos países. Assim, é fundamental que se 
possa assegurar melhorias na forma como a humanidade 
extrai seus recursos, como o uso do solo, os recursos 
hídricos, a conservação e uso da biodiversidade, além de 
garantir a proteção dos recursos da fauna e flora, recursos 
florestais, oceanos, proteção à atmosfera, consumo de 
energia e a qualidade do ar. Para Araújo, Lira e Cândido 
(2013), o desenvolvimento desenfreado das cidades 
aumenta as mudanças no espaço sendo indubitável a 
necessidade de órgãos que garantam a elaboração de 
políticas voltadas para o equilíbrio entre o crescimento 
social e da economia, além da proteção da natureza. 
Portanto, para que se possa alterar o modelo de 
economia vigente atualmente no Brasil e no mundo é 
necessário desenvolver formas mais sustentáveis que 
permita trabalhar sociedade e o uso dos recursos naturais de 
forma que assegure a continuidade dos recursos para todos, 
no presente e futuro. Isto posto, de acordo com Sarney 
(2000), na conjuntura atual, o aumento populacional e a 
procura pelo avanço econômico da sociedade têm 
contribuído para a pressão exercida de todos os recursos 
naturais. Garantir o acesso e a utilização mais sustentável 
desses recursos é um obstáculo a ser ultrapassado para o 
progresso da sociedade. A diminuição dos desperdícios e 
dos impactos do meio ambiente e o uso adequado da 
natureza garantirá reverter o esgotamento dos recursos 
naturais vistos hoje, assegurando o seu uso para as futuras 
gerações. 
A forma na qual a economia foi alicerçada no Brasil 
permitiu por muitos anos a exploração de todo sistema 
natural, causando uma degradação ambiental extremamente 
danosa. O uso não pensado dos recursos naturais voltando-o 
apenas para o crescimento econômico do país está longe de 
ser a melhor e/ou a única opção. Logo, a proporção das 
//////////////// 
- 36 - 
atividades econômicas deverá ser reavaliada afim de não 
utilizar de forma descontrolada os recursos naturais 
excedendo o seu tempo de regeneração, tão pouco emitindo 
resíduos que vá além de sua capacidade de absorção 
(FURTADO, 2010). 
No Brasil o setor agropecuário apesar de sua grande 
importância para economia é também uma das atividades 
que causam altas pressões ao ambiente natural, pois envolve 
muitas vezes desmatamento para criar pastagem voltado 
para criação de animais comercializáveis no âmbito 
nacional e internacional. Além disso, os setores agrícolas 
também interferem nos ciclos naturais de toda fauna, flora, 
rios e o próprio solo. Segundo o Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística - IBGE (2016), o Brasil faz parte dos 
países centrais no mercado internacional de produtos 
voltados para agricultura e pecuária como a soja, o café e as 
carnes. 
Outro setor bastante crescente no país é o da 
mineração, uma vez que está presente desde a colonização. 
Segundo o Portal da Mineração desenvolvido pelo Instituto 
Brasileiro de Mineração-IBRAM, nos primeiros meses de 
2020 a balança mineral foi responsável por 50% do saldo da 
balança comercial brasileira destacando-se por gerar um 
superávit. Contudo, apesar da grande influência na 
economia nacional esses setores acabam causando grandes 
impactos, com elevado desperdício de natureza, não 
permitindo que o ambiente natural tenha o seu próprio 
tempo de regeneração. Ao utilizar a terra como fonte 
ilimitada de recurso, pouco se pensa no futuro do país ou 
mesmo na importância e na riqueza que essas fontes 
naturais poderiam ter e principalmente exercer para a vida. 
O ambiente natural como um todo é o que mantém a 
humanidade viva, atualmente passou-se a enxergar e a se 
falar mais sobre seu protagonismo, pois hoje começam a se 
//////////////// 
- 37 - 
sentir os efeitos devastadores causados por anos de contínua 
exploração. 
Outro fator extremamente evidente com a 
modernidade, é o quão consumista a sociedade se tornou, o 
que também é um agravante para o ambiente natural. O fato 
do poder de compra da população, tanto brasileira, quanto 
mundial, ter aumentado, permitiu que indústrias 
aumentassem suas produções com elevado desperdício de 
natureza. Tal fato é definido como consumo conspícuo pelo 
economista norte-americano Thorstein Veblen em sua obra 
‘A teoria da Classe Ociosa’, justamente para referir ao 
consumo feito com o principal objetivo de exibir o poder 
aquisitivo das mais variadas classes sociais (COSTA, 2013). 
Logo, de acordo com a WWF-Brasil (2010), as 
transformações nas práticas de consumo do público 
brasileiro e o aumento da procura por mercadorias do setor 
agrícola e minera vêm causando fortes pressões na terra, o 
que têm motivado o aumento da pegada ecológica no 
ambiente. 
 De acordo com Scarpa e Soares (2012), a definição 
de ‘pegada ecológica’ foi elaborada por dois cientistas 
canadenses chamados Mathis Wackernagel e William Rees 
em 1990. O termo é mundialmente conhecido atualmente 
como uma das maneiras de avaliar a demanda crescente da 
utilização dos recursos naturais pela humanidade. A Pegada 
Ecológica está associada diretamente ao avanço econômico, 
social e ecológico, isto é, ao uso coerente e justo de todos os 
recursos naturais. 
Ainda de acordo com Scarpa e Soares (2012), a 
utilização dos recursos naturais deve estar compatível com 
tempo de regeneração do planeta. Porém, os dados 
apresentados mostram que a população está consumindo 
50% a mais do que o planeta consegue repor. Logo, 
precisaria de um planeta e meio para suportar os padrões de 
consumo atuais. É importe salientar que a contínua 
//////////////// 
- 38 - 
exploração dos recursos naturais, o aumento populacional, o 
desenvolvimento demasiado dos setores já supracitados e o 
aumento da pegada ecológica já estão trazendo grandes 
consequências para o planeta Terra. Logo, se torna central o 
debate do desenvolvimento sustentável, por considerar o 
valor dos recursos naturais. A seguir, o próximo tema tem 
como objetivo analisar e buscar compreender o valor de um 
ecossistema, visto a sua rica contribuição para todos os 
seres vivos. 
 
O VALOR DO ECOSSISTEMA 
 
O ecossistema é formado pela relação entre 
elementos bióticos e abióticos, sendo eles conjuntos de 
organismos que vivem em determinado ambiente. A palavra 
ecossistema foi proposta pelo cientista inglês Arthur 
Tansley considerado um dos precursores daecologia 
(EDITORIAL, 2019). Desde então surgem debates sobre o 
seu real valor para a continuidade da vida, principalmente 
na atualidade, pois é cada vez mais recorrente o aumento 
das explorações, queimadas, desmatamentos e poluição de 
rios e oceanos. O Brasil por exemplo é um dos países com 
mais biodiversidade e com um rico e vasto ecossistema, no 
entanto, apresentam índices preocupantes no que se refere 
ao ambiente natural e a manutenção e preservação das 
espécies encontradas no país. Logo, o escopo desse 
subcapítulo consiste em apresentar a necessidade de se 
manter a biodiversidade e o ecossistema presente no país. 
Isso se dá devido sua contribuição direta para a 
continuidade da vida de todos os seres vivos na Terra, além 
de relacionar as ações do ser humano ao ecossistema atual. 
A interferência humana nos habitats naturais é cada 
vez maior, com isso, o risco para perca da biodiversidade e 
do ecossistema fica ainda mais visível dado o modo de vida 
atual. Portanto, essas modificações ocorridas nos habitats 
//////////////// 
- 39 - 
naturais de inúmeras espécies, tanto em matas, quanto nos 
oceanos, causam prejuízos para os animais e também para 
humanidade, pois a biodiversidade e o ecossistema são 
essenciais para a permanência de todos no planeta. Para 
Costa (2019), assegurar a conservação dos ecossistemas é 
primordial para a qualidade da vida de todos, para o 
crescimento social e econômico. Grande parte das 
desigualdades sociais, pobreza e conflitos ocorrem pela 
destruição dos ecossistemas e crescentes perdas dos meios 
naturais, preferencialmente sobre as comunidades mais 
vulneráveis. Com isso, as explorações constantes feitas 
pelos seres humanos são fatores que dificultam diretamente 
a vida e corroboram para a diminuição e até mesmo 
extinção da biodiversidade. O Brasil está entre os países que 
possui maior capital natural do planeta. Possui um 
ecossistema que acolhem cerca de 20% de toda 
biodiversidade mundial e detêm 12% das reservas de água 
doce do mundo (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 
2018). Assim, fica claro a necessidade da utilização 
sustentável do meio ambiente e da preocupação para a 
manutenção das espécies em seus espaços naturais, além de 
encontra maneiras que possa melhorar, diminuir e mesmo 
acabar com as disparidades sofridas por uma sociedade 
desigual. 
O Brasil como um país tropical apresenta uma vasta 
diversidade de ecossistemas conhecidos mundialmente 
como a Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, 
Pampa e Pantanal. Tais sistemas naturais são responsáveis 
por milhares de espécies, muitas das quais são encontradas 
apenas nesses biomas. Apesar de seu rico valor para vida e 
até mesmo para a economia a longo prazo, as queimadas e o 
desmatamento são ainda mais recorrentes, como as 
queimadas registradas no Pantanal e na Amazônia no ano de 
2020, destruindo áreas enormes desses biomas e dizimando 
espécies. Assim, de acordo com a ONG WWF-Brasil 
//////////////// 
- 40 - 
(2020), o desmatamento vem causando a perda e a 
degradação de habitats naturais, corroborando para perda da 
biodiversidade da fauna e flora no planeta. 
Proteger o meio ambiente e garantir o bem-estar e a 
continuidade do ecossistema é uma responsabilidade de 
todos, além de ser uma luta contra todas as crises climáticas 
advinda da superexploração e da destruição dos habitats 
naturais de diversas espécies causadas ao longo dos tempos. 
Logo, no Brasil, a Amazônia é a floresta mais biodiversa do 
mundo, no entanto, vem sofrendo severos impactos 
provocados pelo crescente avanço do desmatamento 
(VILLAR, 2020). As mudanças climáticas causadas pelo 
desmatamento contribuem para o aumento das queimadas 
em várias partes do país e gera desequilíbrios ecológicos, 
sendo mais um agravante para a destruição da fauna e flora. 
Ao longo dos anos grandes corporações usam e 
abusam de áreas verdes sem muito controle e fiscalização. 
A busca por lucros à curto prazo faz com que a 
superexploração seja "justificável". No entanto, já é visível 
os problemas que essas ações estão causando ao ambiente 
natural, a biodiversidade do país e consequentemente a 
saúde de todos os indivíduos que dela necessitam. A perda 
das florestas provocado pelo abuso do ser humano acarreta 
danos que se não reparado agora, não restará mais o que 
fazer, tão pouco o que lucrar. Como afirma Tiussu (2020), 
as ações humanas são errôneas, afeta do solo aos oceanos, 
devido ao uso extremo do ecossistema e o desmatamento 
sem precedentes, provocando a perda da biodiversidade em 
uma escala sem igual. Por isso é urgente a mudança de vida 
na qual a preocupação com a natureza fique no centro da 
tomada de decisões. 
Os benefícios proporcionados pela biodiversidade no 
Brasil influência não só o país, assim como o ecossistema e 
sua rica fauna e flora, que atraí atenção para as necessidades 
de se manter esses bens essenciais para a vida, gerando um 
//////////////// 
- 41 - 
bem-estar e até mesmo melhorando a economia. Contudo, 
na contemporaneidade o mau uso da natureza, como o 
desmatamento de terras, poluição e outras ações humanas, 
vem causando perdas de biomas e contribuindo para 
catástrofes ainda mais recorrentes, tanto no solo, quanto nos 
oceanos. Assim sendo, segundo o Ministério do Meio 
Ambiente (2018) em todo o planeta as pessoas usufruem e 
carecem do ambiente natural de maneiras diversas. A 
obtenção de água, comida, solos férteis, serviços de 
polinização natural e até mesmo a comodidade 
proporcionado pela frequentação de espaços naturais para 
lazer e espiritualidade são apenas alguns dos exemplos entre 
diversos outros benefícios, conhecidos como serviços 
ecossistêmicos. 
De acordo com Alho (2012), os serviços 
ecossistêmicos são responsáveis por auxiliar a vida na terra, 
e assim como o ser humano, que também é uma espécie 
biológica, que respira como diversos organismos, necessita 
de ar puro, água limpa e outros serviços advindos da vasta 
biodiversidade. Por isso é urgente a procura por meios para 
combater a devastação ambiental, assim como preservar a 
biodiversidade existente no planeta e continuar com o 
ecossistema. No entanto, torna-se ainda mais difícil dado a 
inércia do poder público e de parte da sociedade que ainda 
acredita que a natureza não exerce importância crucial para 
a permanência da humanidade, tendo forte impacto em todo 
o ambiente e levando consequências diretas para os próprios 
serviços ecossistêmicos que são fornecidos pela natureza 
para a sociedade, tornando ainda mais longínquo o 
pensamento de desenvolvimento sustentável tão necessário 
para o meio ambiente e para a humanidade. 
 
 
//////////////// 
- 42 - 
CONCLUSÃO 
 
Com os constantes avanços da ciência e tecnologia o 
mundo e a própria civilização foram evoluindo e 
desvinculando com conceitos mitológicos que eram tidos 
como verdades absolutas. Filósofos/cientistas passaram a 
buscar meios lógicos e explicações teóricas para razão de 
tudo, quando, onde e por que existe. O próprio planeta Terra 
até os dias atuais despertam interesse e vários estudos de 
quando surgiu e se é possível existirem outros planetas 
iguais ou similares com prováveis seres vivos. Nisso, ao 
longo dos anos bilhões de recursos financeiros foram e 
continuam sendo usados para encontrar vidas em outros 
planetas, vidas além da terra, enquanto a mesma sofre pela 
ganância e egocentrismo do ser humano. 
As externalidades negativas provocadas ao ambiente 
natural ao longo dos tempos e a pegada ecológica de toda a 
sociedade nos mostra que independente de quantos planetas 
tenhamos à disposição, ainda não será suficiente, tendo em 
vista a devastação que cada indivíduo e o setor econômico 
vem provocando, carecendo de uma demanda cada vez 
maior. Biomas estão sendo devastados, matas sendo 
desmatadas, oceanos sendo poluídos, enquanto a fauna e a 
flora perdem seuesplendor. Logo, em poucos anos a 
construção de um futuro melhor não passará de um 
pensamento utópico. A cada momento torna-se inviável a 
construção de um sistema voltado apenas para o 
crescimento tendo em vista a finitude dos mais diversos 
recursos naturais. Negócios que não se preocupam com seu 
impacto ambiental, presente em uma era onde a informação 
ou a desinformação pode ser compartilhados de forma 
rápida, proporciona um efeito dominó de devastação, de 
barbárie. O desafio de nosso tempo se refere a um modelo 
de civilização em devir contra a barbárie do presente. 
//////////////// 
- 43 - 
Assim, percebe-se que a vasta biodiversidade vista 
no passado já não é tão recorrente no presente. Portanto, 
enquanto não buscarmos maneiras para que os seres 
humanos possam coexistirem com os meios naturais a 
biodiversidade, não haverá o porvir. O futuro deixará de 
existir caso a humanidade não compreender a importância 
do ambiente natural e seus serviços e funções 
ecossistêmicos, essenciais para a vida. 
 
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//////////////// 
- 50 - 
CAPÍTULO II 
 
A DICOTOMIA ENTRE CRESCIMENTO, 
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
 
Jéssica Maria Fernandes Graceis 
Larissa de Souza Costa 
Tiago Soares Barcelos 
Mário Cesar Sousa de Oliveira 
 
Resumo: 
 
A percepção para o termo crescimento econômico liga-se de 
forma unívoca a um processo de majoração de riqueza, 
fomentado muitas fezes vezes pela ação neoliberal do 
Estado. O crescimento econômico, em sua essência não se 
traduz de forma sine qua non, em um processo de 
desenvolvimento no sentido de promoção de qualidade de 
vida e bem-estar da população. Sendo a função do Estado 
promover qualidade de vida para a população, este trabalho 
tem por condão apresentar, por meio de uma revisão 
bibliográfica, a dicotomias conceituais entre os termos 
crescimento e desenvolvimento, abordando seus reflexos 
para uma sociedade plena e sustentável. Neste sentido, as 
reflexões trazidas permitem entender que tais abordagens 
não são excludentes e sim complementares, corroborando 
para uma atuação do Estado de forma mais digna e 
sustentável. 
 
Palavras-Chave: Crescimento econômico; 
Desenvolvimento econômico; Sustentabilidade; 
Desenvolvimento sustentável; Economia. 
 
//////////////// 
- 51 - 
INTRODUÇÃO 
 
A economia é o que movimenta o mundo, sendo ela 
de todas as formas e tamanhos. Existem economias que 
crescem rapidamente, enquanto outras tardam a crescer 
(JONES, 2000). Rodrigues (2012) refere-se ao 
desenvolvimento como uma condição necessária para 
alcançar o crescimento econômico. Para Dias e Correia 
(2016), o desenvolvimento econômico visa a busca pela 
conciliação entre o desenvolvimento e a economia, 
envolvendo variáveis ambientais, econômicas e sociais. 
Samuelson e Nordhaus (1988), explicam que 
crescimento e desenvolvimento econômico podem até 
parecer sinônimos, mas seus conceitos são totalmente 
diferentes. Segundo os autores, o crescimento econômico 
está relacionado ao crescimento per capita, ou da renda real 
de uma economia em determinado período de tempo. Já o 
desenvolvimento econômico é visto como qualitativo e tem 
como conceito alocar os recursos em diferentes esferas do 
campo da economia, tendo como função a distribuição 
igualitária e a melhoria dos indicadores, como: alimentação, 
educação, moradia, saúde, pobreza entre outros. 
O crescimento econômico é o aumento da produção 
de bens e serviços ofertados a um país. Dado como 
quantitativo, esse crescimento é medido pelo Produto 
Interno Bruto (PIB), servindo para medir o percentual de 
todos os bens e serviços produzidos por todas as 
organizações operantes dentro do país e região. Já o PIB per 
capita tem como função medir o crescimento econômico 
por pessoa. (MILLER, 2007). 
O desenvolvimento econômico está relacionado a 
melhoria do bem-estar da sociedade, sendo avaliado e 
medido pelo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). 
Mota e Barcelos (2018) afirmam que o conceito 
fundamental do IDH consiste de uma análise das riquezas 
//////////////// 
- 52 - 
de uma economia, mas dando o destaque para as vidas 
humanas. Para avaliar e medir os índices do 
desenvolvimento é preciso levar em consideração os 
indicadores principais como educação, saúde e renda. 
Conforme Cabige (2015) esse critério é uma das formas 
para comparar o crescimento e desenvolvimento 
econômico. 
Para Smith (1937) é a partir do crescimento 
econômico que se é possível alcançar o desenvolvimento. 
No entanto, um alto nível de crescimento econômico nem 
sempre significa que ocorrerá uma distribuição justa na 
qualidade de vida ou um desenvolvimento econômico justo 
para as pessoas. 
O desenvolvimento tem como foco a distribuição 
justa dos recursos econômicos para o bem-estar da 
humanidade, sendo o conceito de desenvolvimento 
econômico uma base para desenvolvimento sustentável, que 
tem por escopo se preocupar com a escala sustentável. O 
crescimento e desenvolvimento econômico não possuem 
muita preocupação com o ambiente natural e desperdício de 
natureza, se tornando cada vez mais escassos, sendo 
discutido por todas as nações. Estes recursos naturais são 
limitados, e são utilizados como meio de produção para 
gerar bens e riquezas, carecendo de um prazo para a sua 
devida resiliência. Por este motivo se faz necessário a 
obtenção de medidas para a preservação do meio ambiente, 
pois sem esse não há economia, por mais que muitos 
economistas acreditem que a economia ocorra no vazio. 
A Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e 
Desenvolvimento (CMMAD), realizou um relatório 
formado pela ONU, denominado como Futuro Comum, e a 
partir deste relatório o desenvolvimento sustentável 
começou a ser debatido mundialmente. Este relatório aponta 
as condições da natureza e as relações de como os países 
estão adotando o desenvolvimento com relação a 
//////////////// 
- 53 - 
preservação ao ambiente natural. Foi por meio do relatório 
Brundtland, que o desenvolvimento sustentável ficou 
reconhecido como o desenvolvimento que “satisfaz as 
necessidades do presente sem comprometer a capacidade 
das futuras gerações de satisfazerem as suas próprias 
necessidades”. (CMMAD, 1991). 
O desenvolvimento sustentável tem como objetivo 
assegurar a disponibilidade a longo prazo e a durabilidade 
dos recursos naturais (FERNANDES, 2003). Mas para que 
isso ocorra, é preciso ter planejamento adequado, tendo 
como limites a sustentabilidade, sempre buscando equilíbrio 
entre o social, econômico e aos recursos naturais utilizados 
(FIORILLO, 2011). 
 
CRESCIMENTO ECONÔMICO E AS SUAS 
FINALIDADES 
 
Sachs (2004) afirma que o crescimento econômico é 
um acúmulo de capital, que as vezes não vem acompanhado 
de uma distribuição justa. O desenvolvimento econômico é 
o contrário, sendo a melhoria do padrão de vida das pessoas 
com base no aumento de renda per capita, por meio do 
desenvolvimento

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