1º_Poliedro_Fuvest_2021_-_2ª_Fase_-_1º_Dia_-_Prova

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Período de aplicação: 10/04/2021 a 14/04/2021
PROVA DE SEGUNDA FASE
Instruções
1. Só abra este caderno quando o fiscal autorizar.
2. Preencha, na capa deste caderno, seu nome e seu número de inscrição.
3. Este caderno contém 10 questões de Português e a proposta de Redação. 
4. A prova deverá ser feita com caneta esferográfica de tinta azul. Não utilize caneta 
marca-texto. 
5. Escreva, com letra legível, tanto as respostas das questões quanto a redação.
6. Se errar, risque a palavra e a escreva novamente. Exemplo: caza casa. O uso de corretivo não será 
permitido.
7. A resposta de cada questão deverá ser escrita exclusivamente no quadro a ela destinado. 
O que estiver fora desse quadro não será considerado na correção. 
8. Os espaços em branco nas páginas dos enunciados podem ser utilizados para rascunho. 
O que estiver escrito nesses espaços não será considerado na correção. 
9. Duração da prova: 4 horas. Não haverá tempo adicional para transcrição de rascunho.
10. Durante a prova, são vedadas a comunicação entre os candidatos e a utilização de qualquer 
material de consulta, eletrônico ou impresso, de relógios pessoais e de aparelhos de 
telecomunicação.
11. No final da prova, é obrigatória a devolução deste caderno de questões e da folha de redação.
Declaração 
Declaro que li e estou ciente das informações que constam na capa desta prova, na folha de 
respostas, bem como dos avisos que foram transmitidos pelo fiscal de sala. 
 
___________________________________________________ 
ASSINATURA 
O(a) candidato(a) que não assinar a capa da prova será considerado(a) ausente da prova. 
 
1o DIA
NOME
NÚMERO DE INSCRIÇÃO
MATÉRIAS NO 2º DIA
1o Poliedro Fuvest – 2021 2a Fase – 1o Dia
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01 _21_1FUV_2F_POR_CE_L1_Q01
Disponível em: <http://www.ipero.sp.gov.br>. Acesso em: 13 out. 2020.
a) Explique o significado, na propaganda, da frase “Solidariedade também.”.
b) Identifique os verbos do texto e justifique seu emprego no modo indicativo e imperativo.
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Tecnologia de drones e hidrofones ajuda a entender como golfinhos caçam
Pensando em futuros projetos de conservação da espécie, pesquisadores usaram equipamentos 
para descrever como botos-cinza do Litoral Sul de SP se alimentam
Uma pesquisa realizada no Instituto de Oceanografia (IO) da USP utilizou drones e hidrofones (microfones adaptados 
ao meio marinho) para estudar as emissões de ecolocalização de botos-cinza na captura de peixes no estuário de Cananeia, 
Litoral Sul de São Paulo. Com vistas a aliar tecnologia e oceanografia, o trabalho, desenvolvido por Nayara Carvalho Tannure, 
possibilitou fazer uma descrição acústica de como os golfinhos caçam, e os resultados poderão, no futuro, auxiliar na tomada 
de decisões que visem à conservação ambiental.
Marcelo Canquerino. Disponível em: <https://jornal.usp.br>. Acesso em: 15 out. 2020.
a) Considerando que o termo “ecolocalização” se refere à identificação de determinada localização por meio da emissão de 
ruídos, explique qual é o significado do prefixo “eco-” nesse termo e indique um sentido diferente que esse prefixo tem 
em outras palavras.
b) Na formação da palavra “hidrofone”, verificam-se duas raízes de origem grega. Dê dois exemplos de palavras em que essas 
raízes aparecem e explique o significado dessas palavras.
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Questão 02
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“Ser feliz é uma decisão”, afirma Leandro Karnal
O historiador e professor gaúcho Leandro Karnal conversou com a Rádio Gaúcha e fez reflexões sobre o final de ano. Para 
Karnal, esta é uma época de ser um pouco menos mesquinho e fazer concessões familiares:
— Tentando fazer um exercício de crescimento: “eu não sou o centro do mundo, nem tudo tem que ser do meu jeito”. Todas 
as pessoas que me dizem que detestam felicidade com hora marcada, “eu detesto Ano-Novo e Natal”, todas as pessoas que 
dizem isso são infelizes o ano inteiro, o que elas detestam é a felicidade.
O historiador destacou que a felicidade é um desafio de crescimento.
— Ser feliz é uma decisão. “Mas aquela pessoa que vai na festa, aquele parente, não é uma pessoa que eu gosto”. Não se 
preocupe, você também não é (a pessoa que ele gosta), logo, vocês se merecem, aceita isso – defendeu.
Karnal explicou que concluiu que a felicidade é uma escolha observando as pessoas:
— Eu escolho ficar triste ao enfatizar coisas tristes, ao pegar más lembranças. Ou eu escolho ser alegre, lembrando que 
eu estou aqui agora. Eu quero celebrar, eu posso sair de mim. Essa é uma escolha, para religiosos, para não religiosos. [...]
Leandro Karnal. “’Ser feliz é uma decisão’, afirma Leandro Karnal”. Entrevista concedida ao programa Timeline. 
Disponível em: <https://gauchazh.clicrbs.com.br>. Acesso em: 15 out. 2020.
a) A ideia de Leandro Karnal sobre a felicidade envolve a noção de uma transformação. Explique como, na concepção do 
entrevistado, ocorre essa transformação.
b) Qual é o sentido, no contexto da fala de Leandro Karnal na entrevista, da expressão “sair de mim”?
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Uma chuvinha renitente açoita as folhas da mangueira que ensombra o fundo do meu quintal, a água empapa o chão, 
mole como terra de cemitério, qualquer coisa desagradável persegue-me sem se fixar claramente no meu espírito. Sinto-me 
aborrecido, aperreado.
Debaixo da chuva azucrinante, espécie de neblina pegajosa, a mangueira do quintal e as roseiras da casa vizinha estão 
quase invisíveis.
Emendo um artigo que Pimentel me pediu, artigo feito contra vontade, só para não descontentar Pimentel. Felizmente a 
ideia do livro que me persegue às vezes dias e dias desapareceu.
Penso em mestre Domingos, no velho Trajano, em meu pai. Não sei porque mexi com eles, tão remotos, diluídos em tantos 
anos de separação. Não têm nenhuma relação com as pessoas e as coisas que me cercam.
Releio com desgosto o artigo que vou dar a Pimentel.
Graciliano Ramos. Angústia.
a) O autor Graciliano Ramos disse certa vez em entrevista: “A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a 
palavra foi feita para dizer.”. Relacione o conteúdo dessa fala com o estilo do texto.
b) Comente o estado emocional do narrador-personagem Luís da Silva com base em elementos do texto.
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Questão 04
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Sou chamado de Kindzu. É o nome que se dá às palmeiritas mindinhas, essas que se curvam junto às praias. Quem não lhes 
conhece, arrependidas de terem crescido, saudosas do rente chão? Meu pai me escolheu para esse nome, homenagem à sua 
única preferência: beber sura, o vinho das palmeiras.
Assim era o velho Taímo, solitário pescador. Primeiro, ele ainda esperava que o tempo trabalhasse a bebida, dedicado 
nos proibidos serviços de fermentar e alambicar. Depois, nem isso: simplesmente cortava os rebentos das palmeiras e ficava 
deitado, boquinhaberto, deixando as gotas pingar na concha dos lábios. Daquele modo, nenhum cipaio* lhe apertaria os 
engasganetes: ele nunca destilava sura. Vida boa, aconselhava ele, é chupar manga sem descascar o fruto.
Mia Couto. Terra sonâmbula.
* Soldado ou policial nativo
a) Identifique o foco narrativo do excerto e comprove sua resposta com elementos do texto.
b) Qual ação do pai de Kindzu corresponde à ideia de chupar manga sem descascar o fruto?
06 _21_1FUV_2F_POR_EA_L1_Q01
É terminantemente proibido uma mãe dizer que algo é mais importante na vida do que seusfilhos, não é mesmo? Mas, nos 
últimos três meses, meu foco saiu da maternidade e foi parar nas páginas de Cidades do jornal. Recebi a missão de assumir 
interinamente a editoria na qual fui repórter por mais de sete anos. Gelei. Pensei que não daria conta.
Como conciliar a editoria mais efervescente do jornal com os filhos gêmeos de 8/9 meses e um primogênito de quase 
4 anos na fase dos porquês e das birras?
A verdade é que fácil realmente não é. A gente pensa em desistir às vezes. Mas eu fiz o que foi possível, no trabalho e em 
casa. Fiz o que dei conta. Tentei dar o meu melhor, falhei algumas vezes, acertei em outras.
Meus filhos tiveram uma mãe mais cansada e estressada em alguns momentos, mas também tiveram uma mãe mais 
empolgada, grata e satisfeita em outros por estar com eles. A carreira pode não estar em primeiro lugar no nosso coração – 
assim como a maternidade não pode ser tudo –, mas, se a carreira é necessária e importante na nossa vida, tem horas que ela 
precisa ser priorizada, sim. Sempre respeitando, claro, os nossos limites como ser humano.
Luciene Câmara. “Carreira em primeiro lugar”. Disponível em: <https://www.otempo.com.br>. Acesso em: 15 out. 2020. (Adaptado)
a) Explique o efeito de sentido do conjunto de adjetivos usados pela autora no último parágrafo para descrever seu estado 
emocional enquanto mãe.
b) Comente a diferença de sentido que as expressões adverbiais destacadas assumem no contexto em que estão inseridas.
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Questão 06
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Texto 1
Canto I
[...]
Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Netuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.
[...]
Luís Vaz de Camões. Os Lusíadas.
Texto 2
O dos castelos
A Europa jaz, posta nos cotovelos:
De Oriente a Ocidente jaz, fitando,
E toldam-lhe românticos cabelos
Olhos gregos, lembrando.
O cotovelo esquerdo é recuado;
O direito é em ângulo disposto.
Aquele diz Itália onde é pousado;
Este diz Inglaterra onde, afastado,
A mão sustenta, em que se apoia o rosto.
Fita, com olhar esfíngico e fatal,
O Ocidente, futuro do passado.
O rosto com que fita é Portugal.
Fernando Pessoa. Mensagem.
a) Identifique qual é o repertório literário resgatado por ambos os poemas ao se referirem à Grécia e explique que tipo de 
relação se constrói com base nesse repertório entre essa região da Antiguidade e Portugal no excerto transcrito de Os 
Lusíadas e em “O dos castelos”.
b) Explique com suas palavras a personificação no poema de Fernando Pessoa.
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Música
Uma coisa triste no fundo da sala.
Me disseram que era Chopin.
A mulher de braços redondos que nem coxas
martelava na dentadura dura
sob o lustre complacente.
Eu considerei as contas que era preciso pagar,
os passos que era preciso dar,
as dificuldades…
Enquadrei o Chopin na minha tristeza
e na dentadura amarela e preta
meus cuidados voaram como borboletas.
Carlos Drummond de Andrade. Alguma poesia.
a) No poema, ocorre uma mudança no estado íntimo do eu lírico ao ouvir a música de Chopin. Descreva essa mudança.
b) Explique a figura de palavra “dentadura amarela e preta” no contexto do poema.
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Luiz Tozzato. Disponível em: <https://www.portaltemponovo.com.br>. Acesso em: 13 out. 2020.
a) Explique como a imagem contribui para a construção do sentido da charge.
b) Que sentido a palavra “meio” adquire no contexto da fala da personagem? Justifique.
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A democracia racial é uma ideia (teoria, mito, imagem…) que nos remete a Gilberto Freyre, que, embora não tenha sido o 
primeiro a pensar o Brasil como um país sem barreiras de discriminação, conseguiu vender essa imagem internacionalmente 
com o peso da autoridade de um indivíduo branco intelectualizado e com conhecimento de dentro da casa grande, que lhe 
ofereceu riqueza de detalhes para a obra Casa Grande e Senzala.
Hoje temos ao nosso favor o legado do esforço político e intelectual dos pensadores negros, que nos permitiu olhar para 
a verdade da democracia racial pelo retrovisor. No século XX não era bem assim. Ao defender a ideia de um “paraíso dos 
mestiços” em detrimento das teorias que os condenavam como degenerados (os mulas, como registra a etimologia da palavra 
“mulato”), Gilberto Freyre criou para si próprio e para todos os brasileiros o honroso título de antirracista! E isso caiu muito 
bem, afinal, como nos diz Florestan Fernandes, temos o preconceito de ter preconceito.
Então o Movimento Negro Unificado, organização de grande nome da nossa história, lá na década de 1970, formulou um 
posicionamento que rompia com o pacto civilizatório brasileiro, o mito da mistura das três raças. Para isso, o Movimento fez 
uma leitura profunda da sociedade mostrando como os pretos e pardos, aqueles não brancos de pele clara, compartilhavam 
dos mesmos indicadores sociais.
De lá pra cá outros intelectuais, artistas e políticos negros têm produzido dentro e fora da Academia um discurso assertivo, 
que denuncia o privilégio branco e o racismo que nos atinge.
Gabriela Bacelar. “O colorismo é um assunto nosso?”. Disponível em: <https://www.geledes.org.br>. Acesso em: 16 out. 2020. (Adaptado)
a) Explique o significado, no texto, da expressão “olhar para a verdade da democracia racial pelo retrovisor”.
b) Qual é o sentido da palavra “mito” destacada no texto e qual é o efeito que ela produz?
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REDAÇÃO
Texto 1: Os últimos dias têm sido um festival de arrogância de homens públicos e brasileiros abastados expondo publicamente 
seu pedantismo diante de pessoas em suposta posição de desvantagem na escala econômica. Essa falsa superioridade 
presente em uma parte da elite mata de verdade. É a mesma que fecha os olhos para a pobreza e a violência que executa 
negros na periferia. Não se pode generalizar a elite brasileira com esses exemplos. Há muita gente no topo da pirâmide 
querendo verdadeiramente dar sua contribuição para garantir um país mais decente. Mas ainda são poucos os que se erguem 
com veemência contra injustiças no país que os enriquece.
Carla Jiménez. “Uma elite sem modos e sem atitude”. Disponível em: <https://brasil.elpais.com>. Acesso em: 16 out. 2020.
Texto 2: Tornou-se célebre o caso em que uma funcionária do Detran, ao abordar o juiz que dirigia, sem habilitação, um carro 
sem placas de identificação, deparou com resistência do magistrado. Por falar que o juiz “não era Deus”, recebeu voz de prisão 
por desacato. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos entende que a maior proteção dada a agentes públicos, por 
meio do crime de desacato, não está em sintonia com a democracia. Por exercerem uma função de interesse coletivo, agentes 
públicos deveriam estar sujeitos a um controle democrático mais rigoroso, não o contrário.
Conrado H. Mendes; Bernardo Pacola. “Liberdade para desacatar”. Piseagrama, n. 13, Belo Horizonte, 2019. (Adaptado)
Texto 3:
Desacato
Me desacatou
Vou lhe reprovar
Guarde na memória
Hei de me vingar
Francisco Alves.
Texto 4: O Brasil não é um país colonial clássico, virou o centro de um império com a vinda da família real portuguesa em 
1808. Sem entender as implicaçõesdesse forte componente aristocrático que caracteriza a sociedade brasileira, não é possível 
compreender o “sabe com quem está falando?”. Isso faz parte de uma mentalidade, uma cultura na qual existe uma forte 
aversão ao igualitarismo, o que promove uma enorme contradição com a democracia republicana que a gente quer estabelecer 
no Brasil e estamos lutando para conquistar.
Roberto DaMatta. Entrevista concedida à Deutsche Welle Brasil. “Carteirada é sintoma de uma cultura que tem aversão ao igualitarismo”. 
Disponível em: <https://www.dw.com>. Acesso em: 19 out. 2020. (Adaptado)
Texto 5:
André Dahmer. Disponível em: <https://twitter.com/malvados>. Acesso em: 16 out. 2020.
Considerando as ideias apresentadas nos textos e também outras informações que julgar pertinentes, redija uma dissertação 
em prosa, na qual você exponha seu ponto de vista sobre o tema: o que os casos de abuso de autoridade revelam sobre a 
sociedade brasileira?
Instruções:
• A dissertação deve ser redigida de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa.
• Escreva, no mínimo, 20 linhas, com letra legível e não ultrapasse o espaço de 30 linhas da folha de redação.
• Dê um título a sua redação.
Rascunho da Redação
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