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FISIOPATOLOGIA HAS Definição: Pacientes com valores médios de pressão arterial (aferidos em duas ou mais consultas) maiores ou iguais a 140 x 90 mmHg. 95% dos casos, a HAS é de causa desconhecida (Hipertensão Primária ou Hipertensão Essencial - benigna) # Hipertensão arterial maligna (HAM). Os outros 5% constituem o grupo de hipertensos cuja causa da hipertensão arterial pode ser conhecida (Hipertensão Secundária - As causas mais comuns são a doença parenquimatosa renal e a estenose de artéria renal (hipertensão renovascular). Outras causas menos comuns: coartação da aorta, síndrome de Cushing, feocromocitoma, hiperaldosteronismo primário, hiperparatireoidismo primário, hipo e hipertireoidismo, acromegalia, policitemia vera, uso de drogas ilícitas (ex.: cocaína), ciclosporina, uso de anticoncepcionais. MECANISMOS QUE AUMENTAM A PA: AUMENTO DO DC OU DA RVP? PA = DC x RVP DC = VS x FC VS Pré-carga, pós-carga, contratilidade do tecido cardíaco. Para haver HAS, um dos dois componentes da fórmula (ou os dois) tem que estar aumentado. São nessas variáveis que o tto vai agir. INTERAÇÃO ENTRE PA, DC E RVP: Influência do DC na RVP: Queda no DC a vasodilatação arteriolar Aumento no DC a vasoconstricção arteriolar. A RVP elevada, por sua vez, reduz o débito cardíaco, fazendo-o voltar ao normal (hipertensos geralmente têm DC normal e RVP elevada). As principais teorias patogênicas da HAS primária explicam o aumento inicial de PA através do aumento do DC, geralmente por retenção de sal e água pelo organismo. Remodelamento Vascular: PA elevada liberação local de substâncias tróficas que promovem a proliferação e o desarranjo celular da parede dos vasos. As médias e pequenas artérias podem ter uma hipertrofia de sua camada muscular, enquanto as arteríolas sofrem alterações proliferativas que reduzem seu lúmen. Assim, com o passar dos anos, a RVP vai aumentando, servindo como o principal fator de manutenção (ou progressão) da hipertensão arterial. Por isso: hipertensão arterial gera mais hipertensão arterial! RETENÇÃO DE SÓDIO E ÁGUA PELOS RINS: Nos indivíduos normotensos os rins respondem ao aumento da PA com uma maior natriurese (natriurese pressórica ou sistema renal de regulação da pressão), nos hipertensos a natriurese só aumenta em níveis proporcionalmente maiores de PA. A retenção de sódio e água aumenta a volemia e, consequentemente, o DC. PAPEL DO SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA: O aparelho justaglomerular é muito sensível ao Sódio, quando ocorre uma diminuição da Pressão Arterial, a pressão a nível da arteríola Aferente diminui e ocorre secreção de Renina. Existe uma substância no fígado denominada Angiotensinogénio (forma inativa), que é ativada pela secreção de Renina, com a finalidade de converter esta forma inativa da substância, em Angiotensina 1 (forma ativa do Angiotensinogénio). A Angiotensina 1 vai entrar na corrente sanguínea, e quando chegar aos Pulmões, estes vão produzir uma enzima denominada ECA (presente no plasma e em vários tecidos incluindo a parede vascular), vai converter a Angiotensina 1 em Angiotensina 2, um potente vasoconstritor. Quando ocorre vasoconstrição a nível da arteríola aferente relacionado com a secreção de Angiotensina 2, em simultâneo, vai haver secreção pelo Córtex das Glândulas Supra Renais (Aldosterona), que reabsorve sódio (aumentando a volemia por osmose). ASPECTO GENÉTICO: Gene APOL1 (um dos genes) maior absorção de sal. Fatores raciais: a HAS primária é mais comum e mais grave em negros. Considera-se a hipertensão primária uma consequência da relação entre mutações genéticas e diversos fatores ambientais, como ingestão salina, obesidade, estresse etc. TEORIAS SOBRE A PATOGÊNESE DA HIPERTENSÃO PRIMÁRIA A maioria das teorias patogênicas da HAS primária parte do pressuposto que o evento inicial é o aumento do DC, geralmente por retenção excessiva de sódio e água pelos rins. A HAS por hiperfluxo (alto débito cardíaco), com o tempo, converte-se na HAS por hiper-resistência (aumento da RVP). LESÕES DE ÓRGÃO ALVO Lesão Vascular: a HAS afeta basicamente dois elementos: os vasos sanguíneos (artérias e arteríolas) e o coração. Lesão do endotélio remodelamento vascular aumento progressivo e permanente da RVP elevando mais ainda a pressão arterial, o que cria um ciclo vicioso. As consequências finais deste remodelamento podem ser: (1) arteriolosclerose hialina (espessamento); (2) arteriolosclerose hiperplásica (HIPERPLASIA); (3) microaneurismas de Charcot-Bouchard; (4) aterosclerose (principal fator de risco para a arteriosclerose, a HAS gera o efeito lesivo no endotélio e estimula o remodelamento vascular, aumenta a formação de fatores de crescimento e citocinas). CARDIOPATIA HIPERTENSIVA: HIPERTROFIA VENTRICULAR ESQUERDA (HVE): aumento crônico da pós-carga ventricular uma sobrecarga sistólica ao VE hipertrofia (aumenta a sua massa). Pode ser concêntrica (espessamento da parede com redução da cavidade) ou excêntrica (aumento da massa ventricular sem o espessamento da parede). OBS: HVE é a repercussão cardíaca mais comum da HAS. Angiotensina II tem ação trófica sobre as células miocárdicas, contribuindo ainda mais para a hipertrofia. Risco aumentado de isquemia mesmo sem obstrução das coronárias: devido à baixa reserva coronariana associada ao aumento da demanda metabólica miocárdica. Risco de morte súbita (por arritmia ventricular) está aumentado, principalmente nos indivíduos hipocalêmicos pelo uso de diuréticos. Disfunção diastólica: déficit de relaxamento ventricular. Associada a aumento atrial esquerdo e HVE. Gerando congestão pulmonar (alteração do equilíbrio entre os líquidos intra e extravascular). Cardiopatia Dilatada – Disfunção Sistólica: Ocorre devido à dilatação ventricular prejudicada. Começa com uma IVE gerando uma insuficiência biventricular congestivaUma vez instalada a cardiopatia dilatada a pressão arterial pode normalizar-se, devido ao baixo débito cardíaco decorrente da disfunção sistólica do VE. Os principais fatores de mau prognóstico são uma baixa Fração de Ejeção (FE) e uma classe funcional (NYHA) alta. Doença Coronariana: Has aterosclerose isquemia silenciosa, angina estável, angina instável, IAM, morte súbita SCA ICC Doença Cerebrovascular Nefropatia Hipertensiva: Pcts com HAS podem ter Arterioloesclerose hialina nas arteríolas aferentes renais, o que denominamos nefroesclerose hipertensiva (ou arterioloesclerose hipertensiva). Sinais: microalbuminúria (excreção de albumina em 24h entre 30-300 mg). Retinopatia Hipertensiva: Exame: fundoscopia Seu comprometimento pela hipertensão “espelha” o acometimento vascular de outros órgãos (ex.: cérebro, rins) Estadiamento: Grau 1: Estreitamento arteriolar; Grau 2: Cruzamento arteriovenoso patológico; Grau 3: Hemorragias e/ou exsudatos retinianos; Grau 4: Papiledema. OBS: Grau 1 e 2 = remodelamento vascular Grau 3 e 4 = hipertensão acelerada maligna (HAM) HIPERTENSÃO SECUNDÁRIA: DOENÇAS PARENQUIMATOSAS RENAIS (principal causa): 85% dos nefropatas com creatinina plasmática > 1,5 mg/dl ou clearance de creatinina < 50 ml/min são hipertensos. Glomerulopatias principais: diabética e a glomeruloesclerose focal e segmentar idiopática. Outras nefropatias: doença renal policística, pielonefrite crônica unilateral. Mecanismo fisiopatológico: sobrecarga de volume e maior ativação do SRAA.
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