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AVALIAÇÃO E CRITÉRIOS DE NORMALIDADE DO CRESCIMENTO DO RECÉM-NASCIDO AO ADOLESCENTE

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AVALIAÇÃO E CRITÉRIOS DE NORMALIDADE DO CRESCIMENTO DO RECÉM-NASCIDO AO ADOLESCENTE 
Por muito tempo a criança foi vista apenas como mão de obra barata, não recebendo os cuidados necessários para o 
seu bom desenvolvimento. Por esse motivo, não há muitos registros de como era o crescimento das crianças 
antigamente, o que torna a contribuição do Conde de Montebeillard tão importante. 
✓ Curva de Crescimento do Filho do Conde de Montebeillard (1700): acompanhou o crescimento de seu filho 
do nascimento aos 18 anos, montando uma curva de crescimento longitudinal. 
Passaram-se séculos e o que o conde fez é usado até hoje, mostrando que o padrão de crescimento de uma criança 
saudável do século XVIII reflete-se na curva de crescimento de uma criança no século XXI. 
→ AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO 
O crescimento é o ganho de tamanho por deposição tecidual. Há diversos fatores que levam um indivíduo a crescer 
mais ou menos do que o esperado, tornando este um processo muito complexo e multifatorial (interação genética-
ambiental). 
Apesar dessa complexidade o crescimento é altamente previsível. Crianças que crescem em ambientes adequados 
de temperatura e pressão apresentam um mesmo padrão de crescimento. Se uma criança não está crescendo de 
forma previsível o pediatra logo desconfiará que pode haver alguma comorbidade interferindo nesse processo. O 
desvio do padrão de crescimento pode ser indicativo da presença de uma doença. 
 É importante lembrar que o crescimento e o amadurecimento de órgãos e sistemas ocorre em tempos variados, 
ou seja, alguns sistemas amadurecem antes do que outros. 
Essa é uma curva clássica (slide 4) que mostra a percentagem de crescimento de partes de uma criança. A criança 
atinge a circunferência da cabeça de uma pessoa adulta por volta dos três anos de idade. Dado que nos mostra que 
o crescimento do encéfalo e da cabeça ocorre bem antes do que o crescimento da estatura, por exemplo. 
Por outro lado, o tecido linfoide vai regredindo de tamanho conforme o crescimento da criança. 
✓ Para medir a situação de saúde em uma comunidade isolada, por exemplo, é levado em consideração o peso 
e a altura das crianças para saber se estão seguindo o padrão normal. 
A avaliação de crescimento começa na fase intraútero, através da utilização das medidas maternas: altura uterina 
e circunferência abdominal. Além dessas medidas, a mais realizada é a ultrassonografia, componente fundamental 
do pré-natal; avalia o tamanho, forma e peso do feto. 
A medida de peso e comprimento/altura é fundamental. Para isso é utilizada a ANTROPOMETRIA: conjunto de 
técnicas utilizadas para medir o corpo humano ou suas partes; é o ato de tomar a medida do corpo ou região. 
As medidas devem ser precisas e para isso é preciso três condições básicas: o aparelho de medição deve ser 
adequado e calibrado, o profissional deve ser treinado para tal, a técnica precisa ser a mais correta possível. 
CRIANÇAS MENORES DE DOIS ANOS: 
Em crianças menores de dois anos é medido o COMPRIMENTO, porque elas ainda não se sustentam em pé. Para isso 
a criança deve estar deitada, sem roupas ou fralda e com as pernas completamente estendidas. 
✓ Plano de Frankfurt: para verificar se a cabeça do lactente está em posição neutra durante a medição do 
comprimento → se traçar uma linha imaginária a partir do limite inferior da órbita até o limite superior do 
conduto auditivo externo, essa linha deve descer reto e cruzar em noventa graus com o anteparo do 
medidor. 
Para verificar o PESO da criança, ela deve estar sem roupas ou fralda e a balança precisa estar calibrada e em uma 
superfície rígida e plana. Idealmente a balança deve estar em um plano único, porque uma pequena mudança pode 
alterar o resultado. 
 
 
✓ Para medir o comprimento de crianças menores de dois anos (lactentes), é usado um estadiômetro com 
uma parte móvel e outra rígida. Uma profissional ou a mãe deve deitar o lactente com a cabeça posicionada 
de forma neutra encaixada na parte rígida do estadiômetro, então, o profissional deve manter as pernas da 
criança estendidas e pés formando 90° graus e aproximar a parte móvel do estadiômetro para fazer a 
medida. 
Além disso, medir o perímetro craniano e torácico com o uso de uma fita métrica inextensível (rígida) faz parte da 
antropometria. 
Perímetro craniano: a fita deverá estar posicionada na glabela e passar acima da orelha sem encostar nela, passar 
pela protuberância occipital posterior, a mais distante possível, contornando a cabeça até retornar ao início da fita 
posicionada na glabela. 
Perímetro torácico: a fita deverá contornar o tórax do mamilo ao ângulo inferior da escápula retornando ao 
mamilo. 
CRIANÇAS MAIORES DE DOIS ANOS: 
Em crianças maiores de dois anos é medida a ESTATURA, porque elas já se sustentam em pé. A criança deve estar 
descalça e em posição ereta, com a região occipital, torácica, nádegas, fossa poplítea e calcanhares juntos e todos 
encostados no estadiômetro fixo na parede. 
✓ O melhor estadiômetro é aquele fixo na parede. O ideal na clínica é medir três vezes seguidas para 
confirmar o comprimento/estatura e, havendo diferença nas medidas obtidas, fazer uma média aritmética 
do valor. É muito importante seguir essas recomendações à risca, porque qualquer diferença mínima pode 
fazer grande diferença futuramente na escala de velocidade de crescimento dessa criança. 
Para verificar o PESO da criança, ela deve estar em trajes mínimos (meninos de cueca e meninas de calcinha e sutiã), 
não pode estar de meia ou adornos. Os cuidados com a balança seguem os mesmos critérios que para crianças 
lactentes. 
✓ Crianças maiores de dois anos corresponde ao grupo pré-escolar, escolar e adolescentes. 
→ CRITÉRIOS DE NORMALIDADE DO CRESCIMENTO 
Os valores de peso e comprimento, peso e estatura, perímetro craniano e torácico são comparados ao padrão 
populacional para saber se a criança em questão está dentro dos padrões de normalidade para sua idade. 
Percentil: é um dado de medida de posição relativa do indivíduo em relação a todos os outros de uma amostra. 
✓ EXEMPLO: 50 th equivale a 50 percentis → se em um grupo de 100 crianças posicionarmos elas em ordem 
decrescente pelo tamanho de sua cabeça, ao chegar no percentil 50 pode-se dizer que há 50 cabeças 
maiores e 50 cabeças menores. É uma medida muito semelhante à média e mediana. 
Velocidade de crescimento: é o número em centímetros que o indivíduo cresceu, em estatura ou comprimento, em 
um ano. Isso equivale à velocidade de crescimento real; quando se extrapola a faixa significa que acorreu em menos 
tempo, o que não é normal. 
✓ Como já dito, o encéfalo cresce rapidamente e, observando curvas de crescimento de perímetro craniano de 
meninas e meninos, foi possível perceber que meninas possuem um encéfalo naturalmente menor e menos 
pesado do que dos meninos. 
CRESCIMENTO INTRAUTERINO: 
A avaliação da velocidade de crescimento começa na fase intrauterina e apresenta grandes variações, a depender 
das condições intrauterinas: estado nutricional materno, idade materna (quanto mais velha a mãe menor será a 
criança), tamanho materno, gestações múltiplas, tempo entre gestações, idade gestacional, sexo do bebê 
(meninos costumam ser mais pesados), ordem de nascimento (mais velhos tendem a ser maiores) e uso de drogas. 
 
 
✓ A média de crescimento é de 1,2 a 1,5 cm por semana; no meio da gestação é de 2,5 cm por semana; ao 
final da gestação a média de crescimento é de 0,5 cm por semana, visto que nessa fase o ganho de peso é 
maior do que o crescimento. 
LACTENTE: 
Alguns fatores ambientais são determinantes na velocidade de crescimento dos lactentes (menores de dois anos): 
saneamento básico, higiene, nível socioeconômico. 
Durante o primeiro semestre de vida da criança a velocidade de crescimento é muito elevada, tendendo a diminuir 
gradualmente depois desse pico. 
COMPRIMENTO PESO 
Primeiros seis meses: 15 cm (30 cm/ano) 1° trimestre: 25 – 30g/d 
2° trimestre: 20 – 25 g/d 
Segundo semestre: 10 cm (20 cm/ano) 3° trimestre: 15 – 20 g/d 
Segundo ano: 10 cm 4° trimestre: 10 – 15 g/d 
 
✓ IMPORTANTE: uma criança do 4° ao 6° mês de vida DOBRA o peso, com um ano de idade ela TRIPLICA o 
peso. Após o segundo ou terceiro ano de vida o crescimento se torna mais lento. 
CRIANÇAS PRÉ-PÚBERES: 
A partir dos três ou quatro anos o crescimento da criança se torna estável: 5 a 7 cm por ano. Nesse período os 
fatores ambientais deixam de ser determinantes, dando lugar aos fatores genéticos e hormonais. 
Há uma fórmula pela qual é possível prever a altura que a criança atingirá na vida adulta: Canal Familiar. 
Meninas = EPai + EMãe – 13 (±9) Meninos = EPai + EMãe +13 (±10) 
 2 2 
FASE PUBERAL: 
Nessa fase é observado um novo estirão de crescimento. Esse crescimento é mais precoce nas meninas (mais 
intenso, mais curto, menos amplo e termina mais cedo) e mais tardio nos meninos (maior, mais amplo, inicia e 
termina mais tardiamente). A ação dos hormônios esteroides e GH são fundamentais nesse processo. 
FASE FINAL DA PUBERDADE: 
Ao final da puberdade o crescimento se torna bem lento, sendo cerca de 1 – 1,5 cm por anos por três anos para os 
meninos e por dois anos para as meninas e, então, o indivíduo atinge sua altura final. 
ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC): 
O IMC é usado calculado para verificar se a criança está dentro da curva de normalidade de peso para sua idade, 
sendo muito importante hoje em dia visto que o índice de obesidade infantil tem aumentado muito. 
IMC = peso (kg) 
 estatura 2 (m) 
✓ Baixa estatura: abaixo do percentil 3 ou menor que 2 desvios padrões. Alta estatura: acima do percentil 97 
ou maior que 2 desvios padrões. Uma redução ou aceleração importante na velocidade de crescimento 
indica a presença de doença.

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