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1 SEPARAÇÃO AMOROSA VIVENCIADA PELA MULHER NA MEIA IDADE - Abordagem Junguiana - Nágila Maria Labella Telles¹, Márcia Gagliardi² ¹Discente do Centro Universitário Sudoeste Paulista em Psicologia, ²Docente do Centro Universitário Sudoeste Paulista. Endereço eletrônico: nagilalabella@gmail.com RESUMO O presente artigo tem como objetivo compreender a experiência da separação amorosa em mulheres de meia idade e a seu processo de individuação no enfoque da Psicologia Analítica. Na compreensão dos dados foram utilizados para este artigo o desenvolvimento psicológico da mulher dando ênfase aos três estágios do desenvolvimento psicológico da mulher na meia idade, a ocupação da mulher em nossa cultura, o relacionamento amoroso e a coniunctio, separação e luto, separatio e mortificatio. A partir dos artigos levantados observou-se que a separação amorosa na mulher de meia idade é constituída por uma grande diversidade de experiências em relação à perda, como sentimento de tristeza, solidão, desamparo, raiva, desejos de vingança, sensação de vazio, desorganização e sensação de perda de identidade no relacionamento anterior ou em decorrência da separação. Palavra-chave: Mulheres; Individuação (Psicologia); Separação conjugal; Psicologia Junguiana. LOVING SEPARATION BY WOMEN AT MIDDLE AGE - Jungian Approach - ABSTRACT This article aims to understand the experience of loving separation in middle - aged women related to their individuation process in the approach of Analytical Psychology. In the understanding of the data was used for this article the psychological development of women, the three stages of the psychological development of women in middle age, the occupation of women in our culture, the love relationship and coniunctio, separation and mourning separatio and mortificatio, look analytic in the separation of love. From the collected articles it was observed that the separation of love in the middle-aged woman has a great diversity of experiences in relation to the loss as feelings of sadness, loneliness, helplessness, anger, desires of revenge, feeling of emptiness, disorganization and sensation of loss of identity in the previous relationship or due to separation. Keywords: Women; Individuation (Psychology); Marital separation; Jungian Psychology. INTRODUÇÃO O presente artigo tem como objetivo compreender a experiência da separação amorosa em mulheres de meia idade relacionada ao seu processo de individuação no enfoque da 2 Psicologia Analítica. Em decorrência do objetivo acima citado pretende-se também elucidar como serão as implicações psicológicas na mulher de meia idade em situação de perda afetiva. Este artigo ressalta a perda amorosa e sua dor, dá voz à experiência de separação vivida por mulheres de meia idade, vem enunciar mágoas e tristezas, traz também a busca de cicatrização de feridas deixadas pela separação. A separação vivenciada na mulher de meia idade, ou seja, separação amorosa é o tema central deste. Não que os homens não sofram e muito com a perda amorosa, ou de maneira geral com problemas na esfera amorosa. Aliás, esta é uma questão que vem trazer intriga: haveria alguma diferença entre a forma feminina de vivenciar a separação amorosa? Aprofundar-se nesta questão em relação à separação é um território explorado pela Psicologia Analítica, e, seguindo pistas e atalhos valiosos indicados pela teoria Junguiana, podemos enriquecer este artigo. A questão amorosa e a separação sempre foram temas presentes no processo de individuação. Nesta fase, quando se enfrenta as rupturas ou crises amorosas, percebe-se que essa vivência traz uma ausência de Eros, que poderá vir ajudar para uma contribuição no desenvolvimento e amadurecimento da mulher na meia idade. Apesar do sofrimento ou pela dor de ter que seguir as terras destruídas sem a luz do deus do amor, certa mudança estará em movimento, como diz Cowan (2007, p. 176): “O processo de individuação não cessa quando Eros vai embora, apenas ocorre de outra forma”. A evolução da personalidade se dá ao longo da vida, porém em específico na meia idade, em torno dos quarenta anos, existe um pedido, um “desígnio” do Self para a totalidade, para a transformação do si mesmo à medida que se é um sujeito distinto, o que compõe e atribui função à individuação. Nesta fase da vida geralmente ocorre uma crise, uma sensação de descontentamento e vazio. Algumas vezes o “divisor de águas” é aquele momento em que se precisa tomar uma decisão que vai mudar a vida dali para frente, podendo incitar a busca para novos significados (PARISI, 2009). A partir deste esclarecimento, espera-se cooperar com formas de ajuda para que estas mulheres possam compreender e decidir quanto a manter ou não uma separação amorosa, podendo também analisar as dificuldades sentidas na mesma, que podem ser entre elas citadas segundo Parisi (2009) as implicações psicológicas, ou seja, quando as emoções e afetividades estão relacionadas à separação amorosa gerando insegurança, sentimentos de depressão, angústia intensa e mudanças constantes do humor no período da vivência da mesma. Para algumas mulheres, o pensamento de que um dia será encontrada a pessoa ideal para a sua vida é o sonho concretizado da donzela com o príncipe encantado. Esse pensamento as remete à própria infância, na ideia da perfeição dos pais, onde a vivência de amor era presente 3 e os sentimentos de alegria como: bem-estar, satisfação, realização, esperança, prazer e muitos valores eram vivenciados. Ou então, pela falta de toda essa experiência, esperam conseguir com a escolha de um parceiro, a vivência desejada. Aos quarenta ou cinquenta anos, há um razoável repertório de experiências amorosas, de opções feitas e de todo um percurso já trilhado (PARISI, 2009). A separação pode ter vindo no “conjunto” da crise da meia idade produzindo um colorido modificado aos interrogatórios inerentes desta fase ou salientando a sensação de fracasso e de confusão. Entretanto este assunto pode contribuir para oferecer um ensejo de um verdadeiro encontro interior, por meio da confrontação com os conteúdos inconscientes e de uma entrega consciente do Ego ao Self (PARISI, 2009). A maioria das mulheres que estão na meia idade presenciou ou foram responsáveis pelas transformações dos anos anteriores que designaram incontáveis perspectivas de transformação e reestruturaram as relações de gênero, refletidas nas mudanças de relações familiares e amorosas. Segundo Parisi (2009), os números de divórcios e separações é considerado alto, mas, mesmo assim, os casais não deixam de se unir garantindo permanecer juntos até a morte, e mesmo após a separação, muitas vezes formam-se novas uniões. Vivemos em uma época de passagem em que os modelos patriarcais encontram-se abdicados, uma vez que já não respeitam às imposições coletivas de concretização e ampliação da consciência. No entanto ainda não há uma nitidez sobre quais serão as novas formas de relações entre homens e mulheres. É um período de dúvidas e desafios, e também de novas oportunidades criativas (PARISI, 2009). Diante das mudanças na conduta amorosa ressaltadas nos dias de hoje e as atuais conquistas das mulheres em períodos de conhecimento e de realização pessoal, qual o significado do rompimento amoroso no processo de individuação da mulher de meia idade? Ou seja, “A experiência dolorosa pode ser transformadora e favorece a individuação na mulher na meia idade?” Estas foram algumas das questões que conduziram este artigo. METODOLOGIA Foram analisados artigos científicos com levantamentos dos periódicos nas bases de dados Scielo, (banco de dados bibliográficos, biblioteca digital de periódicos científico- brasileiros), Lilacs (um site importante e abrangente índice da literatura científica da América latina), Google Acadêmico e tambémlivros referentes à Psicologia Analítica. Realizou-se buscas de artigos através das palavras chaves: mulheres na meia idade; individuação (Psicologia Analítica); separação conjugal; psicologia junguiana. A abordagem 4 para este artigo foi Analítica Junguiana e os conceitos utilizados foram: processo de individuação, self, sombra e complexo. O critério de inclusão dos artigos foram os de língua portuguesa. Para a análise dos dados foram agrupados artigos com objetivos semelhantes, sendo encontrados 15 artigos e utilizados apenas 03. Também consultados 22 livros, sendo todos utilizados, tanto para a elaboração deste texto como para elucidação dos conceitos propostos pela abordagem referida. 1. O DESENVOLVIMENTO PSICOLÓGICO DA MULHER Parisi (2009) considera a separação amorosa dificultosa para as mulheres na meia idade, dado seu instinto em resolver problemas nas suas relações pessoais. Uma trajetória provável para analisar essas questões que promovem algumas controvérsias é explorando o processo psicológico da mulher em sua particularidade. Neumann (2000), analista pós junguiano, investigou referenciais mitológicos para conceituar o feminino e a mulher, e abordou algumas obras originais de Jung relacionadas à mulher, consideradas preconceituosas e frutos da visão de sua época. Em sua obra, publicada em 1953, “Os estágios psicológicos do desenvolvimento da mulher”, Neumann (2000) discorre sobre os fatores para o desenvolvimento do processo psicológico da mulher distinguindo-o daquele pelo qual perpassa o homem. E no livro “História da origem da consciência” (1990) explanou os estágios arquetípicos do desenvolvimento do ego por meio dos mitos, fundamentando-se no princípio de que a consciência individual se desenvolve percorrendo os mesmos estágios que motivaram a evolução da consciência da humanidade. Vale ressaltar que o próprio Jung viveu a transição da meia idade como um momento de transformação intensa, chamando-o de “confronto com o inconsciente" e conceituou seus níveis e estágios em um de seus trabalhos psicológicos definitivos (1961). 1.1 OS TRÊS ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO PSICOLÓGICO DA MULHER Para Neumann (2000) existem três estágios do desenvolvimento psicológico da mulher. O primeiro estágio se refere tanto ao desenvolvimento do feminino quanto do masculino, não havendo separação mãe-filho (a), estágio este representado pelo uroboro (a serpente que come a própria cauda) onde se pode falar que a criança está contida no uroboro materno ou na Grande Mãe. 5 O segundo estágio é chamado de uroboro paterno ou patriarcal. Na mulher, esta fase é marcada pela experiência de ser dominada e penetrada, porém sem que haja projeção em um homem concreto é percebida de modo impessoal e anônimo. Com o aparecimento do uroboro paterno, forças interiores inconscientes irrompem na personalidade, “Porque o poder do inconsciente penetra e domina a mulher e a experiência como algo masculino que a fascina, a toma, a permeia e conduz para além de si mesma” (NEUMANN, 2000, p. 20). Se a mulher continuar presa neste estágio, ela pode estar atrelada ao espírito-pai, deslumbrada pelo espírito masculino (filha do eterno pai), tornando-se um refúgio da projeção da anima do homem (como sua inspiradora) ou refugiando-se num mundo de fantasias (NEUMANN, 2000, p. 20). No terceiro estágio, fase do patriarcado, a figura do herói masculino que libera a donzela do uroboro patriarcal, é a imagem mitológica que simboliza a passagem para esta fase. Se antes o masculino era impessoal e anônimo, agora surge de forma pessoal, uma energia externa e interna na mulher, em geral sendo projetado em um homem real. O risco para a mulher nesta fase é a perda do Self, da essência feminina, a passagem para o patriarcado levando a uma identidade parcial da menina com o lado masculino, possibilitando o aumento de uma pseudo masculinidade. Segundo o autor, este estágio é experienciado no casamento patriarcal, no qual a consciência da mulher é simplesmente feminina e a do homem é unicamente masculina, indicando uma simbiose como a coluna vertebral da cultura patriarcal. (NEUMANN, 2000, p. 20). O estágio mais importante é onde ocorre o desenvolvimento do feminino, apresentando a psicologia do encontro e a descoberta do Self, configurando conflitos característicos da individuação (NEUMANN, 2000, p.20). Neste mesmo sentido Neumann (2000) destaca que nesta fase, com a descoberta que a mulher faz de si mesma, é comum acontecer uma crise no casamento, principalmente quando este foi patriarcal. O autor salienta que este tipo de casamento funciona como uma solução coletiva em que os parceiros se juntam de forma simbiótica, com uma divisão de papéis que demonstram uma polarização de masculino e feminino na consciência e na contenção das partes contrassexuais da psique. 1.2 OS COMPLEXOS Kast (1997) também aponta uma contribuição estimada para a abrangência do desenvolvimento psicológico da mulher a partir dos complexos parentais. Os complexos 6 elucidam muitos dos conflitos e empecilhos deparados nos relacionamentos, encarando a vida psíquica do casal com reações emocionais desproporcionais ou distorcidas em relação ao que de fato ocorreu. Assim é definido complexo na Psicologia Analítica: É a imagem de uma determinada situação psíquica de forte carga emocional e, além disso, inconsciente com disposições ou atitude habitual da consciência. Esta imagem é dotada de poderosa coerência interior e tem sua totalidade própria e goza de um grau relativamente alto de autonomia [...] com algum esforço de vontade, pode-se em geral reprimir o complexo, mas é impossível negar sua existência, e na primeira ocasião favorável ele volta à tona com toda sua força original. (Jung 2000, p.31) Todos nós apresentamos complexos, ou como afirma Jung (1934-2000), os complexos é que nos tem. Os complexos são constelados por ocasiões situacionais que agem como disparadores de uma reação emocional típica. A pessoa pode perder o controle, se tornar irracional e fazer coisas impensadas. Em sua etiologia costuma existir um trauma ou choque emocional que pode acontecer em qualquer período da vida, porém nas experiências da infância é que são desenvolvidos os complexos que produzem as bases da vida psíquica, os complexos parentais (materno e paterno). Vale ressaltar que em se tratando dos complexos parentais, diz Kast (1997, p.32): Em nossos complexos não se retratam simplesmente pai e mãe com seu comportamento exatamente como eles eram; os complexos parecem ser, antes, uma complicada fusão de algo factualmente experienciado e algo fantasiado, de expectativas frustradas. Na adolescência da menina, Kast (1997) assinala duas vertentes prováveis de socialização, sendo elas: certas meninas já namoram cedo enquanto que outras se voltam ao desenvolvimento intelectual. Em ambas as formas permanecem presentes e conservadas as ligações com o complexo paterno, que surge intercalado com o animus (projetado no namorado ou na vida intelectual). Para esta autora, a dificuldade para as mulheres em nossa sociedade é que não se determina o desligamento do complexo paterno. Em sua visão, a menina pode exercer seu papel social mesmo que não tenha elaborado uma identidade própria, permanecendo submissa na presença de um homem para ter a sensação de ser ela mesma. Mais tarde, pode prosseguir com este tipo de acomodação, concretizando-se no mundo do pai e sempre perpetrando o que é destinado que uma mulher faça (um comportamento característico de complexo paterno positivo). Se não se desprender do complexo paterno e se não lidar com o materno, apresentarão problemas com situações de separação, uma vez que as mulheres não encontraram sua própria identidade. Ela terá que lidar com a mãe e o complexo materno em busca de seu Self: Se não fizer isso, eladepositará na relação com um parceiro para além da projeção das experiências paternas e das expectativas não cumpridas em relação ao pai os 7 problemas maternos pendentes e as expectativas frustradas que ela tinha sobre a mãe (KAST, 1997, p. 24). 1.3 A SOMBRA A sombra é o arquétipo que mais tem influência sobre o Ego. A sombra cresce em oposição contrária ao arquétipo da persona. Normalmente escondemos e distanciamos de nossa consciência e até mesmo das outras pessoas, tudo o que avaliamos ser prejudicial em nós (Jung, 1945). Sentimentos e ideias cruéis, ânsia de poder, impulsos violentos, ações moralmente reprováveis como a separação amorosa em questão, ou até mesmo tudo aquilo que a sociedade ou o meio em que vivemos considera negativo ou inadequado, além de nossas fraquezas, vícios, medos e erros. A sombra é tudo aquilo que precisa ser aprimorado em nós, não desaparece à nossa súplica e nem se dilui com a nossa vontade de fazer o bem, ela entra em nossa vida quanto mais permanecemos alheios à sua existência (PARISI, 2009). A sombra é tudo o que está no nosso inconsciente, esses conteúdos inconscientes reagem de maneira destrutiva por meio das emoções negativas. Segundo Jung, ninguém pode impunemente libertar-se de si mesmo em troca de uma personalidade antinatural. Ao invés de aceitarmos nossos traumas e deficiências, arriscamos conservar a nossa imagem por meio da Persona. Por isso, a sombra é o arquétipo dirigente pela manifestação na consciência de pensamentos, sentimentos e sensações repulsivas e socialmente lamentáveis (1945). 1.4 INDIVIDUAÇÃO E MEIA IDADE O processo de individuação é visto como conceito fundamental na Psicologia Analítica. Jung (1934-1978, p.49) diz que: Individuação significa tornar-se um ser único, na medida em que por individualidade entendemos nossa singularidade mais íntima, última e incomparável, significando também que nos tornamos o nosso próprio si mesmo. Podemos, pois traduzir individuação como “tornar-se si mesmo”. A individuação leva a um aumento da consciência, na qual, o objetivo é a estruturação da personalidade individual. Simboliza uma luta consciente da pessoa para tornar-se aquilo que ela “é”, ou aquilo que ela está decidida a ser, um processo que é impulsionado pelo próprio Self, uma vez que nesta concepção há uma propensão natural e impulsiva da psique para a auto- realização. A imagem de uma semente é ilustrativa, pois contém em si o germe, o potencial para o desenvolvimento futuro. Fala-se em “processo” de individuação, pois na verdade trata- se de um caminho e não de um alvo ou estado alcançado, estático ou concluído. Jung (1946- 1987, p.67) explica que “a meta só importa enquanto ideia; o essencial, porém é o opus (a obra) 8 que conduz à meta, ela dá sentido à vida enquanto dura”. A intenção deste processo é a concretização do Self, ou do Si- mesmo. A estruturação da personalidade se dá ao longo de toda a vida e precisa da relação que o ego constitui com o Self. Como centro da totalidade da psique, o Self continuamente estimula o ego para uma adaptação, seja à realidade exterior na primeira metade da vida, seja à realidade interior, na segunda metade da vida. A crise da meia idade traz para a mulher as confrontações necessárias à coerência de aspectos que acabaram esquecidos e até então separados de sua personalidade, já que o foco na segunda metade da vida precisa ser apontado para esta busca de integralidade da personalidade. Assim sendo, no ponto de vista de Jung, a individuação se dá de forma um tanto especial ou ressaltada na segunda metade da vida (JUNG, 1934-1978). A mulher nessa fase da vida (na meia idade) acaba passando por momentos de difícil aceitação e que poderá colocar em jogo toda a sua vivência. Neste sentido, terá que se confrontar com sentimentos e decepções de um matrimônio terminado e enfrentar um novo sentido para sua vida pessoal e profissional (STEIN, 2007). Ao percorrer o trajeto da separação e admitir a perda do passado, por meio do enterro do antigo self, a alma da mulher liberta-se dos vínculos de um senso de identidade previamente estabelecido (STEIN, 2007). O self é abarcado como ponto central da personalidade, “em torno do qual todos os outros sistemas estão constelados. Ele sustenta esses princípios unidos e dá à personalidade unidade, equilíbrio e estabilidade” (Hall et al., 2000, p. 92). Jung melhor elucida o conceito ao ponderar que: Se imaginarmos a mente consciente com o ego como seu centro, como estando oposto ao inconsciente, e acrescentarmos agora ao nosso quadro mental o processo de assimilar o inconsciente, podemos pensar nessa assimilação como uma espécie de aproximação do consciente e do inconsciente, em que o centro da personalidade total já não coincide com o ego, mas com um ponto médio entre o consciente e o inconsciente. Esse seria o ponto de um novo equilíbrio, um novo centramento da personalidade total, um centro virtual que, devido à sua posição focal entre o consciente e o inconsciente, garante uma fundação nova e mais sólida para a personalidade (Jung, 1945, apud Hall et al., 2000, p. 92). É por essa razão que o arquétipo do self não se torna evidente até que a pessoa tenha atingido a meia idade, já que por volta dessa época, ela começa a fazer um sério esforço para mudar o centro da personalidade do ego consciente para um que se encontre a meio caminho entre a consciência e a inconsciência (Hall et al., 2000). 1.5 A OCUPAÇÃO DA MULHER EM NOSSA CULTURA Segundo Paiva (1989), as mulheres de hoje desempenham todos os afazeres antes 9 cumpridos apenas pelos homens e ainda nutrem todas as suas velhas atribuições e a mesma feminilidade que lhes foi historicamente imposta. A imagem comercializada pela mídia é de mulheres independentes, competentes, bem-sucedidas profissionalmente, bem resolvidas sexualmente, e ainda belas, encantadoras, e sempre jovens. Ao mesmo tempo acredita-se perante a sociedade que seja mãe moderna e esposa amorosa. De tal forma este é o modelo da mulher moderna, o papel confiado a ser bem cumprido, sua nova persona. Neste ponto de vista como é que as mulheres modernas estão se confrontando com suas decepções amorosas e estabelecendo suas escolhas? Qual seria a instigação da individuação constelada na separação amorosa para a mulher na atualidade? 2. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO CASAMENTO Na Grécia antiga o costume era que a mulher tinha que ser dada ao seu marido por seu pai, alicerçado com certo número de bens materiais (ZAIDMAN, 1990). Em Roma, o casamento era um rito reservado aos cidadãos, um acordo de dotes e não de casamento; não escrito, era uma ocasião de fato que institui eficácias de direito (VEYNE, 1991). Na Idade Média, o casamento exerce uma magnitude fundamental como meio de concepção e proteção das composições de poder e propriedade. Especialmente nas classes abrangidas aos adolescentes e especialmente às moças, não se admitia a escolha de seus cônjuges. Esse costume era esquematizado pelas gerações mais velhas. (OPITZ 1990, p.366). A sociedade atual recebe com mais clareza tanto as separações como os recasamentos, não hostiliza mais as mulheres separadas ou os filhos de pais separados como antigamente. Segundo Ramos (2003, p.66) a ideia do “descartável” corrompeu a vida de relação e os casais de hoje têm menos compreensão para estabelecer um relacionamento pouco a pouco: “A separação passou a ser apresentada como uma saída natural para um relacionamento conflituoso e desgastado”. “Casamento é uma relação para ser vivida, onde cada cônjuge deve estar disponível para a manutenção da relação, por meio do diálogo e da confiança”. Cônjuge é aquele que irá conjugar os verbos, as ações da vida psíquica, biológica, social, espiritual, profissional e social com o seu/sua parceiro/a, em todosos tempos e modos. Devido à falta de autoconhecimento, acabamos buscando em nossos parceiros as compensações ou complementações das nossas dificuldades, o que pode gerar decepções ou paralisias futuras. Onde confiança equivale ao fiar com, ou seja, tecer a trama do viver juntos, numa parceria em direção à realização existencial de cada um (FILHO, 2015). 10 2.1 A DIMENSÃO AMOROSA Segundo Di Yorio (1996) a afinidade matrimonial pode ser avaliada como sendo uma das passagens favoráveis ao processo de individuação, manifestação da experiência de união dos opostos. O que é vivenciado no palco do relacionamento amoroso é uma extrema grandeza de poder, ou seja, uma transformação relevante na vida dos cônjuges envolvidos, por meio das crises, separações, conflitos e até mesmo das vicissitudes da vida rotineira do relacionamento. Segundo Carotenuto (1994, p.19), o amor “revela a mulher a si mesma”, já que está só conhece a sua verdadeira natureza no momento em que está enamorada. Uma imagem arquetípica que representa o matrimônio dos divergentes é o casamento sagrado ou hierosgamos, matrimônio sagrado que acontece no indivíduo consigo mesmo. Esse rito matrimonial também passa por várias etapas, sendo eles os níveis de influência mútua: interpessoal, intrapessoal ou intrapsíquico e transpessoal. Corbett (1990, p.102) descreve o casamento sagrado: Esse ritual religioso, como muitos outros, baseava-se numa necessidade psicológica. Uma dimensão espiritual da vida era projetada para fora e concretizada na representação da união sagrada. Dois elementos, masculino e feminino, uniam-se na presença de um terceiro, o divino. A necessidade psicológica simbolizada pelo matrimônio sagrado é o movimento da psique em direção à totalidade (...). Psicologicamente o casamento sagrado simboliza a união dos opostos. É a aproximação, em igualdade de status, do princípio masculino e do feminino, a conjugação da consciência e do inconsciente, do espírito e da matéria. É o processo místico através do qual elemento desconectado reúne-se para formar um todo. No casamento sagrado ocorre a alquimia que corresponde à operação coniunctio, que é o ponto favorável do opus. Todavia há de se saber que o simbolismo da alquimia fez parte da vida de Jung, pois o mesmo representa o processo de individuação. Jung (1946-1987, p.38) fala sobre o simbolismo da expressão coniunctio: O papel fundamental que a alquimia atribui à ideia do matrimônio místico não nos surpreenderá, se atentarmos para o seguinte: a expressão coniunctio usada frequentemente para designá-la significa, antes de qualquer coisa, aquilo que hoje chamamos de ligação química e aquilo que atrai os corpos a serem ligados entre si e hoje é chamado afinidade. Antigamente, porém, eram usados os termos mais variados, todos eles com uma conotação de relação humana e, em especial, erótica, como nuptiae (núpcias), matrimonium e coniugium (matrimônio), amicitia (amizade), attractio (atração) e adulatio (adulação). Jung (1925-1976) conceitua que somente se pode dizer sobre um relacionamento individual, ou de uma verdadeira relação psicológica no casamento, se os cônjuges admitirem as razões espontâneas e inconscientes que os ligaram. Até este ponto, Jung afirma, há uma 11 identidade inconsciente entre o casal. Em sua avaliação, raramente um casamento evolui para uma relação individual sem crises amorosas na meia idade. 2.2 SEPARAÇÃO E LUTO SEPARATIO E MORTIFICATIO É de extrema importância ressaltar a temática da separação amorosa referente ao processo de luto. Estatísticas recentes mostram que o número de divórcios no Brasil aumentou. No ano passado, foram registradas 344.000 separações no país pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Um balanço feito com dados do instituto entre 1984 e 2016 aponta ainda que o número de dissoluções disparou com o passar dos anos. Em 1984, elas representavam cerca de 10% do universo de casamentos, com 93.300 divórcios. Essa correlação saltou para 31,4% em 2016 – com 1,1 milhão de matrimônios e 344.000 separações (IBGE 2017). Carotenuto (1994) ressalta o estilo romântico do fenômeno do conhecimento amoroso avaliando sobre suas ambiguidades e paradoxos. Expõe a sofrência após a rompedura de uma relação amorosa como uma desestruturação e como enfraquecimento de uma constituição psicológica que tinha sido pouco a pouco construída. Este mesmo autor garante que qualquer outra perda pode extinguir uma pessoa com o fim da relação amorosa, já que a mulher se sente viva e verdadeira. Para este autor, a dor mais profunda que uma mulher sofre continuamente está inserida no mundo das paixões. As penas de amor ou o sofrimento da separação amorosa sempre envolvem intensamente a mulher inteira, que fica submetida às ausências, à separação e à perda. [...] o outro, que dividiu conosco a nossa experiência e agora vai embora, não pode deixar-nos verdadeiramente, porque o que construímos faz agora parte das nossas almas, como dois líquidos que se uniram e depois se separam devem necessariamente cada um trazer moléculas do outro. Isso não impede que o “rasgo” seja duro de aceitar, porque não é fácil de compreender; e então quem abandona é oprimido pela culpa, e quem é deixado é arrasado pela destruição (CAROTENUTO, 1994, p.131). A separação amorosa permanece integrada à representação do processo alquímico separatio que, através de vários procedimentos, realiza o afastamento dos elementos antes associados na prima matéria. No sentido psicológico, a separação amorosa para a mulher, caracteriza a separação entre o indivíduo e objeto, entre o eu e o não eu, um desenvolvimento de distinção entre os opostos, fundamental ao ego em sua ampliação. A separatio está conectada ao simbolismo da mortificatio; pode ser conhecida como morte. É importante assinalar que a separatio é ponderada, um procedimento mediador, um quesito para a coniunctio superior. A separatio é percebida como um procedimento de acrisolamento e deve anteceder a coniunctio. O luto muitas vezes é demarcado como um revide característico à perda de um objeto estimado seja o homem amado, o emprego, o status, a casa, os pais, o ideal, e até mesmo parte do corpo. 12 É diversificado de pessoa para pessoa em intensidade e estabilidade dependendo do argumento, modelo de apego, grau de vulnerabilidade e da condição de vínculo com o antes existente (CASELATTO, 2005). Kovács (1992) explica as quatro etapas do processo do luto. A primeira, é de choque, que pode aparecer por meio de desesperança, ira e até desequilíbrio, e dura de horas até semanas. A segunda é a de procura do ser perdido sendo que nesta fase temos dois métodos contraditórios: a convicção da perda e a expectativa do reencontro. Pode surgir sensação de raiva bem como a pessoa sente que é culpada pela morte do outro ou pela frustração da procura inútil. A terceira fase é a de desordem e desesperança quando a perda já é percebida como fato, sendo que aqui pode aparecer a depressão reativa ou a depressão patológica. A quarta fase é a de uma nova estruturação, que se consuma a aceitação da perda absoluta e a comprovação de que uma nova vida necessita ser começada. A dor amorosa vivida na separação constela o processo de luto e de viagem ao mundo inferior com maior ou menor intensidade. É uma experiência de morte, de algo muito significativo que foi irremediavelmente perdido, de sonhos que se desintegraram estando presentes a sensação de fracasso e culpa, podendo caracterizar um estado depressivo. Neste estado somos tragados para um mundo interior árido e sem perspectivas (PARISI, 2009, p.57). 3. OLHAR ANALÍTICO NA SEPARAÇÃO AMOROSA A análise simbólica vivida pela mulher nas suas relações arquetípicas de inibição que envolvem a morte e o renascimento contribuem em nosso estudo para a vivênciada separação em seu processo de individuação. A separação amorosa continuamente constitui questões presentes no processo de individuação. A vivência dessa experiência levará a mulher a uma descida ao mundo interno e sombrio, podendo ser transformador, se assim conseguir estabelecer uma conexão com o seu interior mais profundo o “Self”. Porém, se houver uma entrega consciente do ego ao processo, estará vivendo o luto pela perda da separação até o fim ou pelo tempo que será necessário (NEUMANN, 1990). CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo deste artigo foi a compreensão, sob o enfoque da Psicologia Analítica, da separação amorosa para as mulheres na meia idade particularmente no que diz respeito a seu processo de individuação. O tema estudado não foi esgotado, já que não seria viável, dada sua abrangência e profundidade. Entretanto, este artigo permitiu abertura para novos questionamentos e reflexões 13 tanto a respeito dos conteúdos mobilizados pela separação amorosa bem como a decorrência articulada ao processo de individuação feminina. O primeiro ponto observado na compreensão da separação amorosa seria identificar como a mulher na meia idade vivencia o processo de individuação daí advindo, pois a mulher expressa sentimentos diversos ao vivenciar o abandono do cônjuge tais como: ira, sentimento de traição e injustiça, culpando o companheiro, já que a separação amorosa pode ter ocorrido por consequência à dinâmica do próprio relacionamento. Pode-se compreender a separação amorosa, elaborando a experiência e transformando a parte de um todo em significado. A sensação, para a mulher, é a de ter sido deixada. Quanto a deixar o outro, parece comportar intensidades diferentes. Porém, a escolha ou não pela ruptura do vínculo amoroso, não parece ser garantia ou segurança de que a separação possa estar resolvida ou elaborada, a não ser no caso em que a decisão é tomada por ambas as partes. A separação amorosa pode vir a denunciar de um lado, aspectos importantes da personalidade que tinham sido negligenciados ou permanecidos subutilizados durante o casamento e de outro lado à perda do “eu”, que pode ser sentida normalmente no processo de desorganização vivenciado com a ruptura do vínculo amoroso. É relevante citar a projeção (mecanismo inconsciente) que a mulher pode fazer em relação ao seu parceiro, e assim, projeção se torna um dos atalhos tomados pela mulher para que se permita avançar na análise da sensação de perda de identidade. O sentimento de perda está relacionado normalmente ao que foi idealizado no parceiro e no vínculo conjugal, existindo ainda as possibilidades de vários conteúdos psíquicos que podem estar sendo depositados no parceiro, já que a sensação que essa mulher possui geralmente, é que falta uma parte de si mesma, pois a perda do relacionamento amoroso é característica de uma projeção que ainda não foi recolhida e reintegrada. Neste sentido quando a relação acaba, os conteúdos que estavam aprisionados pela projeção ou até mesmo reprimidos pela necessidade de adaptação, começam a ser reconhecidos e surgem questões do tipo: “E agora quem sou eu”? “Aquela minha parte tão importante onde foi está”? O símbolo da coniunctio, “o nós”, é projetado na união: são as idealizações e desejos, que foram planejados e transferidos na parceria. Quando se perde “o nós” que ainda está preso àquele relacionamento, perde-se a afinidade com o outro interior e com o simbolismo da coniunctio, da união dos opostos que era amadurecida concretamente na parceria e a solidão vivenciada profundamente nessa dinâmica, perde o vínculo com o Self. Neste artigo observou-se que a união estabelecida no casamento que demanda sempre alguma parcela de submissão mútua, pode ter sido baseada numa simbiose em grau maior ou 14 menor. Assim sendo foi vivida de modo a não aceitar as fases de afastamento naturais ao relacionamento amoroso, podendo haver impedição para a individuação. Para a mulher na meia idade, a experiência de ter sido traída ativou a ira vingativa que clama por justiça, a raiva pode ser saudável e fundamental para o fortalecimento do ego em um primeiro momento, dentro do processo do luto pela perda. Neste funcionamento da elaboração do luto pela perda podemos observar que o perdão, que poderia ser transformador, é inatingível, uma vez que a libertação da raiva procura assumir a responsabilidade pela própria individuação, saindo do conforto visível que a vitimização proporciona, a projeção do papel de vilão no parceiro. Desta forma a separação amorosa pode apresentar modalidades bem menos estarrecedoras do que há algumas décadas atrás, uma vez que a mulher de hoje pode potencializar outras formas de individuação distintas do modelo tradicional de casamento. No caminho trilhado para este artigo foi indispensável investigar as terras sombrias do mundo inferior constelados pela experiência do luto, experienciar as fases de nigredo e mortificatio que representam a sombra, a indiferenciação e a morte que estão associadas na depressão e ao sentimento de fracasso, à capacidade da mulher de afirmar sua essência e fazer ela mesma as suas escolhas, são de alguma forma os desafios da individuação na vivenciada separação amorosa. Essa mesma capacidade de fazer escolhas pode estar associada ao simbolismo da separatio, que está acometida na discriminação e saída do estado simbiótico e inconsciência. A separação amorosa pode ocorrer a favor de um desenvolvimento pessoal ao romper a união conjugal que impede a individuação, porém a separação amorosa também pode ser o meio defensivo encontrado para impedir a transformação no relacionamento que pode propiciar a individuação, já que, várias vezes, o desejo de separação culminado pelo parceiro é o símbolo de uma importante formulação da união e nem sempre será necessário ser realizado de fato. O mecanismo inconsciente pode perpetuar o luto não elaborado e também estagnar o desenvolvimento; o abandono contínuo, como sensação de uma sentença e condenação de fracasso e de incapacidade; a raiva pode reter a mulher na posição de vítima injustiçada; forças que a mulher enfrenta no sentido construtivo e curativo da psique por meio da aceitação e do respeito pela dor vivenciada no confronto com tal realidade de perda. Portanto, reside o papel do ego como sujeito mediador, fazendo com que o Self possa propor o novo percurso e assim assumir o equilíbrio sobre as escolhas e atitudes que seriam uma tarefa ampla da individuação. Na alquimia a separatio antecede a coniunctio, é importante ser indivíduo separado, com um ego 15 firme e estruturado na individualidade, do que poder unir os opostos na psique, meta do “opus” e da individuação. Não se pode dizer que prováveis decepções ou separações amorosas na vida da mulher serão experienciadas sem sofrimento, uma vez que não há como desenvolver imunidade para a dor sem pagar o preço de afastamento da vida. REFERÊNCIAS COWAN, L. Quando Eros parte: Sexualidade e individuação. São Paulo: Ed Vetor, 2007. CAROTENUTO, A. Eros e Pathos: amor e sofrimento. São Paulo: Paulus,1994. CASELATTO, G. (Org.) Dor silenciosa ou dor silenciada?: perdas e lutos não reconhecidos por enlutados e sociedade. São Paulo: Livro Pleno, 2005. CORBETT, N.Q. 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