Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Intensivo I – Direito Administrativo – Fernanda Marinela –Anotado por Sara Lisboa Intensivo I - Aula 01 Disciplina: Direito Administrativo Profª. Fernanda Marinela MATERIAL DE APOIO – MONITORIA Índice 1. Indicação Bibliográfica 2. Anotações de aula 3. Simulados 1. INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS: • Manual de Direito Administrativo – Fernanda Marinela – Editora Impetus – 6º Edição • Manual de Direito Administrativo - Celso Antonio Bandeira de Melo • Manual de Direito Administrativo – José do Santos Carvalho Filho BENS PÚBLICOS #DOMÍNIO PÚBLICO - expressão imprecisa, duvidosa (HÁ DIVERGÊNCIA) - é empregada em sentidos variados, ora sendo dado o enfoque voltado para o Estado, ora sen- do considerada a própria coletividade como usuária de alguns bens. - domínio público em sentido amplo é o poder de dominação ou de regulamentação que o Es- tado exerce sobre os TODOS os bens (públicos, privados e insuscetíveis de apropriação). - domínio público em sentido estrito - pode ser utilizada para bens destinados ao uso público individualmente ou em geral = bens destinados à coletividade. Intensivo I – Direito Administrativo – Fernanda Marinela –Anotado por Sara Lisboa - chamado de uso de bem comum do povo (bem de domínio público). #CONCEITO: - BEM PÚBLICO = são todos os bens pertencentes às pessoas jurídicas de Direito Publico, isto é, AD, Autarquias e FP. de direito público, bem como os que, embora não pertencentes a estas pessoas, estejam afetados à prestação de serviço público. - podem ser de qualquer natureza – corpóreo, incorpóreo, móveis, imóveis, semoventes, crédi- tos, direitos e ações. - PJ Direito privado – diretamente ligado ä prestação do serviço público em razão do princípio da continuidade do serviço público. - bens das empresas públicas, sociedades de economia mista, em regra são bens privados, alie- náveis (oneracão) – só estarão protegidos os bens que comprometerem a continuidade do servi- ço público. - ECT (Empresa de Correios e Telégrafos) ADPF = Fazenda pública Todos os seus bens estão protegidos DIVERGÊNCIA: a) para CABM, MSZD, STJ, STF – se ligadas ao serviço público estariam protegidos, seriam considerados como bens públicos, seguindo o regime público. b) para JSCF – discorda - só são bens públicos os pertencentes à pessoa jurídica de direito público, o que vale é a personalidade jurídica da pessoa (Posição minori- tária) #CLASSIFICAÇÃO DOS BENS PÚBLICOS As diversas classificações surgem da necessidade de definir o regime dos bens públicos, o que com a evolução do tempo levou ao surgimento de inúmeras formas diferentes, sendo as mais relevantes: I) QUANTO À TITULARIDADE: a) federais – enumerados na CF - o rol não é taxativo – art. 20 Intensivo I – Direito Administrativo – Fernanda Marinela –Anotado por Sara Lisboa - sobre os bens da União b) estaduais – art. 26, CF - rol não é taxativo c) distritais – não pode ser dividido em municípios - competência somatória (Est. + Mun.) c) municipais – não participaram da partilha constitucional I) QUANTO À DESTINAÇÃO: a) bens de uso comum do povo (ou de domínio público) – são os bens que todos podem usar, se destinam à utilização geral pelos indivíduos, podendo ser federais, estaduais ou munici- pais. - todos os lugares abertos à utilização pública adquirem esse caráter de comunidade, de uso coletivo. - uso de todos indistintamente. ex.: como as ruas, praças, mares, praias, rios, estradas, logradouros públicos. - apesar da destinação o poder público poderá regulamentar a sua utilização e até impedi-la desde que represente a tutela do interesse público. - para o seu uso normal dos bens de uso comum do povo não precisa de autorização. Dica sobre direito de reunião: CUIDADO - art. 5º, XVI – "todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais aber- tos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião ante- riormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade com- petente". Ex.: reunião na praça, fazer passeata. Jurisprudência: - estas reuniões não podem ser realizadas em qualquer local, causando sérios inconvenientes à coletividade – neste caso, quando da prévia comunicação à Administração ela poderá vetar o local escolhido, desde que justificada e deixe em aberto inúmeros outros locais públicos que não frustrem o objetivo ou a ressonância da reunião. Abusos podem ser corrigidos pelo PJ. b) bens de uso especial (patrimônio administrativo)– são os que se destinam especialmente à execução dos serviços públicos. - são considerados instrumentos desses serviços = aparelhamento estatal; Intensivo I – Direito Administrativo – Fernanda Marinela –Anotado por Sara Lisboa ex.: prédios das repartições, escolas públicas, terras dos silvícolas, mercados municipais, teatros públicos, cemitérios (cada cidade tem um tratamento diferente), museus, aeroportos, veículos oficiais, navios militares, etc. - podem ser utilizados pelos indivíduos – desde que observadas as condições estabelecidas pela Administração (ex. autorização, horário e regulamento). Dica: Bem de uso comum do povo e bem de uso especial são bens afetados a uma finalidade pública. c) bens dominicais (dominiais - patrimônio disponível) – são os que pertencem ao acervo do poder público, sem destinação especial (destinação pública), - possibilidade de serem utilizados em qualquer fim ou, mesmo, alienados. - a noção é residual. ex. terras devolutas, os prédios públicos desativados, os bens móveis inservíveis e a dívida ati- va. DIVERGÊNCIA - distinção entre bens dominicais e dominiais a) para a maioria dos autores – são sinônimos b) para Cretella Junior - bem dominial = como gênero indicativo de todos os bens do domínio do Estado - bem dominical = espécie que não tem finalidade específica (acima) # REGIME JURÍDICO DOS BENS PÚBLICOS a) ALIENABILIDADE (alienabilidade na forma da lei – alienabilidade condicionada - inalienáveis de forma relativa) I) os uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem tal quali- ficação, isto é, enquanto estiverem afetados a tais destinos. - podem ser alienados se forem desafetados, passando à categoria de bens dominicais. Intensivo I – Direito Administrativo – Fernanda Marinela –Anotado por Sara Lisboa II) bens dominicais podem ser alienados na forma da lei. AFETAÇÃO E DESAFETAÇÃO - afetação e desafetação – são os fatos administrativos dinâmicos que indicam a alteração das finalidades do bem público. - DG prefere denominar consagração ou desconsagração I) AFETAÇÃO = o fato administrativo pelo qual se atribui ao bem público uma destinação públi- ca especial de interesse direto ou indireto da Administração. - os bens dominicais são bens não afetados a qualquer destino público II) DESAFETAÇÃO = é o fato administrativo pelo qual um bem público é desativado, deixando de servir à finalidade anterior.` *AFETAÇÃO / DESAFETAÇÃO (CONSAGRAÇÃO OU DESCONSAGRAÇÃO) D A E F S E A T F A E Ç T Ã A O PREFEITURA Ç DOMINICAL USO ESPECIAL Ã ALIENÁVEL INALIENÁVEL O DOMINICAL USO ESPECIAL ALIENÁVEL INALIENÁVEL DOMINICAL USO ESPECIAL AFETAÇÃO USO COMUM LEI, ATO ADMINISTRATIVO – DESTINAÇÃO (USO) DESAFETAÇÃO USO COMUM DO POVO DOMINICAL ->LEI = ATO ADMINISTRATIVO Intensivo I – Direito Administrativo – Fernanda Marinela –Anotado por Sara Lisboa (MAIS EXIGENTE) USO ESPECIAL DOMINICAL ->PORLEI, ATO ADMINISTRATIVO OU FATO DA NA- TUREZA Dominical uso comum uso especial Destinação natural, ato administrativo e leiUso comum dominical lei ou ato do Executivo (quando autorizado) Uso especial dominical lei, ato do Executivo e fato da natureza. ex.: de destino natural - os mares, rios, ruas, estradas, praças Dica: O simples “não uso” para a maioria dos autores não desafeta o bem, apesar do uso afetar. A desafetação depende de formalidade (para maioria dos autores) Independe de formalidade (José dos Santos Carvalho Filho – JSCF) CABM Afetação / Desafetação Uso Comum Uso Especial Mudança de finalidade REQUISITOS DE ALIENAÇÃO DE BEM PÚBLICO (ART. 17, LEI 8666/93) Imóvel (pertence a PJ de Direito Público, vai precisar de autorização legislativa. Declaração de interesse público Avaliação prévia Licitação (concorrência, salvo art. 19 – por decisão judicial ou dação em pagamento = concorrência ou leilão) Dispensas de licitação Competência viável Legislador dispensa O administrador não tem liberdade Intensivo I – Direito Administrativo – Fernanda Marinela –Anotado por Sara Lisboa Ex.: Doação, permuta, dação em pagamento, investidura. Móvel declaração de interesse público avaliação prévia licitação (até R$ 650.000 = leilão) b) IMPENHORABILIDADE - não podendo ser penhorados, arrestados ou seqüestrados. - Objetivo - salvaguardar os bens públicos desse processo de alienação comum aos bens priva- dos – intuito protetivo - admitir a penhora seria o mesmo que admitir sua alienabilidade como bens privados. PENHORA = restrição que acontece dentro de uma ação judicial de execução. ARRESTO = serve para bens indeterminados CAUTELARES TÍPICAS (proteger a futura penhora) SEQUESTRO = serve para bens determinados - Respaldo à impenhorabilidade – art. 100 da CF (alterado pela EC62) - forma específica pa- ra satisfação de débitos do Poder Publico – precatórios. * Precatório: Fila organizada para pagamento de acordo com ordem cronológica de apresenta- ção. c) IMPOSSIBILIDADE DE ONERAÇÃO - direitos reais de garantia. - não se admite: penhor, hipoteca e anticrese – art. 1.419, NCC NÃO PODE SER OBJETO DE PENHOR NÃO PODE SER OBJETO DE HIPOTECA GARANTIAS FORA DA AÇÃO JUDICIAL NÃO PODE SER OBJETO DE ANTICRESE *Penhor = para bens móveis Hipoteca = imóveis Anticrese = art. 1419 ncc = explora-se o patrimnonio do devedor e o produtoserve para saldar a dívida, está em desuso. - idéia – estes direitos reais se caracterizam pela possibilidade de execução direta e penhora, se Intensivo I – Direito Administrativo – Fernanda Marinela –Anotado por Sara Lisboa os bens públicos são impenhoráveis, não é possível conciliar esta garantia com o princípio da impenhorabilidade. d) IMPRESCRITIBILIDADE – não são suscetíveis de usucapião. – expresso na CF - arts. 183, § 3º (imóveis) e 191 pu, da CF (móveis). - mas, pode fazer usucapião. # AQUISIÇÃO DE BENS PARA O PATRIMÔNIO PÚBLICO - pode ser em razão de causas contratuais, fenômenos da natureza ou causas jurídicas Formas de Aquisição: - compra - doação - permuta - dação em pagamento (pagar de outra maneira que não a estipulada inicialmente) - usucapião (ele não pode sofrer o usucapião, mas ele pode adiquirir por meio desse) - desapropriação - direito hereditário (por meio de testamento ou herança jacente) - ação executiva = arrematação eadjudicação - acessão natural = aluvião = quando um bloco de terra se desloca de um imóvel superior e se fixa no imóvel inferior (pequenas quantidades - imperceptíveis) Avulsão = quando um bloco de terra se desloca de (grandes quantida- des) álveo abandonado (quando um rio seca) - parcelamento do solo urbano. - pena de perdimento de bens = art. 91, cp Ação de Execução --> Através de Arrematação e Adjudicação Arrematação – meio de aquisição de bens em processo de execução. Adjudicação – é o meio pelo qual o credor obtém o direito de adquirir os bens penhorados e praceados, oferecendo preço não inferior ao que o edital fixar. parcelamento do solo (loteamentos) perdimento de bens - art. 91 do CP Intensivo I – Direito Administrativo – Fernanda Marinela –Anotado por Sara Lisboa reversão – Extinção contratual. SIMULADO: 01 - Assinale a alternativa correta: a) Os bens públicos nunca podem ser alienados. b) A responsabilidade civil do Estado é objetiva, tendo a Constituição Federal Brasileira adotado a teoria do risco integral. c) São atributos do ato administrativo: presunção de legitimidade, imperatividade e autoexecu- toriedade. d) A ação de mandado de segurança somente pode ser ajuizada contra ilegalidade ou abuso a de poder praticado por autoridade pública. e) Tratando-se de ato discricionário, a validade do ato administrativo não fica vinculada à moti- vação que lhe fora dada. 02 - O Estado W pretende alienar bem do seu patrimônio para obtenção de receita a ser aplica- da em atividades de assistência social. Quanto à alienação dos bens públicos, devem concorrer autorização legislativa e: a) avaliação, e ser o bem de uso especial b) licitação, e ser o bem de uso comum c) publicidade, e ser o bem de uso comum d) licitação, e ser o bem dominical e) avaliação, e ser o bem de uso comum. 03 - O município Y pretende resolver problema criado pela falta de túmulos no cemitério local, de administração pública e situado em terreno da mesma natureza, ampliando a oferta de jazi- gos para acolher os munícipes nesse momento de perda. No que concerne à natureza, pode-se afirmar que os cemitérios públicos são bens de uso: a) Comum b) Especial c) Dominical d) Privado e) Privativo http://www.questoesdeconcursos.com.br/pesquisar/disciplina/direito-administrativo/assunto/bens-publicos Intensivo I – Direito Administrativo – Fernanda Marinela –Anotado por Sara Lisboa GABARITO: 01 – C 02 – D 03 - B
Compartilhar