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História Naval - Aula 04

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HISTÓRIA NAVAL 
Aula 04 
Prof. Giovanni Mannarino 
Invasões Estrangeiras 
 
Por que outros reinos europeus vão cobiçar as descobertas portuguesas? 
 
 
Mapa “Terra Brasilis”, de Lopo Homem, Atlas Miller, 1519, Biblioteca Nacional, França. 
 
O que explica o interesse dos europeus no pau-brasil? Era o pigmento vermelho extraído da 
madeira, usado para tingir tecidos. Logo, outras potências europeias vão se interessar por essa 
riqueza. 
 
 
 
Logo, elas não aceitaram o Tratado de Tordesilhas assinado entre Espanha e Portugal, e um 
dos argumentos era de que não bastava afirmarem um tratado, o que garantiria a posse da 
território seria a efetiva ocupação da terra. Só era dono quem efetivamente tivesse o domínio 
delas. 
 
 
 
 
Inicia-se, assim, as expedições marítimas pelo litoral da América do Sul a fim de conquistar 
territórios não colonizados por Portugal. 
 
Principais invasões estrangeiras no território brasileiro 
 
- Franceses no Rio de Janeiro 
- Franceses no Maranhão 
- Ingleses, holandeses e irlandeses no Rio Amazonas 
- Corsários Franceses no Rio de Janeiro 
- Holandeses na Bahia 
- Holandeses em Pernambuco 
 
Franceses no Rio de Janeiro (1555-65) 
 
A primeira tentativa de invasão dos franceses se deu no Rio de Janeiro, estabelecendo uma 
colônia chamada de França Antártica na Baía de Guanabara (1555), comandados por Nicolau 
de Villegagnon. Neste local atualmente se localiza a Escola Naval, na Ilha de Villegagnon. 
Foi construída uma fortificação, o Forte Coligny, em homenagem ao comandante que 
financiou a ocupação francesa. 
Eles conseguem ocupar esta área pois os portugueses ainda não tinham fixado nenhum núcleo 
de povoamento no local. O comércio de pau-brasil era um dos principais objetivos dos 
franceses, que contaram com o apoio dos tupinambás durante a ocupação. 
 
 
Mapa da Baía de Guanabara 
 
Dificuldades encontradas pelos franceses durante a ocupação: 
 
- Relacionamento com os nativos, que tinham uma cultura completamente diferente da 
europeia. Algumas eram inimigas dos Tupinambás, logo, passaram a ser inimigos dos 
franceses. 
- Antropofagia: prática de consumir outros seres humanos. 
- Conflitos religiosos (católicos x calvinistas): dificuldade de convivência entre os próprios 
franceses que viam pra cá em virtude de conflitos religiosos, o que provoca um 
 
 
enfraquecimento da ocupação dos franceses. Nesse período, lá na Europa, aconteciam as 
reformas protestantes (Luterana, Calvinista, Anglicana). 
 
 
Desenho retratando a Antropofagia: 
Rituais onde se alimentavam de guerreiros inimigos. 
 
Reação dos portugueses 
 
A fim de conter a ocupação francesa os portugueses organizam uma expedição em 1560. 
A reação portuguesa ocorreu quando o governador geral Mem de Sá atacou o Forte de Coligny 
com uma força naval (soldados e índios) que trouxera da Bahia, arrasando-o, ocorrendo a 
expulsão dos franceses da ilha. 
Depois de derrotar os franceses, Mem de Sá parte sem deixar guarnição na Guanabara, o que 
faz com que os franceses retornem ao local. 
Organiza-se uma nova expedição para expulsar novamente os franceses da região do Rio de 
Janeiro, mas desta vez Mem de Sá decide se estabelecer na Guanabara para além de expulsar 
os franceses definitivamente, e não permitir que voltem. Enviando assim, seu sobrinho, Estácio 
de Sá (1563). 
Em 1565 houve a conclusão da expulsão dos estrangeiros e Estácio de Sá funda o Rio de 
Janeiro (entre o Morro Cara de Cão e o Pão de Açúcar) – Cidade de São Sebastião do Rio de 
Janeiro, dando início a história da cidade e criando uma base de ocupação no local. 
Os portugueses fizeram aliança com os tupis (Araribóia era seu líder), inimigos dos 
tupinambás. Estácio de Sá falece em virtude dos confrontos com os franceses, mas conseguiu 
efetivar sua expulsão. 
 
 
Tupis (portugueses) X Tupinambás (franceses) 
 
 
 
Nova invasão francesa 
 
No século XVII os franceses tentam ocupar a região do Maranhão (1612-15), comandados por 
Jacques Riffault, que estabelece uma feitoria na ilha de São Luís (1594). 
Sob ordens do rei, Daniel de la Touche de la Ravardière funda a França Equinocial em 1612, 
que seria a segunda ocupação francesa do território brasileiro. 
Há a criação do Forte de São Luís e da aldeia de mesmo nome. 
 
 
Mapa do Maranhão 
 
Reação de Portugal à segunda invasão francesa 
 
Em 1614 chega à região Jerônimo de Albuquerque (saiu de Pernambuco para Maranhão) para 
combater os estrangeiros. Esta pode ser considerada a primeira força naval comandada por 
um brasileiro (“português nascido no Brasil”, pois não existia nacionalidade brasileira). 
Depois das primeiras derrotas os franceses pedem uma trégua, contando com o envio de 
reforços de seu rei, a qual não é aceita pelos portugueses. Frustrados, são definitivamente 
derrotados pelos portugueses, terminado a segunda incursão francesa no território brasileiro. 
 
Estrangeiros na foz do Rio Amazonas 
 
Em um primeiro momento, a região do Rio Amazonas não fazia parte do território português, 
já que pelo tratado de Tordesilhas pertenceriam à Espanha. 
Estrangeiros de diversas nacionalidades estabelecem-se na região da foz do Rio Amazonas, 
ameaçando a posse portuguesa. 
Visando retomar a posse do local, os portugueses fundam o Forte Presépio (que daria origem a 
cidade de Belém), combatendo os invasores na foz do Rio Amazonas. 
Ocorrem ataques portugueses a estabelecimentos franceses, ingleses, holandeses e irlandeses. 
Expulsos, os franceses fixam-se mais ao norte e fundam Caiena, região da Guiana Francesa. 
 
 
 
 
 
Corsários franceses no Rio de Janeiro (séc. XVIII) 
 
Piratas x Corsários: 
- Piratas: eram navegadores criminosos, que não tinham bandeira, buscando riquezas 
roubando navios 
- Corsários: possuíam ‘patente de corso’, autorização para agir em nome do rei. Eram enviados 
por algum rei para atacar navios ou regiões pertencentes a outro reino. 
Os corsários, se capturados, deveriam ser tratados como prisioneiros de guerra, enquanto os 
piratas iam para a forca. 
 
Ocorreram dois ataques de corsários no Rio de Janeiro a fim de saquear a cidade, sendo que a 
segunda tentativa não só deu certo como acabaram “sequestrando” a cidade. 
 
Invasões de Corsários 
 
O comandante da invasão de 1710 foi o corsário Duclerc, que falha na tentativa de invasão da 
Guanabara, tentando o desembarque em Guaratiba e sendo derrotado na invasão terrestre da 
cidade, sendo capturado pelos habitantes do Rio de Janeiro. 
 
Há uma nova invasão em 1711, sendo Duguay-Trouin o comandante, obtendo êxito na 
ocupação do Rio de Janeiro. Ele penetra pela Baía de Guanabara e desembarca na Ilha das 
Cobras, ocupando-a, bem como o Morro da Conceição. Ele sequestra a cidade, exigindo 
dinheiro para partir. Sua tática foi conseguir adentrar a Baía em um dia em que havia muita 
neblina na região. O comandante e sua tropa passaram despercebidos em fila indiana pelo 
meio da entrada da Baía, o que mostra a figura abaixo. 
 
 
 
 
 
 
Praticando Questões: 
 
(2016) Leia o texto a seguir. 
O início da colonização do Brasil pelos portugueses contou com uma série de investidas de 
outras nações europeias, que buscaram, através de ocupações, romper o domínio português 
estabelecido pelo Tratado de Tordesilhas. Dentre essas intervenções, houve a ocupação 
Francesa de 1612-1615. No combate a tal ocupação, pode-se citar Jerônimo de Albuquerque, 
primeiro nascido no Brasil a comandar uma força naval. A que local da colônia portuguesa o 
texto acima se refere? 
A) Rio de Janeiro. 
B) Pernambuco. 
C) Maranhão. 
D) Bahia. 
E) Ceará. 
 
Resposta: (c). Os franceses têm atuação maior no Rio de Janeiro e Maranhão. Bahia e 
Pernambuco têm haver com os Holandeses. 
 
(Fuvest-SP [adaptada]) Sobre a presença francesa na Baía de Guanabara (1555-1565), 
podemos dizer que foi: 
a) apoiada por armadores franceses católicos que procuravam estabelecer no Brasil a 
agroindústria açucareira. 
b) um desdobramento da política francesa de contestação aosacordos ibéricos e assentou-se 
numa exploração econômica do tipo da feitoria comercial. 
c) um protesto organizado pelos nobres franceses huguenotes, descontentes com a Reforma 
Católica implementada pelo Concílio de Trento. 
d) uma alternativa de colonização muito mais avançada do que a portuguesa, porque os 
huguenotes que para cá vieram eram burgueses ricos. 
e) parte de uma política econômica francesa levada a cabo pelo Estado com o intuito de criar 
companhias de comércio. 
 
Resposta: (b) correta, a França Antártica foi esse desdobramento que menciona a questão. (a) 
Os holandeses tiveram relação com a indústria açucareira e os portugueses tinham interesse, 
inicialmente, no pau-brasil. (c) não foi isso que motivou a ocupação da França Antártica 
inicialmente. (d) não se pode afirmar isso. e) muitas dessas iniciativas francesas eram 
particulares, não tinham o apoio do rei, o que explica o seu fracasso. 
 
(PUC-PR) Em 1711, Duguay-Trouin, com poderosa esquadra, tomou a cidade de (do): 
A - Rio de Janeiro; 
B - São Salvador; 
C - São Vicente; 
D - São Luís do Maranhão; 
E - Recife. 
 
Resposta: (a).

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